Amor atemporal escrita por Ane Viz
Notas iniciais do capítulo
No capítulo anterior:
Teve a sensação de uma leve tontura até sentir meus pés batendo no chão com força. Quando abri os olhos respirei fundo passando a mão por meu cabelo e olhei a minha volta. Precisei me esforçar para não dar saltos de alegria. Funcionou! Funcionou! Gritou mentalmente. Ouvi um barulho do lado de fora indicando que alguém tentava destrancar a porta, fui para a janela e saltei caindo perto de uma palmeira.
Boa leitura!
Capítulo um:
Tratei de me esconder atrás dela o mais rápido que pude. Por sorte foi o tempo necessário para ficar invisível e ver uns cabelos castanhos aparecem e dar uma olhada por todo o quintal. Era como se soubesse que havia alguém por ali. Balancei a cabeça. Afinal isso seria impossível, certo? Perguntei a mim mesma hesitando se seria seguro sair de lá.
Nessa hora comecei a perceber o quanto poderia estar em problemas. Passou a mão por seus cabelos se sentindo cansada e abalada. Era um risco muito grande. Uma coisa tinha certeza, não poderia me esconder para sempre. Fiquei respirando lentamente até que dei um salto alto demais ao escutar uma voz forte e rouca atrás de mim.
–Olá.
Girei nos calcanhares vendo um rapaz, ele devia ter uns vinte e nove anos, ou algo assim. Incrivelmente lindo, tinha a pele morena, cabelos desarrumados negros da mesma cor de seus olhos. Encarei aquele rapaz e notei como estava encrencada. Soltei o ar lentamente vendo como estava se segurando para não soltar uma risada. E o motivo era eu. Beleza, hein? Resmunguei mentalmente. Fale alguma coisa. Disse a mim mesma.
–Er... – Fiz um gesto de oi com a mão e inteligentemente acrescentei – Olá.
O rapaz sorriu para mim e deu uns passos para o lado querendo conferir algo.
–Acho que você está perdida...
Abri a boca para dizer não, mas então percebi... Esta era a saída. Assenti freneticamente com a cabeça.
–É. Perdida.
Novamente o rapaz apertou a boca para não rir de mim. Arqueei a sobrancelha irritada em sua direção.
–Sei de alguém que pode te ajudar... Vamos.
Olhei assustada para ele e neguei.
–O quê? Não, não posso.
O moreno concordou, porém não parecia muito feliz com isso. Pegou o celular e discou um número colocando o aparelho em seu ouvido.
–Suze?
Não pude ouvir o que dizia, mas a morena de mais cedo voltou a aparecer na janela e seus olhos verdes desta vez encontraram os meus azuis.
–Certo.
Vi como a morena respondeu algo desaparecendo em seguida da minha vista. Pouco depois estava ao lado do rapaz.
–Olá, sou Suzannah, Suzannah Simon. – Apontei para o rapaz ao lado dela. – Esse é o Hector de Silva, meu namorado.
Dei um sorriso fraco, o lado bom era que estava no lugar certo.
–Ellen Grey. – Respondi tentando aparentar estar calma.
Os dois trocaram um olhar como se soubessem mais do que falavam.
–Quer uma ajuda para voltar para casa?
Abri e fechei a boca algumas vezes. O que digo? Não tinha como voltar para casa, ainda. O meu David ainda corria perigo. Mordi o lábio inferior pesando as possibilidades. Sabendo que nunca realmente fui boa em mentir optei pela saída mais prática, dizer uma meia verdade.
–Isso seria impossível. – Respondi com um tom baixo.
Suzannah me olhou desconfiada.
–É que não sou daqui – apontei para o chão.
Os olhos dos dois brilharam em expectativa. O rapaz sorriu de lado e disse.
–Com certeza não.
Ergui meu queixo olhando para ele.
–O que quer dizer com isso?
Suze bateu no braço dele o repreendendo com o olhar.
–Tudo bem, você pode ficar hoje aqui.
Pisquei os olhos entre animada e confusa.
–Como? Você nem me conhece.
Hector passou o braço em volta do ombro dela e depois olhou para mim.
–Tem duas opções. – Coçou sua cabeça e encarou o relógio – Mas, por hoje, ficar aqui seria uma boa solução.
Mordi o lábio, incerta.
–Não quero causar problemas.
Eles trocaram um olhar carinhoso e assentiram.
–Não vai.
Suze veio para o lado e me puxou para andar junto com ela.
–Quantos anos você tem?
–Dezessete. – Dei de ombros.
A morena olhou para o rapaz fazendo um gesto para pararmos um momento.
–Fique aqui com ela um pouco. – Apontou para a casa. – Vou falar com a minha família.
Ao ouvir isso dei um passo para trás. A ideia de encontrar o David com vida era... Delicioso e assustador.
–Com medo? – Ele provocou.
Ergui o rosto para encontrar com seus olhos.
–Claro que não, amigo.
De repente um sorriso surgiu no canto dos seus lábios ao dizer:
–Jesse.
Pisquei confusa olhando para ele algumas vezes e deu de ombros notando minha cara de total desentendimento.
–Já que somos amigos achei que deveria saber o meu apelido, Jesse. Hector, Jesse. Sabe?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Oii, Anna! Fico muito feliz em saber que gostou do prólogo. Espero que goste cada vez mais. Aguardo a opinião de todos.
Beeeeijo, e até o próximo capítulo!