Elementares: Fugitivos escrita por Noxy


Capítulo 41
Batalha final


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo!



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O vento batia em seus cabelos negros tampando seu rosto e entrando alguns fios em sua boca. Sem vontade deixou os cabelos cobrir seu rosto.
Se ela estava preparada?

Ela não sabia responder.

Se ela estava preste a deixar seus medos de lado e lutar por sua vida e de todos?

Ela também não sabia.

Chris estava mais velho não era aquele menino que antes ria até da parede, seus olhos tinham foco não estavam mais presos em algum outro planeta ou qualquer lugar que fosse. Em seu velho rosto havia um pequeno sorriso de lado era o suficiente para mostrar o quão bonito estava, seus cabelos negros balançava de acordo com o vento. Ele me largou desci e o encarei ele realmente tinha mudado, as olheiras e algumas pequenas verrugas eram evidentes não que isso o deixasse mais feio mas mostrava que não era mais um menino.
Uma tempestade de fogo formou atrás dele e Mylla em seu grande vestido vermelho que arrastava na grama, logo uma chuva começou as gotas que caiam formavam um homem, Harry em seus trajes de rei. Vendo os três juntos fez meu coração palpitar de emoção era como se em anos eu não os visse e não como se fosse ontem. Não pude conter os abracei e chorei mas nenhum deles me retribuiu afastei devagar nenhum demonstrava alguma emoção se quer.

– Você nos abandonou! Myllena gritou

– Por que fez isso? Chris perguntou - Eu te amava e você me largou!

Afastei com as mãos em minha boca me impedindo de chorar.

– Eu… eu…

– Pensei que fosse minha melhor amiga, pensei errado.

Chris abraçou Myllena a confortando. Harry me olhava tentando não chorar.

– Eu eu não consigo. Eu sinto muito.

Abaixei a cabeça, eu era uma perdedora que havia abandonado os melhores amigos para o inimigo.

Por dias eu durmo com o mesmo sonho. O mesmo sonho que me mostra o quanto eu sou uma idiota. Por dias Chris, Harry e Mylla se foram. Por dias eu me preocupo com eles.

– Eu não posso ir.

– Na precisamos de você.

– De mim? Impossível eu não sou nada, eu não consigo fazer nada, sou uma completa inútil.

E assim era meus argumentos, eles tentaram não posso negar que ele tentaram. Chris me ajuda a tentar passar por tudo mas nada o que ele fazia iria adiantar a verdade era bem clara, eu sou uma inútil entre os três.

Adam tem sido minha companhia durante todos esses dias. Conversamos e tomamos chá, um homem sábio Adam é. Ele me conta as aventuras que teve com Henrique, o pai da Myllena.

– Henrique não era um cara fácil. Uma vez quando tínhamos 17 na época quando ele conseguiu passar o fogo da mão para o corpo todo. Ele saiu correndo eu ri dele até minha barriga doer, a sorte dele que Ann apareceu e apagou o fogo dele -Annebelle era a princesa da água, mãe de Harry- Seu pai era o mais tranquilo do quarteto, Henrique perdia a razão rápido, Ann era forte e Zoe era graciosa.

– Vocês devem ter muitas histórias.

– E como nós éramos inseparáveis mas depois venho responsabilidades, vocês e tudo mais. Adam parou olhou para algo onde não pude ver- Está tarde devia dormir.

Ele levantou me deixando sozinha. Alguns segundos depois fui para meu quarto fechei meus olhos então as memórias amargas voltou.

O ar seco fazia seus lábios ficar secos rachados e sangrarem, seu nariz toda vez que respirava fogo entrava queimando tudo. Por meses tem sido assim, uma vida precária com pouca comida e água. Meus braços já acostumaram com a posição das algemas acorrentadas no teto deixando o resto do meu corpo à solta. Minhas roupas agora douradas por conta da grande quantidade de sangue que havia perdido. Meus olhos já não saiam lágrimas meu corpo mal recebia água, eu era terra água é uma grande necessidade para mim não podia ser ignorante o suficiente para tirar o pouco de água em meu corpo.
O tempo não passava não para mim, tudo era como um borrão meus olhos não focavam só viam uma sombra grande e preta. O som do metal sendo afiado invadiu meus ouvidos espremi de agonia era como unha arranhando o quadro negro, penetra em seus tímpanos implorando as suas mãos o proteger. Minhas mãos mexiam tentando alcançar meus ouvidos, meus pelos do corpo levantou meus pés e seus dedos empurravam a parede de terra, meu corpo pedia e implorava para ele parar. Com o som do metal vinha consigo risadas. Tentei focar o que era impossível. O som parou e eu também eu sabia que não tinha terminado era apenas o começo.
A ponta fria do bisturi caminhava em minha barriga deixando traços de fogo onde ia.

