Sofia começa a falar o caminho inteiro de volta sobre que estava achando muito estranho aquele clima entre eu e Daniel.

_ Sofia, você pode calar a sua boca? – Pergunto.

_ Ok, ok, não está mais aqui quem falou.

Eu tinha certeza que a pessoa que tinha feito todo aquele estrago em minha vida estava naquela sorveteria, eu tinha ouvido o barulho.

Deixei Sofia e o Daniel em suas respectivas casas e segui em direção à minha.

Eu precisava tanto de minhas amigas naquele momento, eu estava sentindo uma enorme angústia dentro de meu peito, como se fosse explodir a qualquer momento.

Para tentar ocupar o meu tempo, começo a contar os passos até chegar em casa.

Os meus pais estavam no escritório, então resolvo ir para o meu quarto. Pego o meu celular e ligo para a Milena, eu precisava tanto, pelo menos, de ouvir a sua voz.

Ligação on:

Milena: Alô?

...

Milena: Melissa é você?

Aquilo era uma pontinha de ansiedade?

Eu estava sem coragem de falar alguma coisa, então acabo desligando.

O que estava acontecendo comigo?

A única chance que eu tinha de falar com a minha amiga desperdiçada, e ainda tinha o fato daquele idiota do Lucas ficar me perturbando, mandando mensagens, tentando me passar medo, como se pudesse piorar alguma coisa.

“O tempo é uma máquina de monstros”

Essa era uma das minhas frases favoritas, e que estava combinando perfeitamente com a minha vida naquele momento.

Uma coisa muito idiota passa pela minha cabeça, mas como não tinha nada melhor para fazer, resolvo fazer isso mesmo.

Pego a minha câmera coloco em cima da minha cômoda, pego o meu violão que estava guardado no cantinho de sempre e entre alternâncias, converso sobre o que eu estou sentindo naquele momento e canto algumas músicas.

Eu queria deixar registrado aquele momento.

E assim foi feito.

A grande surpresa viria pela frente.