Virou Simplesmente Amor escrita por Mary e Mimym


Capítulo 8
Lembranças, Praia e... Dança?


Notas iniciais do capítulo

Um dia atrasado, mas está aí o capítulo. Em breve responderemos os comentários pendentes xD



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Lupus saiu da varando, fechou o portão e ficou de costas para o mesmo. Lothos o encarava. Ambos estavam na calçada.

–Por que precisa da minha ajuda? Pelo que sei, eu sou o menino problema. Tanto que pediu para o Dio me "ajudar" - Lupus fez o sinal de aspas com as mãos - a me controlar. Patético.

–Você não é mais nenhum menino, Lupus. Sabe dos seus limites, mas como agiu feito criança, ou melhor, usando as suas palavras, um menino, tive que contatar o Dio.

Lupus estalou a língua e ficou incisivo com Lothos.

–Ainda não me respondeu. - O rapaz voltou ao assunto inicial, que levara Lothos a bater na sua casa.

–Preciso que ajude Zero.

–O Zero? - Lupus riu cético - Eu já vivi de tudo, mas ajudar aquele... - Ele balançou a cabeça - Por essa eu não esperava.

–Pouco me importa o que esperava, quero apenas saber se está disposto a me ouvir? - Lothos cruzou os braços.

Lupus suspirou. Olhou para outro ponto qualquer.

–Não tenho muito tempo.

–Não estou a fim de bancar o rapaz bom. Tampouco fazer caridade para ajudar um professor.

Lothos se virou para o carro.

–Só isso que tem a dizer? - Perguntou.

Lupus permaneceu em silêncio. Lothos caminhou até seu carro. Abriu a porta.

–Quem eu ajudaria... Exatamente?

A pergunta de Lupus fez a diretora parar sua ação e se virar para ele.

–Por que o interesse? Pensei que não quisesse bancar o bonzinho.

–Diga logo, - Lupus não pareceu gostar do tom de Lothos - pois já estou me arrependendo de ter perguntado.

Lothos deu um breve sorriso.

–Zero está treinando Lin. - Lupus ficou atento nas palavras da diretora - Ela tem o caso semelhante ao seu, porque também é sobre controle.

–E por que eu? Afinal, Dio quem te ajudou nisso quando o descontrolado era eu.

–Dio não irá me ajudar.

–Peça com educação, que ele ajuda. - Debochou Lupus.

–Estou perdendo essa educação com você, então acho que não terei mais nenhuma se eu for recorrer à outra pessoa. - Lothos o encarou, impaciente.

–Então o assunto da... - Lupus se conteve, não queria lembrar-se de Lin - Dessa menina é mais grave do que aparenta?

–Estamos num mundo diversificado, Lupus. O que mais tememos é o caos e, quando ele se aproxima, usamos todas as armas que temos para detê-lo.

Lupus se manteve em silêncio por um tempo.

–Não quero perder o meu tempo enquanto pensa se vai aceitar a proposta ou não.

–E qual seria a proposta? Não farei nada de graça.

Lothos semicerrou os olhos. Analisou Lupus e esperou um pouco antes de falar.

–Quero que ajude Lin a se controlar e...

Lothos suspirou. Enquanto ia para casa de Lupus, pensara bem na decisão que estava tomando. Não contara nada a Zero. Era algo que a perturbava, mas que, talvez, fosse à única chance de ajudar Lin, pensava ela. O que Lothos não sabia, é que sua angústia ia além do que estava acontecendo.

–Quero que a faça ir embora. Em troca, terá a liberdade para exigir o que quiser de mim.

Lupus desfez os braços. Não acreditara naquilo.

–Por que quer que ela vá embora? - Ele quis saber.

–Lin não pode ficar aqui. Está muito acima do que você possa imaginar.

–Então me diga.

–A sua função será apenas de ajudar. Esqueça o motivo da minha proposta.

–Não irei ajudar, Lothos, enquanto não me disser o que há por trás disso tudo.

–Então não precisarei da sua ajuda. - Lothos se virou - Irei falar com outra...

Lupus, num impulso automático, segurou Lothos pelo ombro e a virou.

–Esse papo de que vai procurar outra pessoa é um blefe. Se você veio até mim, é porque sou a única pessoa que tem possíveis chances de entrar nessa. Mas... Você me deixou muito curioso com esse caso. Por que Lin precisa ir embora? - Sua voz havia perdido a voracidade. Era uma mistura de raiva e preocupação.

–Por que se importa com isso? - Lothos deu um passo para trás, tirando a mão de Lupus de si.

A diretora encarou Lupus como se ele fosse uma criança que estava mentindo e Lothos fosse a mãe em busca da verdade, repreendendo-o com um olhar severo.

–Eu... - Lupus virou o rosto - Eu não suporto essa garota.

–Então está de acordo comigo? - Lothos sabia que não era por isso, mas não ousou desmentir o que Lupus dissera - Ajudará Lin e depois a fará ir embora?