– Incrível como pode generalizar.

Ele continuava a passar o bisturi em minha barriga. Aquilo era de longe as piores coisas que ele já fizera comigo. Senti o bisturi descia e subia então parou, meu coração bateu mais forte um frio percorreu por meu corpo e um sentimento ruim passou em minha cabeça. A cena congelou e o rosto ensolarado do Seth apareceu meu coração aliviou. Em seu rosto não tinha aquele grande sorriso mas sim lábios cerrados e olhos decepcionados.

– Você é mais forte que parece.

– Não, não sou.

– Você deixou isso. Ele apontou para o guarda que passava o bisturi em minha barriga – Atrapalhar agora é a sua vez de dar a volta

– Mas, mas…

– Mas nada. Seth passou a mão em meu rosto – Não deixa meu sacrifício ser em vão.

– O que você fez? Senti o desespero me atormentar – Seth o que você fez?

Ele apenas sorriu e a cena descongelou. Chutava para todos os lados. Ele não pode ter feito isso, ele não era idiota o suficiente para morrer por minha causa. A raiva ponderou sobre mim eu chutava tanto que o guarda cambaleou. Eu precisava sair dali.
O guarda chegou mais perto e deu um tapa em meu rosto, se eu estava com raiva antes imagina agora. Não sei explicar como soltei das algemas mas eu consegui peguei o braço do guarda e virei quebrando cada osso de seu braço e o joguei para longe. Mais guarda vieram, cambaleei por alguns segundos.

“Você é mais forte que isso”

– Sou mais forte que isso, não vou deixar meu passado vencer.

Com um impulso fui pra o meio dos guardas. Quebrei o pescoço de alguns arranquei o coração de outros sem piedade, as amargas memórias de quando eles me torturavam ajudavam a matar cada um. Passei a mão no chão fazendo ele tremer os guardas que ainda estavam vivos caíram, dois espinhos saíram do meu corpo, doeu muito havia muito tempo sem usar meus poderes. Os espinhos já tinham seu destino, no coração deles.

Me vi em volta de vários corpos nem um ser pronto para me enfrentar. Eu me sentir livre, liberta de tudo, aliviada. Olhei em volta e percebi que não devia ter matado todos por mais que eles em machucaram eram criaturas vivas mas agora era tarde de mais.

Acordei com um sorriso no rosto. Estava livre. O rosto do Seth veio em minha mente ele não estava decepcionado mas sorria de orelha a orelha.

Corria como se tentasse ganhar contra o vento. Passei por tudo até chegar onde o povo da Terra estavam no subterrâneo.

– Cidadãos!

Ouvir a voz do substituto rei da Terra não seria a primeira coisa que gostaria tinha que achar Seth. Andei onde estavam todos, com a capa que estava tampei meu rosto para ninguém me reconhecer.

– Venho com muito desprezo anunciar que temos mais que um traidor entre nosso povo.

Percebia que o “rei” não tinha alegria em suas palavras mas sim tristeza. Ele saiu do centro do palco onde fazia os anúncios e denunciava traidores. Onde eu fiquei perante ao meu povo e fui acusada de ser uma espiã. Seth apareceu algemado e sendo carregador por dois guardas ele tinha a cabeça baixa e as roupas rasgadas.

– Esse jovem aqui ajudou a espia escapar de sua prisão.

O povo estava tão assustado quanto eu. Seth foi idiota o suficiente para falar isso? Como? Por que?
Levantei minha cabeça para ver melhor Seth ainda tinha a cabeça abaixa.

– Tem algo a nós dizer antes?

– Sim.

– Vá em frente.

– Seu mentiroso, nenhum de nós éramos traidores, ela nunca foi uma espia ela era a herdeira a princesa filha daqueles que você ajudou a matar.

Minha mão foi de encontro a minha boca apavorada e indignada. O rei furioso mandou os guardas o pegar.

– Se era só isso, guardas joguem ele na forca.

O povo não calava, tentei andar mais pra frente e com os olhos seguia os guardas tentarem pegar Seth que lutava contra eles mas em vão. Eles colocaram seu pescoço na corda bem apertado, Seth tinha o rosto virado para todos.

