Scorpius despertou, ao seu lado Rose sorria. Os olhos azuis bem abertos e os lábios agora comprimidos em um meio sorriso. O feixe de luz solar, que entrava pelas curvas da cortina verde musgo. Scorpius fechou os olhos novamente, evitando a luminosidade.

—Bom dia, Ruiva! —Falou.

O colchão abaixou, deixando claro que Rose sentara-se, ou se apoiara com os cotovelos.

—Bom dia doninha Junior. —Rose sorria.

Scorpius soltou um gemido frustrado.

—Voltamos aos apelidos? —Perguntou sem abrir os olhos.

—Senti saudade de te chamar assim. —Rose falou. Beijando-lhe o nariz, e passando para a boca em seguida.

Scorpius aprofundou o beijo, segurando Rose pela cintura, e puxando-a para cima de seu corpo. As pernas de Rose foram uma para cada lado do corpo do rapaz. Apoiava-se com as mãos firmes ao lado da cabeça do loiro, controlando seu peso. Scorpius a beijava com vontade.

As mãos de Scorpius, atrevidamente, passavam por dentro da camisa da ruiva. As mãos apressadas subiam aos poucos, mas foi percebendo que Rose travava a cada segundo, e então voltou a segurá-la por cima da camisa. Ao quebrar o beijo, ambos se olharam e sorriram. O rapaz, carinhosamente, olhando fixamente para Rose, colocou uma mecha atrás de sua orelha. Sorriam abobalhados.

—Vamos levantar, depois o café ainda temos que conversar com a Minerva! —Rose falou, rolando para o lado o rapaz.

—Não. —Gemeu frustrado, cobrindo o rosto com um travesseiro.

—Vamos doninha. Você tem cinco minutos para estar lá em baixo, vestido! —Falou firme, saindo do quarto.

Quando Scorpius chegou ao fim da escada, Rose já estava com a varinha em mãos e preparava-se para subir.

—O que ia fazer? —Perguntou enlaçando a garota pela cintura, enquanto a mesma guardava a varinha no bolso a calça.

—Não sei. —Scorpius levantou a sobrancelha. —Mas eu teria pensado em algo até chegar no seu quarto!

Rose sorriu malignamente, seguida por uma risada de Scorpius.

—Vamos logo. —A ruiva o arrastou.

Após o café da manhã, normal, cujo nenhum de seus amigos percebeu que haviam de certa forma, voltado ao normal, seguiram lado a lado para a sala da diretora.

Entraram em silêncio e sentaram-se. Rose com as mãos em concha fechadas sobre o colo, enquanto Scorpius cruzara os braços desajeitadamente.

—Bem, já conversei com os alunos das outras casas e só faltaram vocês dois, que por acaso estavam sumidos durante o jantar de ontem! —A diretora falava.

Rose pode ver de soslaio, o quadro de Alvo Dumbledore soltando uma risadinha.

—Convoquei os dois para perguntar se aceitam fazer o discurso para formatura! —Nesse momento olhou para ambos.

—A senhora diz um discurso para cada uma das casas? —Rose perguntou complacente.

—Sim senhorita. —A senhora de cabelos grisalhos sorriu. —Aceitam?

—Claro! —Rose sorriu ambiciosa, enquanto Scorpius assentiu dando de ombros.

—Então, espero ansiosamente para a formatura. Quero lhes dizer que estou com grandes expectativas em vocês dois, não me decepcione! —Fez um sinal com a mão, mandando-os para fora da sala.

Rose flutuava, estava tudo perfeito em sua vida. Durante o caminho até o lago negro, não prestou atenção em nenhuma sequer palavra do rapaz ao seu lado, já passava em sua mente as palavras que logo preencheriam um pergaminho, qual leria até decorar.

—Rose! —Scorpius chamou-a pela décima vez naqueles minutos.

—Sim? —Perguntou sorridente.

—Você não ouviu, não é? —Sentou-se na grama, deixando a garota em pé, com uma expressão confusa.

—Desculpa? —Sentou-se.

Scorpius jogou uma pedrinha no lago.

—Scorpius, desculpa, eu apenas me empolguei com a ideia! —Falou sonhadora.

Scorpius soltou um grunhido, como uma risada anasalada.

—Que foi? —Rose perguntou encarando-o.

—Achei que tivesse medo de publico. —Rose travou no mesmo instante. —Acho que acabei de te lembrar!

—E-eu não posso. —Gaguejou.

Scorpius virou-se e segurou-a pelos ombros.

—Rose, você consegue! —Falou firme.

—Você sabe quantas pessoas estarão me observando? —Perguntou estridentes.

—Sei lá, algumas centenas. —Respondeu.

Rose levantou-se, colocou a mão na testa e começou a andar de um lado para o outro em frente ao lago.

—Eu não vou conseguir, preciso conversar com Minerva! —Falou estalando os dedos em frente ao rosto.

Rose correu.

—Ah, mas não vai mesmo! —Scorpius correu até a ruiva, puxando-a pela a cintura até encostá-la em seu corpo.

Com o toque brusco do rapaz, Rose sentiu seu corpo formigar e uma corrente elétrica passar por seus fios de cabelo até chegar um pouco acima do seu abdômen. Ruborizou. Scorpius carinhosamente colocou a cabeça no ombro da ruiva, roubando-lhe um beijo na bochecha. Apertou-a mais ainda contra sua cintura. Escorregando suas mãos sobre a barriga da garota.

—Fique tranquila, eu vou te ajudar nisso, certo? —Beijou-lhe o ombro amorosamente.

Rose virou-se, passando os braços pelas costas do loiro, sorrindo timidamente.

—Promete? —Perguntou.

—Nunca vou te deixar! —Falou sorrindo.

—Nunca! —Rose esticou o pescoço, até tocar os lábios do garoto.

Aquela tarde se passou. Rose não aparecera no jantar o que deixou o garoto curioso. Após explicar aos amigos que a ruiva estava nervosa por causa do maldito discurso que faria. Despediu-se de Luke, que prometeu tentar ajudá-la de alguma forma, comentou algo sobre alguns óculos da Zonko’s, mas o loiro ignorou completamente.

Seguiu para o salão, onde entrou lentamente, pé por pé. No meio da escada já conseguia ouvir a voz de Rose, se sobrepondo cada vez mais. Conseguiu ligar as palavras a algum texto literário. Deixou-se rir baixinho. Parou na frente do quarto da ruiva, observou pela fresta e controlou-se.

Rose, de costas para a porta, falava com um livro em um dos braços, enquanto a outra mão girava a varinha entre os dedos.

—...E creio que isso finaliza esse maldito discurso que eu sei que não vou conseguir fazer! —Jogou o livro longe e soltou um grunhido irritadiço.

Scorpius riu alto. A ruiva, assustou-se, e com a varinha já em mãos, girou nos calcanhares e soltou estupefaça!

O rapaz voou longe, batendo contra a escada.

—Oh Mérlin, Scorpius. —A ruiva correu até o loiro, segurando-o assustada. —Você está louco? Me assustou!

Scorpius riu.

—Você estava se saindo bem! —Riu fraco pelo impacto.

—Seu idiota! —Bateu em seu ombro, ambos rindo.