Who? - One-Shot escrita por Josie


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas postei



Thábata = Anja



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"Véio, onde tu tava? Não te achei em lugar nenhum." Viny amenizou sua expressão antes extremamente preocupada, com os olhos um pouco vermelhos pelo sono, já que o horário passava das duas da manhã. Somente de jeans e uma camisa desbotada, estava ofegante. Havia corrido grande parte do castelo até chegar ao amigo, que não via desde que fora preso pelos CUCAs.

Durante o fim da tarde haviam o soltado por pedido do Sr.Y-Piranga e agora o menino voltava para Korkovado. Pela primeira vez perdera o aniversário do melhor amigo, e só agora tinha chance de vê-lo novamente.

"Fui dar remédio pro meu pai antes dele dormir, e.." a voz do garoto de cabelos castanhos morreu. Ítalo se encontrava sentado no chão da biblioteca, com a roupa perfeitamente arrumada, como um bruxo pedigree, além de óculos de leitura.

"Tá tudo de boa?" o loiro franziu a testa, se aproximando.

"Tá, cara. Só estou sem meio sono." Capí se levantou colocando os livros que havia pegado para ler em suas devidas estantes.O outro pixie o perseguiu, então ele parou, se virando e dando um leve riso, arqueando a sobrancelha. "Que foi?"

"Feliz aniversário atrasado, pseudo-capixaba." Viny disse, entregando-lhe algo oval mal embrulhado. Era um ovo de unicórnio. Recebeu um abraço como agradecimento, sorrindo. O amigo poderia gostar de dar presentes no próprio aniversário em vez de receber, mas Viny jamais deixaria de presenteá-lo, era quase uma tradição. "A Cai tá puta comigo desde o banquete de boas-vindas do começo do ano." o menino loiro soltou quando se silenciaram, como um comentário não-importante.

"Você sabe que ela não gosta muito de te ver com o Beni, faz isso pra provocar a Cai."

"Não é verdade, véio." Viny riu. "É que gosto da Cai e do Beni. E do Mosquito, do.."

Capí engoliu o riso e continuou com rosto sério. "Eu estou falando sério, Viny."

"Tu sabe que eu sou da liberdade, por mim era todo mundo com todo mundo."

"Todo mundo? Isso soou..." o rapaz moreno fez uma careta, divertido. Capí não era exatamente ingênuo, mas as idéias do amigo eram demais para ele e, bom, para qualquer um.

"Tu vai me desculpar, véio, mas tu és muito inocente. Nem beijar beijou! Ou tu já pegou e não quis contar?" Seu cenho se franziu, sorrindo. É claro que já sabia a resposta.

"Não, eu não peguei ninguém. Tu sabes que existem coisas mais importantes, Viny."

"Pô, se diverte! Não pega porque não quer véio, tá cheio de garota babando e tu nem se liga." Viny sentou-se em cima de uma das mesas da biblioteca, continuando. "E tu nem fala se curte alguma, nem nada."

"O Índio também não." retrucou, indo para o lado do amigo.

"Ele era apaixonado pela Thábata e depois dela não quis mais saber. O Índio eu entendo, mas tu não tem desculpa, capixaba."

"Mas do mesmo jeito não fala! Não seja injusto, Viny..." Capí brincou, mordendo o lábio.

"Tu tá apaixonado por acaso pra ter injustiça? Hein?" esperou a resposta por um tempo, mas não a teve. "Tu tá apaixonado? O véio tá xonado! Quem é?"

"Não é bem assim. Viny, está tarde, eu vou pro trail-"

"Argumento inválido, sr. Twice. Eu nunca deixei de falar de quem eu gostava."

"Tu sempre gostou da Cai, nem nunca precisou falar." ambos reviraram os olhos e riram.

"Tô esperando resposta, véio, eu não vou contar. Minha boca é uma discoteca-túmulo! Tu gosta da...?"

