Two Atormented Souls escrita por BiiihNunes, Aylla


Capítulo 3
The Night


Notas iniciais do capítulo

Olááááá, pessoas lindas :)
Bom, esse é último capítulo. *chorando*
Eu e a Aylla escrevemos com muito amor e carinho só para vocês.
Bom, teremos um epílogo, que ja foi escrito e será postado dia 24 como presentinho de natal.
Boa Leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/448868/chapter/3

Apoiei-me no balcão e pedi uma Big Apple, para começar a noite.

— Uma menina tão bonita e nova, deveria estar em casa — uma voz sedutora disse ao meu lado.

Olhei-o de soslaio e dei um gole na minha bebida.

— E caras desconhecidos deveriam deixar meninas que aparentam ser boas em paz — disse com escárnio.
— Aparentam ser boas — ele repetiu zombeteiro. — Por que você não é boa?

— E isso te interessa? — Questionei.

— Penso que seus pais esqueceram-se de uma coisa: educação — ele deu um gole na bebida dele, que ainda não descobri o que é.

— Educação eu tenho, mas só uso quando eu quero, quando eu bem entendo e quando a pessoa merece — dei-lhe as costas, mas ele me segurou.

— Hey, little girl — ele disse numa voz sedutora. — Desculpa, vamos começar de novo?

— E por que deveria? — Franzi o cenho.

— Porque eu sou uma boa pessoa — ele deu de ombros.

— Me de um motivo — insisti.

— Melissa!! — Uma voz aguda gritou.

“Salva pelo gongo”. Pensei feliz.

— Você não vai me escapar — ele sussurrou no meu ouvido, me fazendo sentir um calafrio horrível na espinha e soltou meu braço.

— Meu deus, você está linda. Quanto tempo — Lanna disse.

— Obrigada! Você também... O que foi? — ela não parava de olhar para algo atrás de mim.

— Esse cara, não para de te olhar, está praticamente te comendo com os olhos. Acho que cheguei num péssimo momento — ela concluiu. — É melhor eu ir.

— Não, não. Pode ficar — disse um pouco nervosa.

— Que isso, aproveite — ela gritou e saiu dançando.

— E somos só eu e você de novo — ele deu uma risada nada normal no final da sentença.

— Não! Eu vou dar uma volta — sorri amarelo.

— Eu te acompanho — ele disse levantando do banco do bar.

— Não, obrigada. Sei me virar sozinha...

Ele enlaçou seu braço no meu e me arrastou por todo o salão. Cumprimentava pessoas daqui, dispensava mulheres dali. Arrastou-me para todos os lados e eu não disse nada, somente o essencial para me passar por uma garota direita e apresentável.

“Tudo sobre controle ate agora”

— Viu? Não foi tão ruim, sou uma pessoa legal — ele disse ao pararmos na frente do bar novamente.

— Prove? — sorri maliciosa.

— Eu olho para sociedade e vejo o quanto à felicidade é efêmera e insólita, todos são felizes ok, mas não por muito tempo. Uma vez li um conto que falava sobre isso. O autor destacou tudo isso, o livro não era nem um pouco feliz, era seguido de histórias interligadas porque as pessoas tinham atos decorrentes com o momento. Entendeu? — balancei a cabeça mesmo sem ter entendido um fio do que ele disse. — O livro foi composto por atos que a sociedade diz ser incomuns. Tipo, se eu matasse alguém só por matar consequentemente eu seria preso. O que não é o caso, não faço esse tipo de coisa — ele deu um gole na bebida dele.

— E onde você quer chegar com isso? — Indaguei já meio perdida na minha linha de raciocínio e também porque meus olhos só se concentravam na boca dele.

— Só quero te mostra o quanto eu sou uma pessoa boa e que a sociedade da sentido as coisas. Se a sociedade não dissesse que matar é ilegal, ninguém seria preso.

— Você quer dizer que eu que julgo se você é bom ou não? — questionei confusa.

