Alguns meses depois…
– Bellaaaaaaa- ouvi Alice falar, estava bastante concentrada a ler o meu livro. Sim, eu estou a trabalhar mas como não me apetece fazer nada decidi que ia ler, andava bastante cansada nestes últimos dias. Anthony tinha ganha confiança para andar , então ninguém o parava. Andava de um lado para o outro, não importa o lugar onde estivesse, tinha de andar sempre. O que por um lado não era nenhum mal, assim poupava-me os braços e as costas. Mas o grande problema é que eu tinha de andar atrás dele, ás vezes tinha inclusive de correr, por que bastava um segundo que ele ganhava muito avanço de mim.
– Sim ,Alice?- perguntei baixando a contragosto o meu livro,
– achas que me podes ajudar ali com um vestido?
– Caso nunca te tenhas apercebido eu e a costura não nos damos muito bem.
– Eu sei, querida irmã. Mas é para experimentares o vestido, não para me ajudares a costurar.
– Hm… achas correto eu experimentar o vestido de outra pessoa? Eu não acho isso muito ético..
– Bella a dona não é de cá, não pode vir cá. E eu preciso de uma modelo para o experimentar. Além disso não é como se ela fosse saber, e antes de o mandar para ela, obviamente que o vou passar por água, como faço sempre.
– Ela não é de cá?
– Não, ela veio cá de prepósito! Não é um máximo?
– Sim, acho que sim.
– Vá Bella, preciso de ti. a mulher tem mais ao menos as tuas medidas, então tens de ser tu. E não é como se tu tivesses a fazer grande coisa…
– Está bem. Mas eu só não estou a trabalhar porque estou cansada e dói-me a cabeça.
– Eu sei! Estava só a brincar- disse ela arrastando-me do meu pequeno escritório, para o seu atelier.
Fui para pequena divisão que havia para as pessoas puderem trocar de roupa, Alice passou-me o vestido.
– Tem cuidado com os alfinetes- avisou no exato momento em que eu me picava.
–AUU- gritei, exagerando só um bocadinho.
– Eu avisei- disse ela, rindo-se.
– Então?- disse eu, quando sai de dentro da pequena divisão. Lá não existiam espelhos, então ainda não tinha conseguido ver o vestido todo, só sabia que era branco e tinha um tecido leve em volta. Alice ajudou-me a abotoar o vestido, uma vez que os botões eram nas costas do vestido.
– Precisa de alguns ajustes no busto, e aqui nas costas- disse ela, apertando os tecidos no local que indicava.
Olhei para o espelho que estava á minha frente. O vestido era realmente bonito, era justo com alguns brilhantes no decote em coração, abaixo dos brilhantes havia um pouco de renda, e para baixo o vestido abria, mas não muito.
– É tão bonito- disse eu passando a mão pelo vestido.
– Ficou bem, não ficou? É para a receção do casamento- disse Alice.
–É mesmo bonito, quase que dava um vestido de noiva.
– Oh bem, eu também acho. Mas a senhora estava a preparar um grande casamento, acho que até ia ser em algum castelo ou coisa do género. Ela mostrou-me uma foto no vestido de casamento e é bastante espampanante.
– Fala a senhora simplória não é? – disse eu lembrando-a do seu vestido de casamento.
– O meu não era MUITO espampanante, era um vestido á minha maneira- disse ela, e eu ri.
O casamento de Alice tinha sido magnífico, um bocado exuberante na minha opinião, mas definitivamente o casamento que era a cara dela e que ela sempre sonhou.
Depois de Alice ter feito todos os ajustes que precisava ao vestido, mando-me tirar.
– Alice?- chamei enquanto me vestia.
– Sim, Bella?
– Achas que o vestido vai ficar bem? Tu ajustaste-o demasiado ao meu corpo…
– Já te disse que a rapariga tem a mesma constituição que tu, ou uma semelhante vá… se depois houver algum problema, ela manda-o a uma costureira lá.
– Lá ,onde?
– Em Los Angeles, a rapariga é de Los Angeles e veio até aqui só para fazer o vestido!!
