Aquilo que os Sonhos dizem. escrita por Ana Áctile


Capítulo 86
Os sequestros retornaram.


Notas iniciais do capítulo

O capítulo vai pra Gaby que favoritou a fic!! Obrigada flor!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/448612/chapter/86

Peter só largou minha mão quando chegamos na área onde fica a biblioteca.

O lugar tem formato quadriculado e é espaçoso devido o tamanho da biblioteca. Fica nos fundos do terceiro andar da escola. O local tem duas janelas largas que vão do chão até o teto, cada uma fica numa parede, uma de frente pra outra. E em cada janela há um banco com lugar para três ou quatro pessoas. Esse lugar é como se fosse uma sala para passar o tempo, tem uma única porta que é a passagem para a biblioteca, e é justamente por isso que é um lugar calmo, silencioso, por ser pouco frequentado. Quem está dentro da biblioteca não ouve nada vindo daqui de fora e vice-versa.

–Qual o seu problema? - Perguntei.

–Como assim?

–Não se faça de desentendido. - Reclamei. - Como você sai me puxando assim?

–Não iria ter graça se fosse de outro jeito. Sem contar que você estava tão distraída que iria levar um susto de qualquer maneira...

–...

–E você deveria me agradecer!

–Pelo o que? - Perguntei, indignada.

–Por estar te salvando de uma!

–Como assim?

–Se não fosse por mim, você estaria, neste momento, tendo que aguentar o romantismo do Klaus e da Lucy! - Falou, sínico.

Enquanto falava, ele fazia com que eu andasse pra trás e acabei ficando presa entre ele e a parede. Quando terminou de falar, fez um sorrisinho sínico no final.

–...

–E nós dois sabemos muito bem, mais do que qualquer outra pessoa, o quanto é uma situação chata!

Fiquei o encorando. Não sabia o que falar no momento, só sabia sustentar seu olhar.

–Reconheça!

Aqueles olhos azuis tão perto de mim...

Antes que eu respondesse, o sinal tocou marcando o fim do primeiro intervalo. Peter se afastou de mim e fez sinal para que fosse na frente. E o sorrisinho sínico ainda formado por seus lábios.

•••

Um mês depois.

Desde que Peter voltou a me ''sequestrar'', ele acabou fazendo isso todos os dias e em todos os intervalos. Depois de alguns dias, eu nem era pega mais de surpresa já que comecei a esperar isso acontecer. Na hora do intervalo, quando estou sentada a mesa conversando com Lucy e Klaus, passei a sair da mesa dizendo que iria comprar alguma coisa pra comer mesmo quando não era verdade, assim, ia até a fila da cantina e encontrava ele já me esperando ou ia direto até a biblioteca.

Tinha dias que nós ficávamos conversando sentados no banco que tem na área da biblioteca, as vezes chegávamos a entrar lá - o que acarretava algumas broncas da bibliotecária quando Peter me fazia rir de propósito já que é um lugar que exige silêncio -, tinha vezes que ficávamos andando pela escola ou íamos até a estufa - que só é usada pelo clube de jardinagem que por sua vez só tem atividades no fim do dia.

Isso tudo fez com que Peter e eu ficássemos cada vez mais próximos. E quanto mais o tempo passa, mais nossa proximidade aumenta. E eu gosto disso. Gosto de estar perto dele. De ouvir sua voz. De flagrar aquele par de olhos azuis me observando fazendo com que desvie o olhar por estar sem jeito.

Lucinda me contou uma de suas conversas com Klaus sobre eu e Peter. O garoto disse que quando perguntava alguma coisa sobre mim, Strongland desconversava, e que quando ele faz isso é porque se sente confuso.

O que ele sente por mim?

E sinceramente, eu vou conseguir aceitar o que sinto por ele? Afinal, nunca imaginei que um dia iria ao menos ser amiga de um garoto que só sabia me perturbar quando eramos crianças.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!