Tentava passar pelas pessoas em minha frente, eu não podia deixar eles matarem ele. Nosso olhar se encontrou, Seth sorriu e articulou com os lábios “Nós vemos um dia” Uma lágrima escorreu as pessoas não me deixavam passar

– Sai da minha frente. Eu gritava para as pessoas saírem mas ela não movimentavam.

Finalmente cheguei na frente mas era tarde de mais o guarda soltou o pedaço de madeira que o sustentava.

Minha visão escureceu minhas pernas enfraqueceram. Cai no chão me abraçando e chorando. Por que ele fez isso? Por que? Por que? Claro que minhas perguntas nunca teriam uma resposta ou teriam?

Levantei antes que alguém me reconhecesse e corri para superfície. Não sei como fiz isso só sei que o caminho se abria por onde passava em seguida o sol me cegava. Anos sem saber o que era pegar sol, meus olhos arderam demorei algum tempo para acostumar.

O vento batia em meus cabelos negros, alguns fios tampava minha visão outros entravam em minha boca.

Se eu estava preparada?

Eu… eu não sei.

Natasha percorreu a procura de Myllena, Chris e Harry. Estava deserto onde ia. Nada tinha nada nem sequer um tipo de som exceto pelos ouvidos dos ventos. Tentou cada casa cada local. Nada.

– MYLLENA! Gritou – CHRISTOPHER! HARRY! Gritou novamente.

Ninguém respondeu. Ninguém seria idiota em respondê-la, pensou.

Andou pelo Reino do Fogo três vezes, Reino da Terra por quatro vezes ainda faltava o Reino da Água, chegar no Reino do Ar seria um pouco difícil.

Chegou na fronteira entre o Reino da Terra com o Reino da Água. Era tão diferente, as árvores eram azuis algumas eram brilhantes. O chão de muco macio, Natasha estava descalça e agradecia por isso caminhou lentamente, ela não sabia o porque sentia uma conexão quando pisou, se sentiu como terra seca recebendo água. Enquanto caminhava seu corpo relaxou e sentiu algo muito estranho. Natasha se sentiu mais completa. Ela parou perto de uma árvore apoiando sua testa em seu tronco, seu coração batia mais rápido sua respiração estava calma.

– O que faz aqui?

Natasha virou dando de cara com uma mulher, cabelos negros até a cintura onde tinha uma cinta bem apertada deixando seus seios bem expostos

“ Como ela respira?”

Ela era muito bonita, grandes olhos azuis, lábios rosados e pele bem alva. O seu jeito incomodava Natasha de alguma forma.

– Não é da sua conta.

Voltou a andar na direção oposta de volta para o Reino da Terra.

– Você é a tal Natasha? Gritou a mulher chamando sua atenção.

Natasha virou calma cruzou seus braços e encarou a mulher esperando ela falar algo.

– Harry já citou seu nome em algum momento.

– E…

– Lyn, prazer, sou noiva do Harry.

A mulher ou melhor Lyn estendeu a mão, seus lábios mostrava sarcasmos e seus olhos brilhavam. Natasha demorou alguns segundos entender o que Lyn disse. Quando finalmente caiu na real seus olhos arregalaram, seu instinto falava para correr e chorar mas ela não mostraria sua fraquezas para qualquer um.

– Desculpa, Harry nunca falou sobre você.

Sorriu tentando esconder o coração partido. Ela quis matar Harry por fazer isso, a conquista e logo depois descobri que ele tem uma noiva e feia.

– Tenho que ir.

– Reino do Ar.

– Como?

– Eles estão lá.
– Obrigada eu acho.

Natasha correu para bem longe. Parou no meio do Reina da Terra e pode chorar. Ela não devia gostar dele, o que ela pensou? Harry estava diferente todos falavam isso. Ela ao devia preocupar com ele, ele numa deve ter se quer pensado nela durante todo esse tempo.

“Idiota, idiota, isso que sou”

Xingar não resolveria a situação.

“ Pense sobre isso mais tarde”

Ainda com raiva levantou suas mãos fazendo crescer uma grande árvore debaixo de seus pés.

O Reino do Ar estava em caos. Corpos mortos para todos os lados. Várias pessoas lutavam ainda. Natasha quis voltar na hora mas Myllena a vou primeiro e pegou seu braço a tirando daquele lugar.

