O Rapto do Filho do Conde escrita por Juliana Rizzutinho


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Infelizmente, a equipe de Ibrazel não conseguiu dessa vez, mas Lydia descobriu o que poderia ajudá-los na vitória... Ah, sim, é bom avisar: aqui aparece um pequeno spoiler que descobri enquanto lia os lights novels... Mas acho que quem é fã vai gostar de saber ^^
Bem, então vamos lá e boa leitura!



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O Sol já aparecia por completo no céu, quando o exército chegou à mansão dos Ashenbert. Edgar ainda estava inconsciente, pálido e foi prontamente atendido por Tytânia e Sereia. Lydia desesperada foi ao seu encontro e o abraçava temendo sua morte.

– Lydia, ele não vai morrer, infelizmente…, disse Kelpie.

– E é esse tipo de brincadeira que se faça, rapaz? – repreendeu Lugh e continuou - Ele precisa ficar bem…

– Logo!! – disse imperativa Tytânia. – Vamos leve-o para o quarto. Provavelmente, Ulysses mexeu com sistema nervoso dele.

– Poxa vida! Não ganhamos dessa, mas que matamos uma boa leva daqueles filhos da …- resmungou Lugh.

– Lugh, por favor! Ajude-nos com a corrente mágica, solicitou Sereia.

– E Raven? Onde está Raven?, perguntou Lydia ainda mais assustada. – Não me diga que…

– Sim, ele foi raptado! Ou melhor, sequestrado! Oras, o Edgar devia ficar no canto dele, só complicou as coisas com seu lado impetuoso…

Enquanto Kelpie reclamava o quanto Edgar foi imprudente, Lydia percebeu onde estava o ponto falho da equipe. Ela iria falar para Edgar assim que ele acordasse. Ela DEVERIA falar para Edgar. “É isso! Está faltando o quarto elemento…O fogo! Se Ulysses e sua trupe tinham as salamandras, eles por sinal, não tinham… Mas quem iria completar?”. Sua cabeça rodava atrás de uma resposta e que viria apenas à noite.

Mais tarde, com os tratamentos devidos, Edgar parecia apenas adormecido e fora de perigo. Enquanto era assistido por Lydia, os seus sonhos eram confusos e desconexos. Se via uma hora em campo de batalha, o desespero e impotência para vencer Ulysses e depois… o olhar de Raven pedindo socorro. Acordou assustado e, ainda meio ao torpor, viu Lydia que segurava sua mão gentilmente. Respirou fundo, fechou os olhos e perguntou:

– Não consegui, não é?

– Ainda não, disse ela suavemente. – Mas, o mais importante é que você está vivo e bem. Porém…

– Diga Ly!

– Bem, eles levaram Raven…

– Eu sei disso! – disse com sentimento de culpa enorme – Além de não conseguir recuperar Aurthur, ainda por cima… perdi Raven. Mas… O que aconteceu realmente?

– Parece que o Ulysses conseguiu infiltrar-se em sua mente e paralisou algumas partes de seu cérebro, mas foi algo momentâneo.

Meio titubeante, a fairy doctor prosseguiu:

– Você sabe quem ajudou a curá-lo, além, de claro, Sereia e Tytania?

– Nem faço ideia…

– Kelpie!

– No fundo estamos virando amigos, não é?, ironizou Edgar com sorriso triste.

– Nem tanto!, era a resposta entrecortada e irritada do cavalo-marinho mágico que se encontrava encostado na porta do quarto.

– Kelpie, por favor… E Edgar, fique quieto! E vocês vão brigar a essa hora? – retrucou Lydia.

– Quem está brigando?, os dois perguntaram ao mesmo tempo.

Lydia respirou resignada e continuou:

– Bem, vamos ao mais importante… Acredito que tenho uma chave ou uma pista do que está nos faltando…

– Uma cabeça para o Edgar!, brincou maldosamente Kelpie.

O conde apenas olhou com certo rancor para o cavalo-marinho mágico.

– Kelpie, será que vou ter que ser ríspida com você? – alertou Lydia.

O cavalo-marinho mágico só levantou a mão direita como dissesse que ele ficaria quieto. Edgar então pegou a mão da esposa:

– Ly, onde errei?, perguntou na mais profunda humildade.

– Não foi somente você, mas todos nós erramos – respondeu Tytânia, que neste momento entrava no quarto e continuou – Esquecemos o quarto elemento…

– O quarto?, indagou confuso.

Lydia então se virou para Edgar:

– Isso, o quarto elemento é o fogo! E se a base de toda magia está montada em cima dos quatro elementos, estamos incompletos, concorda?

Antes que alguém dissesse alguma coisa, Lydia continuou:

– Pois, vejamos, meu amorzinho. Temos a Tytânia que é a Rainha das Fadas, que representa o elemento ar. A Sereia, a Senhora dos Sereianos que controla as ondinas, e consequentemente é o elemento água.

– E o Lugh, o Rei dos Leuprachauns que é o Senhor da Terra… Como não pensei nisso? - Edgar parecia que se pergunta a si mesmo – Mas quem seria o quarto elemento?

– Que saiba, o quarto elemento é você!, declarou imperativa a Senhora dos Sereianos.