–Isso e muito bom para nós!- disse eu.- Não me lembro de me teres falado nisso…
–Sei lá, nunca surgiu nas nossas conversas…
– Hm, okay! Olha, vou sair agora está bem? A minha cabeça está a começar a doer ainda mais, vou para casa ver se relaxo um bocado, antes de o Anthony e o Edward chegarem.
–Okay,sem problemas. Queres que o vá buscar?
– Não, o Edward vai. Não te preocupes- disse passando por ela para ir buscar a minha mala.
– Se precisares de alguma coisa diz, está bem?- perguntou Alice.
– Claro que sim, maninha- disse, dei-lhe um beijo na testa- até amanhã Alice.
– Até amanhã Bella.
Assim que cheguei a casa, segui para o meu quarto deixando a minha mala e o meu casaco em cima da cama e indo para a casa de banho. Abri o armário, tirei um comprimido para as dores de cabeça e tomei-o. Enquanto tirava a roupa, liguei a água da banheira. Embrulhei-me numa toalha, enquanto a banheira não estava completamente cheia. Sentei-me na beira na banheira á espera. Olhei em frente para o espelho que se encontrava na parede. Apesar de me sentir mal comigo própria, com dores de cabeça , cansada, o meu aspeto não indicava isso. A não ser talvez pela expressão desamimada que tinha agora, podia passar por uma pessoa perfeitamente normal. E bem eu estava normal, só cansada. Assim que a banheira estava suficientemente cheia entrei. A água quente relaxou imediatamente os meus músculos, e uma sonolência tomou conta de mim.
Acabei por adormecer na banheira, e só acordei quando senti a aragem fria da noite. Levantei-me, enrolei-me novamente na toalha, esvaziei a banheira e segui para o meu quarto. Eram seis e meia da tarde, mas já tinha anoitecido. Edward devia estar a chegar. Agora já me sentia bem melhor, aquela pequena sesta renovou-me o espirito. Vesti-me com uma roupa muito simples de andar em casa, o aquecimento já estava ligado, afinal em pleno outono o frio que se fazia já era enorme, e eu queria a casa bem aconchegada. Desci para começar a fazer o jantar, no entanto quando cheguei á cozinha não tinha vontade de cozinhar, hoje o jantar ia ser alguma coisa encomendada. Dirigi-me então para a sala e sentei-me no sofá a ver televisão.
Pouco tempo depois Edward chegou com um bastante ativo e conversador Anthony.
– MAMÃ!- gritou ele quando me viu no sofá, e debateu-se no colo do pai, que acabou por pousá-lo no chão. Ele veio a andar apressadamente na minha direção e atirou-se para o meu colo.
– Olá ,meu amor!- disse eu.
– Olá ,mamã- disse ele. Anthony já tinha um ano e meio e já falava muito melhor.
Edward veio ter connosco ao sofá, curvou-se para me beijar.
– Bem vindo a casa- disse eu.
–Olá princesa! Já está melhor?- disse ele sentando-se no sofá.
– Sim, mas… como é que sabes que estava mal?
–Ah…bom…eu passei na loja, e a Alice disse que saíste mais cedo porque te doía a cabeça.
–Porque é que passaste na loja?
– Ai Bella! Eu não te queria dizer nada mas… foi ter com a tua irmã. Desde sempre que eu tenho uma paixoneta por ela- ironizou ele.
Peguei na almofada que estava entre nós, e bati-lhe. A esta altura Anthony já estava no chão a brincar com um brinquedo que estava lá. Ele apanhou algumas vezes com a almofada, mas quando lhe ia para bater, mais uma vez, ele puxou-me o braço e eu acabei por ser puxada para o seu colo.
– Tu és tão parvo- disse eu.
– Obviamente que foi ter contigo, não achas? O que é que eu haveria de ir lá fazer?
– oh! Sei lá!- disse eu,e ele apertou-me mais nos seus braços.
– Queria saber se queria ir jantar fora- sussurrou ao meu ouvido.
