A Minha Seleção escrita por LeitoraApaixonada


Capítulo 1
Capítulo 1 - Minha Solução


Notas iniciais do capítulo

Hey!!

Saudades???
Bom, espero que sim porque eu estou animada com essa fic!!

Quem começa narrando é a May que , sinceramente, é a minha personagem favorita.

Beijocas!! ♥



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Abaixada no chão do jeito que eu estou me dá dor nas costas. Mas eu não posso fazer nada alem de esfregar e ficar quieta. Aquela mulher ainda continua ouvindo a mesma musica a duas horas e isso me faz ficar irritada.

Acabo de passar o esfregão e jogo a água no chão frio. Isso me faz ficar com os pés gelados, o que acontece muitas vezes na minha “profissão”. Seco com um rodo e depois passo a cera para que o chão fique brilhante.

Sou uma seis, o que me faz ser uma empregada. Trabalho na casa de uma mulher francesa que veio até Iléa depois de perder o marido em um acidente de carro. Não pense que ela é uma coitadinha, é muito pelo contrario. Ela é uma bruxa!

- Venu ici! – gritou a minha patroa da sala de musica. Ela queria que eu fosse até lá para provavelmente me despachar para casa. Não pense que ela era boazinha por causa disso também! Já se passava das 10:30 da noite!

- Oui madame. – respondi assim que entrei na sala. Eu sempre fui maluca por instrumentos e sempre adorei aquela sala. Tinha um piano, um violão selo, um violino, um violão e varias flautas, que em minha opinião, eram o instrumento mais bonito de se ouvir.

- Peut rentrer chez eux. – falou o que eu imaginava. Poderia ir, finalmente para a casa. Eu já estava acostumada a chegar tarde em casa e minha mãe sabia que eu infringia o horário de recolher apenas para ganhar mais dinheiro para a minha família.

- Merci et bonne soirée madame. – respondi agradecendo e dando boa noite a minha patroa. Ela era uma dois e sempre se vestia de forma impecável. Suas roupas eram passadas e engomadas de forma em que ficavam perfeitas em seu corpo. Seus sapatos eram lavados e deixados para tomar ar a cada vez que eram usados.

Sai da casa de três andares andando pelas sombras. Havia aprendido a fazer isso sempre que saia mais tarde do trabalho, que era quase todo o dia. Mais eu não ligava para isso. Ligava para que sempre a minha família pudesse comer sem que faltasse nada na mesa.

Estava fazendo muito frio e eu só estava usando um casaco. Eu meio que gostava de sentir todo o meu corpo formigando. Alem de dar os meus casacos mais quentes para a minha mãe eu também dava as minhas melhores camisetas. E também as meias e luvas. Na verdade, tudo o que eu podia fazer por ela eu fazia. Eu só ficava com o resto.

Meu “pai” trabalha numa livraria como empregado e dava todo o dinheiro para o dono do bar. É, meu pai era um bêbado que só aparecia em casa quando precisava de dinheiro para mais bebida. E o jogo, é claro. Ele era um viciado em jogos e bebida e mesmo sendo um seis como eu e minha mãe, frequentava um dos melhores bingos da província da Califórnia. Mesmo sendo um idiota, ele era bom nos jogos.

Tentei abrir a porta da velha casa de madeira sem fazer com que ela ranja. O que não deu certo. Minhas pernas percorriam o caminho que eu decorei para não precisar acender uma vela. Qualquer tipo de barulho ou luz acordava a minha mãe.

- May? – ouvi a voz doce e terna de minha mãe perguntar no meio do escuro. Ela estava com a sua velha camisola branca, um casaco que eu havia lhe dado, uma coberta nos ombros e com uma vela na mão direita. Seus cabelos castanhos estavam arrumados em uma trança de lado e seus olhos verdes tem em volta uma olheira bem marcante.

- O que a senhora está fazendo acordada até essa hora? – perguntei pegando a vela de sua mão e a colocando em cima da única mesa que tínhamos em casa. A casa era pequena mais era o que eu podia chamar de lar. Tinha um quarto, o qual eu dividia com a minha mãe, um banheiro e uma sala que se dividia em cozinha e sala normal. Não era grande como a da minha patroa mais era bem melhor ficar aqui do que lá.

- Tive que te esperar. Está tendo uma nevasca muito grande lá fora, você poderia ter morrido congelada. – falou me arrastando para debaixo das cobertas que envolviam o seu ombro. Agora aquela sensação de frio estava bem menor, mais ainda continuava a correr pelas minhas veias.