–Não sei como farei a segunda parte, mas darei meu jeito. - Lupus deu uma pausa - Vê-la longe daqui será um favor que faço para mim mesmo.

–Se te fará bem, não tem nada a ver comigo. Apenas faça. - Lothos voltou para o carro e entrou.

Ligou-o e, quando foi sair do encostamento, Lupus apareceu na frente do carro.

–Irei descobrir por que você quer que Lin vá embora. - Disse.

–Isso não te interessa, Lupus.

Lothos deu ré e saiu com o carro. Lupus ficou parado onde estava.

–Agora tem mais essa... - Murmurou para si.

***

Sieghart estava em casa, mal tinha tocado na comida que comprou. Remexia o garfo. Suspirou. Levantou-se da mesa. Ele deveria ter ido à escola, mesmo estando de recesso, sua matéria exigia sua presença nessa semana, para organizar no diário o que estava pendente.

Sieg pegou as chaves que estavam na estante e saiu de casa, deixou a quentinha em cima da mesa. Pouco se importou.

A tardinha já estava caindo. Tinha o costume de almoçar tarde. O vento fresco batia em seu rosto. Ele andou sem rumo. Apenas caminhava por entre as calçadas, desviando das árvores em que as raízes haviam criado um obstáculo, quebrando o concreto.

Sieghart sempre achara errado não haver um espaço maior para que a árvore pudesse se esticar sem quebrar as coisas ou incomodar a passagem. Mas não reclamava da presença delas ali. Proporcionavam sombra e frescor.

“-Você não vai me esquecer, não é? – Ele perguntou. Ainda era bem jovem. Estava se formando em professor.

–Sieg...

–Mari, prometemos ficarmos juntos depois que nos formássemos.

–Eu sei... – Ela olhou para qualquer ponto. Estavam numa festa, que Mari relutara para não ir, em comemoração aos formandos.

–Então o que está havendo? – Ambos estavam sentados numa mesa, o barulho da música não parecia interferir na conversa.

–Recebi uma proposta.

–Isso é ótimo! – Sieghart quase gritou para que todos ouvissem. Amava Mari. Ficava feliz com a felicidade dela.

–Sieg... Escute-me. – Mari era séria, mas o moreno já havia se acostumado com isso – Eu não lecionarei aqui na cidade.

Ele entreabriu a boca. Passou a língua rapidamente pelos lábios. Tomou um copo de bebida alcoólica. Demorou alguns segundos para digerir a informação.

–Prometemos...

–Eu sei. Mas promessas também são quebradas, Sieg. – Mari deu uma pausa – E ninguém morre por conta disso.

Sieghart olhou ao seu redor. Seus colegas de Faculdade estavam bebendo e dançando. A festa estava sendo num bar sofisticado fechado apenas para eles. Mari não fizera o mesmo curso que Sieg, mas estudavam na mesma instituição.

O moreno voltou a olhá-la.

–Eu vou com você.

Mari abaixou o rosto.

–Não deixarei que perca a oportunidade que tem aqui para seguir comigo. Não há cabimento. – Ela voltou a olhá-lo.

–Mas... – Sieghart não sabia como contra argumentar. Realmente seria tolo se deixasse tudo o que conquistou para trás. Sairia da Faculdade e entraria direto como professor numa escola prestigiada da região.

Mari se levantou da mesa. Sieg segurou a sua mão assim que ela passou ao seu lado.

–Não irá me esquecer, não é? – Ele ergueu o olhar até os olhos de Mari. Admirava aquela genética que fizera Mari ter duas cores em suas íris.

Ela ficou em silêncio.

–É mais fácil você me esquecer, Sieg. – Disse, por fim.

–Nunca. – Ele sussurrou só para que ela ouvisse.

Mari soltou a mão de Sieghart e disse:

–Irei amanhã de manhã. – Ela olhou para frente, já encarava a saída – Talvez... No futuro, haja possibilidades de cruzarmos nossos caminhos novamente.

Sieg abriu a boca, mas nada disse. Mari, incomodada com aquela situação, preferiu ir embora.

Algumas amigas de Sieghart, depois que viram Mari indo embora, foram até a mesa do mesmo. Umas para aproveitar a oportunidade; outras, apenas saber o que havia acontecido.

Sieghart pouco deu atenção. Pensou várias e várias vezes em ir até a casa de Mari, mas optou por terminar a noite no bar e depois ir para casa. Não conseguiu dormir. A insônia se tornara uma companheira nas noites seguintes em que não via Mari.

Depois que ela viajou – ele nem sabia para onde Mari havia ido – Sieghart se manteve o mesmo, pois saía com os amigos, mas não tinha o mesmo gosto de se divertir quando estava com Mari. Não que ele se divertia dessa forma extravagante, mas o entusiasmo já não era o mesmo. O sono também não. Passava noites em claro. Acabou se tornando um hábito.”

Sieghart parou numa lanchonete. Viu um rapaz mexendo no celular. Logo depois ele colocou o aparelho na mesa e sorriu ao ver uma menina chegando. Levantou-se e a beijou. Era um encontro, provavelmente.

