– Amém.

Com um lenço branco passei em meus olhos vermelhos e inchados. O sol tampado por grandes nuvens cinzas prontas para chorarem junto comigo, amigos e familiares do Zach.
Depois da sua morte na Escócia, onde Leonor nos levou, Mylla fez questão de enterrar o corpo eu concordei na hora. Harry e Nicholas enterraram dentro da caverna e fizemos a nossa própria cerimônia fiz flores crescer ao redor do tumulto e Mylla fez tochas fora da caverna. Dias tentando encontrar Chris, Branca e Dylan. Nos encontramos na metade do caminho, quando contamos a notícia amarga Branca desmaiou na hora, falamos sobre a traição de Leonor, Chris e Dylan ficaram revoltados já querendo ir atrás dela.
Agora alguns dias depois voltamos para Boston foi difícil fazer Harry vim conosco mas explicamos para ele o quão importante era nos quatro juntos e que podemos salvar o que nos foi tomado.

Sentada de joelhos de frente ao túmulo limpava minhas lágrimas com o lenço. A cerimônia oficial já acabará a horas eu era a única a afundar em minhas próprias lágrimas nesse lugar sombrio. A névoa cercava o lugar impossível aos olhos humanos de enxergar. A chuva fina começou molhando um pouco a terra logo a chuva fortificou molhando meus cabelos negros os deixando grudados em meu rosto. A chuva se misturou com minhas lágrimas de perda, tristeza e solidão.

Eu não devia ter sido egoísta, eu devia ter ficado e o ajudá-lo e não ir para longe sozinha. Era tudo minha culpa, eu podia ter salvado ele eu sei que podia eu sei que sim. Era minha culpa que ninguém irá ver seu sorriso caloroso, seus olhos castanhos com um pouco de verde carinhosos e protetores. Como irei sentir falta dele, seus sermões, sua doçura, seus abraços apertados. Oh Zach como irei sentir sua falta assim como uma pessoa sente falta do ar sem ele não a como continuar.

– Ei!

Não dei importância virei meu rosto não gostaria que ninguém me visse assim, fraca e exposta. Minha audição ainda estava boa e pude ouvir alguém sentar ao meu lado. Ficamos em silêncio profundo e constrangedor virei meu rosto de curiosidade. Harry me encarava com seus olhos verdes brilhantes, ele não demonstrava aquele ar de superior, sarcástico e perfeito pelo contrário seus olhos demostravam compaixão e tristeza. Minhas lágrimas ameaçaram a escorrer novamente ao vê-lo assim como eu mostrando seu lado oposto, o lado que ninguém acha que você tem. Está exposta desse jeito é horrível principalmente com o Harry ao seu lado te encarando. Sua mão foi ousada e passou em meus cabelos. Não sabia o que fazer ou sentir. Levantei desesperada e com medo de algo acontecer.

– Onde vai?

O ignorei e continuei a andar sem saber para onde ir simplesmente só caminhei para longe de tudo. Meus pés me levaram para o hospital onde meu pai estava em coma. Entrei com receio e os olhos cheios de lágrimas. A moça da recepção me olhou de cima em baixo e fez careta olhei também para ver o que tinha de errado meu vestido preto sujo de terra, limpei na recepção mesmo sem importar.

– Caleb Dias.

Disse com a pouca voz que tinha e chorosa. A mulher checou no computador e sorrio para mim.

– Tem tempo que ele não recebe visitas.

Ninguém visitou meu pai? Nem mesmo seus parentes? Ignorei as perguntas em minha mente e peguei o cartão de visitas. Andei lentamente para o quarto, será que ele está acordado? Ou ainda está na cama com vários aparelhos e com os olhos fechados?
Achei a porta, fiquei parada na frente dela com medo de abrir e ver ele daquele estado. A memória do Zach na caverna machucado me veio o medo em mim aumentou. Toquei na maçaneta com cuidado abri a porta devagar.

– Caleb você tem que tomar os remédios.

Meu coração parou por um segundo ele estava acordado. Entrei no quarto com um sorriso pequeno no rosto.

– Pai?

Fiquei perto da porta Caleb estava confuso junto com a enfermeira do seu lado tentando fazê-lo tomar os remédios.

– Quem é você? Ele disse com delicadeza me fitando – Eu te conheço?

