Sangue escarlate escrita por Stephanie Orsina


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Esta fic, foi feita e pensada com mito amor e carinho, por favor deem uma chance a ela.

Comentem suas duvidas, eu sei que vocês tem muitas!

Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/447230/chapter/1

Eu odiava quando ele fazia isso, armava confusões apenas para chamar minha atenção, odiava a forma como ele era mimado e extremamente carente, mas não podia deixar de entendê-lo, afinal, éramos apenas nós dois.

- Katnnis! - Sua voz implorou logo atrás de mim.

Eu caminhava apressada pelos corredores da escola, ignorando as portas dos armários batendo e os papeis voando logo atrás de mim, ignorando até mesmo seu clamor doloroso e as faces assustadas a minha volta. Virei o corredor a direita e entrei na primeira porta a esquerda, adentrando no banheiro feminino, ignorando o barulho da porta batendo e as alunas assustadas que olhavam para mim e ingressei na primeira cabine vazia que encontrei.

- Katnnis! - Sua voz sussurrou novamente, desta vez em meu ouvido.

- Me deixe ser normal, pelo menos na escola! - Implorei, sentindo sua mão fria tocar meu rosto.

- Por que você não me responde?- Peeta perguntou, sua voz repleta de dor e tristeza.

- Você sabe o porquê! - Falei cansada, absorvendo seu toque em minha pele.

- Eu tenho medo de te perder! - Peeta sussurrou, desenhando a linha do meu maxilar com seus dedos longos.

- Você nunca irá me perder! - Esclareci sincera, despejando todo os meus sentimentos naquelas palavras.

- Você promete? - Peeta perguntou esperançoso, seus olhos azuis reluzindo de desejo.

- Eu juro! - Sussurrei absorvendo seu hálito doce de hortelã.

- Jure pelo sangue escarlate que corre em suas veias! - Ele exigiu, sua voz arrastando-se manhosamente.

- Eu juro pelo sangue escarlate que nunca o deixarei! - Sussurrei hipnotizada por seu toque sedoso.

- *Amica mea! - Peeta sussurrou acariciando novamente a linha de meu maxilar, guiando-me até seus lábios e sumindo no mesmo instante, da mesma forma que havia parecido minutos atrás.

Soltei um suspiro longo e abri a porta, encarando as faces amedrontadas que me encaravam de forma estranha, sorri e puxei o celular do meu sutiã.

- Homens, nunca sabem esperar! - Menti dissimuladamente sorrindo desanimada.

As meninas ali presentes sorriam aliviadas, juntando seus objetos de maquiagem da pia, e saindo pela porta sorrindo e abanando a mão discretamente. Liguei a torneira, e molhei os pulsos e a nuca, lidar com Peeta sempre me deixava cansada, parte por que nossa relação sempre fora difícil, parte por que ele sugava boa parte de minha energia quando estava com seus sentimentos alterados, na tentativa de me fazer vê-lo.

Olhei no espelho e seu reflexo turvo apareceu atrás de mim, me fazendo lembrar que ele sempre estaria ao meu lado, respirei fundo e focalizei apenas em meu rosto, as olheiras fundas, o cabelo mal penteado, o ar de cansaço estampado em meu olhos, meu aniversário estava chegando e com ele o medo de perder Peeta apenas aumentava gradativamente, perturbando a nós dois.

Peeta era meu *Anima, era o meu poder projetado, quando somos crianças não temos noção do tamanho do nosso poder e isso nos torna perigoso, pois nossos sentimentos não são ainda firmados, por isso ele se divide cria uma vida própria em nossa mente, metade seu, metade Anima, dividindo seu poder em dois, tornando sua magia muito mais fraca do que ela deveria ser. Peeta era meu Anima, mas com nós foi muito mais do que simplesmente contenção, Peeta era meu amigo, meu amante, em todos momentos da minha vida Peeta estava lá, e não era só isso, Peeta era mais, ele não era só imagem, eu podia senti-lo, podia tocá-lo, coisa que nenhum Anima nunca conseguiu fazer, pelo menos não até hoje.

Os dedos frio de Peeta tocaram minha nuca, provocando um arrepio gostoso em minha coluna.

- Amica mea, está na hora! - Peeta sussurrou em meu ouvido.

Assenti coma cabeça e juntei minha mochila, caminhei em direção a porta e respirei fundo, eu odiava não poder falar com ele, e nem corresponder seu toque. Mas como eu iria explicar o fato de estar acariciando o ar? Peeta era meu, somente eu podia vê-lo e mais ninguém, pelo menos não quando ele não estava em sua forma sólida, mas estar assim exigia demais de mim e durava apenas poucos minutos.


Caminhei apressada e entrei na sala juntamente com meu professor, sentei-me na última carteira do fundo, e preparei-me para ouvir mais uma aula, sobre um livro que eu já havia lido. Deixei minha mente vagar para além daquela sala, na noite anterior em minha casa, quando minha mãe havia me explicado o que aconteceria no dia do meu décimo sexto aniversário, eu já havia ouvido diversas vezes a mesma história e a mesma explicação, mas não era a história que me fazia voltar àquela noite, mas sim as expressões de Peeta, o modo como ele me olhava, seus olhos tristes pela lembrança certa de que no fim de semana seguinte nós nunca mais nos veríamos. Essa imagem não saia de minha cabeça, seus cabelos despenteados pendendo sobre a testa, suas vestes antigas como a de um príncipe de conto de fadas, em vermelho carmim, com botões de ouro reluzente, seus olhos de um azul profundo encarando os meus por trás de minha mãe. Eu daria tudo para nunca perdê-lo, até mesmo meu poder, mas isto não seria possível, por que no dia em que meu poder fosse completo, Peeta sumiria. Ele voltaria a ser parte de mim.

*Amica mea: "Meu amor" em Latim.

*Anima: "Alma" em Latim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Recomendem aos seus amigos e deixem um like!