Virou Simplesmente Amor escrita por Mary e Mimym


Capítulo 1
Prólogo - Recordações


Notas iniciais do capítulo

Então gente? Como estão? Saudades? *-* Chegou finalmente a segunda temporada õ/ Bem... Não temos muito o que dizer, a não ser... Esperamos que gostem õ/ Boa Leitura!!



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“Eu já não sabia mais o que estava acontecendo, mas àquela altura eu já o julgava como louco. A raiva me consumiu ao ver meu capacete no chão, entretanto, minha mente fora bombardeada de perguntas ao ver o Ronan retirando o capacete dele.

–‘O que deu nele? Por que ele tirou o capacete? Ele pensa que vai consertar alguma coisa?’

Era tarde demais para consertar algo ou para ter impedido. O sinal já havia tocado para nos desclassificar. Nós encaminhávamos para o centro da arena. Eu queria muito bater na cara daquele azul idiota. Mas... Havia algo de diferente comigo. Eu me sentia um tanto... estranha. Quando fui bater nele, ele segurou meus braços e me puxou deixando-nos muito perto. Como no dia em que briguei com minhas amigas e um dia um pouco antes do treino com Zero. Em ambos os dias, ele e Amy brigaram. Pensei em olhar para o troço rosa e ver sua reação, mas a única coisa que eu conseguia olhar eram as orbes azuis dele.

Estávamos próximos o bastante para que pudéssemos ouvir a respiração um do outro. Meu coração parecia querer saltar de mim. Levei um susto. Ronan me beijou... Eu me sentia diferente, estranha, minha cabeça dava voltas, eu me sentia sem força de vontade. Foi diferente de quando nos beijamos no baile. Eu era mais controlada, tanto que naquela vez, eu consegui parar o momento. E ainda bati nele. Mas... Dessa vez eu não conseguia. Eu queria parar, mas meu corpo não me obedecia. Aquilo era mais forte que eu.

Quando Ronan me largou, ele me olhava culpado e eu estava assustada. Fiquei fitando o chão. Acredito que estava completamente corada.

–Elesis... - Ele me chamou com a voz rouca.

Eu não conseguia olha pra ele. Eu olhei para todos os cantos. Vi Jin e a galera descendo a arquibancada com suas feições preocupadas; vi os espectadores cochichando provavelmente sobre o ocorrido; na mesa de jurados, vi todos de pé e indo em direção à Lothos pra reclamar, enquanto ela simplesmente os ignorava vindo em nossa direção; por perto dos jurados, estava Zero, com uma expressão decepcionada.

–Elesis?

Por fim olhei para Ronan, ainda culpado, quando me chamou pela segunda vez. Seus olhos estudavam minhas feições. Eu não sabia o que fazer. Olhei para meu grupo e já estavam fora da arquibancada vindo até nós, e Lothos estava a uma distância considerável para começar uma bronca. Eu simplesmente olhei para Ronan mais uma vez, sem expressar nada, e corri para fora da escola."

Acordei naquela manhã com o sol batendo na minha cara, graças à minha cortina que balançava com a brisa suave. Eu já previa aquele sonho me atormentando durante o resto do dia. Sonho? Por favor! Que seja um sonho, apenas! Pego o meu celular e vejo o dia: Sábado. Um dia depois da grande final do campeonato. Droga! Uma lembrança.

Pego uma almofada e abafo um urro de raiva. Após o ato, lancei a mesma para qualquer lado. No caso, foi direto para a cômoda da televisão derrubando um copo de vidro, felizmente, vazio. Dessa vez, pego um travesseiro e pressiono em minha face. Talvez eu conseguisse me sufocar para que uma certa lembrança não me atormentasse.

Ouço uma batida na porta, mas permaneço calada. Algum tempo depois ouço novamente, mais forte.

–Vai embora! - Meu grito sai abafado, consequencia da falta de vontade de largar o travesseiro do meu rosto

–É assim que você fala comigo depois de eu viajar tanto tempo? - Eu não estava acreditando... Esperava que fosse qualquer pessoa: o Jin, meu pai, ou até mesmo minhas amigas, mas não esperava que fosse a minha mãe.

