O Grego Procura.. escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 4
Gay?


Notas iniciais do capítulo

Olá...sei que andei sumida..mas aqui estou..espero que gostem do capitulo, e até a próxima pessoal..

Beijos



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O barulho da musica ajudava para que ela mantivesse a sua empolgação ao balançar o seu corpo de um lado para o outro. O sorriso largo em seu rosto poderia atrair alguém para dançar com ela, mas de alguma forma, um homem a olhava de longe como se temesse perdê-la de sua vista. Melissa não se lembrava a quanto tempo estava dançando ou a quanto tempo havia bebido algo pela ultima vez, só lembrava-se de ter ingerido uma bebida verde, e forte. Uma bebida que haviam lhe prometido esquecer os problemas e relaxar aquela noite, e foi o que fizera. Ela tomou tudo sem importar-se com nada. Bebeu três copos. Nos primeiros dez minutos não conseguiu sentir o seu corpo, parecia estar flutuando e quando levantou-se querendo voar para longe, apenas caiu no chão, sorriu diante de sua queda e foi ajudada a ser levantada por sua amiga, July. A ultima coisa que ela desejava era recordar-se dos problemas com o banco e de perder o restaurante de seus pais, a única lembrança que tinha deles. Seu corpo movia de acordo com as batidas da musica eletrônica. Nada a impediria de continuar a dançar, não ate que caísse exausta no chão e adormecesse em seguida. Ao se virar, de uma forma nada sensual, manteve os seus olhos fixados no olhar de um homem alto, que a encarava sem expressar nada. “Não tenho nada a perder” foi o que Melissa pensou ao dançar, caminhando ao mesmo tempo, em direção ao homem que a olhava. Em um passo em falso, se viu caindo para o lado esquerdo com um sorriso no rosto, mas estranhou ao se ver nos braços fortes de alguém. Levantou os olhos se deparando com um par de olhos azuis. Os mais azuis que já viu em sua vida.

–Posso nadar?

–Nadar? – ele perguntou confuso ao tentar colocar a mulher em pé, corretamente – deve estar realmente bêbada.

–Nos seus olhos. São tão azuis que posso me afogar – sorriu espalhafatosa ao se agarrar na manga de sua camisa. O encarou por longos minutos ate abraçá-lo, surpreendendo-o. Yan sentiu o seu corpo tenso ao se ver sendo abraçado pela desconhecida bêbada. Tentou afastá-la de si quando tinha conseguido, fez uma carreta ao ver o seu primo surgir das sombras, como um espectro fantasmagórico que viera assombrá-lo.

**

Melissa abriu os olhos contra a sua vontade ao sentir algo cutucando-a. Olhou para o lado e uma careta surgiu em sua face ao perceber que Yan estava cutucando-a com uma caneta. O xingou mentalmente antes de ajeitar-se, e somente então perceber que estava deitada com a cabeça encostada em seu ombro.

–Droga – murmurou ao ajeitar-se em sua poltrona.

–Deveria passar a mão em seus cabelos – aconselhou antes de terminar de escrever em uma folha, e estender para Melissa – Pegue, leia isso, decore e tudo ficara bem. – Melissa ignorou o seu conselho sobre arrumar os cabelos, e ao ler, um sorriso largo surgiu em sua face.

Yan Andretti, Piloto profissional. Tipo sanguíneo O negativo. Possui 5 irmãos, três mais velhos e dois mais novos.

Minha mãe chama-se Alicia, o único nome que deve se lembrar.

–Só isso? – Melissa perguntou após ler, e o viu assentir em silencio – Está brincando comigo? Para que eu preciso saber seu tipo sanguíneo? Esta pensando em sangrar ate a morte ao meu lado? Se não, eu não preciso. Como pode me dar tantas informações inúteis?

–Informações inúteis? – a olhou com um sorriso nos lábios – não tem ideia de como seja uma família grega, não é?

–Não, nunca precisei saber.

–Eu estou percebendo, mas logo irá ver que tenho razão.

–Prepotente.

–Eu escutei – tornou calmo ao encará-la – e o que eu devo saber sobre você?

–Não possuo o seu tipo de sangue – tornou com a cara fechada, o que fez Yan sorrir contra a sua vontade. – Não espere uma transfusão de sangue da minha parte.

–Você é pior do eu imaginava. Deixe, não precisa falar nada, se me perguntarem direi que é segredo.

