O Senhor de Gondor escrita por Will Snork


Capítulo 5
Capítulo 5 - Uma Nova Jornada Muito Esperada




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/448375/chapter/5

Os livros que conhecia contavam um pouco sobre o Condado. Soube que o povo de Gondor teve uma grande amizade com os Hobbits por séculos após o reinado de Aragorn, o nosso maior rei. Poderia até mesmo encontrar vários Hobbits andando pela antiga Gondor por lá e por cá.

Quando chegamos ao Condado, nos deparamos com um grande portão metálico com alguns detalhes rústicos ao meio, e em volta grandes paredes brancas sobre o gramado verde cerrado que refletiam a luminosidade em nossos olhos; com certeza era algo bem diferente do que eu me lembrava ter escutado sobre o Condado. E em frente à esse portão, dois pequenos guardas, bem menores que Glorick.

Os guardas vieram em nossa direção, e apontaram suas lanças bem maiores que seus próprios corpos para nós. Eles vestiam uma armadura que cobria seus rostos, e tinham os pés grandes, cobertos por uma bota grande e marrom.

— Parados! – disse um deles – Quem são vocês e o que querem aqui? – perguntaram eles com as lanças apontadas.

— Somos homens de Gondor. – disse Aratus – Eu sou Aratus, filho de Barethor, e amigo.

Os pequeninos cochicharam e retiraram seus capacetes.

Pude perceber que eles tinham os cabelos enrolados e olhos luminosos, e também um rosto muito amigável que era escondido por trás do capacete.

— Seja bem vindo ao Condado, Senhor Aratus. – disse um deles abrindo o portão, pisando com sua engraçada bota em uma alavanca que fazia o portão se abrir.

Assim que entramos percebemos a beleza daquele lugar, várias colinas verdes com portinhas redondas, e poucas casas de madeira em volta; um campo verde e fértil, com alguns riachos azuis que corriam em volta do local. O sol brilhava forte no horizonte, e crianças realmente pequenas corriam e brincavam pelo local. Os pássaros cantavam enquanto cavalgávamos lentamente apreciando o local, os Hobbits nos observavam, alguns com uma expressão séria de incomodo, e outros com sorrisos bem abertos em seus rostos. Aquele lugar trazia paz e conforto para qualquer alma que estivesse cansada e reprimida por batalha.

Aratus fez questão de acender um cachimbo, e ao subirmos a colina, começaram a aparecer mais casas de madeira, e alguns comércios também. Algumas plantações e fábricas de fumo. Diziam que o fumo que vinha do Condado era o mais caro e o mais cobiçado, e também o preferido entre os reis. E então sobre a colina que sombreava nossas cabeças, uma aguda porém suave voz surgiu.

— Quem são vocês? – disse a voz misteriosa.

Olhamos para os lados, e em cima de nossas cabeças, um Hobbit sentado e descalço, com seus pés grandes e peludos balançando aos lados.

— Quem quer saber? – perguntou Aratus.

— Eu quero! – resmungou o Hobbit cruzando seus braços.

— Você quer, ou alguém pediu para que você quisesse saber? – disse Aratus com seu cachimbo na boca.

O Hobbit ficou zangado, mas graças a isso acabou se entregando.

— Diga há ele, que estávamos atrás dele mesmo. – disse Aratus – e que somos amigos. E que junto de nós, está o menino desaparecido, e agora encontrado.

Quando Aratus disse isso, o Hobbit mudou sua expressão para espanto e correu por cima da colina.

Aratus desceu de seu cavalo, e soltou a fumaça ao vento.

— Vamos esperar aqui. Logo ele irá aparecer – disse ele.

Esperamos por algum tempo, o sol estava começando a esquentar nossas ccabeças. Do alto da colina, um homem surgiu, ele usava uma capa com capuz cinzenta e rasgada, e com ele dois Hobbits.

Ao chegar até nós, ele disse a Aratus.

— É verdade o que você disse? Aratus, você o encontrou? – ele perguntou a Aratus com um brilho no olhar.

— Sim. – disse Aratrus. – ele está ali. – disse ele apontando para mim, que estava entre Barad e Hildwyn.

— Meu rei. – disse ele vindo até mim, retirando sua espada e fincando-a no chão.

Então quando vi aquela espada, eu percebi que já havia visto ela antes. Então retirei minha faca da bainha, e vi que eram as mesmas escritas élficas.

Olhei para o rosto daquele homem, que estava quase entrando em lágrimas e disse a ele.

— Levante-se, homem.

Ele se levantou, e entao me curvei a ele.

— O que está fazendo? – perguntou.

