Era uma vez, uma garotinha comum, com um sonho incomum e que se envolveu com a máfia de forma eficaz e estranha...

Isso, com toda certeza, dá um belo livro; ainda mais com toda ação, as lutas premeditadas e as de surpresa, fui alheia a tudo isso por muito tempo, mas a verdade veio a mim de forma tão assustadora que até hoje ainda tremo só de lembrar em como fui tola por tanto tempo.

O engraçado de tudo é que depois que aceitei o fato de que o cara por quem eu tinha uma queda seria um mafioso, um verdadeiro chefe da maior e mais perigos – isso sem contar o sanguinário e cruel – Famiglia de toda Itália, e talvez do mundo.

Admito que foi um choque ainda maior perceber que todos aqueles que eu conhecia sabiam disso e ainda sim estavam ali, ao lado dele e por escolha própria, o que eu sequer tive.

Eu poderia dizer que me arrependo de ter me envolvido nisso tudo, que me arrependo de ter conhecido o Tsuna-kun, mas não, eu não me arrependo de forma alguma por que se eu não houvesse conhecido-o eu não teria tido o prazer de conhecer outras pessoas maravilhosas as quais eu daria minha vida por.

Mas meu maior agradecimento a ele é por ter me dado uma chance quando pedi. Uma chance para amá-lo e tentar concertar seu coração que Kyoko havia despedaçado; e, também, uma chance para perceber que o que eu sentia era uma profunda e incompreensível admiração que, no ápice de seu êxtase, poder-se-ia ser comparado a um amor platônico. E foi nessa pequena aventura passageira que me vi abraçada a uma gama de aventuras infundadas com cada um daqueles os quais admirei.

Não minto que Tsunayoshi fora minha primeira grande e perigosa aventura, a primeira aventura que me levou a puro e perigoso prazer de embarcar nas delicias do sexo casual.

No meio de tantas aventuras eu descobri aquela que mais me alegrava e envolvia, a que me perdia e ganhava por completa. Passada entre braços, beijos, amores, caricias e tantos toques quanto pude identificar.

Yamamoto Takeshi e Gokudera Hayato. Estes eram os nomes da minha melhor e mais longa aventura. Já perdi as contas de quantas vezes adormeci e acordei com eles, e também das tantas brigas que tivemos diante do nosso instável e assustador... Relacionamento.

E o melhor de tudo é que, talvez, não haja sentimentalismo entre nós. Afinal, nós três prometemos em um pacto de Famiglia que nunca, jamais, haveria mais sentimentos entre nós. Afinal, sem amor, sem dor.

Ouso dizer que eles não são minha única aventura. Há noites que me afogo nos braços gélidos de Mukuro. Há vezes que sinto uma falta incontrolável das mordidas doloridas de Kyoya. Existe momentos em que apenas o toque tímido e acanhado de Chrome salva-me.

São tantas aventuras e perdições, mas nenhuma delas se compara a Chuva e a Tempestade trabalhando juntas num pecado luxurioso. Afinal, esse doce pecado é apenas nossa pequena utopia.

E para quem estiver lendo isso... A meu querido tudo o que digo são verdades e, mais, minhas aventuras mais divertidas e luxuriosas sequer foram postas no papel, afinal, eles não me dão tempo para isso.

Indelicadamente,

Miura Haru.