Três Vassouras escrita por Amanda


Capítulo 60
Estranhos


Notas iniciais do capítulo

Olá, demorei, mas queria parabenizar a La Lima!



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Scorpius estava jogado na poltrona, com o pijama — calça de moletom cinza e uma camiseta do Chudley Cannons. Tinha um livro em mãos, mas sequer prestava atenção nas palavras, virava as páginas, despreocupado. O livro quase caiu de seu colo quando Rose abriu a porta do banheiro e saiu secando os cabelos molhados com a toalha.

—Rose? —A ruiva parou e ajeitou o elástico da calça do pijama na sua cintura. —Precisamos conversar!

Levantou-se, com o intuito de cruzar os braços sobre o peito, mas não o fez. Pareceria um tanto agressivo, e era tudo o que menos queria naquele momento. A ruiva então se sentou no sofá com a toalha molhada no colo, fez um sinal para que continuasse.

—Temos que parar com isso, olha você é muito teimosa e eu admiro isso, mas tem que admitir, — Pausou. — não adianta nada você seguir cada movimento desse comensal se não pode agir.

Rose o olhava, segui-a com o olhar fixo.

—Seu pai está trabalhando nisso, esqueceu? Ele ajudou a derrubar Voldemort! —Ralhou. —Você não tem comido direito, Luke e Hugo estão preocupados.

—Luke e Hugo? Falei com eles ontem. —Retrucou.

—Você acenou. —Corrigiu-a. — Mas e nós? Parecemos dois estranhos. Ainda estamos juntos?

Os olhos de Rose pareceram perder um pouco da vivacidade, o brilho se tornou fosco e a viu engolir em seco algumas vezes.

—E-Eu não sei. —Parecia visivelmente derrotada e apreensiva com aquele assunto.

—Eu também. —Virou-se subindo as escadas.

Rose ainda olhou para as chamas antes de subir e jogar-se na cama, cobrindo o corpo até o nariz.

A noite foi cansativa, não conseguiu pregar os olhos um mísero minuto. Na manhã seguinte apareceu para o café e somente por teimosia, ainda tentou assistir uma aula. Mas assim que o sinal tocou, levantou-se com a visão embaçada e sentiu-se tonta. Sentou-se novamente.

—Rose? —Luke chamou a amiga. —Tudo bem?

—Ah, sim ou quase. —Murmurou. —Poderia avisar o Tiago que eu não vou ao treino hoje? Por favor?

—Claro. —Movimentou a cabeça.

Observou ainda um tanto atônito, a ruiva sair cambaleando para fora da sala. Antes que pudesse sair, Scorpius — que observava tudo o chamou.

—O que aconteceu?

—Ela não vai poder ir ao treino, estava meio estranha. —Respondeu com sinceridade. —Agora se me der licença, preciso encontrar o Potter.

Scorpius correu na direção em que Rose seguira, encontrou-a caminhando lentamente pelo fluxo de alunos. Segurou-a pelo cotovelo, virando-a para seu corpo.

—Você não dormiu, não é? —Era evidente, somente pelas olheiras arroxeadas e a aparência cansada. Cansaço que se estendeu até o seu cabelo, preso em uma desorganizada trança.

—Nenhum minuto! —Escorou o ombro na parede.

—Vem, vamos para o quarto. —Rose não protestou, nem tinha forças para tal.

Apenas deixou-se ser abraçada pela cintura e carregada até o quadro de dragão. Quando entraram, Scorpius já praticamente carregava a ruiva.

—Daqui eu me viro. —Separou-se do Sonserino e subiu as escadas, murmurando um “obrigada” e se jogando na cama, sem ao menos fechar a porta. Adormeceu. Scorpius ficou observando a porta por um minuto, antes de voltar às aulas.

Durante o almoço explicou melhor para Luke, Hugo e Alvo, todos preocupados com a garota.

—Por que ela não conseguiu dormir? —Alvo perguntou para o loiro distraído com seu almoço.

—Eu, eu não sei. —Deduziu. Com outras hipóteses em mente. Depois de algumas cansativas aulas, resolveu voltar para o salão comunal e descansar, pois igualmente, não havia dormido muito. A porta do quarto de Rose continuava aberta, indicando nenhum movimento da ruiva. Aconchegou-se em sua cama de qualquer forma e dormiu. Em um momento durante o sono, sentiu-se ainda mais acolhido, e deixou-se levar-se pelo cansaço.

Despertou com o som de passos na escada, levantou-se, jogando o cobertor para longe. O sol da manhã já batia na sua janela. Não acreditava que dormira tanto tempo assim. Caminhou até a porta, e deu de cara com Rose, os cabelos pingando e uma camiseta extragrande, a bermuda mal cobria suas coxas.

—Ah, desculpa, não queria te acordar! —Falou sem jeito para o garoto, que sem pudor encarava suas pernas descobertas. —Está me deixando sem graça.

Rose não estava tão corada quando o Sonserino pensou, rapidamente dirigiu o olhar para o rosto da ruiva. Bagunçou os cabelos e sorriu.

—Desculpe. —Sorriu delicadamente.

—Tudo bem — Sorriu docemente.

—Você está melhor? —perguntou tranquilamente.

—Sim, consegui dormir. —Agiam como dois estranhos recém-apresentados.

—Hã, foi você que me cobriu? — Perguntou se odiando pelo estúpido questionamento.

—Sim, você parecia estar com frio. Achei que... Bem. —Deu de ombros.

—Obrigado. —Sorriu, pensando em algo inteligente para falar.

—Não podemos ficar assim Malfoy, parece que nem nos conhecemos. —Cruzou os braços no peito. —Eu não consigo ficar assim, é...

Scorpius calou-a com um toque em sua mão, escorregando os dedos até entrelaça-los. Ambos os olhares se encontravam em suas mãos. Nada foi dito, apenas sentido naquele momento. O sinal tocou, arrancando duas risadas tímidas.

—Perdemos o café e a primeira aula. —Concluiu Scorpius.

—Sem problemas. —Rose aproximou-se um passo. —Te vejo na próxima aula?

Scorpius repetiu o ato de Rose, aproximando-se um passo. Rose repetiu o movimento, encontrando o nariz do rapaz.

—Com certeza. —Seus lábios roçavam um no outro, causando arrepios em ambas as peles.

Com um desenho incontrolável, causado pelas ondas eletrizadas — passando pelos seus corpos — selaram os lábios, sem movimentar. Até que como uma vassoura velha, Rose se movimentou, abrindo espaço entre os lábios, mas recuou e apreciou o contato leve.

Durante o almoço, Rose parecia ter voltado ao seu estado normal. Estava sentada com os primos e ria das piadas de Tiago. Scorpius a observava com um sorriso, finalmente aquilo havia terminado. Observou quando uma garotinha da Corvinal, que devia estar no segundo ano, caminhou até Rose e lhe entregou um envelope. Observou mais atentamente Rose abrir o envelope e passar os olhos pelo pergaminho. Imediatamente a ruiva puxou o irmão pela gravata e saiu em passos rápidos o salão. Scorpius pensou em segui-la, mas na velocidade em que saiu e na expressão em seu rosto, desistiu.


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Notas finais do capítulo

Até logo, comentem, favoritem e recomendem...



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