Afastei o travesseiro para ter certeza de quem era a voz feminina que eu ouvia.

–Eu estava com saudades... Mas acho que você não quer me ver, né?

–Não! - Gritei desesperada levantando num pulo da cama e corri para abraçá-la. Fazia o que? Uns dois meses que a gente não se falava? - Eu estava com saudades também.

Ela ficou surpresa com meu ato, mas não hesitou em retribuir o abraço. Uma parte de mim queria soltá-la, até porque eu não era muito de abraços, mas outra parte não queria soltá-la de forma alguma. Tentei achei um meio termo, que foi um abraço mais forte e solta em seguida.

Ela olhou o copo quebrado e depois olhou para mim. Fiz um sorriso travesso e observei ela encostar a porta ignorando completamente o copo. Sentou-se na minha cama, queria conversar com ela, tinha muito o que contar, principalmente dos amigos que fiz no novo colégio. E gostaria de saber muito das viagens dela também.

–Elesis! - Quando iríamos conversar ouço alguém me chamando. Conhecia muito bem aquela voz. Me aproximei cautelosa na lateral da janela e observei pelo canto do olho quem era.

–Não vai atender, filha? - Ela me olhou de forma estranha.

O desespero tomou conta de mim. As lembranças deixadas de lado naquele momento de saudade retornaram.

–Eu... - Gaguejei. - Eu não quero falar com ele.

Minha mãe parecia compreender. Ela foi até a porta do meu quarto e parece ter feito um jogo de olhares com alguém lá embaixo. Provavelmente meu pai.

–Elesis!!!

Espiei novamente e o vi olhando para frente, não mais para a minha janela. O que estava acontecendo? Minha mãe a porta e sentou-se na cama, novamente.

–Acho que você quer conversar... Certo?

Acenei com a cabeça e sentei ao seu lado.

–Então... Você primeiro. O que aconteceu com você nesse tempo?

–Muita coisa... Você não tem noção...

–Eu tenho bastante tempo...

–Bem... Eu fiz amizades no colégio. Tipo, fiz amizades com meninas bem legais. - Recordei-me do dia no shopping e soltei um breve sorriso - Também conheci uma garota irritante, mas não é muito importante falar sobre ela. Ah! E, sabe aquele garoto lá embaixo? - Revirei os olhos - Ele me fez passar por cada situação... Até mesmo brigar com uma rosada irritante.

–Hum... Uma rosada? Faz sentido achá-la irritante... Você nunca gostou de rosa mesmo. - Ela fez uma careta dando, logo depois, um sorrisinho.

Não pude deixar de não sorrir também, aliás, eu e a Amy brigamos tanto que as lembranças eram as mais engraçadas possíveis. Olhei para a minha mãe e me senti mais segura para lhe contar o que tanto me sufocava.

–Mãe... - Senti que seu olhar foi mais protetor e conselheiro, o que me confortou mais ainda - As garotas, mesmo não ligando para isso... - Estava me enrolando com as palavras - Sabe? É... Tipo, as meninas, involuntariamente, sentem alguma coisa, não é? Mesmo não ligando. - Enfatizei.

–Sentir o quê, por exemplo? - Eu estava tão enrolada que nem eu entendi o que falei... Respirei fundo e tentei dizer algo mais... Entendível?

–Hum... - Tentei encontrar as palavras exatas. Minha mãe suspirou e riu das caretas que eu fazia enquanto pensava - Não ria de mim, mãe, é difícil dizer uma coisa dessas. - Cruzei os braços.

–Eu acho que entendi... Você sente algo por aquele garoto azulado? - Me assustei logo após ouvir aquilo da minha mãe. Como é que pode todas as mães serem certeiras?

