Daniel a encarava, escondia o sorriso, por dentro tinha muitos medos, de fazer Julie sofrer, de não a fazer feliz, e o maior deles, que Demetrius viesse a fazer algo de ruim com ela. A amava, e disso não tinha duvidas, mas acima de tudo isso, queria que a amada fosse feliz de verdade, nem que pra isso ele tivesse que a deixar ir sem ele.

– Não podemos fazer isso Julie. – o loiro disse com o olhar triste, logo o sorriso de Julie se apagou, mas ele não deu tempo de resposta a ela, saiu rapidamente da edícula. Julie sentou no pufe, apoiou seu rosto com os braços em cima do joelho, e várias lágrimas presas começaram a descer incontrolavelmente pelo seu rosto.

Felix e Martim entraram na edícula novamente, logo perceberam Julie ali, e o seu choro baixinho, se entreolharam suspirando.

– O que houve Julie? – Felix perguntou preocupado. Julie não respondeu se levantou e saiu sem mais explicações.

– Ihh, pelo visto o pau comeu feio por aqui hein. – Martim comentou. Felix balançou a cabeça em negativa, tinha o olhar preocupado.

[...]

As lágrimas de Julie não cessavam, a cada vez que lembrava das palavras de Daniel, elas voltavam com toda a “força” se aproxima da porta do seu quarto, quando ouviu novamente uma conversa vinda do quarto de hospedes. – tem certeza mãe? Tem que ser algo pratico, mas muito eficaz, não posso dar bobeira, já o perdi uma vez, e não posso e nem quero o perder uma segunda vez, tá entendido?

– Claro minha querida, já falei, essa poção é batata! Apenas uma dose, e ele cairá aos seus pês e fará tudo o que você quiser!. – Julie agora ouvia uma segunda voz, estranhava cada vez mais aquelas palavras, foi se aproximando da porta ao lado, para ouvir melhor. – Espero que funcione mesmo, com o Daniel fazendo tudo o que eu quero, logo vou poder concluir o meu plano. – agora Julie tinha total interesse naquela conversa, e no que ela significava, precisava entender o que se passava para proteger Daniel. Com muita discrição ela entre abriu lentamente a porta, e pode ver duas fantasmas, uma delas era Joana, “ eu sabia que ela não era confiável” Julie pensou, e outra fantasma, era já uma senhora, Julie logo deduziu que era a mãe de Joana. “eu preciso avisar ao Daniel que ele corre perigo!” Julie pensava aflita, com cuidado ela saiu, apesar de estar um pouco chateada com Daniel, ela ainda o amava e se preocupava com ele, principalmente por não saber do que se tratava o plano real de Joana.

[...]

Julie retornava a edícula, antes de entrar, ouvia uma linda canção na voz de Daniel.

Nesta hora, neste lugar

Desperdícios, erros

Tanto tempo, tão tarde

Quem era eu para te fazer esperar?

Apenas mais uma chance, apenas mais um suspiro

Caso reste apenas um

Porque você sabe, você sabe, você sabe

Que eu te amo

Eu te amei o tempo todo

E eu sinto sua falta

Estive tão longe por muito tempo

Julie se emocionou com o trecho da canção, logo pensou que ele se referia a ela , mas não poderia perder tempo, entrou, Daniel terminava de cantar um verso “Eu continuo sonhando que você estará comigo e você nunca irá embora.” Porém assim que viu Julie parada a sua frente com um sorriso abobalhado, ele parou.

– Preciso conversar com você. – Julie disse se aproximando para sentar ao seu lado.

– Olha, se for sobre o beijo...

– Não, pode ficar tranquilo, eu não vou mais insistir com você. – Julie o interrompeu. – é sobre a Joana, tenha cuidado com ela, e se ela te oferecer algo pra beber, não beba! – orientou lembrando da poção.

– Relaxa Julie, eu sei me cuidar, valeu. – Daniel disse um pouco ríspido. Julie bufou.

– Olha, tenho inveja da sua teimosia, porque ela é eterna! Tudo bem Daniel, não quer me ouvir beleza, depois não diz que eu não avisei. – e saiu da Edícula, fechando bruscamente a porta da mesma.