Três Vassouras escrita por Amanda
Rose caminhava ao lado de Tiago, segurava a vassoura do primo que ajeitava as cotoveleiras, por ordem da ruiva. Estava distraída, adentraram o campo de Quadribol vazio.
—Achei que teria treino. —Falou para o primo risonho.
—Não é bem treino! —Respondeu, colocando dois dedos na boca e assobiando com todo o ar de seu pulmão. Em seguida, não só os jogadores, mas alguns torcedores saíram correndo de trás das arquibancadas. Alguns com o rosto pintado entre amarelo e escarlate. Os companheiros de equipe traziam faixas e cartazes.
—Eu não estou entendo! —Falou ao primo.
—Bem, eu estava conversando com o time, e concordamos que você é a mais empenhada de todos nós. —Sorriu. —Então, fizemos esse treino falso para perguntar se aceita ser a nova capitã de Grifinória? No caso, oficialmente.
—Mas e você? —Perguntou. —Digo, é legal iniciar os jogos. Mas você é o capitão.
Tiago sorriu.
—Convenhamos. Você é muito melhor que eu. —Disse. —Além do mais, é a senhorita que faz todo o planejamento no meu lugar. Não vai mudar muita coisa.
—Tem certeza? —Insistiu.
—Absoluta.
A imagem se tornou névoa, e de repente outra cena já era visível. Um sofá marrom, uma lareira acesa no mais alto fogo. O salão comunal dos monitores. Rose entrava com a vassoura na mão. Um sorriso que mal cabia no próprio rosto. Estava prestes a subir as escadas, mas um pigarreio lhe fez parar, e o sorriso já não estava mais no rosto.
—Parabéns! —Scorpius falou tentando esboçar o melhor sorriso que podia. —Er, por ser a nova capitã do time da Grifinória.
Friamente, Rose assentiu e subiu as escadas. Já não mais tão tranquila e sorridente como antes.
A imagem se desfez novamente.
—Qual é Rose? Está me deixando entrar! —Tiago ralhou com a prima. —De novo?
—Vamos lá! —Rose sorriu segurando a varinha.
Tiago apontou a varinha. —Legilimens!
Rose mais que imediatamente trancou sua mente de toda ou qualquer informação que Tiago pudesse assistir. O moreno não teve como invadir as memórias de Rose e voltou de supetão para a sala de aula. Ambos sorriram.
—Como estão indo? —O professor perguntou, tocando o ombro e Rose gentilmente.
—Muito bem! —Disseram juntos.
Depois de testar cada um dos alunos, o professor liberou-os. Rose e Tiago caminhavam lado a lado, rindo de alguma das memórias de Tiago.
—Claro, mas as suas não tiveram graça. —Tiago entortou os lábios. —Era só você e o Malfoy.
Rose corou.
—Sei que vai me odiar por dizer isso, mas, já pensou em dar uma segunda chance? —Rose o olhou feio. —Quero dizer, voltarem a se falar. Ele sempre pergunta como você está, isso que vocês dormem praticamente no mesmo quarto.
—É complicado. —Brincou com os próprios dedos.
Tiago assentiu.
—Certo Srta. Monitora, quantos passeios à Hogsmeade temos antes do natal? —Perguntou já com outra expressão no rosto, mais animada, talvez.
—Um antes e logo depois da volta. —Falou lendo o pergaminho entregue por Minerva.
—Vai com alguém especial? —Sorriu maliciosamente quando Lorcan passou e acenou discretamente.
—Ao contrário do que todos pensam, nós não estamos tendo nenhum tipo de relação. —Adiantou-se decidida. —E eu ainda não decidi se vou!
—Certo, não está mais aqui quem falou! —Levantou as mãos em forma de rendição.
—Como você é idiota! —Rose deu-lhe um tapa no ombro.