Encontros... Quem imaginaria que depois de oito anos os dois voltariam a se encontrar. Mari e Sieghart.

–Só poderia ser brincadeira do destino. – O moreno repetia isso enquanto voltava para casa ao descobrir que trabalharia na mesma escola que Mari.

A vida do moreno deu uma bela reviravolta. Ele viajou para ver a família naquela cidade e acabou sendo chamado para trabalhar. Largou tudo – não que tivesse tantos bens – e foi para a cidade onde seus sentimentos tornariam a fluir pela pessoa que amou.

Estava há dois anos e meio ali. O primeiro ano na escola foi o mais turbulento. Depois Mari e Sieghart começaram a viver apenas como amigos, além de a Diretora Lothos ter repreendido o comportamento dos dois.

Agora... O agora estava sendo complicado. O agora estava começando a se tornar irrequieto. Sieghart deveria fazer algo. Aquela angústia não poderia permanecer viva após tantos anos.

Continuou sua caminhada e parou diante ao Shopping. Viu uma família saindo. O pai segurava as compras, enquanto a mãe chamava pelo menino que saiu na frente dos dois. Ele corria com uma boia na mão.

–Praia... – Murmurou o moreno – Estou precisando de praia.

***

Amy se levantou da mesa depois do que disse. Não gostou do silêncio e do clima que ficou. Ela fez um sinal, puxando o indicador para ela, chamando Ronan para segui-la. O azulado olhou para a mãe e ela assentiu. Ele saiu daquele âmbito e andou atrás da rosada.

Amy saiu da casa e ficou no jardim em frente, tinha uns guarda-sóis espalhados embutidos em mesas, com cadeiras ao redor. Ela seguiu para um deles. A tardinha já estava se aproximando. O sol estava descendo para detrás das montanhas ao longe da cidade.

A rosada parou debaixo de um guarda-sol, mas não se sentou. Só estava aproveitando a sombra proporcionada.

–O que houve? – Perguntou Ronan, parando ao lado dela.

–Você está entrando numa briga de gente de grande com o seu pai.

–Eu sei. – Ronan virou o rosto e suspirou – Não vou desistir da Elesis.

–Eu não vou tentar impedir que faça isso. Eu mesma já desistir de tentar te convencer que não vale a pena e...

–Amy, se me chamou parar dar sermão, eu vou entrar e não vou me importar que se retire.

–Não seja grosso! – Amy deu um tapa em seu braço e o azulado voltou a olha-la – Não estou falando para o seu mal, só acho...

–Que meu pai não irá facilitar as coisas? Eu sei disso, Amy. Mas não estou nem aí.

A menina suspirou. Ficou olhando para Ronan um bom tempo.

–Eu te amo, garoto, te amo muito para deixar que se machuque depois. Te amo como amiga, como alguém que você possa contar mesmo nas suas maiores burradas... – Amy sorriu – Vulgo essa em que você se apaixonou pela insuportável da Elesis.

Ronan soltou um risinho.

–Se quiser minha ajuda, não hesite em pedir, Ronan.

O rapaz colocou a mão no queixo e ficou pensativo.

–Pensando bem... – Ele franziu a testa e uniu as sobrancelhas – Seria mais confortável para mim se você dançasse também.

–Mas...

–Você não dançaria comigo, dançaria com o Jin. – Adiantou-se Ronan.

–Ah sim, pode ser. Eu irei adorar dançar para todos verem. – Amy apertou as bochechas com as mãos e piscou os olhos.

–Agora resta saber se os ruivos aceitarão dançar... – Ronan pareceu novamente enevoado e seu tom era desanimado.

–Pode deixar que eu convencerei o Jin. O problema todo...

–Não precisa dizer. Eu darei meu jeito. A Elesis vai dançar comigo. Nem que eu tenha que arrasta-la.

–Aquela desajeitada não deve nem saber dar um passo de valsa. – Amy cuspiu as palavras.

–Não iremos dançar valsa mesmo. – Debochou Ronan.

–Nha! – Resmungou Amy, não sabendo como retrucar o que o azulado disse. Ele riu.

Os dois permaneceram em silêncio. O vento fez as honras em quebra-lo, movendo o gramado curto e as plantas do jardim.

–Você a ama, Ronan?

Amy já sabia da resposta, mas queria a confirmação concreta mais uma vez. O azulado ficou em silêncio.

–E se...

–Vivemos em meio a emoções e sentimentos. – Ronan se manifestou – Sentimentos esses que nem sempre são retribuídos, mas não deixam de serem sentidos. Independente do que aconteça no futuro, eu saberei que fiz de tudo para que eu e Elesis ficássemos juntos e sei que não me arrependerei de nada.

–Seria bom se as pessoas pensassem assim e não desistissem tão facilmente.

Ronan não se limitou a sorrir, apenas balançou a cabeça.