– SUA LOUCA O QUE TÁ FAZENDO AQUI?

– Não é óbvio? Ajudar vocês.

Myllena bateu a mão na testa, respirou e contou até dez.

– Fica escondia aqui.

– Tá doida? Não.

– Fica aqui. Chris vai te matar se ver você aqui.

Natasha rolou os olhos e concordou (mais ou menos) Myllena saiu com uma espada preta nas mãos. Natasha esperou até ela ficar bem longe, saiu onde estava ela não sabia com quem lutar então decidiu ir no grande palácio. Maxon devia está lá matar ele de uma vez seria mais fácil ou não.

Alguém tentou ataca-la por trás, seus reflexos ainda estavam bons. Sua mão foi direto no coração e arrancou sem dó. Onde ia muitos tentavam ataca-la. Com esforço usou seus poderes pela primeira vez depois de anos.

Pareceu uma eternidade até ela chegar a porta do grande palácio.

Natasha entrou sem dificuldade, o que era bem estranho, andou pela casa até chegar na sala principal. Uma cadeira em frente para uma lareira e de costa para Natasha.

– Você demorou.

A voz ecoou pelo salão.

– Mas cheguei.

– Aproxime garota vamos conversar primeiro antes de morrer.

Natasha ficou onde estava e seu braço produziu uma espinho grande o suficiente para ser comparada a uma espada.

– Pelo jeito não quer conversa.

– Vamos direto ao ponto então.

Maxon atacou em piscar de olhos, por sorte Natasha se afastou e o atacando de volta.

– COMO?

– Ela estava bem aqui.

Chris olhava ao redor havia poucas pessoas ainda viva. Eles estavam a dias lutando contra os genéricos e finalmente faltava um só inimigo, Maxon. Agora com o sumiço de Natasha a situação não ficou muito boa.

– Harry? Gritou Chris

– Eu. Respondeu Harry de longe quando arrancava a cabeça de um dos genéticos.

– Cadê a Natasha?

– Ela não estava lá em baixo?

– Estava.

Os três se olharam curiosos por alguns segundos. Myllena olhou a redor e começou a andar pelos corpos Harry e Chris a seguiram.

Um grito chamou a atenção dos três, vinha na direção do palácio. Myllena olhou para trás com expressão que os dois entenderam. Natasha estava em apuros!


Natasha tentava quebrar a defesa do Maxon mas ele tentava o mesmo com ela. Era impossível essa lutar terminar. Não tinha fim, Maxon era muito bom mas Natasha tinha suas vantagens.

O que aconteceu no seguinte momento mudou a direção da nossa história.

Natasha sem perceber tropeçou Maxon viu a oportunidade e estacou sua espada de fogo em direção ao seu coração. Um só golpe, um erro, mataria Natasha na hora.

Como disse mataria.

Natasha olhou para os lados a procura de proteção mas tudo ocorreu tão rápido. O sangue vermelho vivo escorreu pingando em sua camisa suja de terra, uma grande sombra estava entre ela e seu grande inimigo. Natasha piscou várias vezes para entender o que tinha acontecido. Maxon cambaleou para trás incrédulo de sua própria ação. Seus olhos se perderam com a imagem, largou sua espada que agora estacada no peito de alguém. Maxon se perdeu e colocou as mãos na cabeça. Era o momento perfeito para Natasha acabar com ele se não fosse ela perdida também. O corpo que a protegeu caiu no chão com um pouco de vida.

– Você…

– Eu. Sorriu Dylan.

– Por que? Natasha teve dificuldade de falar, seus olhos encheram de água.

– Não é óbvio?

Quanto tempo não via o grande galinha do Dylan? Natasha se lembrou da última vez que o viu, ela acusa Dylan e seu irmão Nicholas de destruírem o lugar onde nasceu, o lugar onde um dia já fora seu.

– Porque eu te amo.

Bastava pequenas palavras para as lágrimas saírem. Natasha tinha os joelhos dobrados ao lado do corpo de Dylan e ela apertava sua mão forte não sabia o porque fizera ou quando mas sabia que se alguém entrasse iria ver uma garota em seus plenos talvez dezenove ou vinte anos (não sabia quanto tempo passou) segurando a mão de antes um menino mas agora era um homem em seus últimos segundos. Se fosse retrato poderia ter muitos significados, uma amiga com seu amigo em sua morte ou uma mulher retirando metade da água de seu corpo por causa da morte de seu amor. Natasha não sabia o que responder talvez nunca saberia, ela ficou calada observando o rosto de Dylan e quanto estava mudado estava com traços mais fortes e marcantes e com mais cicatrizes. Natasha passou a mão em seu rosto e depois retirou e colocou duas duas mãos na mão de Dylan.