- Você sabe que eu gosto de frio. – respondi com um sorriso nos lábios. Levei minha mãe para a cama e só sai do lado dela depois que ela adormecesse. Depois disso tratei de tirar as minhas botas de caminhada e meu casaco, me fazendo só ficar com uma calça e uma blusa de mangas curtas. E como em um passe de mágica a sensação que eu mais gostava de sentir estava de volta em minha pele.

Coloquei as roupas no guarda roupa que ficava em frente a minha cama e deitei de roupa de baixo mesmo. O cobertor que eu usava não era tão quente do que o de minha mãe, mais dava para o gasto. Minhas mãos estavam tão geladas que eu não conseguia mais sentir os movimentos que eu fazia e, com isso, veio o sono.

Olhei pela ultima vez para a minha mãe deitada, encolhida em sua cama. Ela parecia uma borboleta pronta para desabrocha do casulo, que era o cobertor. Era fascinante a forma que ela se enrolava naquele tecido rosa. Pisquei e uma lagrima caiu.

Eu gostaria de ter sido grande o suficiente para conseguir defender ela antes. Poderia ter dado um tapa na cara daquele desgraçado e falar para ele nunca mais voltar aqui. Mais eu não tive coragem. Ele era meu pai, eu não podia desrespeitar ele.

Mais uma lagrima caiu. Agora foi do olho esquerdo, o que fez o meu pequeno travesseiro ficar um pouco molhado. Era tudo culpa dele. Se minha mãe tivesse o expulsado daqui antes dele chegar ao seu limite nada disso teria acontecido. Minha mãe não ficaria no hospital de tanto apanhar e eu não teria que trabalhar com 14 anos de idade para sustentar a divida enorme que os medicamentos davam.

Mas agora estava tudo bem. Depois que eu soube o quanto a minha mãe sofria coloquei meu pai para fora de casa e comecei a tratar a minha mãe como uma rainha. Depois que ela se recuperou brigou comigo até eu a deixar trabalhar por meio período em uma casa de pessoas da casta cinco.

Resolvi parar de chorar. Eu não podia fazer com que a minhas lagrimas e meus soluços abafados acordassem a minha mãe. Ela tinha o sono muito leve por causa do que meu pai fez com ela.

Fechei os olhos devagar e tentei pensar em Zack. Ele me reconfortava como ninguém e me ajudava em todos os momentos da minha vida. Até me ofereceu dinheiro, mais eu sou orgulhosa o suficiente para não aceitar nada. Nem se quer um anel de compromisso que ele quis me dar no dia de Ação de Graças.

Com esse pensamento e um sorriso nos lábios acabei adormecendo.

***

O sol ainda nem tinha nascido quando eu me levantei da cama. Minha mãe ainda dormia quando eu saio do quarto com as roupas em mãos. Eram 5:00 da manha e eu estava indo encontrar Zack no mesmo lugar de sempre, uma floresta
à dez minutos da minha casa.

Coloquei as minhas botas por cima da minha calça e minhas luvas que tinham um enorme buraco aonde entrava o dedão, o que fazia com que não esquentassem quase nada. O casaco que eu usava estava bem gasto e o tecido dentro dele já estavam pinicando as minhas costas. Mais como eu disse, não ligava.

Sai pela porta dos fundos arrumando o meu único gorro na cabeça. Meu cabelo castanho estava esquentando o meu pescoço no lugar de um cachecol. O único que eu tinha havia dado para uma criança oito que eu encontrei caída na rua de tanto frio. Ela precisava bem mais do que eu.

Enquanto andava ia esfregando meus pés para que a minha pegada não ficasse marcada na neve. Era muito arriscado deixar o mapa para o nosso lugar.

Quando cheguei na tenda que Zack havia montado para nos encontrarmos encontrei ele sentado de costas para mim, com uma xícara de chocolate quente em mãos. Rolei os olhos quando vi que ele carregava duas no lugar de uma.

- Eu já falei para você não me trazer comida. Assim parece que eu sou seu cachorrinho! – falei em quanto me sentava ao seu lado. Zack me olhou torto mais logo depois sorriu com seus 32 dentes brancos. Seus cabelos castanhos estavam bagunçados graças ao vento e seus olhos estavam caramelo, como ficavam quando ele estava calmo.

- Você não acha que me deve explicações? – falou me entregando a caneca de chocolate quente e, hesitante, peguei olhando feio para ele. Mas eu estava com tanta vontade de tomar algo quente que não resisti.

- Não deu para vir ontem. – falei depois de tomar um longo gole do liquido quente. – Minha mãe passou mal e eu tive que trabalhar até tarde.