–Eu conheço tanta gente que não acha que o esforço valha a pena... – Amy inspirou.

Depois de uma quietude passageira, Ronan desabafou:

–Está doendo. Está doendo muito.

Amy o abraçou. Ela era bem menor que ele e ficou nas pontas dos pés. Ronan apoiou seu rosto no ombro da rosada. Não precisavam falar nada. A amizade estava sendo o bastante. Ronan sabia que poderia contar com Amy, pois, além do que já viveram juntos, ele havia depositado uma confiança gigantesca na menina.

–Não vou dizer que dará tudo certo, mas no final... Você não poderá olhar para trás e reclamar que não tentou, não foi isso que você disse?

Ronan desfez o abraço. Passou a mão no rosto. Seus olhos azuis não estavam com o mesmo brilho de sempre.

–Eu tenho que ir... Disse aos meus pais que não demoraria muito. Tenho cabelo marcado para hoje à noite.

Ronan fugiu do assunto que o angustiava.

–Por que você fará o cabelo hoje à noite?

–Porque eu preciso acordar diva amanhã de manhã, ora.

Ele riu. Amy tinha essa facilidade de animar alguém e irritar também.

–Tudo bem... Irei te acompanhar até a saída.

Amy assentiu e começou a andar, Ronan foi atrás.

–Jovem Erudon. – Chamou Sebastian.

O azulado parou e se virou para trás. Amy também parou.

–Um rapaz chamado Jin ligou para o senhor e pediu que retornasse para ele assim que pudesse.

Ronan olhou para a rosada e depois voltou para Sebastian.

–Ele adiantou o assunto? – Ele quis saber.

–Não, senhor. Mas disse que precisa muito da sua ajuda. Deixei o número da casa dele na agenda ao lado do telefone.

–Só pode ser sobre a descontrolada da Elesis. – Amy bufou.

Ronan suspirou como reprovação ao que a rosada disse.

–Não precisa ser tão cavalheiro em me levar para o portão. Sebastian me acompanha. – Disse Amy – Você tem mais o que resolver agora.

Ronan assentiu. Deu um beijo na bochecha de Amy e correu para dentro de casa em busca de seu celular.

Sebastian levou Amy até o portão. A menina pegou o celular e fizera duas ligações: Uma para seu motorista e a outra... Um mistério que ela mesma queria resolver.

–Está na hora de termos uma conversa pendente. – Murmurou a rosada, apertando o aparelho na mão.

***

Ronan entrou na sala apressado. Pegou o número na mesa que estava o telefone e subiu as escadas correndo para o seu quarto.

Adentrou o cômodo ofegante e caçou o celular. Como o quarto estava uma bagunça – e sua mãe já o mandara arrumar milhares de vezes –, Ronan não encontrou o aparelho tão rapidamente.

Fuçou até debaixo da cama. Nada. Jogou as roupas no chão. Nada. Quase caiu ao tropeçar na bola de basquete que não tinha um canto certo. Equilibrou-se.

–Onde está a droga do celular?! – Ronan já estava aos prantos. Sentia que Elesis precisava de ajuda. Jin não ligaria por outro motivo, não mesmo.

O azulado já estava perdendo a paciência. Abriu o guarda-roupa e viu o bendito aparelho ali, na primeira prateleira. Ele pegou o celular e o ligou. O mesmo tremeu e avisou que estava apenas com 5% de bateria.

Daria para uma ligação.

Ronan discou os números do papelzinho e esperou dar sinal. No quarto toque alguém atendeu.

–Oi?

Pela voz masculina, Ronan deduziu ser o ruivo.

–Jin, você me ligou ainda há pouco.

–Ah, oi Ronan, liguei, sim. Queria muito falar com você. É sobre...

–O que aconteceu com a Elesis? – Cortou o azulado, demonstrando preocupação.

A linha ficou muda. Jin havia ficado surpreso por Ronan já saber do que se tratava.

–Jin?

–Preciso que fale com ela. Nossos pais foram embora a trabalho. Elesis está arrasada. Ela não se conforma com o fato de sempre ficarmos sozinhos. Eles saem e não se despedem. Chega a ser insuportável. Eu sei que você não precisa saber do meu desabafo, mas eu preciso muito da sua ajuda.

–Já tentou falar com Arme e com a Lire? – Ronan pensou que, talvez, ele não conseguisse falar com a Elesis e, se tivesse outras opções, já ajudaria bastante.

–Já, sim. Mas a Arme está com o Lass e a Lire saiu com os pais.

–Hum...

–Eu sei que você e a Elesis se desentenderam, mas... Ela não está reagindo como antes, ignorando. Agora ela está... – Jin se conteve – É raro vê-la chorando.

Ronan deu um passo para trás.

–Chorando... – Repetiu o azulado num murmuro.

Aquilo foi um golpe para Ronan. Ele não se importou com mais nada. Se Elesis iria falar com ele ou não. Desligou o celular na cara de Jin e saiu apressado de casa. Não comunicou ninguém, nem mesmo o motorista.