– Bem, eu estava a pensar me encomendar-mos alguma coisa- disse eu – mas se quiseres podemos ir jantar.
– Também gosto dessa ideia.- disse ele, ficámos mais algum tempo assim. Sentados a falar sobre o nosso dia, sobre diversas coisas, até que Edward foi tomar banho e eu também fui dar banho ao meu pequeno.
O banho foi rápido, quando acabei de vestir-lhe o pijaminha pareceu-me ouvir o telemóvel de Edward a tocar. Fui para o nosso quarto para ver se o telemóvel estava lá, afinal se Edward ainda estivesse no banho não fazia mal nenhum atender… certo? Quando cheguei Edward estava ao telemóvel, com a tolha na cintura e ainda com algumas gotas de água a escorrem-lhe pelas costas, por outras palavras, ao entrar naquele quarto tive um visão bastante… agradável, que despertou em mim algumas reações que eu não devia ter quando estava com o meu filho ao colo.
– Sim, daqui a duas semanas- uma pausa- claro que não, eu consigo esconder.- outra pausa- okay, não te esqueças está bem? É importante- mais uma pausa, seguida por uma gargalhada de Edward- também gosto muito de ti, até amanhã.
Oi?? “também gosto de ti” ,“eu consigo esconder” de que é que ele estava a falar? E com quem??
– Com quem é que estavas a falar?- perguntei, assustando-o.
– Com a minha mãe- disse ele. Ahhh, okay não tinha considerado essa hipótese, porque é que eu começo logo a imaginar cenas?
– O que é que vai acontecer daqui a duas semanas?
– Oh… bem… pois… não podes contar a ninguém- disse ele, bastante engasgado no início da frase.
–Ok, eu não digo! – disse sentando-me na cama e pousando Anthony lá também.
– O Emmett decidiu que quer fazer uma surpresa á Rose, então quer fazer um jantar de família para anunciar a… viagem romântica que eles vão fazer. O jantar é no sábado, e eles partem no domingo.
– Aw a sério? A Rosalie vai ficar contente, ainda mais agora…
– O que é que aconteceu agora?
– Oh… bem… também não podes contar!- disse eu, e ele assentiu- bem, ela acha que está gravida!
–A sério?? OMD o Emmett vai adorar, ele está sempre a falar em ser pai! Nós vamos ser tios!
– Calma Edward! – disse eu a rir-me.- Ela ainda não têm a certeza, ia fazer hoje o exame de sangue mas só amanhã é que sabe o resultado.
Edward olhou para Anthony e depois para mim, e deu-me um sorriso deslumbrante.
– Ainda bem que já temos o Anthony- disse ele, acariciando a cabeça de Tony, que resmungou algumas palavras (ou quase isso) e voltou a sua atenção para o seu precioso boneco, que o seguia para todo o lado.
–Porque é que dizes isso?
– Mesmo ele sendo inesperado até veio em boa altura. Não queria que tivesse acontecido de outra maneira. Olha para nós agora, trabalhamos os dois, estamos sempre ocupados. Já viste o que era se tivéssemos um filho agora?
– Tu não ias gostar?- perguntei.
– Claro que ia! Eu ia gostar de ter um filho, desde que fosse contigo, mas agora não era a melhor altura. Temos o Anthony, daqui a alguns anos podemos tentar ter outro. Afinal ele vai ter primos para brincar, não vai ficar sozinho. Quando ele for maior, e já perceber melhor as coisas podemos dar-lhe um irmão.
– Sim, acho que sim- disse, acho que devo ter ficado um pouco pálida porque Edward olhou para mim preocupado.
– Estás bem?
– Sim, sim! Só foi a dor de cabeça que voltou. Deve ser da luz ou assim.- disse-lhe.
– Queres ir ao médico? Não é normal teres tantas dores de cabeça- disse ele realmente preocupado, até me sentia mal por lhe estar a mentir.
–Não, é preciso. – disse simplesmente.
Só espero que aquilo que me anda a martelar na cabeça desde uma semana, e que é a origem das minhas dores de cabeça se confirme. Boa, agora a dor de cabeça voltou mesmo!