Amada Imortal escrita por CaHhS, Haruka Lina


Capítulo 5
Capítulo 4 - Mudanças


Notas iniciais do capítulo

As coisas estão começando a esquentar! :)
Obrigada por lerem, galera!



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O medo a sufocava.

Apesar dos Cavaleiros da Guarda Real à sua volta, sentia que qualquer um poderia matá-la em questão de segundos.

Os olhos a examinavam por onde quer que andasse.

Olhos raivosos, rancorosos, hediondos.

Olhos que a queriam morta.

Tom a colocou em pé perante o Muro. Os vampiros passantes só não a incendiaram imediatamente porque Tom estava a seu lado.

Hermione não conseguia firmar seus pés. A realidade de sua prisão a cegava e manipulava. O que faria a seguir? Ficaria trancafiada para sempre? Depois que os vampiros descobrissem o que havia feito com Lorde Lucius, seus dias de vida estariam contados.

Ela sabia que, mesmo o vampiro não fazendo nada, ele estava fervendo de raiva por dentro. O único motivo que o impedia de atacá-la era o Rei que se encontrava ao seu lado.

–Chame a carruagem – Tom disse para ninguém em particular.

–Sim, meu senhor.

Hermione escutou uma voz fluída como água. Olhou ao redor para saber quem tinha falado e descobriu uma forma no ar que se desvanecia.

Intrigada olhou para Tom. Ele brincava com uma pequena rosa branca que havia surgido em seus dedos. Quando ia perguntar a forma fantasmagórica reapareceu.

–A carruagem está vindo meu senhor.

–Obrigado... Caos.

Caos? Hermione olhou para a forma de mulher que apareceu diante de seus olhos. Ela era pequena, mas bela. Era magra, com feições pequenas e olhos de fada. Ao que parecia, servia a Tom e tão somente a ele.

–Pode ir. Mande preparar as coisas para nossa chegada.

–Sim, meu senhor – Com uma reverência, a moça encantadora sumiu novamente.

Hermione não pode deixar de ficar impressionada. Caramba! Seria ótimo se os humanos tivessem esse poder em particular. Sumir e aparecer quando lhe desse na telha seria incrível!

Principalmente para Rony. Aquele menino adorava uma estripulia. Hermione sorriu tristemente ao lembrar de seus amigos. Será que algum dia os veria novamente?

Após um tempo, um som distante de cavalos a fez olhar para frente. Os vampiros a sua volta deram passagem para uma imensa carruagem negra. Ela era puxada por garanhões de cor branca que tinham o símbolo do Império Real estampado em estandartes amarrados em seus peitos.

A carruagem era impressionante. Hermione jamais pensou em andar em algo assim. Ela tinha enfeites de veludo negro e da cor do vinho, o que dava um aspecto sombrio mas sofisticado ao transporte.

Um vampiro magro e albino desceu rapidamente do coche e fez uma reverência para Tom.

–Majestade!

–Vamos agora criança – Hermione se espantou quando viu Tom se dirigir a ela – A carruagem nos espera. Um quarto está sendo arrumado para você neste momento.

A menina andou atrás de Tom e subiu na carruagem rapidamente, com medo dos olhares dos vampiros. Como os bancos eram macios! Ao sentar, ela não pode deixar de soltar um gemido baixo de puro conforto.

–Vamos. – Tom ordenou ao cocheiro.

A carruagem rapidamente começou a andar em uma velocidade alucinante. Hermione ficou com medo e segurou com força no couro macio em que estava sentada.

–Não se preocupe – Tom disse – Não iremos bater.

Com a tensão à flor da pele, Hermione olhou para a janela da carruagem, e percebeu que os Cavaleiros da Guarda os seguiam em seus corcéis negros, juntamente com o Arauto Real.

O que aconteceria dali pra frente? O que mudaria? Estava tão feliz por ver Tom... Mas ao mesmo tempo ele estava tão distante.