O coração de ambos falharam mas apenas um sobreviveu.

Natasha fechou os olhos de Dylan chorando quase não podendo enxergar. Maxon observava a cena ainda incrédulo mas não por muito tempo.

– Seu monstro.

A menina furiosa se levantou ela se esqueceu do que o Dylan fez de ruim para ela, ela se arrependeu de ter o culpado pelos atos de seu pai, ela se lembrou de tudo o que Dylan era para ela. Mestre, galinha, protetor e seu amigo.

Às vezes o remorso é maior que a gratidão.

Era assim que se sentia, ela nem sequer pensou nele enquanto esteve fora. Natasha estava com raiva dele por causa de Maxon mas agora vendo o sacrifico que fizera por ela, sua inimiga mas sua amiga. O remorso era maior.

Natasha levantou lentamente. O chão tremia e abria por onde ela pisava. O luto de Maxon durou segundos ele não parecia ter acabado de perder um filho muito pelo o contrário. O olhar de incredulidade sumiu e o olhar de maldade assumiu em seu rosto.

Um humano normal nunca conseguiria acompanhar a batalhar. Era rápida e cheia de ataques. Duas vezes mais que antes. O chão tremeu mais Maxon perdia o equilíbrio mas era ágil.

Natasha se concentrou no chão e ele tremeu. As paredes racharam, pedaços do teto caiu. Maxon caiu no chão, Natasha aproveitou sem pensar duas vezes e foi em direção a seu coração. Antes de fazer seu ataque final Maxon sorriu.

– Você venceu não foi? Termine o que começou.

Natasha não conseguia, por mais que detestava Maxon ainda assim ele era uma coisa ou sei lá mas tinha vida e todos mereciam uma segunda chance. Ela deixou a espada bater contra o chão. O som do metal no chão ecoou pelo salão que agora estava caindo aos poucos.

– Eu não consigo.

Depois de tudo que viveu ela percebeu que tirar uma vida não valia a pena.

– Fraca! Maxon gritou.

Por tanto tempo pensou como iria acabar com tudo como iria derrotar Maxon e sair vitoriosa dessa batalha. Foi tudo errado, era para ela acabar com ele mas seu coração foi maior.

Natasha esperou ele a matar porque nunca conseguiria tirar uma vida. Maxon levantou e pegou a espada da Natasha preparado para matá-la.

– Ela não consegue mas nós sim.

Natasha virou e viu os três ali, um sorriso involuntário apareceu e uma lágrima desceu quando viu Harry. Sua vontade era correr e abraçá-los mas se conteve.

Harry e Chris correram para lados opostos mas em uma só direção braços de Maxon, ele lutava contra os dois mais um minuto e eles perderiam ele. Myllena correu com sua espada grande com fogo negro e atingiu no coração de Maxon.

Maxon caiu no chão duro e olhando para seu filho morto no chão.

Os quatros se olharam sem acreditar. Finalmente estava tudo acabado eles venceram! Natasha não estava em humor de felicidade já os três riam e se abraçavam. Natasha se afastou deles e sentou do lado de Dylan. Myllena percebeu que faltava uma pessoa entre eles e seu humor também mudou quando viu onde a amiga estava. Myllena sentou do lado de Natasha as duas se encaram, Myllena entendeu e abraçou a amiga que chorava. Chris e Harry se juntaram e encararam o corpo morto de Dylan. Harry não o conhecia muito igual os outros três mas achava Dylan legal. Chris abraçou as meninas em forma de consolo e Harry sem querer ser deixado de lado se juntou a eles.

– Ele era uma boa pessoa.

Os quatro não se abraçavam mais. Natasha ainda estava sentada ao lado de Dylan. Ela passou a mão em cima de seu corpo, as raízes saiam do chão e enrolava o corpo de Dylan e o levava para dentro da terra. Natasha levantou limpou sua roupa e chorou no ombro de Chris, ele abraçava ela, Harry ignorou o ciúmes de ver aquilo (ou tentou).

– Muito emocionante.

Todos olharam uma silhueta sair das sombras.