— Obrigado. – eu respondi - Obrigado por ter salvo minha vida aquele dia.

Ele sorriu e me levantou. Assim ele me deu um abraço, e o seu capuz caiu, deixando soltar o seu cabelo negro e comprido que ia até a suas costas, que estava por sinal amarrado.

— Estou contente por ver que sobreviveu a queda. – disse ele com as mãos em meus ombros. – Eu achei que havia o matado; e por isso eu lamentei ter sobrevivido aquele dia, e deixei meu posto como Guardião. Após isso vim viver no Condado.

— E um dia nos encontrou, eu e a Glorick – disse Aratus.

— Sim, Aratus me prometeu que iria encontrá-lo, pois tinha esperança de ainda estar vivo quando disse que havia lhe jogado na cachoeira. Uma coisa que nem eu mesmo acreditava. – disse o homem.

Seguimos até a casa dos Hobbits, onde ele estava hospedado.

A casa era pequena, não de extensão, mas de altura, bater a cabeça em alguma coisa era extremamente fácil. Sentamos a mesa, e os Hobbits nos serviram uma bebida; parecia ser um chá muito bom, e alguns biscoitos e pão.

— Muito obrigado. – eu disse a eles – Como se chamam?

Então eles se apresentaram.

— Eu sou Paladim Tuk, e esse é meu primo Tolman Gamgi. – disse o que aparentava ser mais jovem, e com cabelos loiros um pouco avermelhados.

— Mas pode me chamar de Tom se desejar. – disse o outro, que era aparentemente mais velho e com o cabelo mais claro.

— E eu sou Tuandil. – disse o homem.

Conversamos por algumas horas e contamos algumas histórias, até que eu perguntei algo que estava em minha cabeça desde que chegamos ao Condado.

— Eu me lembro que quando lia sobre o Condado nos livros de Gondor, dizia que era um lugar lindo e amigável, um lugar rico por natureza; e que Hobbits eram um povo muito culto e educado. Não dizia nada sobre muros altos, guardas ou fortaleza.

Paladim olhou para Tom enquanto serviam o chá na minha xícara, então ele começou a contar.

— Bem, o Condado já foi assim, porém há muitos anos. Quando Aragorn se tornou o rei, isso no início da Quarta Era, uma grande amizade foi feita entre nossos povos; porém ele impediu que qualquer homem pisasse no Condado sem ser convidado por algum Hobbit, afinal o homem é ganancioso, e ver homens andando por nossas cidades livremente roubando nossas produtividades não seria algo muito bom. E nós Hobbits gostamos de paz e sossego. – dizia Paladim.

— Até que Gondor caiu. – continuou Tom – Após Gondor ser tomada muitos patifes começaram a entrar aqui e roubar o que tínhamos, causar problemas e até mesmo construir casas em nossas terras. E é claro que nosso Thain¹ não deixaria isso acontecer facilmente. Logo os Hobbits Frans² começaram a se mobilizar.

— Hobbits Frans? – perguntou Hildwyn.

— Frans são os Hobbits guerreiros, criados por nosso ancestral mais poderoso, Peregin Tuk, também Thain de sua época. – disse Paladim.

— Continuando – disse Tom – Os Frans se mobilizaram e conseguiram expulsar os invasores, e assim o Thain decidiu construir um muro ao redor do Condado, para evitar que mais ladrões aparecessem.

Continuamos um pouco essa conversa, mas logo decidimos dormir, pois o cansaço estava grande e estava começando a ficar difícil manter os olhos abertos enquanto os Hobbits falavam.

Na manhã seguinte sentamos a mesa novamente e tomamos um bom café. A mesa dos Hobbits são fartas e com várias variedades. Fazia muito tempo que eu não havia tido um banquete como aquele. E por sinal o vinho e o fumo que serviam era da melhor qualidade.

— Então, qual será o nosso objetivo agora, rei? – disse Barad com um pedaço de pão em sua boca, e zombando de mim.

— Não tenho ideia de como iremos vencer Eithor; até o momento só estamos seguindo os passos de Aratus, nosso objetivo era encontrar Tuandil, e enfim encontramos. E agora? Iremos para Rohan? – eu perguntei a Aratus.

Aratus fumava um cachimbo encostado na janela, que dava para o jardim fora da casa.

— Agora esse será nosso objetivo, lá você irá pessoalmente pedir ajuda ao rei de Rohan, de rei para rei. – disse Aratus.

— Você acha que ele irá nos ajudar? – questionou Hildwyn.

— Não tenho certeza, mas espero que sim. – disse Aratus soltando a fumaça de sua boca.

