Tomou um banho quente e relaxante, enquanto afastava aquela nuvem negra que aparecia quando seu pai a encontrava. Vestiu um pijama curto de verão e se sentou na cadeira de mogno, já envelhecido, que estava disposto em seu quarto, à frente da janela, acendeu a luminária e abriu os livros da escola para estudar. Revisou as matérias e fez algumas pesquisas no seu novo (comprado com muito esforço) notebook, para o trabalho com as meninas. Perto da meia noite, ouviu o arrastar dos pés de sra. Finn indo para o quarto dela, e percebeu que deveria fazer o mesmo e descansar. Deitou-se, e pegou um retrato da cabeceira. A única foto que tinha com sua mãe.

– Sinto muito a sua falta. - Sorriu, devolveu a foto em seu lugar e adormeceu.

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O despertador berrou às cinco em ponto, como já era de costume. Brook abriu os olhos e sorriu, com alguns raios de sol nascente entrando pela vidraça da janela. Se levantou, arrumou sua cama, e foi ao banheiro onde fez sua higiene pessoal e trocou de roupas. Vestiu o uniforme da escola e prendeu as mechas da franja de lado. Fez uma leve maquiagem, recolheu seus cadernos e livros, arrumou sua bolsa e desceu. Na cozinha preparou um café, do qual tomou um gole e deixou o resto na cafeteira para sra. Finn. Lavou as louças da noite anterior, arrumou rapidamente a sala e saiu. A escola não era tão longe, mas já havia gasto 40 minutos desde a hora que acordou, o que lhe restava apenas 20 minutos para chegar ao colégio no horário.

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– Con? Connor? Acorda. Vamos… Quero chegar mais cedo para falar com o treinador. - O pai lhe chacoalhava no ombro.

– Mais dez minutos… - Ele resmungou, apertando o travesseiro em cima de sua cabeça.

– Não… Vai, Connor! Levanta! - o pai saiu.

Connor resmungou qualquer coisa e se dirigiu cambaleando até o banheiro. Tomou um banho rápido para despertar, e colocou o uniforme que sua mãe lhe entregara após o jantar, ontem à noite. Era careta demais para ele, mas melhor coloca-los e garantir a faculdade e o time. Saiu pelo corredor e foi até a cozinha. Seu irmão já estava comendo doces, mas ele se contentou com uma panqueca e um waffle.

O pai já estava dentro do carro, buzinando como louco, querendo a atenção dos filhos.

Ele pegou a antiga mochila e saiu, seguido pelo irmão. Somente a voz de Josh, o irmão, ecoava no carro até chegarem a escola 10 minutos depois, e ele pensava planos mirabolantes em como ia ser na nova escola e o que iria fazer. A escola dele não seria a mesma que de Connor, claro, então ele foi deixado primeiro em frente a um portão azulado e o pai partiu para mais cinco minutos de corrida até o Ashland High School. Deixou Connor na entrada dos alunos, e foi estacionar, para entrar pela secretaria.

Connor fez um aceno de cabeça ao pai, pegou a mochila, enfiou-a nos braços e passou pelas portas do colégio. Com um papel na mão, seguiu até o balcão que ficava em frente aos armários, o balcão que ajudava os alunos novos.

– Você é o Connor Sullivan? Seja bem-vindo, Connor! Olhe, estes são seus livros - a mulher de uns 37 anos começou e lhe entregou uma pilha de 10 livros. - e estes são os seus horários. A chave do seu armário é… esta. - Retirou uma chave do quadro de camurça verde, pendurado na parede o deu.

– Obrigado. - Ele disse com um esforço mínimo ao segurar tantas coisas.

– Quer ajuda? Brook! Hey, Brook! Ajude ele aqui, por favor? - A mulher chamou a menina que passava no corredor, uma das poucas que já estavam dentro do prédio.

Brook olhou para ela, sorriu e foi até lá. Quando viu o loiro de olhos claros, gargalhou.

– Você!

–Você! - eles disseram em uníssono e riram. Brook retirou alguns livros da mão de Connor. - Vem, eu te mostro o seu armário.

Ela sorriu e demorou um pouco para que Connor caísse na real e a seguisse.

– Como é o seu nome?

– Connor… Connor Sullivan e o seu?

– Brooklyn, mas pode me chamar de Brook. É novo na cidade, né? Chegou ontem?

–É… Cheguei…

– Como foi a viagem?

– Boa.

Eles caminharam em silêncio à partir daí. O armário dele era no mesmo corredor que o de Brook, mas o dela ficava no lado direito e o dele, ao lado esquerdo do corredor. Ela o conduziu até lá e ele guardou os livros.

– Que aula é agora? - Brook espiou na folha que Connor segurava.

– História.

– Eu também… - Ela sorriu.

Connor analisava todos os traços dela. O modo como ela sorria, de como se sentia à vontade com ele, sem nem o conhecer. Os olhos castanhos brilhando de felicidade, uma felicidade que lhe parecia ser normal, o cabelo milimetricamente arrumado, a voz doce e suave como a de um anjo sussurrando em seu ouvido, sua pele branca, a delicadeza de seu caminhar, a naturalidade com que fazia tudo e a simpatia que conquistava.

– Connor? Connor? Oi? - Ela o chamou

– Ah… Desculpe. O que disse?

– Eu disse que eu vou passar no meu armário e que a aula já vai começar. Ela deu uma risada sem som e andou até o outro lado do corredor, guardou a bolsa, pegou o livro, o celular e o estojo e voltou até ele. Eles seguiram até a sala K.