– Nicholas! Você estava aí o tempo todo? Myllena perguntou

Nicholas tinha os olhos vermelhos e expressão triste. Sentou onde seu irmão fora enterrado e olhou para seu pai morto em seguida seu olhar foi direto dos da Natasha.

– Vejo que matou meu pai.

– Não, eles fizeram. Natasha falou sussurrando

– Nós quatro! Chris afirmou.

– Finalmente conseguiu derrotar o que fazia impedir de viver.

Natasha o olhou confusa mas deixou ele terminar de falar.

– Está na hora Natasha.

– Hora do que?

– Você e seus “amigos” mataram o inimigo.

– Isso é algum tipo de jogo?

Os três se afastaram dela e ficaram do lado de Nicholas.

– Não Nat.

– Então…

Sua voz morreu, não estava entendendo mais nada. Nicholas aproximou.

– Me permite?

Sem esperar por uma resposta posicionou suas mãos na cabeça da Natasha e disse:

– Você está livre.

Myllena, Chris e Harry sorriram disseram tchau.

Uma luz grande iluminou seus olhos e tudo ao seu redor sumiu, não pode ver mais nada exceto a grande luz. Então tudo se apagou. Ela se viu sozinha em um grande vácuo. Apavorava e confusa olhava para todos os lados a procura de Chris, Mylla até o Harry mas não via ninguém.

Parecia ter passado uma eternidade.

“O que Nicholas fez comigo?”

Se perguntava. Natasha andava pelo vácuo sem direção. Ela procurava qualquer coisa que poderia tira-lá dali. Sempre pensava em ver seus amigos. O rosto de cada um estava cravado em seu mente.

Quem sabe dias se passam Natasha não sabia se estava dormindo ou se estava acordada não fazia diferença para ela.

Mas nessa hora ela estava acordada. O breu onde estava foi invadido por imagens, memórias que viveu, memórias felizes que teve. As memórias se passavam Natasha tinha lágrimas no coração, ela tinha saudade de cada uma. Zach estava lá sorrindo e abraçando e dando sermão. Chris gargalhava de Dylan que corria cheio de aranhas. Myllena bebia cerveja amanteigada de noite. Harry a olhava com brilhos nos olhos e tinha o sorriso tão lindo que apareceu suas covinhas. Tantas memórias, tantos momentos felizes. Natasha vivia tudo aquilo fechou os olhos de alguma forma de sentiu preparada para algo.

Para sua felicidade uma luz cegou seus olhos, levou a palma da mão para proteger seus olhos logo conseguiu focar melhor era uma luz no final do túnel. Sem saber o que fazer correu a até à luz na esperança de ver seus amigos novamente.

Piscou os olhos algumas vezes até acostumar com a luz. Ela percebeu que seus olhos estavam direcionados para o teto branco. Sua cabeça doía, ela conseguia sentir vários tubos em seu corpo. Virou a cabeça para o lado e viu uma porta branca paredes também brancas e do seu lado vários aparelhos, alguns apitavam marcando as batidas de seu coração. Natasha não queria movimentar, ela estava com medo, confusa. Sua cabeça estava tão cheia. O que fazia ali? Como parou ali? Por que estava em uma maca com vários tubos em seu corpo?

A máquina que mostrava as batidas do coração apitou. Natasha pode ouvir uma pessoa correndo para ver o que estava acontecendo.

– Ela acordou. Ela acordou! Uma mulher, a enfermeira que cuidava dela, gritou emocionada.

Natasha movimentou os olhos, só movendo os olhos já doía. Tentou entender o que estava acontecendo mas nada vinha em sua mente.

Natasha não se lembrava de nada.

Ela pode ouvir mais gente correndo. Uma menina de altura média, cabelos longos cacheados castanhos escuros, sua pele era morena. A menina usava uma blusa preta e shorts jeans e também óculos. Ao seu lado tinha um casal, um moço moreno com barba a fazer, olhos cor de mel, cabelos negros, a moça do seu lado era menor mas maior que a menina dos cabelos cacheados, ela era branca e tinha cabelos cacheados também os olhos eram castanhos. Algo que chamou a atenção dela foi as grandes olheiras de cada um. A menina dos cabelos cacheados tinha a mão na boca, a mulher chorava e o homem tentava não chorar e todos olhavam diretamente para Natasha. Ela se sentiu desconfortável e olhou para o outro lado, ela não os conhecia por que os olhavam daquele jeito?

O silêncio prevaleceu. Ninguém falava nada só chorava, Natasha não entendia nada, não sabia quem eram, onde estava e o que estava fazendo naquele lugar. Por mais que tentava não se lembrava de nada só um grande breu.