************************

Ao passarem por grandes estradas com casas cada vez maiores e robustas, Hermione sentiu que a carruagem diminuía, até parar completamente próxima a um grande portão de bronze. O portão era marcado pelos anos, mas ainda possuía um esplendor impressionante. Ela escutou o cocheiro mandar abrirem as portas e logo em seguida passaram a andar novamente.

Olhando pela janela, Hermione se viu dentro de um grande gramado verdejante. Com várias flores silvestres brotando de todos os lados. Um rio grandioso passava no meio da propriedade e ela viu diversas aves brincarem em suas águas.

Curiosa e impressionada, se deixou levar pelas árvores frondosas, cujos galhos pesados demonstravam a quanto tempo se encontravam em nosso mundo.

Até que a carruagem entrou para um terreno mais denso, com pedras irregulares fazendo a carruagem balançar um pouco. Com uma curva acentuada para a direita, o transporte finalmente parou.

Hermione se sentiu aliviada. Graças a Deus haviam chegado! Porém, onde estava? Ali seria sua casa a partir de agora?

–Duvessa... – Tom disse com uma voz doce – Olhe pela janela e diga o que vê.

Estranhando, Hermione olhou e...

–Ah, meu Deus!

Era o maior, mais belo, lindo, cruel e impressionante castelo que já vira!

–É... É lindo! – havia emoção pura em sua voz.

–Gostou? – Tom perguntou com uma voz divertida – Garanto que já viveste muito aqui.

Hermione estranhou isso. Ela viveu ali? Desde quando? Com medo de fazer perguntas, olhou novamente para a grande construção de pedra. De onde estavam parados havia um precipício logo adiante. Após a queda livre de vários metros, se encontrava um rochedo maciço como bronze. Ele abrigava um castelo de proporções gigantescas.

O interessante, era que aquela construção não era somente magnífica pela beleza, mas sim porque a idade dela se encontrava em cada local. Dava para sentir sua presença ancestral. Era como se o castelo dissesse que, passasse o tempo que fosse, ele continuaria sendo o lar de dinastias inteiras de vampiros.

–V... Você mora ali, Majestade? – ela perguntou incerta.

–Sim. Esta é minha casa. Que agora será sua também.

–Minha? Mas senhor, na Cidade Velha vivem apenas Cruzes.

–Vampiros, você quer dizer – Tom a corrigiu. – Eu sei disso minha pequena Hermione, mas a vida nos traça caminhos muitas vezes não pretendidos ou desejados.

–Você não me quer aqui? – ela acabou perguntando sem conseguir se conter.

–Não desejaria ter você em outro lugar que não fosse ao meu lado – ele respondeu a olhando diretamente.

Um leve calor subiu pelo rosto de Hermione. Ela sentiu os olhos de Tom se fixarem em sua bochecha. Corando ainda mais, ela se lembrou de que ele era um vampiro, e que podia farejar o sangue quente adentrando sua face.

–Desculpe! – ela rapidamente colocou as mãos no rosto.

Tom se aproximou e retirou suas mãos dali.

–Nunca esconda seu rosto de mim – ele tinha ficado com uma voz triste – Já fiquei longe dele tempo suficiente.

–Sim – ela disse, e retirou suas mãos – Você esteve me procurando?

–Duvessa... eu sempre estive olhando por você. Mesmo que as circunstâncias não me permitissem.

–Entendo. – ela olhou em seus olhos – Tom... Queria dizer que senti muito a sua falta.

Ele olhou para ela e, pela primeira vez, deu um sorriso genuíno, que fez o coração de Hermione balançar no peito.

–Assim como eu senti a minha Duvessa. Mas, por agora, vamos. Teremos tempo de conversar sobre isso no futuro.

Ele então desceu da carruagem rápido como um raio e Hermione não teve escolha a não ser segui-lo.

–Tom? Porque descemos?

–Porque não podemos chegar ao outro lado andando em uma carruagem, caso não tenha percebido – um dos Cavaleiros a respondeu grosseiramente.

Hermione se encolheu pela resposta e desejou não ter perguntado aquilo.

–Karkaroff... – Tom disse em uma voz de aviso.

–Majestade? – o homem se curvou perante Tom.

–Da próxima vez que lhe fizerem uma pergunta... Responda.