No final de semana, faltando exatamente uma semana para o Natal, os alunos debandaram para Hogsmeade, comprar presentes e até mesmo se divertirem. Até o ultimo momento Rose não iria, mas mudou de ideia. Sua cabeça estava explodindo de tanto que estudara e que mal faria sair para beber uma cerveja amanteigada?
Ajeitou o cachecol e calçou as botas de caminhada. Verificou se a varinha estava no bolso e logo seguiu para fora do castelo pela Torre do relógio. A estrada até o povoado esta deserta. Comprou alguns doces na Dedos de mel, apenas para preencher seu estoque — um compartimento de seu malão — e em seguida seguiu em passos largos e ligeiros para o Três Vassouras.
Mirou o balcão, encontrando o olhar concentrado de um garoto loiro em um caneco. Sentou-se em uma mesa no canto, pediu seu habitual chocolate quente, a apenas quando ingeriu o liquido quente e grosso, foi que tomou coragem para levantar-se e sentar ao lado do loiro. Scorpius a olhou com curiosidade.
—O que está bebendo? —Perguntou curiosa.
—Cerveja amanteigada! —Respondeu um tanto confuso pela aproximação da garota.
—Por quê? —Perguntou, praguejando a si, pela pergunta tão estúpida.
Scorpius limitou-se a dar um simples sorriso de lado, quase imperceptível.
—Minha melhor amiga não fala mais comigo! —Respondeu levando o caneco aos lábios. —Mas e você, bebendo o que?
—Chocolate quente. —Sorriu, repetindo o gesto do loiro.
—Por quê? —Refez a pergunta.
—Porque meu amigo anda vendo coisas que não existem e tive que dar um gelo! —Respondeu bebericando a bebida quente.
—Auch, minha melhor amiga não usou o adjetivo “melhor” e isso doeu. —Rose riu do comentário.
—Como eu estava dizendo, Sr.Desconhecido, meu amigo acha que eu fiquei chateada por ele ter beijado outra garota. —Falou e novamente praguejou-se mentalmente, havia admitido.
—E você ficou? —Perguntou sem jeito, mas no fundo, queria ouvir mais uma vez aquilo.
—Um pouco! —Confessou.
Scorpius remexeu-se no banco.
—Minha melhor amiga me viu beijando uma garota que ela odeia, sabe? E a expressão que ela fez foi assustadora, estou muito preocupado. —Falou calma e tranquilamente
—Já tentou conversar com essa sua melhor amiga? —Rose perguntou sem jeito.
Scorpius bebericou a cerveja novamente.
—Já, mas ela vira as costas e sai mexendo o traseiro! —Rose segurou-se para não cuspir o conteúdo em sua boca.
Ruborizou, mas entrou no jogo.
—O traseiro dela deve chamar muito a sua atenção! —Provocou.
—Na verdade não é só o traseiro, o contexto inteiro, desde o jeito que ela levanta a sobrancelha esquerda quando algo é óbvio, até a maneira que ela mexe os pés quando está conversando com alguém! —Fazia gestos com as mãos.
Rose parou de balançar os pés, cruzando-os de baixo da cadeira.
—Observa bastante o que ela faz! —Murmurou mais para si do que para o loiro.
—Mais do que gostaria de admitir. —Falou sorrindo.
Rose percebeu que seus corpos estavam mais próximos, afastou-se momentaneamente. Tirou do bolso do casaco alguns sicles e levantou-se.
—Eu preciso voltar. —Falou colocando as mãos no fundo dos bolsos.
Scorpius levantou-se.
—Quer que eu vá com você? —Já tirava as moedas do bolso.
—Não. —Rose quase gritou em desespero. —Desculpa, eu só, quero caminhar um pouco. Aproveite o resto do passeio.
O garoto assentiu.
Rose despediu-se com um sorriso tímido, e minutos depois já entrava na estradinha para o castelo.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Amei a recomendação da Sorvete com calda, e todos os comentários. Até logo ;)