"Vinicius." Capí o alertou em voz baixa, sem tirar os olhos do chão. Ele não o chamava pelo nome. Nem seus pais o chamavam pelo nome. Ninguém o chamava pelo nome.

"Ítalo?" respondeu em brincadeira, engolindo em seco. Viny reconhecia que o moreno ás vezes lhe dava medo. Esse momento era um deles. Capí nunca o chamara assim. "Que foi, véio? Tu ainda não me respondeu."

"Viny, fala sério.”

Enquanto Capí fingia rabiscar o chão com sua varinha, o outro ficou observando a janela. Não iria conseguir fazê-lo falar e provavelmente já tinha o estressado mais do que o bastante para um temperamento calmo á la Capí.

"Desculpa véio. Feliz aniversário e amanhã a gente se fala, quando formos pra casa da Cai. Não se esquece de avisar o Hu-" as luzes da parte de fora e de dentro do castelo se apagaram, deixando-os completamente no escuro, então um trovão avisou da chuva que estava por vir. "Droga, será que v-"

Viny parara de falar. Surpreso, voltou seu olhar para o lado, entretanto não enxergava nada. Decidiu então deitar-se na mesa e relaxar até que as luzes voltassem, já que não conseguiria conversar com o amigo do lado e não o deixaria ali.

“Viny? Tá acordado?” Capí sussurrou, mas não recebeu resposta alguma e então deitou no abdômen do outro, bocejando. “Vou considerar isso como um não.”

O loiro bocejou de volta, evitando dormir. O som de gotas batendo no vidro da biblioteca quebrou o silêncio depois de alguns minutos e Viny o abraçou silenciosamente.

Capí o abraçou de volta.

“Vê se não dorme, véio.” Viny falou em voz baixa no ouvido dele, rindo silenciosamente.

“Ok.” Concordou Capí, sonolento.

“Tu ainda não me disse da menina que gosta, capixaba.”

“Não é uma menina, Viny.”

“Mas quem é?” insistiu, desperto.

“Cara, depois a gente conversa.” Capí murmurou, então levando um susto ao sentir o rapaz sentar-se repentinamente. “O que foi?”

“Quem você gosta é loiro, não?” perguntou curioso, divertido. O rapaz moreno engoliu em seco e não o respondeu. Viny voltou a se deitar, puxando-o junto. “Ah.”

“Eu mei-“ o capixaba parara de falar, arregalando os olhos no escuro enquanto Viny levava sua cabeça á frente da dele. “Viny?”

“O Capí gosta de mim, o Capí gosta de mim.” Viny cantarolou, divertido. Então mordeu o lábio inferior do amigo, voltando a dar uma risada alta. “Né?”

“Ei!” o repreendeu, corando e acabando por rir junto. Viny era uma peça cômica.

“Né?” repetiu Viny, se aproximando mais do outro e mordendo-o de leve novamente. Com as bocas próximas, sussurrou outra vez. “Ou não?”

Num movimento involuntário, ambos acabaram com a distância dos lábios num pressionar suave, calmo. Capí virou-se na mesa da biblioteca e o amigo ficara por cima, beijando finalmente sua boca e travando uma batalha rítmica.

As luzes do castelo voltaram á se acender e ambos continuaram o beijo. Continuaram por minutos, horas, um tempo que parecia infinito, até que os rapazes se afastaram á procura de ar.

“Viny, já está tarde, e amanhã temos prova. A Felícia prometeu que faria de tudo pra nos ferrar e-“ Capí parou no meio da frase, com os lábios inchados. “Não se esquece de avisar o Hugo que amanhã também vamos pra casa da Cai.”

“Vou avisar o Adendo, fica tranquilo.”

“Ok. Até amanhã, cara.” olhou rapidamente para a porta e passou por ela como se nada tivesse acontecido, levando o ovo de unicórnio consigo.

“Hm, até amanhã então, véio.” Viny disse divertido para a porta, voltando á se deitar na mesa e rindo baixo para si mesmo. “Eu não 'sempre' gostei da Cai, tu que pensa.”


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