–Segredo? Sou alguma agente secreta?

–Vai ser na Grécia. Não me importa se for o James Bond vestido de mulher.

–Então.. você é gay? – perguntou ao encará-lo – é esse o motivo de não ter uma namorada de verdade?

Yan sentiu o ar ficar preso em sua garganta, enquanto encarava incrédulo a mulher sentada ao seu lado.

–Não se preocupe, não direi nada – Melissa disse ao exibir um sorriso sincero.

–Gay? Quer saber o quanto sou gay? – Yan perguntou perdendo a calma que sentia.

–Não precisa agarrar nenhum homem. Acredito em você – tornou ao pousar a mão em seu ombro – Seu segredo estará a salvo.

Yan estava prestes a falar algo, mas percebeu o quão formidável seria aquela situação. Enquanto ela imaginasse que ele fosse gay, não o atacaria e nem tentaria conquistá-lo como as outras mulheres faziam. Ele teria um final de semana calmo, onde seria bem visto pela sua família. “É, loucamente perfeito” percebeu ao sorrir.

***
O avião pousou tranquilamente horas depois no aeroporto da Grécia trazendo sorrisos e nostalgia para todos os que desciam da aeronave com exceção de uma mulher com o cenho franzido que olhava para um papel em sua mão. Melissa começava a se arrepender de estar naquela confusão ao mesmo tempo em que odiava a sua fraqueza por ter cedido tão facilmente. Ela precisava de dinheiro, mas não imaginou que teria que chegar ao extremo de fingir ser a namorada de um gay. Passou a mão pelos seus cabelos, bagunçando-os ainda mais quando percebeu o quanto desesperada estava para ter aceitado aquela situação. Olhou para as costas de Yan, e se lamentou por ver um homem tão bonito como ele gay.

–Mas...July não disse que tínhamos nos beijado? Como ele pode ser...gay? – murmurou para si mesma confusa. Já estava prestes a perguntar a ele quando percebeu que estava na área de desembargue e o viu sorrir e acenar para duas pessoas que olhavam para ele com carinho. Sua atenção pairou na senhora com cabelos brancos e sorriso gentil. De alguma forma, ela lhe lembrou a sua mãe. Ambas possuíam a mesma expressão doce no olhar. Estava invadida pelas recordações de sua infância que quando sentiu a mão quente de Yan sobre a sua, assustou-se.

–Vai começar agora. Comporte-se – Yan disse ao puxá-la em direção a senhora e da jovem moça que estava ao seu lado – Mama está é minha namorada, Melissa – Yan a apresentou assim que pararam em frente da senhora – Mel, esta é minha mãe, Alicia, e esta – falou olhando para a jovem com cabelos loiros em pé ao seu lado – é minha cunhada mais nova, Sandra.

–Prazer – Melissa disse sem graça ao encará-las esperando alguma reação, mas antes que pudesse se preparar para alguma coisa, sentiu os braços da senhora envolverem o seu corpo.

–Fico feliz que ele tenha trazido alguém – a mãe de Yan disse alegre antes de soltar Melissa e encará-la com carinho – espero que aproveite esse final de semana.

–Eu irei, não se preocupe. – sorriu gentilmente e por alguns segundos sentiu-se mal por estar mentindo para a mãe dele. – A senhora é muito gentil.

–Senhora? – disse fingindo estar ofendida – Me chame de Alicia ou Al ou mama – sorriu ao puxar Sandra pelo braço – Ela é tímida, mas está feliz em ver Yan com alguém. Á anos esperamos por isso, não imagina o quanto é frustrante ter um filho como ele.

–Eu..faço uma ideia – sorriu de canto - Yan, querido, sua mãe é muito divertida – sorriu para Yan, o qual a encarava confuso – Algum problema?

–Talvez – respondeu ponderado ao apertar a cintura dela – É bom ir com calma, ainda temos o final de semana inteiro – murmurou em seu ouvido fazendo-a estremecer.

O que estou sentindo? Ele é gay.” Melissa pegou-se pensando ao assentir.

–Esse final de semana será o mais longo da minha vida – balbuciou ao ser guiada para a área onde pegaria a sua bagagem. Os risos trocados entre Alicia e Yan não passaram despercebidos por Melissa e Sandra, mas algo naquela família estava a deixando com uma péssima sensação. O olhar que Sandra que encarava não era nada amigável.


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