Medo de agulha escrita por NanaTheLazy


Capítulo 1
One-Shot




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“Eu nunca tive medo de injeções, sempre achei engraçado aquele monte de crianças chorando por ter algo furando seu braço. Só estique seu braço, não vai doer tanto se você calar a boca e parar com a choradeira, o medo e a dor são psicológicos.

Ok, talvez eu esteja exagerando, mas como já estou tão acostumada com injeções não sinto mais nada.

Estou em um hospital desde os meus dois anos, tenho mais doenças que a população da minha cidade inteira. Realmente não me importo com isso, só queria sair desse maldito lugar, esses aparelhos me mantem viva, mas não me deixamviver de verdade!

Eu quero ver o mundo, não me importo se morrer com vinte anos, se eu tiver aproveitado eu vou ter vivido mais do que pessoas que duram até os noventa.

Pode parecer bobo esse pensamento, mas para mim é a realidade. Por isso decidi, que iria fugir desse inferno.

Péssima escolha!

Minha situação piorou consideravelmente, fui pega e internada em um hospital com maior segurança. Falando deste jeito parece que estou em um presidio, o que de certa forma não deixa de ser verdade, considerando que aqui era um hospital presidiário antigamente.

Tudo aqui é assustador, os médicos, as enfermeiras, os corredores e os quartos. Principalmente os quartos. Os quartos ficavam trancados a noite, e alguns até de dia. Perguntei a enfermeira sobre esses quartos, ela me ignorou.

Eu iria descobrir por mim mesma, se ninguém me contasse. Foi com esse pensamento que sem a médica ver, roubei as chaves dela e escondi debaixo do colchão, a noite caiu mais lenta do que o normal, provavelmente culpa do meu entusiasmo. O meu quarto foi trancado com uma chave reserva, esperei os passos se afastarem para correr até a porta e ter um pouco de diversão após tanto tempo trancada.

Escolhi aleatoriamente uma porta, nada lá, fui para a próxima.

Choro, dezenas de bebês chorando. Mas não tinha nada lá, há não ser uma placa no fim do quarto que dizia “Berçário”. Sai de lá aterrorizada, mas não ia parar de ver até saciar minha curiosidade, com o coração acelerado, abri a próxima porta.

Gritos invadiram minha mente, instrumentos de tortura estavam presos à parede, e eles se moviam sozinhos... Como se tivesse pessoas lá.

— Chega! — Gritei chorando e sai correndo de lá, após trancar a porta decidi que não queria ver mais nada naquele hospital...

No entanto, parecia que teria de ver. O primeiro quarto que eu tinha aberto estava com a porta escancarada, estranho, eu tinha certeza de ter fechado antes. Fui até a porta para fecha-la, mas algo me puxou para dentro e a porta se trancou atrás de mim.

Mantive-me calma graças aos equipamentos que estavam a minha volta, bisturis, agulhas e outros equipamentos médicos. Isso me acalmava de um jeito incrível, que bobagem.

Me senti sendo puxada outra vez, desta vez para uma maca, fui deitada de costas e alguma coisa, que eu não podia ver, estava segurando uma injeção, maior do que qualquer uma que eu já tenha visto, foi a primeira vez que eu tive medo de agulhas.

Ele injetou o liquido da injeção no meu braço, enquanto eu gritava de dor. Parece que ele se esqueceu de retirar a agulha, ele esta colocando outra em minha perna... E assim se segue até o resto do meu corpo estar coberto por agulhas, eu não resisto mais a dor, e desmaio.

Dia seguinte, acordo na minha cama.

Nada daquilo aconteceu? Foi tudo um sonho? Não acho as chaves, mas vejo que minha porta esta trancada, uso um pijama comprido que encobre meus braços e pernas por completo, não lembro de ter colocado aquilo.

Puxo as mangas, não foi um sonho... As marcas de agulha estão bem visíveis na minha pele.

Grito e choro ao mesmo tempo, uma enfermeira vem me socorrer, contei para ela o que aconteceu, a mesma riu e me chamou de louca, mostrei as marcas para ela.

Os olhos se arregalaram, ela disse que eu tinha feito isto enquanto dormia...

O médico veio me ver, a enfermeira falou tudo para ele. Ele fez alguns teste comigo, eu estava “milagrosamente” curada.

Mesmo assim continuei em um hospital... Só que este, tem as paredes todas brancas, os médicos fazem coisas ruins comigo, posso sair menos ainda. Sim, um hospital psiquiátrico.

Numa das poucas vezes que pude sair, vim escrever isso, só para dar meu adeus ao mundo, não aguento mais, toda noite o médico daquele hospital que eu estava antes, vem me ver para cuidar de mim, quero que ele pare com as consultas.”

— Diário achado 3 dias depois de Mary Jane (a dona das palavras acima) cometer suicídio.

— Depois de uma pesquisa profunda sobre o hospital que não sou permitida de citar o nome, descobri que houve um médico que usava injeções milagrosas para curar os pacientes, mas se elas não fossem renovadas a cada dia poderia causar a morte do espécime.

— Os presos eram usados como cobaias nos experimentos, que o doutor dizia que salvaria o mundo.

— O Doutor morreu no mesmo quarto onde Mary Jane descreveu ter sido curada.


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