O Senhor de Gondor escrita por Will Snork


Capítulo 36
Capítulo 10 - O Início da Última Batalha




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/448375/chapter/36

Ao amanhecer partiríamos para Minas Tirith, eu estava ansioso demais para dormir. Não parava de pensar em o que Hildwyn havia me falado; além de seus sentimentos, eu pensava sobre o fato de nosso exército ser muito inferior ao de Sauron. Eu precisava fazer algo a respeito disso.

Levantei-me e peguei minha espada. Caminhei por Rohan, que estava quase deserta, poucas pessoas passavam pelo local a noite, a grande lua iluminava o meu caminho pelos campos verdes por de trás das montanhas, até a porta dos calabouços da cidade, e os primeiros flocos de neve começaram a cair, trazendo o frio do inverno junto com a guerra. Lá encontrei dois guardas, que me deixaram passar normalmente, pois sabiam de minha missão e me aguardavam.

O Calabouço de Rohan se tratava de uma caverna, que se localizava dentro de uma montanha ao oeste, e descia até o lugar mais profundo possível, lá havia tochas espalhadas pelas paredes, e também era lugar perigoso, com vários morcegos e estalactites, de onde pingavam goteiras e criavam poças d'água no meio do caminho. Mas havia uma grande “estrada” dentro da caverna, que antes era uma mina, e agora era usado como um calabouço.

Peguei uma das tochas na parede e caminhei para dentro da caverna. Ao fundo dela, encontrei o que procurava.

A grande fera estava dormindo, nela haviam várias correntes presas em suas patas, pescoço e asas. O Dragão estava quase imóvel.

Parei em frente a ele e respirei fundo para tomar coragem, pensando comigo mesmo: - "Eu não posso morrer agora".

Quando me aproximava, pisei em uma poça d’água e assim o Dragão pode me ouvir, ao acordar, ele levantou a cabeça e tentou me acertar com seu fogo azul, mas as correntes impediram que ele esticasse totalmente seu pescoço, fazendo o fogo atingir ao solo.

Nesse momento meu coração disparou, e pensei que iria morrer, mas a sorte estava do meu lado mais uma vez. Tentei lembrar-me das palavras de Tom Bombadil.

— “Ela só está nervosa, veja essa cara de dengosa.” – eu repeti com a voz baixa.

Lntamente me aproximei do dragão, e tentei tocar o seu rosto, cantando uma canção que o acalma-se.

Pobre Dragão, não se preocupe não vou machucá-lo. Eu vou fazer apenas carinho quando tocá-lo. Escute a minha canção. Droga, Dragão; não coma minha mão.”

Ao tocá-lo, ele não se mexeu, e assim o acariciei, enquanto o Dragão fechava seus olhos brancos. Peguei as chaves e abri suas correntes, uma a uma.

Quando o Dragão estava livre, eu me afastei, e ele tentou abrir suas asas, mas elas eram grandes e tocavam o teto. Pude oerceber tambem que elas estavam curadas. E então ele soltou um grande rugido, e cuspiu fogo aos lados, como se estivesse animado.

O fogo azul se envolveu por toda a caverna, acendendo as tochas ainda apagadas com o fogo azul do dragão. Corri para fora enquanto o fogo me perseguia.

Ao sair da caverna, o Dragão voou pela saída, para além das montanhas e da visão dos homens, em direção a luz da lua. E assim se foi uma das nossas esperanças de vitória.

Ao amanhecer, todos me perguntaram sobre o Dragão, pois acordaram com o barulho do seu rugido e o viram voar para além das montanhas. Mas me mantive em silêncio, e não quis comentar sobre o assunto.

Nosso exército estava pronto para partir, e com os Senhores das Guerras os conduzindo, partimos em direção há Minas Tirith, para travarmos a última das batalhas.

O sol fraco subia ao leste ao meio de nuvens cinzentas, e para lá nos seguimos o mais rápido possível, pois provavelmente ainda faltavam dois dias para que o exército de Kazurk chegasse até Minas Tirith para dar a notícia de derrota e liberar a fúria de Sauron. Cavalgamos a toda velocidade, e Hildwyn me evitava, mantendo distância de mim.

Ao longe, ao alto de uma grande colina, os meio-elfos conseguiram avistar o exército de orcs indo em direção a Minas Tirith um dia a nossa frente. E isso era quase o suficiente.

Depois de quatro dias, finalmente estávamos em frente ao portão branco de Minas Tirith, e o exército de Kazurk havia entrado lá à pouco menos de doze horas.

Os orcs que guardavam o portão subiram na muralha, e observaram nosso exército, assim soando as trombetas de guerra.