Andava como se participasse de uma maratona. Levou uns vinte minutos. Sua cabeça estava em um turbilhão de pensamentos.

Parou a frente da porta. Iria gritar, mas se conteve. Não queria que a ruiva soubesse que ele estava ali, pois recusaria a sua entrada.

Bateu na porta duas vezes e esperou. Jin a abriu.

–Uau! Você veio bem rápido.

–Onde está a Elesis? – Ronan foi direto ao assunto.

–Primeiro, não desligue o telefone na minha cara. Segundo...

–Onde está a Elesis? – Insistiu Ronan, que não estava para reclamações.

Jin percebeu isso e deu passagem para que o azulado entrasse.

–Na cozinha. – O ruivo esperou que o azulado se instalasse na sala e sussurrou – Ela não sabe que eu te liguei. Quando bateu na porta, disse que poderia ser a Amy.

–Poderia ter mentido, mas que falasse que era o entregador de água ou sei lá, mas que fosse alguém do gênero masculino. – Ronan murmurou de volta.

Jin não pôde deixar de rir.

Ronan espreitou o olhar para a passagem da sala para a cozinha.

Jin sentiu a impaciência nas reações de Ronan, entendeu que a mente dele suplicava para ver Elesis. O ruivo sentiu que ele próprio não chegaria ao nível de carinho e amor que o azulado nutria.

–Acha melhor eu ir na frente? - Perguntou Jin, quebrando o silêncio que se instalou.

Ronan assentiu.

Os dois caminharam até a cozinha. Elesis estava com a cabeça abaixada, deitada sobre a mesa, com os braços envolvendo-a.

–Espero que a Amy não fique muito tempo aqui. Mande-a embora logo! - Mesmo estando com a cabeça baixa, a ruiva ouviu os passos.

Jin permaneceu calado. Esperou que Ronan tomasse partida a partir dali. O azulado ficou mais preocupado com Elesis pelo fato de ela não tet insultado Amy. Ela estava mesmo mal.

Elesis não gostou do silêncio. Já estava irritada com tudo. Aborreceu-se mais ainda. Levantou o rosto e surpreendeu-se e abespinhou-se instantaneamente. Ao invés de agir como "Elesis" e gritar questionando a presença de Ronan, fez uma piada em prol da situação.

–Não sabia que a troço rosa tinha pintado o cabelo de azul e ficado tão abusada e sem noção ao ponto de vir aqui me injuriar mais ainda. - O tom da ruiva não era humorado, era sério.

Ninguém riu. Ronan encarava Elesis o tempo todo. Ela resolveu se levantar. Talvez fosse em cima do ruivo para tirar satisfação de o por quê de Ronan estar ali, porém não o fez.

Caminhou até Jin a passos lentos. Passou pelo ruivo e ficou ao seu lado.

–Quando estiver preocupado comigo, apenas me deixe em paz comigo mesma. - Disse e foi para o seu quarto.

O ruivo tentou chamar a irmã de volta, mas foi ignorado. Olhou para o azulado, que permaneceu em silêncio o tempo todo.

–Ronan, eu não sei o que...

O rapaz saiu dali apressadamente e subiu as escadas indo até o quarto da ruiva. Até então Ronan não sabia qual era, mas já que a porta do quarto da frente estava aberta, ele se dirigiu para o da direita.

Bateu duas vezes. Nada.

–Não adianta. Eu não te deixarei. Ficarei aqui o tempo que for. Se quiser que eu vá embora, terá de sair do quarto e você mesma fazer isso. - Avisou Ronan, com a voz firme.

Ele esperou um pouco, talvez dois minutos. A porta se abriu como se alguém tivesse dado um chute.

–Saia daqui! - Gritou Elesis.

Ronan sorriu.

–Você não me ouviu, idiota!?

–Sim. E não me cansaria de ouvir a sua voz autoritária.

–O que você faz aqui? - Elesis cruzou os braços, ignorando o que Ronan dissera.

–A princípio eu já queria falar com você.

–Então Jin não te chamou?

Ronan pensou um pouco, sabia que a ruiva ficaria com raiva de Jin caso ele concordasse, mas do que adiantaria mentir?

–Ele estava preocupado com você. - Elesis abriu a boca, porém Ronan continuou - Mas você não tem moral nenhuma em reclamar, porque quem mais sofre com isso tudo é ele. Você nasceu depois, você sempre teve o Jin ao seu lado, mas e ele? E quando ele era mais novo e não tinha um irmão? Você já pensou nisso? Ele sempre precisa te ajudar, mas você já parou para pensar que ele precisa de ajuda, DA SUA AJUDA, para que ele continue forte para suportar essa ausência?

Elesis ficou com a boca entreaberta. Não poderia contra argumentar. Não tinha palavras.

A quietude dominou a conversa. Elesis, mesmo que mentalmente, teve que concordar com Ronan.

