Depois de uma noite preocupante e nada normal, Jack ainda queria dormir. Seu café da manhã tinha sido barras de cereais e baba de fênix, como qualquer outra ave elemental, Fang tinha uma preferência alimentícia específica: minério, ou seja: sal, rochas, pedras preciosas... tudo que garantisse o sustento dela tinha que ser mineral. Na noite passada Jack, Klaus, Kate e Suzana tinham conversando bastante acerca da missão deles, ou seja, o que esperava eles no Tibete, como eles iriam ficar dias ou talvez semanas para tentar deter Ahura e o que lhes aguardava. Klaus teve a ideia de que Perunú assim como outros elementais, supostamente chamados ou conhecidos como deuses pagãos, tinham se aliado ao espírito das trevas por algum motivo. A manhã estava fria quando eles acordaram, todos tomaram banho por meio do aquífero no fundo da caverna e se dirigiram para fora em direção a floresta boreal, Klaus ainda lia o livro que ele e Katherine tinham achado, o que impressionava Jack em relação a forte intuição de que poderiam achar respostas.

Jack nunca tinha pensado em algum momento da sua vida que o Yeti pudesse realmente existir, afinal ele morava na Inglaterra, um dos lugares provavelmente mais céticos e modernos do mundo. A maioria das pessoas era deístas, agnósticas, ateístas... não tão diferente dele que não acreditava de jeito nenhum em divindades ou em seres divinos. Em relação a seu controle sobre o fogo, cada vez mais ele se acostumava a domar e manusear as chamas como se elas fossem um membro a mais no seu corpo que estivesse sendo aprendido para ser utilizado. As poucas instruções que Dante tinha lhe dado foram felizmente de grande ajuda, o garoto tinha conseguido voar como o herói da Marvel chamado Tocha, e domado uma fênix... que de alguma forma gostava dele e de sua prima. Ele ainda pensava em Alesteir e no campeonato pentacular além do desespero e do medo que muitos na ilha Tartária podiam estar sentido, muitas crianças como Andy e Mandy e outros com idade de 8 ou 10 anos deixando de se sentir seguras em um lugar que deveriam aprender e controlar o dom que tinham.

Os quatro a bordo de Fang já tinham voltado a voar em direção a grande fronteira natural entre a China e o subcontinente indiano. Jack sabia que a Inglaterra assim como outras potências ocidentais tinham um histórico... digamos... ruim com alguns países asiáticos tais como Coreia do Norte, China e Índia. O garoto temia de fato que fosse preso pela Interpol ou que a embaixada inglesa o delegasse para as autoridades internacionais e lhe mandasse de volta para o orfanato em que estava antes ou para um pior. Novamente Jack estava liderando o voo, Klaus estava atrás dele o conduzindo por meio do mapa antigo de Paracelso sobre a localização do Tibete dando direções como norte-sul entre outras. Logo atrás estavam Katherine e Suzana. Por mais incrível que parecesse, Jack tinha agido com determinada naturalidade quando viu Fang na forma reduzida se carbonizar, voar e ficar no seu tamanho original: uma águia vermelha alaranjada gigante meio mal humorada.

Katherine tivera a ideia deles passarem pela Mongólia, já que seria mais fácil para Fang voar devido ao clima quase desértico no entanto Klaus afirmou que seria um pouco mais prudente continuar no território chinês. Jack teve o cuidado de guiar a fênix nos céus, para que ela voasse um pouco mais perto em relação as nuvens para que as pessoas logo abaixo deles não os avistassem, Suzana tinha dito que o mais certo seria eles não chamarem a atenção, os chineses mesmo modernos, devido ao seu folclore e até mesmo mitologia eles conheciam e tiveram contato com alguns elementais na cultura deles e até mesmo animais elementais como a fênix chinesa (Fenghuang), provavelmente a subespécie de Fang. Abaixo dos céus, Jack olhava para as cidades e os vilarejos chineses além dos terraços onde se praticava rizicultura, segundo a guia deles: Suzana.

A cidade que eles tinham que chegar era na verdade um município denominado Chifeng, Jack teve a ideia de aterrissarem no subúrbio onde chamariam menos atenção, pelo menos era isso que ele tinha pensado.