–Luize. -Disse Lucas cutucando-a.
Luize ficara perplexa.Sua mãe dissera que mandaria um sinal,para onde ela deveria ir e confirmando que havia chegado o momento.Mas ela não achou que seria agora.Na missão.Ela tinha esperanças que o momento demorasse bastante.Pelo menos até ela estar no acampamento em segurança.E que quando estivesse lá poderia tirar esse peso de seus ombros e contar aos seus amigos.Mas ela se enganara.Mesmo que ela estivesse no acampamento,mesmo que ela contasse a eles,não faria diferença.Ela não poderia recusar algo que sua mãe a mandara fazer.Para muitos,poderia parecer algo bobo.Para aqueles que tem crueldade no coração.Assim como a Deusa que é sua mãe.A vingança pode ser cruel,mesmo quando se é justa.
Percy agora estava passando a mão na frente de seus olhos.
–O quê? -Perguntou ela tentando disfarçar seu nervosismo.
–Você parece que congelou quando te mostrei o objeto.Sabe de alguma coisa? -Indagou Annabeth observando-a.Annabeth passara toda sua vida lendo a expressão das pessoas.Ela percebeu seu nervosismo ao ver o que havia escrito no bronze.
–Não. -Respondeu Luize tomando cuidado para não falar rápido demais.Para não parecer que escondia algo.
Annabeth lhe deu um olhar avisando-a que percebera que ela esconde algo e que está relacionado ao que apareceu no bronze.Luize encolheu os ombros.
–Bem. -Disse Lucas quebrando o silêncio tenso. -Acho então que devemos ir ao Alabama.
–É. -Confirmou Percy. -Eu só não entendi o "vá L".Você entendeu Annabeth?
–Talvez seja "vá logo". -Respondeu Annabeth,mesmo sabendo que aquela desculpa era bem esfarrapada.E sabendo que não é a verdade.Que aquele "L" significa "Luize".
–Pode ser... -Disse Percy pensativo.
–Mas o "L" está escrito com letra maiúscula. -Disse Lucas.
Annabeth deu de ombros.Luize resolvera se pronunciar para não levantar suspeitas dos outros:
–Hã,então vamos?
–Vamos. -Disseram em uníssono.
Eles foram para a rodoviária.Quando foram comprar as passagens disseram que o ônibus só partiria as 17:00 horas.Ainda eram 13:10.Eles compraram as passagens e voltaram para a cidade.Visitando alguns lugares para matar o tempo.Quando estavam em um museu chamado
"Columbus Museum of Art",Annabeth chamara Luize para ir ao banheiro com ela.Lê-se "obrigara" a ir com ela no banheiro.
Assim que entraram no banheiro que estava vazio,Annabeth se apoiaria na bancada de granito da pia e ficou olhando para Luize.
–O que foi? -Perguntou Luize se sentindo pequena com Annabeth a olhando daquele jeito.
–Você sabe de alguma coisa.Conte.
–Não sei do que você está falando.
–Você sabe.Vamos Luize conte o que está havendo.Eu sei que aquele "Vá L" no bronze é para você.Vi como você ficou nervosa quando o viu.Vamos,diga o que está acontecendo.
Luize suspirou e contou tudo a Annabeth.A filha de Atena não se chocou muito.Ela poderia nunca ter recebido esse tipo de "pedido" de sua mãe mas,sabia o quanto os deuses podem ser cruéis com seus filhos.
–Isso é horrível.Eu não posso fazer isso -Disse Luize sentada no chão do banheiro com o rosto enterrado nas mãos,tentando controlar os tremores que percorrem seu corpo.
–Olha Luize...Acho que ninguém pode te livrar disso a não ser a própria Deusa.
–Eu não sei como vou ter coragem de fazer uma coisa dessas. -Diz Luize com algumas lágrimas descendo pelo seu rosto.
Annabeth a abraça para conforta-la mas não diz nada.Nada do que disser vai melhorar a situação em que ela se encontra.
Ela limpa as lágrimas,lava o rosto e as duas saem do banheiro.
–Vocês demoraram sabidinha.Há algo de errado? -Percy diz olhando para ela e depois para Luize.
–Está tudo bem. -Annabeth diz mesmo não gostando de mentir para ele.Mas o problema é de Luize.Ela não pode ajudar e/ou interferir.
Finalmente chega o horário de embarque e eles vão para a rodoviária.A viagem seria de quase 10 horas.Eles chegariam lá mais ou menos as duas da manhã,onde combinaram de ficar em um motel para dormirem.Eles levaram algumas coisas para comer no ônibus.
Assim que entram no ônibus e já estão acomodados,Luize fecha os olhos desejando esquecer de tudo por ora.Quando enfim dorme ela tem um sonho.Ou melhor,um pesadelo.
Ela está em um grande gramado.Mas apesar de a grama ser verde e de as flores serem bonitos tudo tem um ar sombrio.O céu está nublado.O ar é denso como se tudo ali fosse feito de ódio.Uma nevoa paira sobre o lugar.Uma mulher aparece em sua frente.Sua mãe.Ela a olha com o olhar tão duro e tão hostil que Luize da um passo para trás.Mas a deusa prende seu olhar ao dela,obrigando-a a encara-la.
–Onde estou? -Pergunta Luize com a voz trêmula.
–Isso é só um sonho criança.Este é um lugar,que gosto muito.Mas não estamos aqui para falar deste local.
–Por que me trouxe a este lugar,neste sonho?
–Não se mostre fraca para mim.Cumpra o eu lhe disse.Este lugar representa o que você precisa para concluir o que lhe foi imposto.Sinta o ódio.Sinta a vingança criança.
–Eu não posso!
–Você pode.Você deve.Este é o seu caminho.Não é uma escolha. -Diz a Deusa e some deixando uma nevoa mais densa.Luize cai de joelhos no chão.Chorando.
Luize acorda com o corpo suado,mãos trêmulas e lágrimas escorrendo por seu rosto.
–Luize o que foi? -Pergunta Lucas tomando-a em seus braços enviando uma corrente de calor por seu corpo.
–Eu tive um pesadelo.Não se preocupe. -Diz ela já se acalmando com Lucas a abraçando.
–Está tudo bem mesmo?Não quer me contar o que está realmente acontecendo?
Ela franze os lábios e balança negativamente a cabeça.Lucas solta um suspiro de decepção.Ele continua a abraçando para acalma-la.Mesmo ela sabendo que ela esconde algo,ele não a rejeita.Ela dorme novamente.Dessa vez sem sonhos e nem pesadelos.
Annabeth está inquieta,pensando em várias coisas.Pensando no símbolos e na "missão" particular de Luize.Ela coloca a mão sobre a barriga e sente a bebê chutar.Ela sorri.Mesmo com tudo isso acontecendo ela está se esforçando para cuidar bem dela e do bebê.Se alimentando não só com lanches mas também com frutas.Cuidando da pele da sua barriga e tudo mais.Ela levanta a blusa e passa a mão sobre a barriga.Percy coloca sua mão sobre a dela.Ela retira a sua mão,permitindo-o que ele a acaricie.Ela sente o toque quente de sua pele.O toque dele sempre era quente e reconfortante.
–Eu amo vocês. -Diz ele olhando para ela.Annabeth coloca a mão encima da dele em sua barriga e diz:
–Eu amo vocês.
Os lábios dele encontram os dela,dançando em uma sincronia perfeita.Irradiando amor.
Eles se separaram bruscamente quando o ônibus derrapa no asfalto e bate em um poste.
Eles olham pela janela e veem o problema.
Monstro.