Dalet escrita por Monique Ruffles


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

A ação irá demorar um pouco para ocorrer, mas prometo que quando chegar June não terá paz.
Bem, boa leitura...



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–Estou começando a achar que essa cabana não existe. - O tom de voz maldoso de Cassiz me aborreceu um pouco. Ele sempre duvidava das coisas que minha mãe falava e sempre tinha que fazer um comentário rude. Apesar de ser meu irmão, eu odiava quando ele fazia isso. - Sua mãe estava alucinando ou mentindo e...

–Cala a boca. - A voz cortante de Idrian me impressionou, talvez ele não fosse o rapaz estúpido que eu sempre imaginei que fosse. - Estamos de luto... Nossos pais morreram. Respeito, por favor.

Olhei para Cassiz, enxergando mesmo na escuridão horripilante da floresta, e percebi que seu rosto se fechou em uma careta de raiva.

Nós já estávamos no meio da floresta, apesar de não ter nenhum sinal da cachoeira e minha mãe havia dito que era perto dela.
Eu confiava em minha mãe e ela nunca mentia. Cassiz estava errado nesse ponto. Mas ele sempre foi ressentido pelo fato de nosso pai ter casado com duas mulheres e sabia que tinha inveja Idrian pela família dele não ter optado pela poligamia, mas isso era comum desde que para mim o mundo é mundo... Posso estar errada, mas conheço, melhor dizendo conhecia, senhores de setenta anos de idade casados com quatro ou cinco mulheres e para mim isso mostra que poligamia foi sempre permitido.
O fato da Katrin, mãe de Cassiz, ser a primeira talvez aumente ainda mais o ressentimento. Mas ela deu um filho ao meu pai e isso é quase como uma mulher dar a luz a milhões de anterês. Minha mãe só teve a mim, e com o agravo de ser a segunda esposa, ela nunca recebia privilégios do meu pai. Mas Cassiz ainda achava injusto minha mãe receber atenção, mesmo que fosse a mínima possível.
Apesar de ser meu irmão, nunca entenderei o motivo dele odiar minha mãe.
Quando meu pai casou com minha mãe, Cassiz era um bebê de um ano e pouco depois eu nasci. Era para ele ter se acostumado... Mas parece que isso nunca entrará na cabeça dele.

–Consigo ouvir as engrenagens do seu cérebro daqui. - Meu irmão me tirou do devaneio me dando um sorriso amigável, talvez se desculpando por ter chamado minha mãe de mentirosa. - O que te preocupa?

Eu poderia mentir, como sempre, ou pelo menos tentar entender Cassiz. Decidi saber o que tanto o incomodava a respeito da minha parte da família.

–Estava tentando entender o motivo de você odiar minha mãe. - Dei de ombros como que se aquilo fosse um assunto habitual entre nós. - Não me lembro dela ter te causado algum mal.

–Você não lembra porque não era nascida. - Pressenti que Cassiz usaria sua rudeza ao extremo. - Ela se casou com o meu pai.

Eu fiquei em silencio. Talvez não tivesse sido uma boa idéia provocá-lo.

–Isso não importa mais, June... Todos estão mortos agora.

Uma coisa sobre Cassiz Brabourne.
Quando ele quer ser amável o faz perfeitamente bem e é até conquistador o seu jeito, mas quando ele opta pela rudeza é insuportável.

–Cala a boca.

Idrian disse aquilo pela segunda vez a Cassiz e apesar de estar intacto desde a carnificina a essa tarde, ele ainda parecia que a qualquer momento teria um ataque histérico.

–Não me mande calar a boca. - Cassiz levantou a voz. - Quem você pensa...

–Cala a boca e escuta.

Automaticamente paramos de andar e ficamos imóveis tentando ouvir algum barulho, e foi como música aos meus ouvidos o som das águas na cachoeira dançando de um lado para o outro.