–Ér... - Fiquei sem ar por um instante. O que estava acontecendo comigo, afinal?! Meu rosto esquentou e meu coração parecia querer se desprender de mim - Acho que é isso... Eu... Bem... - Engolia a minha saliva junto com as palavras, estava difícil falar naquele momento. Minha mãe me pegou de surpresa - É... Eu acho que... - Baguncei o cabelo - Eu não posso gostar dele, mãe! - Coloquei minhas mãos no rosto, tampando-o.

Ela sorriu para mim de um jeito carinhoso, e incrivelmente parecia já esperar esse dia há tempos. Suspirou e pegou minhas mãos.

–Ele gosta de você?

O quê?! Como assim?! A minha mãe deveria ter esperado um pouco mais antes de soltar essa bomba.

A imagem do beijo veio logo na minha cabeça, quando Ronan tirou o seu elmo e...

–Eu gosto dele... - Saiu. Sem eu pensar direito. Sem sequer eu deixar que saísse. As palavras tomaram rumo próprio.

Ela acenou a cabeça ainda sorrindo e olhou para um canto do quarto.

–Você não pode gostar dele, mas gosta. - Ela parecia refletir. - Eu tenho uma ideia de como é isso... - Ela voltou a olhar para mim.

–O que você quer dizer? - Tentei entendê-la, mas essa coisa de desvendar os pensamentos só funciona de mãe para filha. Talvez se tivéssemos mais contato, eu conseguisse entendê-la também.

–Quero dizer que você não pegou essa dureza toda do seu pai. - Ela sorriu travesso. - Eu só era um pouco menos durona que você. Quando conheci seu pai, tive o mesmo sentimento que você possui pelo Ronan.

Minha boca ficou entreaberta, eu queria muito dizer mais coisas, talvez questionar o porquê de eu sentir aquilo ainda mais pelo Ronan, mas só a minha respiração saiu. Nenhuma palavra... Nada.

Olhei para a janela e os olhos de Ronan se formaram diante o céu azul que estava lá fora. Eca! Como eu pude pensar nisso?

Ouvi um risinho e olhei para minha mãe.

–Eu não sei o que fazer... - Murmurei, como se aquilo fosse um segredo.

Ela me abraçou de modo a transmitir conforto.

–Se ele gosta de você, o que eu não duvido pelo o que eu já ouvi, ele dará o primeiro passo e você terá a certeza de todos esses sentimentos.

Bem... Eu tinha certeza que ele não estava com ninguém, pois Amy estava com Jin, mas... Eu ainda tinha receio de concordar com esse sentimento. Talvez fosse melhor...

–Mãe, eu acho que é melhor o tempo responder as minhas dúvidas. É a primeira vez que sinto isso, é difícil entender algo tão complexo, entende?

–Entendo perfeitamente. Uma frase meio clichê... "Todos passam por isso um dia." - Ela refletiu um pouco. - Ou talvez a maioria.

Minha mãe tinha razão. Levantei-me e fui para o banheiro. Lavei meu rosto e depois me olhei no espelho. Quem eu via não era eu... A Elesis de verdade não sente dúvidas do que deve fazer, mas... Eu tinha dúvidas, eu tinha... Sentimentos incontroláveis.

Sequei meu rosto e voltei para o quarto. Minha mãe não estava mais sentada na minha cama. Meu coração acelerou.

–Será que ela foi embora?

Desci as escadas correndo, esperando que tudo não passasse de uma ilusão e que minha mãe estivesse em qualquer canto na casa.

Antes de atingir o piso da sala, deparei-me com minha família e um intruso.

*Trinta minutos antes... *

–Elesis!!!

O pai dos ruivos abriu a porta após, um jogo de olhares com a esposa, e se deparou com Ronan. O azulado ficou um pouco nervoso com a situação.

–Ér... Oi... - Disse dando um sorriso sem graça.

–Oi. É Ronan, né? - Disse o pai mostrando simpatia.

–Sim...

–Ronan, podemos conversar?


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Notas finais do capítulo

Bem... Acho que perceberam o capítulo pequeno xD Não se preocupem, esse ainda é o prólogo =D Depois vamos voltar ao natural, ou seja, capítulos enorme :3 O que acharam? Beijinhos!!!