Quando nosso exército estava alinhado em frente o Portão Branco, uma ansiedade tomava meu peito. A neve envolvia a cidade, tornando-a mais branca ainda. Finalmente havíamos chego ao nosso objetivo, e tudo que queria era Aratus ao meu lado. Lembrei-me de quando saímos do vilarejo em que vivia, éramos apenas eu, Hildwyn, Barad e Aratus, nós quatro em busca de um exército, e de uma forma de vencermos Eithor.

Hoje não tínhamos Aratus ao nosso lado, mas conseguimos um exército, e novos aliados durante a nossa jornada. Me coloquei a frente, e disse a eles, enquanto o portão Branco se abria, e Trolls passavam por ele em direção ao nosso exército:

— Homens, hoje é o dia em que lutaremos por nossa liberdade. Hoje é o dia em que lutaremos por nossas honras. Hoje é o dia em que destruiremos as trevas de uma vez por todas!

E todos gritavam

— Hoje, lutaremos pelo fogo, pela terra em que habitamos, por nossas vidas, por nossos filhos, por aqueles que amamos. "Nossas espadas poderão cair, nossos escudos poderão ser quebrados, nossas almas poderão ser roubadas de nós, mas nossa honra, ela nunca morrerá!" – eu gritei a eles.

E então eu estiquei a frente à Espada dos Ventos, e gritei ainda mais alto.

— Se for para terminar em fogo, então queimaremos juntos!

E assim com um grande grito, todos cavalgaram até o portão, e de lá saíram mais orcs montados de Wargs. Os exércitos se colidiram, e de encontro os Trolls jogaram ao ar muitos dos nossos, mas logo eles caiam, pois muitas flechas atiradas pelos meio-elfos os atingiram.

Com a Espada dos Ventos, eu conseguia derrubar muitos orcs os jogando para longe com os ventos, e até mesmo os Trolls caiam com os ventos cortantes da espada; cortava suas pernas, e ao chão eles eram eliminados pelos outros.

Muitos orcs se afastavam de mim, o exército de orcs que estavam no portão estava sendo facilmente derrotado por nós, conseguimos passar pelo portão enquanto o sol se colocava atrás das montanhas e dando cor a lua.

Estávamos dentro de Minas Tirith, e ouvimos o primeiro uivo. Logo vários Lobisomens desceram pelas paredes das casas e pulavam os muros altos encontrados no relevo de Minas Tirith.

O sol ainda não havia desaparecido por trás das montanhas, mas em Minas Tirith os Lobisomens não voltavam ao normal, graças as nuvens negras que se envolviam sob aquele céu, tampando a luz do sol e fazendo com que a noite nunca desaparecesse dentro da cidade branca.

Eles se jogavam por cima dos homens, e muitos caíram ali. Eu estava na linha de frente junto a Eremon, Tuandil e Barad.

Até que junto com vários Lobisomens, surgiu em nossa frente Kazurk, e ao seu lado estavam Borgo, O Gordo, e Morgo, O Desprezível, com suas correntes.

Os Lobisomens nos atacaram, mas conseguimos derrotá-los com minha espada, logo atrás veio o ataque dos meio-orcs. Eremon foi segurado pelas correntes de Morgo, e assim Kazurk cravou a lança em seu peito, matando assim Eremon, O Senhor dos Guardiões.

Tuandil entrou em fúria pela morte de seu amigo; e nesse momento muitos outros Lobisomens entraram em nossa luta, nos impedindo de chegar até os meio-orcs. Olórin surgiu com  sua luz, espantando os Lobisomens novamente.

Em seguida tentei atacar Kazurk, mas ele era rápido demais, e se esquivava até mesmo dos ventos da espada, ele usou Borgo como escudo, executando seu próprio aliado para se proteger.

Aproximou-se de mim e tentou me atacar, mas defendi com minha espada. E enquanto eu encarava seus olhos, pude perceber que por um momento eles ficaram vazios, pois uma flecha negra o atingiu nas costas, derrubando-o ao chão.

Morgo ao ver Kazurk derrubado ao chão, tentou correr o mais rápido possível, mas também fora atingido por uma flecha negra em suas costas. E do alto de uma das casas, pude perceber Brake, o último dos meio-orcs com um arco em suas mãos, pulando pelos telhados em direção a algum lugar.

— Porque Brake nos ajudou? – eu perguntei a Tuandil.

— Também não consigo entender. – ele me respondeu.

Kazurk ria ao chão, e sua boca sangrava. E assim morreu Kazurk, o General Meio-Orc.

Logo a cima; percebemos que nossos homens gritavam e se apavoravam, e entre eles surgiu o próprio Sauron com sua armadura, que agora entrava no campo de batalha com uma grande Espada Negra em suas mãos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!