Idrian tomou a iniciativa e começou a andar a frente liderando o nosso grupo. Eu o segui, enquanto Cassiz continuou parado no mesmo lugar.
Idrian com sua espada cortou um arbusto espesso e o adentrou enquanto eu não sabia se me preocupava com Cassiz carrancudo ou com o fato deles terem trago suas espadas do complexo de guardiões já que era proibido Dalets possuírem armas ao menos que fossem guardiões em serviço, se um Alef nos encontra-se seria pena de morte para todos nós. Resolvi que o melhor seria a preocupação mais urgente... Meu irmão.

–Cassiz. - O chamei suplicante e com medo de ter perdido Idrian entre os arbustos. - Você não vem?

Ele não respondeu, apenas bufou e veio em minha direção. Ainda estava irritado pela minha mãe, quando eu é que deveria estar irritada com ele, mas eu já estava acostumada.
Peguei sua mão e juntos atravessamos pela fenda no arbusto que Idrian havia adentrado antes.
Quando chegamos ao outro lado eu fiquei boquiaberta. Era o lugar mais impressionante que eu já havia visto em minha vida.
O centro de Rety, onde nós morávamos, era como todos os centros dos outros condados... Sujos, escuros, feios e lotados de Dalets. Nada era bonito ou de anelar os olhos, apenas fedido e horrível. A floresta Cambry era o único lugar com plantas por todo o condado, mas a parte que todos conseguem ver é feia e mórbida com árvores de galhos secos e folhas dominadas pela neve. Mas o que eu estava vendo agora era uma paisagem perdida no meio do cinza em que nasci.

–É lindo. - Olhei em volta com os olhos brilhando. - Eu nunca vi algo desse tipo.

Era o começo do inverno severo e a cachoeira ainda não estava congelada. As árvores em sua volta pareciam as únicas de toda a floresta que realmente tinham vida. A luz fraca da lua que conseguia passar entre as copas das árvores dava um aspecto misterioso a paisagem no seu geral.
Dei mais alguns passos e soltei a mão de Cassiz me postando ao lado de Idrian.

–Eu também nunca vi. - Idrian não tirava os olhos da cachoeira. - Isso não se compara a aquilo que chamamos de cachoeira no centro.

–Na verdade, aquilo é o esgoto. - Cassiz nos tirou do nosso momento deslumbrado e bufou irritado. - Sei que nunca vimos algo tão belo, lindo, deslumbrante e... excepcional. - Sua voz irônica estava me irritando mais que o normal. - Mas estou congelando e quero muito me aquecer dentro dessa tal cabana... Isso se ela existe.

Sem esperar alguma resposta nossa, Cassiz saiu de perto e começou a olhar perto das árvores.

–Pode parecer estranho o que vou dizer... - Me virei para Idrian que ainda tinha os olhos presos na cachoeira. - ... Mas hoje eu estou preferindo sua companhia do que a do Cassiz.

Apesar de seu rosto estar em perfil, reparei que ele sorriu quando suas bochechas levantaram.

–Acho que depois dessa revelação, nada me surpreende hoje mais.

Sorrimos juntos como se fossemos cúmplices em algo e reparei nos olhos azuis de Idrian Reycliff mais do que o normal.

–Ei... Preciso de ajuda aqui.

Eu e Idrian nos assustamos com o grito e quando me recompus revirei os olhos para mim mesma, eu não podia começar a ser uma boa pessoa com o Reyclif, mas talvez a carnificina de hoje tenha mudado tudo em nossas vidas.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Já estávamos procurando a algum tempo e já estava começando a me unir a Cassiz na dúvida. Mas as palavras da minha mãe mesmo sufocadas ainda pareciam verdadeiras.
Lembro que ela pegou meu rosto com suas mãos e segurou forte e disse:

"June... Cabana no meio da floresta... Escondida perto da cachoeira..."

Eu tentei agarrar seus braços enquanto ela me empurrava para longe dela, mas foi em vão.

"Corra, June... Corra."

Ela ainda estava viva no momento que olhei para trás enquanto corria. O pior é que com isso eu ainda achava que ela estava viva. E eu queria muito que ela estivesse.

–Eu não procuro nada mais. - Cassiz se aproximou de mim carrancudo me tirando bruscamente de meus pensamentos. - Sua mãe mentiu e isso de dúvida foi para fato confirmado.

–Minha mãe não...

