Fearless escrita por Nathalia de Oliveira


Capítulo 6
Six


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Eu sei que é loucura pensar no cara que te sequestrou. Mas Peter foi aquele que teve a ideia de me soltar. Não sei, sentia uma coisa diferente quando pensava nele. Mesmo ele não tendo futuro nenhum, sendo um sequestrador, eu ainda amava ele. Eu sentia uma coisa que eu nunca sentiria igual por Hugo. Sim, eu gostava de Hugo, mas parecia que tudo aquilo foi esquecido a partir do momento que eu vi Peter. Isso era normal? Precisava de uma amiga, precisava de alguém que pudesse me escutar. Mas agora eu estava sozinha, num banheiro, esperando o intervalo passar para eu ir pra próxima aula. Minha vontade era sair daquela escola e não voltar nunca mais. Saí da cabine de onde estava e pra minha surpresa quem estava do lado de fora era uma menina que parecia ter a minha idade, fui pro espelho limpar minha maquiagem borrada.

– Eu te entendo. - Ela disse com sua voz rouca, parecia que também havia chorado
– Me entende? - Não entendi o que ela havia falado
– Eu sou dessa escola a muito tempo. Meus pais morreram quando eu tinha 5 anos, por isso eu moro em um abrigo junto com mais 17 meninas que são órfãs. Sabrina implicou comigo desde quando eu pisei nessa escola. Sabrina era desse abrigo, porém sua avó a adotou. A avó de Sabrina é muito rica, acho que uma das mais ricas aqui em Londres. Ela ficou muito metida depois que ganhou o dinheiro, por isso eu me afastei dela. Ela era minha melhor amiga... Um dia, numa briga, ela revelou os meus segredos e eu bati nela.
– Você parece ser calma.
– Não sou. Só quero saber que estou contigo
– Obrigada. Qual é seu nome?
– Amber
– Prazer, Destiny - Estendi a mão e ela a apertou como se estivéssemos fechando um negócio, um fechamento. E a partir daquilo, tudo mudou.

[...]

Eu e Amber entramos juntas na sala e claro que todos os olhares se voltaram para mim e Amber. Afinal, nós duas havíamos feito coisas parecidas.
– As duas psicopatas juntas, acho que devíamos prender as duas - Uma menina comentou em voz alta e tinham umas 8 meninas concordando com tudo o que dizia. Eu achava o cérebro daquelas meninas menor do que um amendoim. Era ridículo o que elas estavam fazendo. Eu e Amber erramos sim, mas não deveria ser tratada daquele jeito.
Sentamos nas últimas carteiras e as meninas que ali sentavam saíram de perto de nós. Me senti como uma psicopata mesmo. Percebi que meu bolso estava vibrando, era o meu celular. Peguei-o e vi que lá tinha uma nova mensagem

"Seu pai está ficando sem ar... - Peter"

Não podia explicar o que eu estava sentindo, como podia estar pensando em um garoto que estava prestes a matar o meu pai? Mesmo depois que tudo o que ele fez comigo, eu ainda o amava. Peter era um vigarista, não sei como eu passei grande parte pensando em terminar com o amor da minha vida por um menino que não tem futuro. Apenas ignorei a mensagem e assisti a aula.

[...]

Chegando em casa minha mãe estava em "sessão beleza" fazendo as unhas, cabelo e sobrancelha.
– Vai rolar uma festa pros acima dos 30? - Brinquei
– Deixa de ser boba, mesmo tendo mais de 30 eu não iria poder entrar. Olha pro meu corpinho, vê se eu pareço ter mais de 30
– Não, ta gostosa ainda mãe.
– Como foi a aula? Recebi a ligação que você andou batendo na menina.
– Ela falou que você tinha cara de coitada e ainda criticou minhas roupas, eu sei, eu me excedi. Sinto muito
– Ah filha, procure não ligar para esses ricos esnobes. Mas fez alguma amizade?
– Amber. Ela é legal, passou por uma coisa parecida com essa menina
– Ah sim. Recebeu mais uma mensagem dos sequestradores?
– Não. - Menti e fui pro meu quarto

Me joguei na cama exausta de um dia longo, estava precisando de um conforto vindo de um namorado lindo. Resolvi ligar pro Hugo
– O que você queria conversar?
– Sobre a nossa relação - Eu comecei a falar, mas logo resolvi que não iria estragar tudo
– Pode falar
– Acho que eu quero namorar. - Eu disse.
– Chego aí em 5 minutos

Dito e feito, Hugo chegou aqui como um relâmpago. Ele entrou e eu o beijei como se não o visse faz muito tempo. Eu sussurrei um "Eu te amo" na orelha dele o fazendo se arrepiar - eu sei que ele amava isso - e ele me puxou para um beijo mais longo.

Enquanto nossos lábios dançavam um colado ao outro, pude sentir o clima que estava naquele lugar. Tive uma sensação de nunca mais me soltar dele, porém ele interrompeu o beijo. Ele se ajoelhou e olhou bem nos meus olhos - não podia acreditar - um clima lindo e perfeito flutuava nos ares - eu não podia acreditar - ele puxou uma caixa preta do bolso e a abriu - eu não podia acreditar - e lá estavam duas alianças perfeitas. E então, ignorando a presença da minha mãe que estava filmando tudo ele finalmente disse:
– Destiny, eu sei que depois de tudo o que eu fiz contigo eu te provei que ainda existe algum amor por mim nesse seu coração. Então é com todo amor que aqui eu te digo que somos feitos um pro outro. Somos uma melodia, que canta no mesmo tom. E não desafina NUNCA. Somos um verso, que suas palavras se encontram com outras, e não termina nunca. Somos um poema, que nunca irá acabar. Somos um só, e por isso eu quero selar isso contigo. Quer namorar comigo?
Meu coração se explodiu de felicidade, não podia explicar a felicidade que estava sentindo. Talvez semelhante de um mendigo que passava fome ganhando comida ou de uma criança ganhando brinquedos novos. Eu senti que finalmente, eu poderia amar e ser amada de verdade. Tudo mudou, Peter já não existia pra mim. Apenas fiquei alguns momentos em silêncio, observando o brilho no olhar de Hugo, que olhava fixamente para os meus olhos. Apenas percebi que quando a primeira lágrima de emoção desceu que tínhamos que ficar juntos. Então relaxei e disse:
– É claro que sim.
E nos beijamos como se fosse o nosso primeiro beijo, com a mesma essência. Foi um beijo... destemido

" It's a first kiss, it's flawless, really something. It's fearless..."*


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Notas finais do capítulo

* É o primeiro beijo, é perfeito, realmente alguma coisa, é destemido...



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