— Por ai — ele tocou meu nariz. — Sabe por quê? — meneio a cabeça negativamente. — Não importa o que eu falar vocês humanos são estúpidos e veem o mundo como vocês querem. Caso já tenha uma opinião formada, não importa o que eu disser não vai muda-la. É tudo uma maquiagem, a mídia manipula vocês, um sentimento bobo deixa vocês cometerem suicídio e outros atos absurdos. Vocês deixam ser levados por coisas idiotas — a voz dele assumiu um tom sombrio.

— Você acabou de dizer que não é humano — ri debochadamente. — E sobre a maquiagem que NÓS humanos colocamos no mundo talvez seja melhor do que a realidade. Já imaginou ver o mundo como ele realmente é?

— Eu vejo — ele deu de ombros.

— Qual o seu problema? Isso é uma festa e você vem com esse papo desconexo.

— Little girl, apenas quero te mostrar que pessoas más existem e elas podem estar mais perto do que você espera — ele disse baixinho, num tom assustadoramente medonho.

— Okay — suspirei. — Retomando o assunto o que você quis dizer com dar sentido as coisas?

— Uma faca, para o que serve a faca?

— Cortar — respondi confusa.

— Só para cortar? Você deu o sentido a ela de que ela só serve para cortar, mas, você não poderia usar a faca para marcar um livro? Usar como peso de papel? Usar ela como garfo? Poderia, mas ai a sociedade iria achar que você é uma anomalia genética, que você não se encaixa. Como Galileu há uns anos atrás com a história de que a terra gira em torno do sol e não o contrário, ele foi submetido a fogueira pelo pensamento dele, se ele não tivesse se redigido teria morrido.

— Eu sou uma anomalia genética — mumurrei.

— O que? Odeio que pessoas falem baixinho. A propósito, qual seu nome?

— Melissa. E o seu?

— Matthew — ele sorriu de orelha a orelha.

(...)

Após alguns copos de Big Apple, eu quase não respondia mais por mim. Só um singelo fio da minha cabeça alternava entre alerta e totalmente bêbada. Tentei convencer Matthew a dançar comigo, entretanto se recusou. Porem eu sou a pessoa mais insistente do mundo e não fiquei satisfeita ate ter o corpo dele colado ao meu no meio na pista de dança, onde várias outras pessoas talvez mais sóbrias ou piores do que eu dançavam.

— Posso pedir uma coisa? — ele sussurrou no meu ouvido.

— Claro, já não estou respondendo por mim mesma — eu gritei.

Ele levantou meu rosto com o indicador, enlaçou a minha cintura com a mão direita e a mão esquerda afastou meu cabelo do rosto, beijou-me loucamente. Deixou-me contra a parede de vidro da pista de dança e a mãos deles começaram a percorrer meu corpo.

— Podemos sair daqui? — perguntou sem afastar a boca da minha.

— Aham — respondi ofegante.

Ele afasta sua boca da minha, sua mão logo pega na minha e me puxa para o lado de fora do evento, me levando para o jardim.

— Onde você esta me levando? — pergunto meio grogue.

— Já, já você ira descobrir — diz misterioso e era exatamente isso nele que me atraia e me dava medo.

— Tudo bem — apenas digo e deixo ser guiada por ele.

Depois de passar todo o jardim, chegamos a um lugar bem mais afastado da festa, tinha uma pequena casa, ou melhor, apenas um quarto a qual eu tive nem oportunidade de reparar, pois logo que entrei, fui imprensada na parede e seus lábios rapidamente estavam sobre os meus . Era um beijo feroz e cheio de desejo.

Suas mãos percorriam a lateral do meu corpo, enquanto as minhas puxavam seus cabelos. Minhas mãos rapidamente tiraram sua blusa, deixando a mostra seu tórax malhado. Seus olhos me fitavam com tanta intensidade que só com isso eu já estava toda molhada. Inesperadamente ele me puxou pelo cabelo e sua boca estava de novo na minha, só que dessa vez diferente das outras vezes, ele estava mais... Faminto. E um pouco bruto.