- Ela está melhor? – me perguntou e eu assenti acabando com o chocolate. Zack me olhou e sorriu travesso. – Você vai ter que dar todos os beijos que não me deu ontem! – cantarolou.

Ele era um quatro e por isso que nos encontrávamos escondido. Zack não gostava de ser um quatro e, segundo ele, assumiria o nosso namoro assim que o pai passasse a livraria para o seu nome. Com o nosso futuro garantido ele casaria comigo no mesmo dia que o documento saísse.

A livraria do seu pai era a mesma que meu “pai” trabalha. Assim que nós conhecemos, na verdade.

- Acho que você não merece o meu beijo. Sabe como é... Meus beijos valem mais do que mil... – antes de ele me dar a chance de terminar a frase ele me beijou. Deixei que todas aquelas sensações maravilhosas entrassem no meu corpo. Com seu beijo eu sentia um gosto de serenidade e verdade. Eu me sentia eu mesma beijando aquela boca.

Antes que eu percebesse o sol já estava nascendo. Com os raios batendo no meu rosto eu me despedi de Zack com um beijo terno. Ele sabia que eu precisava chegar no meu trabalho na hora marcada para não ter o perigo de perder o meu emprego.

Caminhei pelas ruas da cidade com as mãos no bolso. Não havia quase ninguém além de pessoas pobres nas ruas. Os “ricos” só entravam no serviço à partir das dez e não precisavam ralar e acordar cedo para não perder os empregos.

Minhas pernas já estavam começando a esquentar quando eu senti um braço me puxando em direção a um beco escuro. Lá a pessoa me encurralou na parede em quanto eu me debatia. Estava gritando muito mais as mãos duras e firmes prendiam a minha boca.

Quando parei de me debater olhei bem nos olhos da pessoa que me prendia. Era ele. Essa pessoa estava com um casaco que parecia quente e seus olhos estavam ainda mais horripilantes que eu me lembrava. Qualquer coisa que eu fazia para me soltar era inútil.

- O que você está fazendo queridinha? – perguntou meu próprio pai sorrindo de modo irônico. – Você acha que vai conseguir se soltar? – uma risada diabólica foi dada por ele e fez com que todos os pelos do meu corpo se irisassem. – Pois não vai queridinha.

- O que você quer?! – perguntei com a sua mão ainda abafando a minha voz, fazendo com que ela saia mais fraca do que eu queria que saísse. Mais uma risada.

- Você vai mesmo direto ao ponto hein! – falou sorrindo de lado. Eu sabia que ele queria alguma coisa. Sempre que ele me procurava era assim. – Tenho uma divida com o Beni.

- Quando? – perguntei agora mais forte pois a sua mão já havia saído da minha boca. Ele cheirava a cerveja e mijo, o que me fez quase vomitar na sua cara.

- 30 mil dólares.

- O que?! – gritei e ele colocou a mão na minha boca novamente. Só agora que eu percebi que estávamos a mais ou menos duas casas da casa da minha patroa, o que me fez ficar aliviada. Comecei a pensar numa rota de fuga mais desisti ao saber aonde ele iria. Se deixasse ele aqui plantado ele iria para a minha casa e minha mãe está lá.

- Você ouviu bem. Tenho dois meses para pagar até que ele mande homens para me matar. Preciso desse dinheiro, queridinha.

- Não me chame assim. – falei dura. Ele me chamava assim antes de eu descobrir o que ele fazia com a minha mãe e eu simplesmente amava como seus olhos brilhavam quando ele falava o meu apelido. Mais depois de tudo, não suportava se quer ouvir a palavra querida sem ferver de raiva. – Eu não tenho esse dinheiro.

- Ahm, ok. – falou e eu estranhei essa atitude. Ele não desistiria tão fácil assim. – Então eu vou lá falar com a sua linda mãezinha para ver...

- Não. – disse quase imediatamente. Eu não poderia nem pensar em ver ele perto da minha mãe. Eu tinha que dar um jeito de fazer isso. Olhei para os lados em busca de uma solução.

Pensei em Zack, mais conclui que nem ele teria todo esse dinheiro. 30 mil dólares era muita coisa para se conseguir da noite para o dia. Eu não tinha mais ninguém. Eu estava totalmente perdida. As lagrimas já desciam pelo meu rosto e meu pai me olhava impaciente.

Percebi que algo estava preso no meu pé e então me reparei com a solução. Havia um panfleto metade rosa e metade azul com a foto de dois jovens muito bonitos. Em cima estava escrito seus nomes e quantas pessoas poderiam participar. Depois estava a data da decisão e o nome da minha salvação: “A Seleção”.


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Notas finais do capítulo

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