–Cassiz... June... - Ouvi a voz de Idrian do outro lado do grande lago que a cachoeira formava. -... Vocês precisam ver isso.

Enquanto eu corri ao encontro de Idrian, Cassiz ainda estava parado no mesmo lugar e o ouvi até bufando.

–O que você achou?

Eu estava bufando, mas ao ver o sorriso de Idrian Reycliff eu não conseguia mais colocar os ar em meus pulmões.
Como se fosse um daqueles mágicos que trabalham no centro nos dias de festividades, Idrian puxou uma trepadeira de lado, como se fosse uma cortina de folhas, e enfiou a outra mão no buraco escuro e então ouvi o som dele batendo em uma madeira.

–É uma porta. - Voltei a respirar lentamente olhando para o vão escuro ainda espantada. - A cabana existe e está bem escondida... Se essa cortina de folhas não tivesse chamado minha atenção, nós nunca teríamos achado a cabana.

Cassiz se juntou a nós e quando viu a situação toda seu rosto desinteressado mudou para assustado.

–A cabana...

–Existe. - Completei a frase dele com um sorriso vitorioso. - Minha mãe não estava mentindo.

–Só temos um pequeno problema. - Todos nos viramos para Idrian. - Não temos a chave e... Pelo que posso sentir a porta não tem maçaneta... Apenas uma fechadura estranha e... - Ele tateava a porta com uma expressão engraçada. -... Só posso dizer que é diferente.

–Deixa eu dar uma olhada. - Cassiz me empurrou e se colocou entre mim e a porta fazendo sua mão ser engolida pela escuridão. - Com certeza é uma fechadura estranha... Parece fina e... Angulosa. - Ele se virou para mim irritado. - Eu desisto.

Enquanto ele e Idrian discutiam se arrombar a porta seria algo sensato a se fazer, eu me aproximei da porta escondida pela escuridão e a tateei. A madeira era áspera e eu sabia que se não tomasse cuidado poderia ganhar uma ferpa por ser curiosa. Procurei pela fechadura e a achei no canto esquerdo. A examinei e enquanto a tocava e tentava distinguir seu formato estranho, eu percebi que era familiar de alguma forma. Como que transportada para o passado, eu vi através de meus olhos a lembrança de uma noite, eu tinha sete anos na época e era meu aniversario. Eu sabia que era costume dos Alefs e Bets ganharem presentes, mas Dalets nunca tinham dinheiro de sobra para isso, mas naquele dia ao me colocar para dormir, minha mãe tinha um embrulho em suas mãos e quando me deu eu percebi que se tratava de um cordão dourado, que descobri depois de algum tempo que era ouro puro, e seu pingente era a metade de um coração e estava escrito algo que na época eu não conseguia ler, mas ela disse que era "Para sempre...". Quando eu disse a ela onde estava a outra metade do coração para saber a continuação da frase, ela disse que a outra metade estava perdida e que não podia ser encontrada.
Ela nunca me falou mais sobre a história do cordão, apenas pediu para guarda-lo sempre comigo e nunca mostrá-lo para ninguém e que ele um dia seria a chave de tudo.
De sobressalto eu achei a idéia absurda, mas com a minha mãe tudo era segredo e ilógico e se o cordão era a chave de tudo... Talvez fosse a da porta da cabana.
Por impulso, eu tirei meu cordão do pescoço, que o usava desde o dia que ela me deu, e o encaixei na fechadura. Para minha surpresa o pingente encaixou e ao girar a porta se abriu.
Eu poderia dizer a eles que havia conseguido abrir a porta, mas com certeza eles iriam questionar como consegui tal proeza. O jeito foi fechá-la novamente e esperá-los fazerem algo a respeito.
Por mais que me doesse vê-los arrombar a porta com pontapés e estocadas de suas espadas, eu não podia falar sobre o meu cordão. Seria muito para explicar e nem eu mesma entendia sobre aquilo tudo.
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Se eu havia me deslumbrando com a paisagem de fora, eu fiquei assustada com a de dentro. A cabana era grande, mesmo não parecendo isso no começo. Quando entramos percebemos que era a sala, ou algo do tipo, já que tinha sofás, poltronas e papéis por todos os lados, além de uma lareira. Mas era tudo escuro, empoeirado e cheio de teias de aranhas.

