Klaus tinha escapado, por um tris, mas de alguma forma sobrevivido ao ataque da tríade negra. Mesmo com o discurso de Jack, ele se sentia cada vez mais vulnerável, agora que estava fraco e ferido não podia lutar tornando-o mais inútil ainda. Desde que ele tinha acordado, os outros resolveram adiantar logo o processo da viagem antes que uma nevasca ou alguma tempestade ancorasse nos picos do Tibete impedindo que eles continuassem o trajeto, afinal, mesmo eles tendo uma sílfide e uma ondina que podiam trabalhar juntas para deter a água e o gelo, não poderiam arriscar suas vidas já que eram únicas.

O frio da caminhada era devastador, a neve parecia querer sugar Klaus. EM certos momentos na subida, Jack teve que segurá-lo para que não caísse encosta a baixo. Fang não podia voar por muito tempo já que estava machucada desde o último combate, além de o único meio de orientação deles era o diário de Paracelso que obviamente por ser escrito em alemão só Klaus sabia ler. Não havia ninguém que naquela época (inverno) fosse subir alguma montana do tibete em especial o Everest, era total e completo suicídio. Mas quem disse que elementais não poderiam?

O único abrigo que avistaram perto do sol cair no horizonte foi uma caverna a qual Klaus detectava estar sem vida. Todos os quatro estavam cansados e famintos já que não poderiam arriscar se alimentarem fora de uma barraca ou de um lugar onde pudessem estar próximo do que poderia ser considerado confortável. Katherine arrumou a barraca deles, enquanto Jack olhava de longe a paisagem tibetana, realmente era esplêndido, toda aquela cordilheira cujas montanhas alcançavam as mais altas partes do céu eram impressionantes. Algumas vezes eles sentiam falta de ar, em especial Klaus que tinha um pouco de asma, mas Katherine ia logo ajudar com o controle de ar e o alívio dos pulmões, uma ótima terapia se é que poderia ser colocado como tal.

Já era noite quando Klaus tentou sentir a terra da caverna mas percebeu que a vida, a energia essencial (mana) dela já não existia logo não podia se comunicar com a terra nem controla-la. Podia parecer bobagem mas segundo o livro de Paracelso e o que Klaus sabia sobre si mesmo e seus poderes, haviam uma diferença ou uma espécie de ruptura entre os elementos. Água e Ar simbolizavam o Yin, o mal, a morte logo eram apenas uma "extensão" da alma dos elementais que podia ser controlada a vontade por silfos e ondins, já Fogo e Terra simbolizavam a vida a presença constante do bem que só podia ser controlada caso houvesse vida, uma energia metafísica que pudesse ser sentida e não usada simplesmente como arma.

Quase todas as rochas, árvores, e montanhas do planeta estavam morrendo devido a ausência da harmonia entre a natureza e homem ao contrário do fogo que só tendia a queimar e destruir, ou pelo menos era esse lado que era usado. Klaus via em Jack algo além da destruição mas sim a paz, a paz interior, uma chama tão pura e simples que poucas salamandras ainda tinham, ele podia ser a esperança não só dos elementais, mas do mundo inteiro.