–O que você queria falar comigo? - A ruiva preferiu encerrar aquele assunto. Encerrando também o seu comportamento. Doía passar por aquilo, mas ela não poderia se fechar para o mundo e agir como se fosse a única que sofria com a situação.

Ronan sorriu com a mudança de Elesis, só para provocar mesmo.

–Tem como responder!?

–Iiih! - Ronan deu um passo para trás e levantou o antebraço em modo de defesa - Voltou ao normal mesmo.

Elesis bufou e Ronan percebeu que estava na hora de parar e ir direto ao assunto.

–Eu não queria dizer isso, mas você está me devendo uma. - Ele deu uma pausa - Na verdade, me deve várias, mas não sou de cobrar e nem gosto, mas sei que você não irá concordar caso eu não use esse método.

–O que é!? - A ruiva demonstrou logo que não estava para enrolações.

–Eu farei aniversário.

–Jura? - Elesis usou uma voz bem sarcástica.

Ronan balançou a cabeça e suspirou.

–Posso terminar?

Elesis balançou a mão no ar e sorriu debochadamente.

***

Jin estava se sentindo mal pela irmã. Sabia que isso continuaria a acontecer futuramente e essa sensação só passaria quando fosse independente o bastante de seus pais. Ou talvez não.

O ruivo foi até a geladeira pegar alguma fruta, pois ainda não havia almoçado e o tempo já tinha passado.

De relance, acabou vendo a bolinha de papel que Elesis jogara. Abaixou-se e desdobrou.

“Filhos, sabemos que não deve ser fácil suportar nossa ausência na vida de vocês, mas nosso trabalho exige isso.

Vimos que Elesis chegou um pouco tarde e preferimos não acorda-los para evitar algum contratempo em nossa saída, por isso partimos no silêncio da madrugada.

Voltaremos em breve a nos encontrar, assim espero.”

Jin suspirou pesadamente. A mensagem era fria e sem resquícios de compaixão ou alguma dor em ter que partir e deixa-los para trás. Ele sabia que era necessário, mas custava se despedir pelo menos no bilhete?

O ruivo preferiu não se martirizar com aquilo. Jogou o papelzinho no lixo e pegou a fruta que queria. Foi para a sala e ligou a TV. Olhou para a escada e franziu a testa, estranhando o fato de Ronan e Elesis estarem quietos pelo menos não dava para ouvir gritarias. Preferiu não intervir, o azulado sabia o que estava fazendo.

***

Mari estava concentrada em um livro, que já lera diversas e diversas vezes, quando ouviu sua campainha tocar. Estranhou, já que não esperava a visita de ninguém. Deixou o livro no criado mudo de sua sala e dirigiu-se à porta. Abriu quando a campainha tocou pela segunda vez.

–O que faz aqui?

–Precisamos ter uma conversinha senhorita Mari. - Amy não estava com uma expressão feliz e suas mãos estavam na cintura.

–Como sabia onde eu morava?

–Liguei para Lothos. – Deu de ombro.

–Lothos não pode lhe fornecer tais informações.

–Eu disse que queria te dar um livro de presente. – A rosada sorriu ao terminar a frase. Um sorriso travesso.

Mari ficou encarando a garota. Era impressionante o fato de Amy conseguir as coisas tão facilmente usando sua fofura. "Ela não é tão fofa assim", pensou Mari.

–Não vai me convidar pra entrar?

–Não lhe convidei para vir em minha casa.

–Grossa! - Disse Amy batendo um pé com raiva. - Eu venho aqui lhe trazendo um presente e é dessa maneira que sou tratada?

–Não vejo nenhum presente, logo, você mentiu à Lothos.

–Divas não mentem.

–Então porque mentiu?

–Seu livro está aqui! - Dizendo isso, ofereceu o livro à professora, que olhou-o com um certo desprezo.

Na capa do livro havia um holofote iluminando um homem que tomava quase metade da capa. Em letras grandes, amarelas e imitando um manuscrito, havia o título do livro: "Perto de Você".

Mari não costumava ler livros desse tipo. Seus livros costumavam ser complexos, sobre coisas altamente complexas que apenas alguém específico entenderia tal livro. Alguém cujo conhecimento é à altura do que exigido no mesmo. O livro que a rosada a oferecia, na concepção de Mari, era um livrinho adolescente. Provavelmente um romance meloso. Um livro "estilo Amy".

Mari pegou o livro e ficou observando. Virou o livro uma vez, virou outra, foleou algumas páginas, abriu na metade, não leu nada, e fechou forte, o oferecendo de volta para Amy.

–É um presente. - A rosada revirou os olhos. - Leia o livro, você vai gostar.

–Não é o tipo de livro de meu gosto.

–Como sabe se nem leu? - Amy ficou esperando a professora responder. - Já ouviu a expressão" não julgue um livro pela capa"?

Mari ficou pensando, Amy talvez estivesse certa. Logo Mari, uma amante de livros, julgava um pela capa. Ela suspirou parecendo cansada daquela situação.

–Por que insiste que eu fique com este livro?