— Mas mesmo assim, somente os homens de Rohan não serão o suficiente contra os homens e orcs de Eithor. – disse Glorick.

— Eu tenho uma ideia – disse Tuandil – Irei até a Floresta das Trevas, lá há um posto onde vivem alguns Guardiões, é claro, não todos, pois grande parte deles vaga pela Terra-Média; mas já é de uma grande ajuda, tenho certeza que eles estarão do nosso lado quando souberem sobre o retorno do rei.

Então Aratus fez uma expressão de que lembrou de algo.

— Ah, Tuandil, leve isso com você, e tente encontrar alguém que possa ler. – disse Aratus tirando um pedaço de pergaminho do bolso.

— O que é isso? – perguntou Tuandil segurando o papel em sua mão e o abrindo.

— Isso é algo que pertenceu a Eithor, foi encontrado na Orthanc em Isengard. – respondeu Aratus.

— Como conseguiram isso? – ele perguntou.

— É uma história comprida, mas você conhece alguém que possa ler? – perguntou Aratus.

— Isso é língua negra, criada por Sauron durante seu reinado nos tempos escuros, eu sei um pouco sobre essa língua. – disse Tuandil.

— Você consegue ler? – perguntei a ele.

— Não muito bem, mas pelo pouco que sei posso dizer uma frase que está escrita aqui. Pois eu a conheço muito bem. – disse Tuandil com uma expressão séria em seu rosto.

— O que diz ai? – Perguntei a ele com muita curiosidade.

“Um Anel para todos governar, Um Anel para encontrá-los, Um anel para a todos trazer e na escuridão aprisioná-los. Na terra de Mordor onde as Sombras de deitam.” – disse Tuandil.

Então ele e Aratus ficaram com expressões estranhas em seus rostos, como se tivessem descoberto algo horrível.

— O que Eithor quer com isso? – perguntou Tuandil. – Digo, não faz sentido, o Um Anel foi destruído há duas eras atrás.

— O que é esse Um Anel? – eu perguntei.

E quase imediatamente duas vozes se levantaram irritadas na conversa.

— Como assim você não conhece a história de Frodo e o Anel? – disseram os Hobbits quase ao mesmo tempo.

— É a história de nossos grandes antepassados. Frodo Bolseiro, Samwise Gangi, Meriadoc Brandebuque e Peregrin Tuk. E até mesmo seu rei Aragorn, o Elessar. – disse Tom enfurecido.

— Não é hora para contarmos a história sobre a Guerra do Anel rapazes. – disse Aratus. – Temos que nos mover, e rápido.

— Você não acha que Eithor tem ou quer conseguir o Um Anel, Aratus? Isso seria impossível, ele foi destruído por Frodo no fogo da Montanha da Perdição. – disse Tuandil.

— Não, eu não acho que seja isso, o Um Anel realmente foi destruído e junto com ele, Sauron. Mas tenho certeza que Eithor planeja fazer algo. E temos que descobrir o que é antes que seja tarde demais. – disse Aratus.

Então Paladim se dirigiu em frente a todos nós, subiu em uma banqueta e disse.

— Há mais de duas eras atrás, nove seres dentre eles Homens, Anões, Elfos e Hobbits se uniram para destruir o mal que existia naquela época; o Um Anel. Eles se denominavam A Sociedade do Anel. Hoje nós aqui presentes, nos unimos para destruir o mal que atormenta a nossa era, o terrível Eithor e seus orcs nojentos; hoje somos oito, um número menor que eles, porém com o mesmo destino, podemos ser chamados de... A Sociedade contra Eithor?

— Definitivamente não. – disse Aratus enquanto nós riamos da atuação do pequeno Hobbit.

— Então faremos desta forma. – disse Tuandil – Vocês irão para Rohan, e eu irei para a Floresta das Trevas atrás de reforços, e nos encontraremos em Rohan em um mês.

— Eu irei com você, Tuandil. – disse Tom.

— E eu também. – disse Paladim. – Esperei a vida toda para viver uma aventura como as de Peregin Tuk.

— Acho que também irei com vocês. – disse Glorick. – Nas Florestas das Trevas existe uma cidade onde moram alguns parentes meus Anões, eu posso contar a eles o acontecido e talvez eles sirvam de alguma ajuda.

Nosso grupo se dividiu. Então Cavalgamos para fora do Condado em direções diferentes. Nós para Rohan, e eles para a Floresta das Trevas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

1 - Thain é o lider dos Hobbits no Condado

2 - A Palavras "Frans" vem da língua Rohirrin "Forte"