Todos ficaram atônitos, inclusive Kelpie, que até no presente momento disfarçava muito bem seus sentimentos.

– Eu?, perguntou perplexo Edgar. - Mas como?

– Quando a lady Gladys, a grande senhora e dona da Espada Merrow casou-se com o 1o Conde Cavaleiro Azul o iniciou nas artes mágicas. Assim como Lydia, inconscientemente, o iniciou depois que vocês casaram. O 1o conde foi oponente de todos os inimigos que tentaram arruinar a paz do Condado, assim como os descendentes do Príncipe da Calamidade. Ele lutava maravilhosamente bem, era um grande estrategista, mas mesmo assim, impetuoso. Assim como você, Edgar – contou Tytânia.

Edgar escutava atentamente, e de forma tão focada que nem conseguia piscar. Lydia, então, compreendia que era esse o fio da meada de sua intuição.

– Porém, - prosseguiu Tytânia - esse homem tinha plena consciência de suas dificuldades, angústias e até não era o mais forte. Mas possuía confiança, humildade o suficiente, não menosprezava o oponente e sabia que se focasse de corpo e alma conseguiria ganhar qual fosse o seu inimigo. E claro, com nossa ajuda. Assim como você, ele jurou sob a Espada Merrow, serviu ao seu povo e foi o senhor de todos os elementos.

– Mas…, Edgar não conseguia completar a frase ou não ousava perguntar o seu erro, pois temia a resposta.

– O seu grande erro, Edgar, foi… querer vingar-se mais uma vez da organização do Príncipe através da nobre Espada Merrow. Se o objetivo era resgatar Aurthur, concorda que foi um grande e crasso erro?

– Mas eu não quis…

– Sabemos que foi algo inconsciente e que surgiu do nada na hora da batalha. Vejamos, mesmo não sendo um descendente direto dos Ashenbert, nós o aceitamos. Até porque você provou a sua lealdade, confiança, nobreza de espírito e garra. Porém, quando ainda você era o filho do Duque Sylvainford, sua família foi dilacerada e morta. Mas, sabemos que você era o alvo da organização do Príncipe, por causa da sua linhagem. Quando você voltou da América, foi atrás da Espada Merrow como forma de vingar-se. Mas aí quando você a obteve percebeu que o peso daquele que a carrega é muito mais sério do que uma simples vingança. E em grande parte o que você é hoje vem do seu espírito otimista, humilde e a habilidade de sobreviver nos períodos mais difíceis. E mesmo depois de tudo que você passou, não perdeu sua gentileza. Mas, o que aconteceu? Por um momento, com as provocações de Ulysses, você voltou à época que queria utilizar a Espada como arma da sua vingança. E o que pior, não respeitou o oponente. Em outras palavras, sua briga era mais interna do que outra coisa. E, portanto, falhou por uma cicatriz que ainda carrega na sua alma.

Edgar então percebeu que nem para si mesmo confessava que ainda existiam as marcas daquele tempo, que não só o corpo carregava, mas sua alma também.

– Mas como posso reverter o quadro e, assim, assumir o elemento fogo? – questionou quase sussurrando.

– Simples, enfrentando sua sombra, afirmou Tytânia.

– Mas como?

– Você está preparado para enfrentá-la, Edgar? – perguntou Sereia.

– Estou!, respondeu com toda convicção e apertou mais ainda a mão da esposa.

– Então, vejamos, por hoje descanse. E amanhã…

– Não podemos esperar até amanhã!, falou irritado.

– Edgar, veja, o Príncipe não matará Raven, muito menos o seu filho. O plano é tomar posse da Espada Merrow e assim controlar todo o condado e depois toda a Inglaterra, como sempre ele quis. As duas únicas moedas de troca que ele tem são Aurthur e Raven. Não seria interessante fazer algo com eles, concorda? – tranquilizou Sereia e continuou para os outros presentes: – Então? Podemos providenciar nas primeiras horas de amanhã a jornada interna de Edgar? O que acham?

– Perfeito!, concordou Tytânia, que ainda prosseguiu - Edgar, por hoje descanse. Amanhã será sua batalha interna. Se você sair vitorioso, Kelpie e Lugh cuidarão pessoalmente de seu treinamento. E assim…

– Atacaremos sem piedade!, completou Lugh, que também já se encontrava no quarto, fazendo um gesto no ar com o punho fechado.

– Pera lá, quem disse que vou…

– Kelpie! Eu exijo sua ajuda, disse Sereia imperativa.

– Está bem! – respondeu bem contrariado.

Algum tempo depois, na escuridão, Edgar tentou brigar com o sono, pensando em tudo que lhe foi dito. Mas ele foi mais forte e o venceu.


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Notas finais do capítulo

Descobriram? Pois é, o sobrenome verdadeiro do Edgar é Sylvainford. No anime, pode reparar, é mencionado bem por cima. E quase ninguém realmente percebe que o Duque Sylvainford é o pai do Edgar... E diga-se de passagem, o título Duque está acima de Conde. Irônico, não?No próximo capítulo... Tytânia dará a sua contribuição para recuperar o pequeno de volta... O que será? Beijos e até lá! Ah, sim, Feliz Natal ^^