Paulina e Carlos Daniel - Perdoa-me escrita por Dai


Capítulo 7
Ombro Amigo


Notas iniciais do capítulo

Oi Gente! postando aki antes que a Laura tivesse um surto kkkkkkkkkkk
Beijos e desfrutem!



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Paulina não aguentava mais, precisava recomeçar sua vida. Lembrar de Carlos Daniel só a fazia sofrer. Ela não podia negar que ainda sentia algo muito forte por ele. Talvez gratidão, carinho... ou amor, nem mesmo ela sabia.

Seu corpo gritava pedindo liberdade. Paulina estava cansada daquela vida que estava levando. A única coisa que ela se sentia realizada, era quando tratava-se de seus filhos. Seus QUATRO filhos.

Em um ato impensado, Paulina abre a porta do banheiro, pega a bolsa e sai de casa, batendo forte a porta. As palavras que Lizete, Paulinha e Gabriel diziam a ela, pareciam estar mudas. Ela estava em outro mundo.

Paulina saiu andando pela rua, sua mente estava focada na frase de Lizete.

“O Carlinhos e o Papai!” “O Carlinhos e o Papai!” “O Carlinhos e o Papai!”

Ela caminhou algumas quadras. Andou, andou, andou. As lágrimas a acompanhavam torturando-a, como se dissessem que ela jamais seria feliz. Ela andava de cabeça baixa, seu rosto estava ficando inchado, e os cabelos, bagunçados pelo vento.

–Paulina? –Perguntou uma voz rouca, um pouco tímida.

Ela ergueu o olhar, e quem menos esperava encontrar, apareceu.

–Esta tudo bem? –Perguntou ele quando seus olhares se encontraram.

–eu vou ficar bem, não se preocupe Juan.

–Como não me preocupar? O que uma mulher como você faz sozinha a essa hora na rua, e ainda por cima, chorando desse jeito?

–Desculpe, não queria preocupar você, afinal, mal nos conhecemos. –Disse ela com a voz falha.

–Não seja por isso. Estava indo aonde?

–Não sei, queria apenas esfriar minha cabeça. –Disse secando os olhos.

–Bom, se você não se importar, tem um bar aqui perto, podíamos tomar algo, e ai não seremos mais “desconhecidos.”

–Não sei se devo.

–Ah, desculpe. Seu marido deve estar te esperando, eu não...

–Sou Separada. –Disse ela baixinho, interrompendo-o.

–Ah... Desculpe.

–Pensando bem, acho que seria bom darmos uma volta. –Disse ela com um pequeno sorriso, tentando parecer bem.

–Então vamos. –Disse ele sorrindo.

Eles caminharam duas quadras, e o tempo todo estavam conversando. O choro de Paulina havia cessado, mas em seu peito, ainda a dor latejava.

–Você é daqui? –Perguntou ele iniciando a conversa.

–Não, nasci em Cancun. Depois por uma jogada da vida fui para a Cidade do México, ai casei... morei lá 13 anos, e quando me separei, vim para cá, eu e meus 2 filhos.

–Uma delas é a menina que estava com você hoje a tarde?

–Não... Na verdade tenho quatro filhos, mas apenas os dois que moram comigo são meus filhos de sangue. Quem estava comigo era Lizete. Ela é filha do meu ex-marido. –Uma faca atravessou seu peito. – Mas amo ela e Carlinhos como se fossem meus filhos de sangue, assim como Paulinha e Gabriel. E você, é daqui?

–Digamos que não. –Ele riu. –Meus pais moravam no México, se mudaram para cá antes de eu nascer. Nasci aqui, mas logo após eles se mudaram novamente. Cresci em Portugal.

–E como veio parar aqui novamente? –Perguntou Paulina, já mais calma.

–Bom, Meus Pais morreram a alguns dias. Deixaram a fábrica de tecidos para mim. Estou tentando assimilar essa “coisa” de empresário. –Ele ri.

–Sinto muito por seus pais. –Disse cabisbaixa.

–Bom, vamos mudar de assunto! –Disse ele animado. –Então você tem quatro filhos?

–Aham, eles são minha vida. – Ela sorri ao falar deles. – E você, tem filhos?