–Mari, quantos livros de amor você tem na sua estante? - A resposta era nenhum, claro.

–Nunca precisei.

–Mas agora você precisa. – Amy nem esperou Mari responder e já lançou a pergunta que, apesar de saber a resposta, precisa tirar a limpo. – Você gosta do Zero?

A mulher dos olhos bicolores já sabia que a história do restaurante não teria acabado por lá mesmo, mas não sabia que Amy fizesse questão de ir em sua casa, em pleno recesso, seu merecido descanso, para terminar o assunto. Por isso respondeu:

–E se eu gostasse?

Amy pareceu ficar em choque. A professora disse aquelas palavras como se estivesse revoltada.

–Não... Você não... – A rosada murmurou num tom quase inaudível, quase, pois a professora escutou, mas esperou que Amy terminasse. – Você não pode gostar do Zero! Você não gosta do Zero!

–Como pode ter certeza? – Mari disse como se lançasse um desafio. Ela estava de braços cruzados, torcendo para que acabasse de uma vez.

–Eu sei o jeito que você olha pro Sieghart!

Há pouco tempo que Mari percebeu que realmente olhava Sieg de um jeito diferente. Ela lembrou-se da época que já olhou para o moreno desta mesma forma. A época que seus sentimentos a tomavam, exatamente como estava acontecendo recentemente.

–Mari, você não pode fugir disso pra sempre.

Fugir... Foi exatamente o que ela fez. Na primeira oportunidade que teve, ela foi embora pensando que talvez um tempo longe pudesse fazer aqueles sentimentos passar.

–Dê uma chance...

–A quê? Ao livro ou ao... – Amy a interrompeu.

–Aos dois.

Dito isso, a rosada ligou para seu motorista. Ele não estava muito longe, por isso chegou bem rápido.

–Até Mari! – Despediu-se a rosada ao entrar no carro.

Mari não se despediu. Fechou a porta e voltou para a poltrona onde estava lendo o outro livro. Pegou o mesmo, que estava no criado-mudo, e trocou com o que Amy lhe dera. Ficou encarando o presente.

“Dê uma chance...” – Murmurou para si.

***

Depois que Dio deixou Gyna em casa, a professora tomou um banho e ficou assistindo televisão. Foi a única coisa que pensou em fazer no resto daquele dia. O que estava pendente do colégio já havia resolvido, agora estava livre para descansar durante o seu recesso.

Estava assistindo um programa de culinária, um dono de confeitaria que fazia bolos lindos, enormes, personalizados, – surpreendeu-se quando viu, em um dos episódios, um bolo no formato de um carro de corrida, em tamanho real – quando seu telefone tocou. Relutante, atendeu com um desânimo visível.

–Alô?

–Gyna, preciso que venha no colégio amanhã. Precisamos conversar sobre uma oportunidade que recebera.

–Ah! Lothos? Bem... Que oportunidade?

A linha pareceu ficar muda por alguns segundos, até a diretora responder.

–Venha amanhã.

–Tudo bem. – Esperou um tempo para ver se Lothos desligaria. – Boa noite?

Boa noite. – Após, só ouviu o som de ligação finalizada.

Gyna voltou para o sofá, quase se jogando no mesmo. Viu, jogado também, o seu celular que vibrou duas vezes sinalizando uma mensagem. Era uma mensagem de Dio, perguntando se ela gostaria de ir ao cinema no dia seguinte, mas, infelizmente, tivera que responder que teria que estar no colégio para conversar sobre algo.

Dio observava seriamente a mensagem de resposta. Se ele estivesse com raiva, provavelmente, tacaria o celular para longe ou apenas o esmagaria com sua garra. Mas ele não estava com raiva. Estava indiferente.

–Por favor, ninguém merece essa sua obsessão por aquela professorinha... – Ele observou Rey. Agora estava com raiva.

–Ninguém merece é seu deboche 24h por dia. – Levantou-se e foi para o quarto, fazendo questão de bater a porta.

–“Eu ainda amo Gyna...” – Pensou.

***

Arme já estava em casa. Não queria que Lass ficasse sozinho, mas como uma das auxiliares pessoais que frequenta a casa do menino para uma faxina diária disse que ficaria de olho nele, Arme sentiu-me mais aliviada em deixa-lo em casa.

A senhora era bem simpática e conhecida, não haveria problema e até Lass tinha concordado com aquilo.

A menina foi para o quarto, no final do corredor da sala, enquanto o avô estacionava o carro. Arme ligou o computador e foi se trocar. Colocou logo o pijama, já que não sairia para lugar algum e estava anoitecendo.

Assim que voltou para a mesa, o computador já estava na tela “Bem-vindo”.

–Irei preparar o jantar. – Avisou o avô, ao entrar em casa, num tom audível.

–Tá, vô. – Disse a menina.

Arme estava inquieta, precisava falar com Lire. A loira tinha dito que saíra com os pais, mas que de tardinha já estava em casa.

