Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 69
Sétimo ano




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O cabelo ruivo agora mais ondulado, não totalmente cacheado, mas os fios começavam a tomar sua forma natural, esvoaçavam pela brisa da estação. Estava entre a plataforma nove e dez, da estação de King's Cross. Apertou o carrinho sob suas mãos e correu contra a parede, apenas parando quando o som da locomotiva inundou seus ouvidos, alegrando-a. Logo atrás, seus pais e seu irmão, ansiosos. Encontrou seus tios, e amigos de seus pais, como por exemplo Luna.

—Como foram as férias Rose? —Lorcan perguntou, após abraçar a ruiva. —Soube que caiu da vassoura.

Rose ficou quieta por um momento, Lorcan estava diferente. Havia mudado nas férias. Seu cabelo alinhado apenas ao se pentear, a cor castanha dourada estava ainda mais vibrante. Os olhos claros com uma intensidade inigualável. Só percebeu que estava a algum tempo observando o rapaz quando Tiago se debruçou em seu ombro.

—Caiu? —Tiago riu se metendo na conversa. —Ela se jogou.

Lorcan e Tiago riram, deixando Rose desconfortável.

—Que seja, eu estou bem e pronta para outra! —Rose abriu os braços, sorridente.

—Pronta para “outra”, o que priminha? —Alvo chegou abraçando a ruiva.

—Cair da vassoura! —Tiago respondeu.

—Eu disse, desde que ela caiu, ficou maluca, deve ter batido a cabeça. —Fez menção em procurar por ferimentos na cabeça da prima.

Rose rolou os olhos.

—Vamos logo! —A ruiva arrastou os amigos para dentro do trem.

Já haviam passado por dois vagões e ainda não haviam encontrado nenhuma cabine vazia.

—Hey Ruiva, aqui está bom. —Tiago gritou, chamando a prima para alguns vagões mais ao fundo.

Sentaram-se no vagão e tomaram seus lugares, acenando para os pais quando a locomotiva começou a se movimentar. A paisagem começou a se tornar verde, e logo entravam nos trilhos a caminho de Hogsmeade.

Rose estava lendo, deixando pela primeira vez naquele ano, o assunto Quadribol de lado. O livro estava realmente muito mais interessante do que a conversa dos garotos.

—Olá senhoritas, poderia me juntar a vocês? —A voz de Scorpius adentrou a cabine.

—Ruiva! —Luke jogou-se para dentro da cabine, abraçando Rose com força. Sendo retribuído. —Senti tanta a sua falta.

—Todos sentimos, Zabini! —Scorpius jogou-se ao lado de Rose, tirando o moreno dali.

Rose revirou os olhos e voltou ao seu mundo particular. Dentro do livro de ficção. Com o balanço do trem e o sol se pondo ao fundo, foi adormecendo aos poucos, piscando diversas vezes antes de cair em sono profundo.

Rose acordou, porém, não abriu os olhos. A preguiça era tanta que se encolheu ainda mais no banco. Sentiu-se sobre algo duro. Piscou algumas centenas de vezes antes de abrir os olhos. Prendeu um grito e olhou para os lados. Seus primos riam.

—Não tem graça! —Falou indignada.

Estava com as pernas por cima de Scorpius, e apoiada em um de seus largos braços que a abraçavam. O garoto também dormia.

—Claro que tem! —Luke falou. —Você deve ter ser enfiado seu rosto no pescoço dele umas cinquenta vezes!

Rose levantou-se bruscamente, quase derrubando o rapaz.

—O q-que foi? —Scorpius perguntou sonolento, abrindo os olhos.

Rose olhou mortalmente para todos, evitando o olhar cinza azulado de Scorpius. Fitou a janela e pegou a bolsa.

—Chegamos! —Resmungou saindo da cabine.

Todos olhavam risonhos para a portinhola.

—Da para alguém me explicar o que acabou de acontecer? —Scorpius pediu novamente, mas recebeu risadas como resposta.

Rose apenas esperava o trem parar, estava escorada perto da porta de desembarque.

—O que aconteceu? —Lorcan aproximou-se.

—Nada, apenas estou ansiosa! —Respondeu-lhe com um sorriso tímido.

O trem parou e as portas se abriram. Lorcan fez um gesto cavalheiresco.

—Vamos? —Rose assentiu e desceu.

O salão principal tinha as costumeiras velas flutuando sobre as mesas, quase coladas ao céu estrelado do telhado. Aos poucos os alunos começaram a tomar seus lugares, até que todas as mesas estavam completamente ocupadas. Minerva fez seu discurso, e logo banquete surgiu por entre os pratos, castiçais e canecos.

—Hey, Rose? —Tiago chamou a ruiva distraída em mexer na comida em seu prato.

—Hã? —Levantou o rosto.

—Amanhã, vamos aproveitar que é sábado e vamos treinar! —Falou para a ruiva. —Depois do almoço no campo de Quadribol. Por sorte este ano não vamos precisar substituir ninguém. Então...

—... É treino pesado! —Rose completou.

—Fico feliz que saiba! —Sorriu e voltou a comer.

O salão foi se esvaziando aos poucos, sobrando poucos alunos.

—Hey Rose vai pro seu salão comunal ou para o da Grifinória? —Hugo perguntou.

Rose pensou por um momento.

—Me esperem, só vou buscar algumas roupas! —Falou correndo até seu salão comunal, dando de cara com Scorpius que repetia a antiga senha para o Dragão verde estonteante.

—Pra que tanta pressa, ruiva? —Perguntou galanteador, enquanto Rose subia as escadas, batendo a porta. Gritou. —Boa noite.

Rose pegou a bolsa e jogou algumas peças de roupa. Antes de sair procurou pelo loiro, constatou que o mesmo estava no banheiro ou já dormia. Caminhou tranquilamente até o Salão Comunal da Grifinória e adentrou-o com nostalgia.

—Hey, agora a família está completa! —Tiago riu, passando o braço pelos ombros de Rose e arrastando-a até o tapete perto da lareira.

—O que faremos? —Perguntou sorridente.

Rose sentou-se entre Tiago e Fred, que havia reprovado.

—Marshmallow na lareira e histórias de Terror! —Fred falou entregando um espetinho com o doce na ponta. —Que horas vai voltar ruiva?

—Hoje eu durmo com meus leõezinhos! —Abraçou ambos os primos.

—Essa noite a Rose é nossa! —Levantaram os espetinhos, brindando com os marshmallows nas pontas. As risadas foram até altas horas, até é claro o momento em que começaram as histórias de terror.

—... E então a garotinha ouviu sua mãe lhe chamando, o som parecia vir da cozinha. Estava no meio da escada quando ouviu novamente a voz de sua mãe mandando-a voltar para o quarto, pois também havia escutado. —Fred parou por um momento, tomou fôlego, mas para desespero das garotas, soltou um urro alto e assustador.

Rose soltou um gemido e enterrou o rosto no peito de Tiago. O moreno abraçou a prima aterrorizada. Só que este gargalhava junto de Fred.


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Notas finais do capítulo

Obrigada Leitora Fantasma, pela maravilhosa recomendação!
Até logo