– Minha pequena. A mulher quebrou o silêncio ela andou até Natasha e a abraçou, Natasha mal sabia o que fazer, uma estranha a abraçava, ela decidiu fazer nada só olhar para os outros dois que a encaravam.

– Quem é você? Pela primeira vez pronuncio as palavras com medo, sua garganta estava seca e doía.

Foi o suficiente para o silêncio voltar, a mulher tinha mais lágrimas nos olhos, ela respirou e sorriu talvez ela sabia que isso poderia acontecer.

– Sou eu Nat, sua mãe, esse é seu pai e ela é a Myllena sua melhor amiga.

Natasha os encarou cuidadosamente tentando lembra de seus rostos mas nada.

– Não consigo lembra.

Natasha teve alta do hospital, as mesmas três pessoas foram buscar ela. Todos os dias eles estavam lá ajudando ela se lembra de algo mas não vinha nada em sua mente. Jasmine, o nome de sua mãe, trazia fotos dela de quando era criança e de seus irmãos, Myllena usava o celular e mostrava fotos que as duas estavam juntas e com mais alguns amigos. Nada ajudava, Natasha não lembrava de nada. Ninguém falava porque esteve em coma por algum tempo nem citavam toda vez que Natasha tentava entrar no assunto eles a cortavam e falavam o quanto ela era feliz.

Derek seu pai a ajudava a andar até o carro assim como sua mãe. Myllena estava atrás carregando uma mala. Demorou minutos até chegar em casa, ela estava toda enfeitada com balões de bem vinda, cartazes de eu te amo, sentir sua falta e tinha alguns que só tinha desenhos e corações. Natasha entrou devagar e teve uma surpresa pessoas as esperavam, primos, tios, tias, amigos a abraçam e falaram o quanto estavam felizes dela estava bem. Os irmãos foram os últimos os três pequenos e a mais velha. Natasha se sentia feliz por mais que não se lembrava de nada, tudo parecia perfeito mas algo faltava, dentro do seu coração havia algo que faltava para ser perfeito.

Os dias passavam tudo normal, sem nada fora do comum. Seus amigos e parentes vinham eles alegavam que estavam ali para ajudá-la a recordar de alguma coisa.

– Não consigo lembrar de nada.

Jay, Kim e Myllena estavam na sala, seus amigos, o menino, Jay contava que se conheceram no ensino médio, Kim também. Myllena era outra história desde pequenas era melhores amigas. Natasha estava começando a ficar frustada ela queria tanto lembrar de tudo que falavam.

– Tem certeza? Nem um pouco?

– Não Jay nem um pouco, desculpa.
Eles não falaram mais nada sobre esse assunto Natasha não gostava muito então eles decidiram fazer o que sempre faziam ir ao parque e conversar sobre a vida. A tarde passou rápido Jay e Kim tiveram que ir restando Myllena e Natasha, as duas estavam no balanço. Natasha olhou e sentiu algo familiar.

– Será que um dia eu lembrarei de algo?

– A médica falou que vem com o tempo.

– Eu quero lembra mas não vem.

– Não se importa com isso, você está bem conosco, isso que importa agora.

– O que aconteceu comigo?

As duas ficaram em silêncio, Myllena não abriu a boca só levantou e disse que estava tarde e levou Natasha de volta pra casa.

Hospital e casa eram seu destino ultimamente, não havia nada para fazer além cuidar dos seus três pequenos irmãos por pouco tempo Natasha amava ficar com eles às vezes perdia a paciência mas tinha um grande amor por eles.
Hoje não foi diferente, hospital, exames, verificar meu cérebro, meus ossos e todas essas coisas. Para alegria da garota os médicos cortaram um pouco de medicamento eles davam muita dor de cabeça e ela odiava tomar remédio.

– Posso sair? Perguntou Natasha

– Onde?

– Na praia. Falou o primeiro lugar que veio a sua mente. Antes de sua mãe alcançar o telefone ela acrescentou – Vou chamar Myllena não se preocupe.