Suas mãos iam desde minhas costas ate na minha bunda aonde ele apertava sem nenhum pudor. O empurro para cama e depois sento em cima do seu colo, suas mãos entram por dentro o meu vestido, e vai direto para cima da minha mini calcinha, sim mini, pois era apenas um minúsculo pedaço de pano de coloração preta, seus dedos habilidosos foram para dentro da minha calcinha, tocando no meu sexo já totalmente encharcado de tanto excitação. Seus dedos me tocam de forma rápida e boa, me levando ao céu e ao inferno ao mesmo tempo.

— Ahhhhh — gemo sem nenhum pudor ou vergonha, melhor dizendo no meu vocabulário essas palavras não existiam.

— Isso geme sua vadia — fico ainda mais molhada ao escutar ele me chamando assim, tão molhada que a minha amiguinha já estava pulsando de tanta excitação.

Seus dedos saem do meu sexo e minha vontade era gritar para que eles voltassem para lá, mais apenas comprimo meus lábios para nada dizer, ele me joga na cama sem nenhum cuidado e de forma selvagem, o que faz eu só amar mais aquilo tudo. Seus olhos tinham um brilho esquisito, algo indecifrável, até mesmo para mim que sabia decifrar as pessoas com apenas um olhar. Seus lábios vêm nos meus famintos arrancando gemidos de ambos quando nossas bocas enfim se encontram, suas mãos tiram meu vestido e só para de me beijar quando o vestido tem que passar em cima da minha cabeça, mais logo em seguida seus lábios voltam a atacar de novo a minha boca, suas mãos passeando pelo o meu corpo e quando chegou ao meu seio apertou com força, o que fez eu me contorcer de prazer.

— Quer mais?- pergunta fudidamente sexy ao pé do meu ouvido.

— Sim... — digo mais não passou de um sussurro.

Suas mãos arrancam meu sutiã sem nenhuma delicadeza, uma mão vem em direção ao meu seio onde ele aperta com força, enquanto sua boca foi no outro, o chupando e mordendo, sua língua rodeando o bico do meu peito, o que em deixava acesa de tanto desejo, ele continuou naquele joguinho enlouquecedor por mais alguns minutos, logo em seguida começou a distribuir beijo por todo o meu corpo, ate que por fim chegou ao meu parque de diversão, é claro que meu sexo já esta em um estado deplorável e só piorou quando começou a dançar com a sua língua nele.

Gemi, enquanto sentia a boca dele lá em baixo.

Dessa vez nem meus gemidos fez ele parar, sua língua chupava e mordia o meu clitóris, me deixando a sua deriva completamente, sua língua era experiente o que só fazia o momento se torna delicioso, meu corpo inteiro já estava tremendo e eu sabia que o meu orgasmo veria logo, ele realmente veio, sinto meu corpo todo tremer e em seguida meu orgasmo vem com força total, me levando ao delírio.

Levanto-me e vejo-o lambendo ate a ultima gota do meu orgasmo o que fez eu no mesmo momento ficar excitada de novo.

— Acho que agora é a minha hora de te dar prazer né? — digo de forma maliciosa, sentando em cima do colo dele e logo sinto toda a extensão do seu desejo.

— Não gosto de ver little girls fazendo coisas obsenas — ele me tiro de cima dele e levantou da cama.

— Matthew, volta pra cá — choraminguei.

— Eu te dei todos os motivos hoje para você se afastar, ter medo de mim, mas não, você pareceu não ligar para nada do que eu disse — ele pegou a blusa do chão e colocou. — Qual o seu problema, Melissa?

— Meu problema é que você não me assusta só isso — levantei da cama, peguei minhas roupas íntimas e vesti. — Já passei por coisa demais nessa vida, já matei pessoas, não me arrependo e não será você, que irá me assustar.