–Deus ainda não me enviou a mãe deles.

–hum... –Disse ela compreendendo que ele era solteiro.

Eles chegam ao Bar. Ele gentilmente puxa a cadeira para ela sentar. Paulina agradece.

–O que desejam? –Pergunta o Garçon.

–Uma tequila! –Disse Paulina rapidamente. Ela achou que lhe faria bem.

–Dois sucos de laranja, por favor. –Disse Juan interrompendo o pedido dela.

O Garçom se retira.

–Posso te fazer uma pergunta? –Disse Juan.

–A vontade.

–O que uma mulher tão linda como você fazia a uma hora dessas andando só, e ainda por cima de tudo, chorando?

–Bom... não sei por onde começar.

–Se não quiser falar, não tem problemas.

–Não! Eu preciso desabafar. –Disse ela soltando a respiração.

–Então, comece pelo começo. –Ele sorri docemente, olhando-a nos olhos.

O Garçom trás os sucos.

–Bom... –Ela respira profundamente. –A dois anos aconteceu uma desgraça na minha vida, na minha Família. Eu e Carlos Daniel havíamos ido a um jantar na casa de um de nossos sócios. Meu ex-marido é dono de uma fábrica de cerâmicas... –Ela contou parte da história. – Ai, acabaram me dopando, e simularam uma cena de traição. Meu marido viu, e nos brigamos. Eu estava gravida e perdi minha filha. Depois disso nos separamos na mesma semana. Desde então, não nos falamos. Você deve estar sem entender nada, não é mesmo? –Ela limpa uma pequena lágrima teimosa, e troca um pequeno sorriso com ele.

–Estou entendendo tudo. Um homem que não soube valorizar a maravilhosa mulher que tem –Ele sorri para ela, buscando um olhar.

Paulina desvia o olhar e fica corada.

–E era por esse motivo seu choro? –Pergunta com a voz calma.

–Não exatamente. Minha filha, a que estava comigo hoje a tarde, sente muito minha falta, assim como eu sinto a dela. E meus filhos caçulas sentem a falta de casa, da avó, do pai. –Ela segura uma lágrima. –Eles ainda acreditam que eu e o Pai deles um dia voltaremos a ficar juntos, mas isso é impossível.

–Impossível? –Pergunta ele buscando um olhar que foi correspondido.

–Não quero sofrer mais.

–Entendo. –Ele sorri acanhado.- Quero que saibas que a partir de hoje tens um amigo, que mesmo conhecendo pouco você, já a admira muito. –Ele sorri para ela.

–Muito Obrigada. Obrigada mesmo. –Ela sorri carinhosamente.

–Saibas que pode confiar em mim. Estarei aqui para o que precisar.

–Obrigada mesmo, de todo coração.

–Eu que agradeço por ter te conhecido. –Ele sorri e ela retribui.

–Bom, acho que esta muito tarde. Deixei as crianças com a Lizete. Sai quase fugindo de casa. –Ela ri.

–Importa se eu acompanhar você? Não quero que andes sozinha.

–Sem problemas.

Com muito sacrifício, Juan consegue pagar os sucos. Ele leva Paulina até o condominio.

–Esta entregue! –Disse ele sorrindo. Colocando as mãos nos bolsos da calça.

–Obrigado novamente. –Ela sorri.

–Quero te ver novamente. –Diz ele pegando-a um pouco de surpresa.

–ham.. sem problemas. –Disse um pouco tímida.

–Poderia me dar o numero de seu telefone? –Perguntou um pouco acanhado.

–Claro, tem como anotar?

Paulina diz o numero para ele. Ele o guarda no celular.

–Você vai ficar bem?

–Claro! Eu já estou bem! -Disse ela sorrindo.

–Então eu já vou indo. E se cuide.

–Você também. –Disse tímida.

–Até.

–Até.

Eles trocam um pequeno olhar. Paulina entra no condomínio. Juan permanece por um longo tempo ali, agradecendo a Deus por ter colocado uma mulher tão perfeita em sua vida.


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Notas finais do capítulo

Quem ainda não leu vai arrancar minha linda cabeça jijiji...
Comentem, Favoritem, Recomendem!
Dai♥