Saiu de casa com apenas o celular, passou por uma casa vazia do lado da sua, aquela casa chamou sua atenção, ela encarou por alguns segundos esperou que alguma memória viesse mas nada. Continuou a andar, ela realmente iria ligar ou mandar mensagem para Myllena mas não hoje ela precisava ficar um pouco sozinha ela queria um momento só para ela, sem amigos, parentes e médicos.
Não tinha muitas pessoas na praia, claro era outubro quem seria o louco de ir? Natasha era exceção ou era louca mesmo. Sentou e observou as ondas. Os ventos gelados balançavam seu enorme cabelo. No mesmo instante algo gelado caiu em sua cabeça ela tinha certeza que não era o vento. Levantou irritada com quem tinha jogado água nela.

– Desculpe, desculpe foi sem querer.

Natasha virou para encarar a pessoa e levou um susto com o menino. Sua raiva foi embora no mesmo instante. Os olhos azuis celestes do menino encarou a menina com arrependimento por ter jogado água nela mas quando encontrou seus olhos castanhos algo o prendeu naquele momento, seu estômago entrou em faísca e seu coração acelerou. Ele a encarou e o silêncio domou o lugar.

– Você tem uma toalha pelo menos? Natasha perguntou querendo quebrar o constrangimento.

Ainda em hipnose com os olhos castanhos da garota sussurrou palavras sem sentido.

– O que?

– Não, não, desculpe.

– Tudo bem já estava indo para casa mesmo.

Nenhum dos dois queriam sair daquele lugar nenhum deles queria tirar seus olhos um do outro. Dois estranhos tentando desvendar os sentimentos que tiveram ao olhar um para o outro.

Natasha começou a andar sem sua vontade. Procurou seu telefone ela tinha esquecido na areia ela voltou e o menino ainda estava lá, ela pegou o telefone e já ia voltar para casa.

– Qual é seu nome? Perguntou antes de arrepender de não ter feito.

– Christopher prazer.

Os dois apertaram as mãos.

– Natasha prazer em te conhecer, tenho que ir. Sorriu e voltou a seu caminho original. Alguém bateu em seu ombro, era outro menino mas diferente, com lindos olhos verdes como esmeraldas, lábios rosados e os cabelos castanhos dourados. Eles trocaram olhares e o mesmo que aconteceu anteriormente aconteceu novamente. Coração pulando forte quase saindo do corpo, faísca por todo corpo. Outro menino chamou o menino de olhos esmeraldaso obrigando a sair de transe.

– Anda logo Harry e Chris as meninas não vão nos esperar para sempre.

Harry, ou como se chama o menino de olhos esmeraldas, saiu correndo deixando Natasha mais confusa que antes. Ela observou os dois meninos irem para longe e encontrando com outras pessoas.

“Talvez nos veremos novamente”

Sem perceber ela estava sorrindo e com as bochechas vermelhas. Não sabia o que tinha acabado de acontecer. Ela mal sabia que aquele menino de cabelos pretos jogados pelo lado com azuis celestiais fácil de distrair, e com um lindo sorriso de derreter qualquer um, esse menino causou um grande efeito em sua, tão grande que ele fez parte de seu sonho em seu sono profundo.
Ela mal sabia que já fora uma elementar da terra, uma grande princesa e guerreira, teve grandes amigos e altas aventuras. Mal ela sabia que tudo fora apenas uma ilusão, todos os momentos triste e felizes. Mas ela nunca se lembraria ou quem sabe um dia quando acordar e lembra o que fez durante seu coma.

Devem estar se perguntando, o que está acontecendo?

Algo incrível, vidas que mal se conhece com profunda conexão. Tudo está conectado só falta nós ligarmos.


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Notas finais do capítulo

Eu ainda estou chorando, demorei muito porque precisava de tempo para pensar e finalmente executar.
Quero agradecer a todos que leram e acompanharam, também aqueles que favoritaram e comentaram. Vocês não sabe o quanto significa para mim. Eu amei fazer Elementares Fugitivos, passar horas quebrando a cabeça tentando escrever e arrumar tempo para fazer. Muito obrigada a todos mesmo que não conheço a todos mas quero agradecê-los. E como hoje faz dois anos de EL decidir postar hoje que antes quando terminei o capítulo.
My, Abby e Olívia muito obrigada vocês foram as primeiras a comentar e nunca esquecerei. Tambem a Letmf, Jean147, Katkitkat Keth, Trouble Z, Lããh é claro os leitores fantasmas. :)
Ainda não superei o final, dois anos passaram tão rápido.
Sobre o final espero que não queiram me matar eu também fiquei supresa quando escrevi, já sabia que iria acontecer mas não contive fiquei surpresa e chorei e muito.
Espero que gostem e quem sabe até a próxima.



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