Meu mundo foi no chão meu coração parou definitivamente o desespero me tomou por inteira. O homem que me criou entregou seu carinho e o melhor para mim não me conhece. Meus pés estavam fixos nos chão, tudo que queria era correr para longe onde me isolaria e o medo me tomaria por inteiro.

– Quarto errado desculpe. Sorri.

Minhas forças eram poucas, sai de cabeça baixa. Primeiro Zach depois meu pai o mundo é injusto nos retira as melhores pessoas da sua vida sem piedade. Caminhei pela cidade, os carros passavam rapidamente, algumas pessoas faziam caminhada pelo parque alguns com seus cachorros outros estavam sozinhos.

A lua não tinha o mesmo brilho ela tinha um pedaço faltando formando a lua minguante as nuvens cercaram a lua mas não a tampava. O balanço ia e voltava nem tão rápido e nem tão lento, meus sapatos do lado do balanço enquanto eu balançava tentando esquecer de tudo, das minhas perdas principalmente. Se pelo menos eu pudesse voltar no tempo.

Meu telefone apitou recendo mensagem nova

“Você não está sozinha”

“Dylan?”

“Onde está?”

“Nem tente me achar”

“Estamos preocupados Nat fala logo, Christopher está quase endoidando aqui se não saber notícias suas.”

“Não”

“Então será assim?”

“Como quiser”

“Você quer ficar sozinha não é?”

“Onde tirou isso gênio?”

Dylan não respondeu mais. Ao mesmo tempo que queria ficar sozinha eu não queria. O parque estava frio devia ser mais de meia noite. Reparei que o balanço parou de repente devia ser por causa da pequena briga em minha mente.
Com um impulso o balanço voltou a balançar serenamente, afinal, estava sem pressa. Parei o balanço e sentir a areia em meus pés era relaxante fechei meus olhos para sentir melhor a brisa do mar bateu intensamente em minhas narinas me fazendo pensar que estava na praia de Londres onde quase morri afogada, as mesma sensações me tomou, a sensação de está indo embora e de ninguém se importar comigo mas logo veio aqueles olhos azuis e o sentimentos desapareçam, os mesmos olhos que me salvará do abismo do mar, aqueles olhos, eu estava louca atrás deles eu queria aquelas sensações de volta de está completa, mais que isso, o arrepio e o calor em minha pele e todos os sentimentos juntos expostos ao mesmo tempo. A tanto tempo sem pensar nisso, devo está louca alucinada.

– Importa se eu sentar aqui?

Sai dos meus pensamentos loucos olhei para o lado encontrei com Harry sentando do meu lado sem sequer saber da minha respostas, bufei claro. Meus pés viraram atração para meus olhos.
– Vai ficar ai, sem falar nada? Perguntei – Aliás por que está aqui?

– Não sei. Virei o encarando mal humorada – Posso te contar um segredo?

Rolei meus olhos, ele me deu um sermão com um olhar.

– Fala coisa.

Ele suspirou antes de abri a boca.

Harry POV On

Suspirei sem saber o que falar.

– A vida segue sabia? Seu olhar era mortal e sarcástico – O que eu quero dizer é, agora temos um objetivo não dá para parar por causa de uma pessoa.

– Inacreditável achei que pelo menos hoje só hoje você deixaria de ser ignorante.

Natasha deu um impulso no balanço. Ela estava certa eu não sabia como lidar com as pessoas e seus sentimentos sempre fui sozinho desde dos meus seis anos eu nunca tive alguém para se preocupar até certos tempos.

– O que esperava de mim?

– Não sei talvez um pouco de sensibilidade, Zach foi tudo para mim como acha que eu me sinto? Você acha que é só a vida segue e blá blá blá?

Ela se levantou com raiva me deixando sozinho no balanço. Eu sabia exatamente o que sentia, perde alguém importante. Mas nada comparado com a perda dela, a minha era profunda não a dela que perdeu o namoradinho em uma luta.

– Okay eu fui um pouco ignorante da minha parte, só acho que não devia deixar certas coisas serem barreiras em sua vida.

Fui atrás dela antes que faça alguma besteira, a encontrei à beirada do rio jogando pedras e todas afundavam.

– Que raiva por que ta afundando?

Ela jogou mais pedras que afundaram. Sentei do seu lado sem ela ver.

– Se jogar com leveza talvez consiga.

Rolei meus olhos assim como ela. Peguei uma pedra e joguei e ela quicou cinco vezes.
– Assim que se faz.