Enquanto os garotos olhavam pela sala, eu cutucava meu cordão novamente em meu pescoço. Não saia da minha cabeça o fato do meu cordão abrir a porta para esse lugar e o questão de que minha mãe tinha relacionado com tudo isso.

–Sabe o que é estranho? - Idrian folheava alguns papéis em cima de uma das mesa, parecia daquelas que vemos em casas de Alefs em seus escritórios. - Esse lugar parece pertencer a Alefs ou Bets. - Ele apontou para a sala enquanto eu fitava um cubo estranho em cima de uma das mesas. - Um Dalet não teria dinheiro para comprar nada do que está aqui e... Esses papéis... A maioria dos Dalets nem sabem para o que isso serve.

–De uma coisa eu tenho certeza. - Cassiz se jogou no sofá o que fez subir uma nuvem de poeira, mas ele não se importou. - Quem morava aqui abandonou esse lugar a muitos anos. - Eu estava esperando Cassiz questionar o que a minha mãe tinha a ver com aquilo tudo, mas para minha surpresa ele não mencionou nada. - Eu irei olhar os outros cômodos... No saiam daqui.

Ele sumiu pela escuridão enquanto eu vi Idrian me encara curioso.

–O que foi?

–Você não está se perguntando porque sua mãe te mandou vir aqui?

Dei de ombros fingindo não estar preocupada.

–Não sei o que pensar ainda.

Peguei um cubo estranho e fiquei o examinando com a luz que entrava pela porta. Idrian se aproximou querendo saber o que eu estava fazendo e quando ele viu o cubo seus olhos arregalaram.

–Eu sabia. - Ele levantou a voz o que me assustou. - Essa cabana era de um Alef.

–Como você sabe?

Não sabia porque, mas um sentimento de proteção, ou de egoísmo, me envolveu e eu segurei o cubo fortemente em minha mão tentando ignorar o olhar curioso de Idrian.

–Eu já vi um daqueles guardiões Alefs com isso. - Ele pegou minha mão e rendida entreguei o cubo de má vontade. - Meu mentor explicou que isso é como aquelas filmagens de antigamente, mas a imagem capturada fica armazenada aqui... No Hundrix. Só Alefs tem essa tecnologia, nem Bets são permitidos a ter isso. Eu gostaria de ver que imagem tem ai, mas eles não se revelam para qualquer um, tem que ser a pessoa ou os descendentes dela.

–Então nunca abriremos isso. - Peguei de volta da mão de Idrian e fiquei olhando para aquele pequeno cubo cor de chumbo com alguns desenhos irregulares riscados por todos os seus lados. - Eu também gostaria de ver o que isso está guardando.

Como que se o Hundrix lesse o meu pensamento, ao pressionar o meu dedo sobre um lado cheio de fissuras, o cubo começou a se mexer e eu o soltei por instinto, mas ele não caiu ao chão, ao contrario ele se lançou no ar e pairou perto do teto da cabana e então emitiu uma luz branca a sua frente, que clareou todo o recinto aparecendo uma imagem que se formou naquela luz e eu encarava aquilo boquiaberta.

Era uma moça e ela parecia ter um pouco menos do que os meus vinte anos, e se parecia muito comigo. Ela estava correndo pela floresta esverdeada com seu vestido branco que esvoaçava com o vento, seus cabelos negros e cumpridos, também como os meus, balançavam no ar como se estivessem dançando e em nenhum momento fitava a frente, como se não soubesse que estava sendo observada. E o mais estranho era que podíamos ouvir o som da folhas balançando ao vento, do barulho de seus passos e era como se também estivéssemos lá. Mas então ela fitou a sua frente, como que se estivesse olhando diretamente para mim, e eu pude ouvir sua risada e ver o seu rosto. E era como se fosse eu naquela imagem refletida.

–É idêntica a você. - Idrian sussurrou ao meu lado.

