_ Ai meu Deus, está chegando um monte de gatinhos na festa. – Grita Carol olhando pela janela do meu quarto.

Vou a sua direção e vejo vários garotos e garotas mostrando os seus convites para os seguranças no portão.

_ Estou bonita ou não estou? – Pergunta Carol rodopiando com o seu vestido florido e o seu all star rosa que tinha combinado perfeitamente.

_ Sim Carol, você está muito linda. – Respondo em concordância. Ela tinha optado por fazer uma trança embutida em seus cabelos.

_ Estou saindo. – Diz Milena saindo do banheiro com a roupa escolhida já no corpo, ela tinha escolhido um macacão jeans, uma blusa vermelha, as suas sandálias de couro, e óculos estilo Clark Kent, e fazendo uma Chiquinha no cabelo, realmente tinha ficado uma graça.

_ Você vai para a festa com essa roupa mesmo? – Implica Carol.

_ Melhor que esse seu vestido flufluzinha. – Retruca Milena, sempre com a resposta na ponta da língua.

_ Chega gente, temos que descer para recepcionar os convidados. – Falo cortando as duas, vou em direção ao canto do meu quarto para pegar as minhas muletas. Eu tinha escolhido uma roupa que desse conforto para a minha perna, nada digno para uma festa, mas afinal, quem estava dando a festa era eu, não estava nem aí para o que os outros iriam dizer.

Deixei o meu cabelo livre e solto para usar o chapéu que eu tinha comprado no shopping com a minha mãe.

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Quando chegamos lá embaixo, várias amigas da minha mãe estavam conversando entre si, com várias taças de champanhe na mão.

Garçons andavam para lá e para cá, servindo salgadinhos, refrigerantes, até ostras eu vi.

_ Quem é que come ostras? – Perguntei fazendo cara de nojo.

_ Vai saber. – Responde Milena que estava olhando para todos os lados.

_ O que você está procurando? – Pergunta Carol que também tinha percebido.

_ É o Vinícius? – Pergunto.

_ Quem é Vinícius? – Pergunta Carol totalmente perdida.

_ Sim, ele disse que viria, vou andar por aí para procurá-lo. – Responde ela sumindo de nossas vistas em questão de segundos.

_ Quem é esse Vinícius? – Pergunta Carol novamente.

_ É um garoto que eu acho que ela está gostando. – Respondo.

Olho para todos os lados até que vejo a minha mãe conversando com algumas amigas, e o meu pai do seu lado.

_ Mãe, cadê a galera da minha escola?

_ Oi Carol, oi Mel, gente, essa daqui é a minha filha. – Diz ela me apresentando para as suas “amigas” que eu nunca tinha visto em toda a minha vida. – E eles estão todos lá na boate e perto da piscina. – Responde ela.

Puxo a Carol pelo braço e vamos até a piscina, e como a minha mãe tinha dito, estava cheio de garotos e garotas, no palco tinha uma banda de rock cantando, que eu tinha implorado para a minha mãe contratar, tinha até algumas pessoas cantando no karaokê, outras dançando na boate, a piscina estava vazia, por enquanto, as pessoas me vêem e vem todas em minha direção.

_ Melissa, você está linda.

_ Mel, a festa está perfeita.

_ Vai ser a festa do ano.

_ A mais comentada.

_ A banda é ótima.

_ Quer dançar comigo?

_ Daqui a pouco iremos fazer a festa na piscina.

_ A sua casa é muito linda.

_ Amei o chapéu.

E milhares de outras coisas, que não caberia em apenas um papel.

Resolvo me divertir um pouco e vou em direção aos coquetéis, todos sem álcool, pego uma taça e me sento em uma poltrona perto da piscina.

A Carol e a Milena tinham sumido.

Estava tocando “Timber”, nas caixas de som, a banda tinha parado de tocar para dar uma descansada.

Até que tudo fica em silêncio e uma voz vinda do palco diz:

_ Melissa, essa música é para você, espero que escute desta vez.

Olho rapidamente para o palco e vejo Andrei, Vinícius e Pedro, todos posicionados em seus lugares, Andrei é claro, estava bem no meio com uma guitarra na mão e o microfone posicionado em sua frente.

Afundo-me ainda mais na poltrona, aquilo era o fim do mundo para mim, eu queria poder sumir naquele mesmo instante.

E então a sua voz chega aos meus ouvidos.

Tantas decepções eu já vivi
Aquela foi de longe a mais cruel
Um silêncio profundo e declarei:
"Só não desonre o meu nome"

Você que nem me ouve até o fim
Injustamente julga por prazer
Cuidado quando for falar de mim
E não desonre o meu nome

Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir

Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber

Perceba que não tem como saber
São só os seus palpites na sua mão
Sou mais do que o seu olho pode ver
Então não desonre o meu nome

Não importa se eu não sou o que você quer
Não é minha culpa a sua projeção
Aceito a apatia, se vier
Mas não desonre o meu nome

Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir

Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber

Depois que ele terminou de cantar e ficou parado olhando com aqueles seus olhinhos brilhantes para mim, o meu coração já tinha derretido e virado pura e completamente água.