Ficamos em silêncio eu não sabia mais o que fazer ou falar, tudo que tentava a ignorante da Natasha me cortava ou vinha com mal humor.

– Chega.

Falei. Peguei sua mão a força ela lutava para sair, a puxei para longe dali longe de toda tristeza de alguma forma era meu dever devolver o sorriso em seu rosto de ver o brilho em seus olhos. Eu queria vê-la feliz, alegre era como uma facada vê-la assim tão frágil. Não podia negar que tinha uma ponta de raiva dela está assim por causa do Zach, ela não merecia ele, Zach até citou outra garota o que pareceu não incomodar ela mas do mesmo jeito.

– Onde está me levando?

A soltei quando ficamos no meio da água congelada.

– Como fez isso?

Toquei o pé na água congelando ao redor ela olhou em volta surpresa. Coloquei sua mão em meu ombro, peguei sua cintura e com a minha não livre juntei com a sua. A conduzi enquanto com os pés congelava a água. Ela hesitou alguns segundos mas aceitou a dançar comigo. Ela sorriu pela primeira vez depois de semanas, uma luz em mim se acendeu não podia negar Natasha mexia comigo nem mesmo Mary mexeu tanto comigo como ela por isso tinha raiva dela porque ela me faz especial, me faz querer ficar perto dela, ver o brilho em seus grandes olhos castanhos e seu sorrisos. “ O que você fez comigo?” Pensei sorrindo para ela.

Myllena POV On

Me tranquei no quarto para afundar em minha próprias lágrimas. Zach realmente se fora. Todos estavam afetados. Jaime estava na sala com alguns amigos, Daniel marido de Jaime estava em algum lugar da casa. Chris com Branca tentando a consolar. Dylan e Nicholas não estavam na casa agora não seria o melhor momento para eles estarem por perto. Natasha e Harry também não sabia onde estavam com certeza devem está brigando em algum canto como sempre fazem. Fechei meus olhos devagar eu não dormia a dias só chorava sozinha.

– Desculpa não está aí com você.

– Tudo bem.

Nicholas me abraçou apertado sentia falta de está com ele por mais que ele foi um covarde comigo eu ainda o amava e ele tinha mudado e muito, sempre se preocupando, fazendo a coisa certa.

– Me desculpa por tudo que eu fiz, eu trai sua confiança eu fui um verdadeiro canalha.

– Com todas as certezas.

Rimos e o silêncio nos tomou.

– Eu te amo foguinho.

O apertei mais forte tentando não chorar mais. Rimos de novo. Nicholas sai do abraço e olhou no fundo dos meus olhos tocou meu queixo com o polegar e beijou minha testa, pode ser clichê mas ainda sim era fofo o ato de beijar na testa.

– Eu te amo também oxigenado.

Christopher POV On

Branca chorava no meu ombro. Estávamos no jardim sozinhos a maioria estavam dentro da casa exceto Dylan, Nicholas, Harry e Natasha. Desde que eu conheci Zach na escola e dando em cima da Natasha eu desejei ele debaixo da terra nunca achei que viveria para ver seu funeral agora que aconteceu estou arrependido por ter desejado tal coisa. Quando contaram o que havia acontecido eu não acreditei, o grande Zach líder e blá blá blá morreu por causa da Leonor, traíra pior que Nicholas, pelo menos o cara está tentando concertar a burrada que ele fez e não matou ninguém, que eu saiba.
Minha blusa estava toda molhada e amassada não que me importo. Branca estava horas chorando desde que soube da morte do Zach ela não dormia ou comia fiz de tudo para ela comer ou pelo menos dá uma mordida numa maçã ela só nega até parece que quer ir junto com o irmão, o que não vai acontecer porque eu não vou deixar.
Comecei a cantar uma música que me relaxava toda vez que acontecia algo triste comigo, passei a mão em seus cabelos logo o choro acabou e Branca dormiu em meus braços. A peguei no colo entrei na casa e a levei para seu quarto, a coloquei na sua cama deitei ao seu lado observando ela dormi serenamente, tirei uma mecha de cabelo do seu rosto.

– Tudo passa.

Me doía vê-la assim queria poder fazer algo melhor que só consolar. Beijei seu nariz pequeno e a deixei sozinha dormindo.

– Vai não, fica.

Sorri segurando a maçaneta da porta, voltei e deitei ao seu lado de novo segurando ela apertado em meus braços.