A garota se aproximava e seu riso abria ainda mais e eu pude ver os seus olhos... Verdes, como os da minha mãe.
Eu não a havia reconhecido antes porque com o passar do tempo minha mãe, como toda Dalet, envelheceu mais que a sua idade e apesar de que ela estava com uns quarenta anos parecia muito mais velha do que isso.

–É a minha mãe. - Olhei para o pescoço da garota e pude ver o cordão balançando com os movimentos que ela fazia. - Idrian... É a minha mãe.

Instintivamente agarrei meu cordão sobre meu vestido e o apertei fortemente.

E então na imagem apareceu um rapaz, alto, moreno e sua beleza não se comparava a nenhum Dalet que eu conhecia, que estava correndo atrás da garota, e ele não aparentava ser um Dalet pelas roupas que ele usava, mas a certeza veio quando ele, ao acariciar o rosto da minha mãe, levantou o braço e seu pulso ficou exposto mostrando a marca dos Alefs nele.

Desviei o meu olhar e encarei o meu próprio pulso direito e vi a minha marca de Dalet ali, e eu não sabia o que pensar e o que fazer.
Fitei novamente a imagem e agora os dois riam e se beijavam e quando o rapaz se virou para frente, vi os seu rosto mais nitidamente e pude perceber que algo ali me era familiar, mas mesmo remexendo toda a minha memória, eu não consegui distinguir o que era.
A imagem parou como que imortalizando aquele momento. Fitei mais atentamente o rapaz e eu pude ver que ele também tinha um cordão dourado e era a metade do meu cordão.
Fechei os olhos tentando não surtar.
A Hundrix começou a repassar a imagem enquanto eu e Idrian ficamos em silêncio perplexo por alguns segundos, até que ouvi um som de passos pela escuridão e percebi que era Cassiz voltando.

Me aproximei da Hundrix e sem saber exatamente como, eu espalmei minha mão no ar e ela puxou a luz que refletia para dentro dela e caiu diretamente na minha mão.

Olhei para Idrian um pouco assustada, e ficamos nos encarando por algum tempo. Comecei a implorar por ajuda com o olhar e sabia que ele tentaria fazer algo.

–Eu ouvi algo... - Antes que eu pudesse pensar Idrian puxou minha cintura e começamos a rodopiar entre a mobília e fiquei surpresa ao ouvir sua gargalhada. Ele estava tentando imitar os sons da Hundrix, então percebi que precisava imitá-lo. -... Nenhum de vocês dois são bons em dançar. - Cassiz bufou se aproximando de nós e Idrian imediatamente nos fez parar, mas continuou me mantendo abraçada a ele com a minha mão com a Hundrix escondida em suas costas. - São muito barulhentos.

–Só está com inveja porque sabemos dançar sem ao menos termos uma nota de musica, enquanto você é um ótimo pisador de pés mesmo tento a melhor orquestra tocando. - Idrian era muito convincente e até por um momento achei que estávamos mesmo dançando e não era a Hundrix fazendo barulho. - Idrian sempre é convidado para as festas... Cassiz sempre fica sentado apenas bebendo seu licor fedido... Idrian sempre anima a todos com uma boa dança. - Ele deu um sorriso zombeteiro que fez Cassiz melhorar o seu humor e sorrir também. - Não liguem para o que eu falo, eu estou apenas divagando.

Cassiz riu e se virou para ele revirando os olhos.

–Isso é o que você faz de melhor, bastardo. - Cassiz se virou para a escuridão novamente. - Não façam tanto barulho... Vou continuar explorando o resto da cabana.

Eu geralmente odiava Idrian, mas ultimamente ele estava sendo bem amigável ao contrário daquele estúpido que sempre me irritava quando podia.

–Quando você irá dizer a ele?

–Dizer o que?

Eu estava na defensiva e isso não adiantava se eu quisesse aparentar que não sabia de nada.

–Cassiz sempre soube que sua mãe guardava algum segredo e quando ele finalmente está quase perto dele, nós o enganamos. - Ele aumentou o aperto de sua mão em minha cintura e eu fiquei imóvel e apesar de estar tremendo fiz o meu melhor para aparentar que não estava com medo. - Mas eu não fui enganado.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo



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