Clicou no ícone da internet e esperou. Adentrou em um site e esperou carregar. Não demorou muito e a página inicial já estava carregada. Viu que Lire estava on-line e clicou em sua foto, abrindo uma janela de chat.

Arme digitou um “oi” e Lire respondeu igualmente. Iniciou-se uma conversa e Arme aproveitou para contar como foi a alta de Lass e que Ryan havia ido ao Hospital. A loira ficou surpresa, mas não aprofundou o assunto. Apenas ficou pensativa.

Arme perguntou se Jin havia falado com Lire sobre o estado de Elesis e a menina afirmou. Ao lado da foto da baixinha, apareceu a mensagem:

“to preocupada com ela, Jin não ligaria pra a gnt se não fosse tão sério.”

O mesmo se sucedeu com Lire, ao lado de sua foto, tinha outra mensagem:

“sei lá, acho que precisamos sair um pouco...

relaxar, sabe? Afinal, estamos de recesso.”

Arme não respondeu, apenas visualizou. Ficou pensativa. Relaxar... Todos os seus amigos estavam precisando disso depois do início de recesso conturbado.

“Lire!!!!”, digitou a baixinha toda empolgada, “tive uma ideia!!!”.

A loira perguntou o que ela tinha pensado.

“VAMOS À PRAIA!!!!!”

Lire mandou um emoticon expressando uma carinha feliz e acrescentou:

“Estou precisando pegar uma corzinha mesmo rs”

Arme disse que era só esperar o Lass se recuperar mais um pouco para marcarem essa saída. Lire concordou e adorou a ideia.

–Está na hora de melhorar a autoestima do pessoal... – Murmurou Arme.

***

Elesis ficou esperando que Ronan continuasse, mas ele empacou.

–Ei! – Chamou a ruiva – Continua! Você não disse que tinha algo para me falar? Agora desembucha!

Ronan riu.

–Esse é um defeito seu: você é impaciente demais.

–Você verá um defeito meu já, já se não abrir a boca e continuar o que estava dizendo. – Elesis o encarou.

–Tá bom. – Ele decidiu contar logo, afinal, o que a ruiva poderia fazer era negar – Já que meu aniversário está chegando, meus pais cismaram de fazer festa.

–E eu com isso?

–Se continuar me atrapalhando, não irei te contar mais nada.

–Até parece! Não era o que você veio fazer aqui? Se não me contar, terá vindo à toa e eu ficarei rindo da tua cara de idiota.

Ronan ficou com a linha dos lábios para baixo, indicando que havia ficado triste com o que a ruiva disse, já que era a pura verdade.

–ENFIM! – Ronan foi direto ao assunto – Terá uma dança, que é tradicional em festas da minha família, e você dançará comigo.

Elesis esperou um pouco para raciocinar o que havia escutado. Semicerrou os olhos.

–Nem morta eu danço com você!

Jin, que estava estranhando a quietude, levou um susto de pular no sofá, com o grito da ruiva.

–Mas você está me devendo uma. Não adianta recusar.

–Adianta, sim! Eu não vou dançar com você! Que negócio é esse, rapaz?! Está pensando que pode vir na minha casa e dizer o que devo fazer?

Ronan tentou não rir, mas foi inevitável.

–Elesis, você precisa dançar comigo.

–Dance com outra pessoa! Tem a Amy!

–A Amy vai dançar com o Jin.

–Desde quando isso?!

–Desde... – Ronan fez uma expressão de pensativo – Uma hora atrás. – E sorriu no final da fala.

–Eu não vou dançar com você e duvido muito que o Jin queira dançar também. Isso é idiota!

–Isso é tradição, por mais brega que seja. – Ronan estava com os olhos implorando para que Elesis cedesse – Por favor, se não fosse necessário, eu não viria até aqui te perturbar.

–A sua existência me perturba. – A ruiva virou o rosto para a escada e suspirou pesadamente. Deu-se conta de que estava de frente para o menino que mexera com seu coração de forma tão insistente, que estava começando a sentir seu rosto esquentar e seu coração acelerar.

–Por favor? – Ronan ficou sério diante ao que Elesis disse – Eu... – Ele pensou bem em suas palavras – Eu me afastarei de você nessas férias se você quebrar esse galho para mim.

–Sei... – Duvidou Elesis, voltando a olha-lo – Você não vive sem mim, idiota azul. – Brincou. Nem ela mesma percebera o que havia dito.

–Realmente, eu não vivo sem você. – Admitiu Ronan, na esperança de Elesis entender de uma vez os seus sentimentos por ela.

A ruiva percebeu que a conversa estava seguindo um rumo diferente. Pigarreou e voltou ao assunto principal.

–Seus pais estão de acordo com isso?

Ronan abaixou o rosto e depois voltou para Elesis. Lembrara-se do que o pai dissera. Ele não poderia estar certo. Não mesmo.

–Sim. – O azulado deu uma pausa – Então, você dança comigo?


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Notas finais do capítulo

P.S.: O livro e o programa existem XD