Karkaroff olhou para Lucius e meneou a cabeça.

–Perdão, senhor.

–Chega. Agora vamos.

–Sim! – todos disseram juntos.

Hermione se viu sendo levantada por Tom novamente. Seus braços fortes a sustentaram. Só que dessa vez, ele a havia puxado de frente para seu corpo, fazendo com que seus rostos ficassem muito próximos.

Ela ficou hipnotizada por seus olhos belos. E somente percebeu que estava voando, quando olhando para o chão, viu o vasto precipício se estender em todas as direções.

Um grito ficou sufocado em sua garganta. Ela se agarrou a Tom com toda a força que tinha.

Acalme-se. – ela escutou um sussurro em sua mente – Eu não a deixarei cair.

Fechando os olhos, Hermione apenas concordou com a cabeça e sentiu o vento passar rapidamente por seus cabelos. Quando os minutos pareceram se estender sem fim, ela se sentiu pousar no chão suavemente.

–Abra os olhos Hermione.

Olhando ao redor a menina se encontrou nos pés daquela imensa construção que vira a pouco. De perto, o castelo era ainda mais imponente.

Os Cavaleiros rapidamente pousaram e, após uma ordem de Tom, se dispersaram para seus afazeres diários. Não sem antes lançarem um olhar malévolo na direção de Hermione.

A menina tremeu internamente, mas tentou não demonstrar. Se Tom a tinha levado para este local, significava que ele tinha algum propósito. Ela só não sabia qual era... Ainda.

Olhando para ela, Tom disse:

–Bem-vinda ao Castelo Real.

–Você mora aqui mesmo? – ela o olhou espantada.

Ele olhou para ela e a sondou com aqueles olhos profundos. Apesar de não ter respondido, ela sentiu que ele havia morado naquela casa a muito mais tempo do que ela sequer sonhava.

–Entre. Esta será sua casa... A partir de agora.

–Minha casa? – Hermione perguntou assustada – Não poderei voltar para casa?

–Você fez magia Hermione. Não pode mais sair daqui.

–Porque não? – ela não entendia – Eu tenho uma casa. Minha mãe ficará preocupada.

–Poderá escrever para sua mãe e contar o que aconteceu. Mas isso é um assunto para outra hora.

Respirando fundo a menina disse:

–Tudo bem. Certo... Eu entendo. Vou tentar me comportar da melhor forma possível.

Tom sorriu levemente.

–Avery! – chamou.

Um homem vestido com um uniforme todo em negro apareceu na porta do imenso castelo. Ele parecia ter quase a mesma idade que tom. E tinha um olhar atento no rosto.

–Majestade – ele fez uma reverência para Tom e virou-se para cumprimentar Hermione.

A menina se preparou para um olhar de repugnância em seu rosto, mas por incrível que pareça, aquele homem não fez isso.

–Senhorita Hermione, seja bem-vinda.

Ela se espantou por ele saber seu nome. Sem palavras por alguns segundos, ela finalmente conseguiu dizer:

–Muito obrigada pela hospitalidade.

–Não se incomode senhora. – o homem respondeu – Está com fome? Preparei o desjejum senhor. Devo servir?

–Obrigado. Iremos comer após nos banharmos. Devo resolver alguns assuntos.

–Claro, senhor.

–Avery, leve Hermione para seus aposentos. Caos já deve ter lhe dito onde ela ficará.

–Perfeitamente senhor. Nada lhe faltará.

Virando-se para Hermione o homem disse:

–Milady? Por favor, me acompanhe.

Olhando para Tom, Hermione ficou sem saber o que fazer. Nunca ninguém havia sido tão amável com ela antes. Ainda mais um vampiro! E ele ainda a chamava de senhora, um título que era destinado apenas as mulheres de alta casta e linhagem.

–Descanse. Logo mais conversamos e retirarei todas as suas dúvidas. Até lá, espero que se sinta em casa.

E com isso, Tom simplesmente... Desapareceu.


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo para vocês! :)
Espero que tenham gostado!

Beijo grande e até a próxima!



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