— Olha só, também já matei pessoas. Uma coisa em comum — ele sorriu com todos os dentes.

— Que bom, não é? Mas acho que eu vou indo — terminei de colocar a sandália.

Ele bloqueou a porta com o seu corpo.

— Não vai não — ele disse sombrio. — Ninguém tem um encontro comigo e sai impune.

— O que você vai fazer agora, me matar? — perguntei zombeteira.

— São meus planos — ele levantou uma sobrancelha.

— Qual é né, Matthew? Por tudo aquilo que você disse hoje eu poderia chegar a brilhante conclusão que você é um psicopata.

— E se eu for? — a voz dele assumiu um tom extremamente perturbador.

— Se você for, as chances são remotas e me matar não seria tão fácil assim — dei de ombros.

— Vejo que encontrei uma adversária a altura. Qual o seu distúrbio?

— Sou bipolar. Nada demais, quando estou sob os efeitos dos remédios, mas tem certo tempo que não tomo.

— E já matou quem? — ele indagou chegando mais perto.

— Meus tios. Incendiei a casa — disse como se fosse a coisa mais natural do mundo e não é?

— Boa menina — seu hálito estranhamente gelado acariciou meu rosto.

Ele passou a mão pela minha face, desceu no meu pescoço e parou.

— Mel, você é tão doce quanto o próprio doce — ele depositou um beijo na minha bochecha.

Um arrepio subiu pela minha espinha, o medo em meus olhos deveria ser evidente, eu tremia, suava frio, porem não me renderia tão fácil. Se fosse para morrer, morreria dignamente.

— Por que não se afastou? Por que está aqui?

— Porque eu gosto do perigo. Não importa a ocasião eu sempre causo problemas — comentei.

— Sabe, vocês mulheres são presas tão fáceis — ele riu sarcasticamente. — Vocês se rendem facilmente a beleza, sedução e luxúria. Gosto de coisas mais difíceis.

— Agora faz sentido o seu papo desconexo de mais cedo — disse e continuei. — Você é imune ao sentimento, ver o mundo como ele é, pois não se deixa ser levado por uma “bobeira” como você diz. Um psicopata carismático, você encaixa-se direitinho em todas as características. E você achou o que? Que por causa da minha beleza eu era uma garota tolinha? Matthew, você está enganado.

— Desculpa — ele sussurrou no meu ouvido —, mas você sabe demais.

A mão dele apertou a minha garganta. No desespero, tateei a calça dele e no bolso traseiro senti algo. O ar começou a me faltar e fui ficando mole. Tentei alcançar o bolso, tornado-se cada vez mais difícil suportar o aperto dele. Peguei a faca pela lâmina e finquei na barriga dele.

—Vadia!! — ele gritou e me jogou contra o espelho que tinha ao meu lado.

Passei a mão na cabeça e ela voltou encoberta por sangue. Ele tirou a faca da barriga e apertou o ferimento, que escorria sangue descontroladamente.

— Vejo que encontrei alguém a minha altura — ele disse e deixou que o corpo caísse no chão.

Respirava com dificuldade, a dor deveria ser exorbitante, porem, nenhuma lágrima escorria de seus olhos.

— Matthew, as aparências enganam — eu disse de pé ao lado de seu corpo. — Sinto muito, mas a sua vida acaba por aqui.

— Aguarde, Melissa, aguarde. A vingança é demorada, entretanto, ela sempre... — a frase ficou inacabada.

Ele deu o último suspiro e seus olhos perderam o brilho. Agachei do seu lado e abaixei suas pálpebras.

— Minha menininha tola virou uma mulher — a voz na minha cabeça disse.

— Hoje não — retruquei.

Olhei-me no que restou do espelho e uma marca roxa coloria minha pele do pescoço, nada que uma boa maquiagem não resolva. Retoquei meu rosto, a ajeitei meu cabelo e sai, deixando o corpo de Matthew sem vida estirado no chão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eai, gostaram?