Desconhecido escrita por Um Alguém


Capítulo 19
Vince - John


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora =P



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Depois de tomar banho resolvi ficar no quarto mesmo. John apareceu me chamando para o jantar, mas disse-lhe que estava sem fome. Eu, a verdade, estava com fome, mas não queria ir jantar. Ainda estava um pouco dolorido de ter dormido sentado no carro, então ficar deitado naquela cama confortável parecia bem melhor do que ir jantar.

Fechei os olhos por alguns minutos e acho que peguei no sono, porque quando acordei Megan estava sentada de frente para mim, me olhando. Assim que me viu acordado, sorriu.

– Desculpa, não queria te acordar. Você não foi jantar então eu trouxe um pouco de comida para você. – disse-me.

– Obrigado. – sentei, pegando o prato e comendo.

– Por onde você andou, Vince? – perguntou Megan, séria.

– Eu ia embora, de verdade. Aí encontrei o Dane e ele me disse umas coisas que me ajudaram bastante. Eu acabei pegando no sono e dormi no meu carro, batido. – expliquei.

– Por que você ia embora? Por que ficou daquele jeito?

– Porque por mais que eu te ame eu nunca vou ser o cara que você merece. Fiquei daquele jeito porque falar da Jennifer me fez lembrar de tudo que eu já fiz, tudo que eu não deveria ter feito. – parei de comer e coloquei o prato no chão.

– Não importa. Nada disso importa. O passado não pode atrapalhar a gente. E eu é que decido se você é ou não o cara que eu mereço. – ela se inclinou para frente e me deu um beijo rápido.

– Quanto tempo você pretende ficar aqui? – perguntei-lhe.

– A princípio eu ia ficar uma semana, mas agora que as coisas já estão resolvidas, acho que vou voltar com o Dane e a Liz. – disse ela.

– Veio para cá para fugir de mim, não é?

– É. – confirmou. – Eu estava confusa, triste, com raiva. Achei melhor me afastar um pouco.

– Desculpa.

– Esquece isso.

Nós deitamos na cama, lado a lado, em silêncio. Do lado de fora, começou a tocar uma música, vinda da casa de algum vizinho. A música estava baixa, mas dava para ouvir com clareza.

– Tá ouvindo? – perguntou Megan

– Tô. Conhece essa música? – perguntei-lhe.

– Conheço e gosto bastante. E você?

– “What about now? What about today? What if you’re making me all that I was meant to be?...”¹ - cantei, acompanhando a música.

Ela riu e eu a beijei. Deixamos a música embalar nosso beijo, enquanto vivíamos aquele momento como se fosse o último de nossas vidas.

– Eu te amo. – sussurrou ela.

– Não mais do que eu.

¹ = What About Now – Daughtry




Algum tempo depois Megan acabou adormecendo. Esgueirei-me para fora da cama bem devagar para não acordá-la. Ela parecia um anjo, tão serena. Dei-lhe um beijo de leve na testa e saí do quarto sem fazer barulho. Do lado de fora do quarto ouviam-se risadinhas vindo pelo corredor. Segui as vozes até a sala. Liz estava enrolada em um cobertor, com a cabeça apoiada no ombro do John. Dane estava jogado de qualquer jeito em uma poltrona. Na televisão passava um filme que só o Dane parecia prestar atenção.

– Olha só, quem é vivo sempre aparece. – disse Dane quando me viu. – Cadê a Megan?

– Dormindo no quarto de hóspede.

– Abusada. – reclamou Dane voltando a atenção ao filme.

– Alguém sabe onde está meu celular? – perguntei. – Estava junto com a roupa que eu cheguei.

– Acho que está na garagem. – disse John. – Eu pego para você. – ofereceu.

– Obrigado.

Liz se afastou um pouco para John levantar. Ele deu-lhe um sorriso bobo, depois passou por mim. Atravessei a cozinha seguindo ele.

– Escuta, qual é o seu lance com a Liz? – perguntei, assim que entramos na garagem.

– Como assim? Que lance?

– É óbvio que você gosta dela. O jeito como olha para ela, como a trata. – disse. – O que eu quero saber é se rola alguma coisa?

– Não, claro que não. Sem chance. Nem pensar. – negou John abrindo e fechando várias gavetas pela garagem como se procurasse algo.

– Por que não? Ela parece gostar de você. – comentei.

– Gosta, gosta, como amigo. – disse ele. – Ela me vê como o irmão caçula da melhor amiga dela. E ela tem namorado.

– Não era com o namorado que ela estava aconchegada agora a pouco, não era com ele que ela estava rindo durante um filme de suspense, não foi para ele que ela olhou com carinho.

– Isso não tem nada a ver. Nós somos só amigos. – insistiu. Ele pegou minhas roupas dobradas, com o celular e a carteira em cima, e me entregou, junto com minhas botas.

– Que carro é aquele? – perguntei, indicando o carro com a cabeça.

– Um Chevrolet Impala SS 1967. Ele está ótimo, o único problema é que não anda. – contou.

– Não anda? Por quê?

– Por que o motor está ruim, eu acho. – disse ele. – Eu não sou muito bom nessa história de mexer em carro.

– Se quiser, eu posso dar uma olhada. – sugeri. – Às vezes é alguma coisa fácil de consertar.

– Sério? Quero sim. – concordou, empolgado.

– Amanhã eu vejo isso para você. Mas... tem uma condição.

– Que condição? – perguntou ele receoso.

– Quero que você me prometa que vai investir na Liz. – exigi. – Você, visivelmente, gosta dela, e ela também parece gostar de você. Então, ao invés de ficar imaginando que ela só te vê como o irmão da Megan, vai lá e faz alguma coisa.

– Essa não é uma boa ideia. – reclamou.

Dei de ombro e saí da garagem, passando pela cozinha até a sala, com o John logo atrás. John sentou no sofá ao lado de Liz de novo. Ela abriu um sorriso satisfeito por ele ter voltado e se aconchegou junto à ele. Ela apoiou a cabeça no peito dele. John, meio sem graça, abraçou-a.

– Dane, posso falar com você? – pedi. Dane se levantou meio a contra gosto e me acompanhou até o corredor. Paramos quase em frente a escada.

– Quer me agradecer pelos sábios conselhos? – sugeriu Dane.

– Também. – concordei. – Você realmente me ajudou bastante. Obrigado.

– Eu sei que sou ótimo. – vangloriou-se

– Mas agora quem precisa de ajuda é o John.

– O John? Que ajuda? – quis saber, curioso.

– Ele gosta da Liz, mas acha que ela não gosta dele porque ele é o irmão mais novo da Meg, e porque ela tem namorado. – expliquei.

– Sério? Ele te disse isso? Eu bem que notei que estava rolando um clima entre eles. – disse Dane pensativo.

– Como você já se mostrou um ótimo cupido, achei que você podia ajuda-los.

– Claro que posso. – confirmou. – Não só posso como vou.

– O único problema é o tal do namorado da Liz. - comentei.

– Não se preocupe com isso, eu dou um jeito. Eu nunca gostei dele mesmo. – disse ele com uma careta.

– Tudo bem, se precisar de ajuda é só falar.

– Você já viu algum cupido precisando de ajuda? – perguntou, indignado.

– Acho que não.

Dane empinou o nariz e voltou para sala. Fiquei rindo sozinho no corredor. Entrei de volta no quarto. Abri a porta devagar para não acordar a Megan, mas ela já estava sentada na cama, ajeitando o cabelo.

– Achei que tivesse ido embora de novo. – brincou ela.

– Nunca mais, linda. Nunca mais.


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Notas finais do capítulo

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