Primeiro, depois que eu briguei com os meus pais não sai mais do meu quarto, ignorando até as tentativas de minha irmã.

Eu estava com medo de como os meus pais iriam reagir depois daquela cena, eu mesma estava me estranhando, sempre tinha sido uma filha perfeita.

Como aquilo poderia estar acontecendo comigo, sempre pensei que histórias em que um garoto novo chega e a menina se apaixona fosse apenas em livros e que não passasse disso, mas não, tinha que acontecer justo comigo também.

O quê que ele tinha que fazia com que eu gostasse tanto dele?

Deixa-me pensar, seria o seu estilo enigmático, as suas roupas que caiam tão bem, o seu jeito meio ignorante do tipo “não estou nem aí”, o seu tom de voz tão perfeito, os seus cabelos longos?

E isso era motivo para gostar de alguém?

Para mim sim.

Comecei a refletir, e bom, eu não precisava mostrar nada para ninguém, eu seria como sempre fui.

Resolvo descer e pedir desculpas para os meus pais, eu teria que esclarecer tudo de uma vez.

Vou para a sala, mas não tem ninguém lá, na cozinha a mesma coisa, olho todos os cantos da casa e nada deles, então acaba me restando um único lugar, e o mais improvável.

O quiosque.

E sim, todos eles estão lá sentados, minha mãe, meu pai e a minha irmã, sentados ao redor da mesa circular de madeira.

_ Eu queria pedir desculpas pelo meu comportamento que eu tive, essa não foi a minha intenção.

_ Espero que não tenha sido mesmo. – Diz minha mãe rudemente. – E saiba que eu não gostei nada desse seu comportamento rebelde.

_ Eu sei mãe.

_ Muito bem.

_ Estamos bem agora? – Pergunta o meu pai sorrindo.

_ Sim. – Grita minha irmã toda feliz.

_ Bom, então agora eu estou indo para o meu quarto, ainda tenho que arrumar a minha roupa para amanhã.

Deixo-os para trás e vou mais aliviada ao meu quarto.

Ainda tinha muita coisa para escrever em meu diário.