A Sublimável - O Preço Da Perfeição escrita por Mandika


Capítulo 1
Capítulo 1 - "O que é você?"


Notas iniciais do capítulo

olá queridos leitores, espero que gostem da minha historia, desculpe pelos erros que provavelmente devem existir e deixem comentários dizendo o que estão achando !! beijos.



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Minha vida não é perfeita. Acho que a vida de ninguém é, mas a minha chega bem perto disso, a não ser por uma única coisa que venho tentando esquecer desde meus 6 anos. Normalmente não sou muito anti-social em festas, principalmente se é a festa da minha melhor amiga, mas hoje eu só tinha vontade de sentar e ouvir música sem ser perturbada.

- May! - vejo Skyler, minha melhor amiga aniversariante, se aproximar de mim - o que aconteceu?

- Nada demais, eu só não estou no clima hoje - disse dando um sorriso torto. Ela usa um lindo vestido de manga comprida roxo. Ele é colado em seu corpo, o que faz parecer que ela mal respira. Seus cabelos curtos cor de areia estão totalmente lisos, mas não é um liso vulgar, ele tem uma certa beleza. Mal dá para ver os lindos olhos castanhos por baixo de tanta maquiagem, mas já me acostumei com esse jeito dela.

- Vamos lá, é meu aniversário de 16 anos. Mostre um pouco de alegria

- Estou alegre, posso lhe garantir, é só que, não conheço quase ninguém aqui, me sinto um tanto....

- Excluída? Logo você?

- Eu ia dizer deslocada, já que devo ser a única menina de 15 anos aqui

- Por favor, pelo menos tente se divertir - faço uma careta, mas acabo me deixando levar pela sua cara de cachorro que caiu da mudança. Ela puxa meu braço me arrastando. Não estou tão deslumbrante quanto Skyler, afinal realmente não deveria estar, mas eu tenho uma beleza natural, não preciso me enfiar em quilos de maquiagem para parecer ou me sentir bonita. Eu uso uma saia preta rodada de cintura alta e uma blusa de cetim azul turquesa. Meu cabelo castanho escuro está preso de lado e eu uso apenas um delineador sobre meus olhos verdes. Me livro da mão de Skyler e viro para o lado. Percebe-se que essa não foi uma das minhas melhores ideias, pois esbarrei em um menino com um copo cheio de refrigerante que derramou tudo na minha roupa.

- Ai meu deus May, sua roupa está...

- Arruinada, eu sei. Vá aproveitar a sua festa, eu ficarei bem.

- Tem certeza? Eu posso....

- Vá, ou eu te obrigarei a ir - dou um sorriso confiante e ela o retribui

- Obrigada - ela diz e sai correndo mesmo estando de salto tamanho 15. Apesar de odiar salto alto, sempre a admirarei pela capacidade de conseguir correr com graciosidade neles. Encaro o menino que derramou refrigerante em mim. Meu olhar era tão frio que acho que conseguiria até congelar o sol

- Você é louco ou o que?

- Louco? Eu? Você que esbarra em mim e eu que sou louco?

- Sim, deveria ter me visto virar

- Desculpe, senhora perfeição, por não ter uma bola de cristal - reviro os olhos e saio andando até o banheiro. Ouço três batidas e quando abro a porta me deparo com o menino

- O que você quer?

- Eu quero ajudar, minha mãe me deu educação

- Ah que meigo

- Não sei nem porque tentei, eu vou embora - antes de se virar, encaro seus olhos cinzas e depois o vejo se afastar. Ele tinha cabelos louros curtos e usa roupas simples: calça jeans e uma blusa preta gola V.

- Espere - eu disse e instantaneamente ele parou, mas não se virou - acho que fui grossa demais com você - ele se vira e ergue uma sobrancelha.

- Você acha? - seus lábios curvam-se em um sorriso de deboche

- Sim, acho. Vamos recomeçar ta? - ele estende sua mão e diz:

- Trevor ... Moore - não aperto sua mão, apenas falo:

- May.

Sentindo como se tivesse levado um toco, ele coloca a mão na nuca.

- Não vai me dizer seu sobrenome? - ele me pergunta.

- Você não precisa saber.

Quando a situação começa a ficar constrangedora, decido ir embora, mas quando passo por Trevor, ele segura meu braço. Suas mãos são fortes e me impedem de me mexer.

- Será que posso vê-la novamente algum dia? - ele diz sem olhar para mim

- Acho que não, não costumo sair com caras como você - ele me olha e ergue novamente a sobrancelha

- Ah é? E que tipo de cara eu sou? - não o respondo, apenas me solto e saio andando.

Que tipo de cara ele realmente seria? Bom, não estou muito afim de descobrir.

- Já vai embora, May? - vejo a mãe de Skyler se aproximando de mim

- Olá senhora Mitchell. Sim, já vou, não estou muito bem hoje. Fale para a Skyler que desejo um feliz aniversário, tudo bem?

- Claro querida, espero que melhore

- Obrigada - saiu pela porta e me sinto muito melhor.

Definitivamente, não estou em clima para festas. O pior do caminho de volta é que eu tenho que passar por um beco muito assustador. Eu tenho lembranças não muito boas desse beco. Eu lembro como se isso me assombrasse todos os dias da minha vida.

Quando tinha 6 anos, estava em uma loja com a minha mãe e como eu era um tanto rebelde, decidi que seria legal a minha mãe me procurar pelas ruas de Michigan. No começo era um ideia engraçada, mas quando percebi que estava perdida em um beco e minha mãe não fazia ideia de onde eu estava, a ideia começou a parecer horrível. Sentei no chão e comecei a chorar quando a forma de alguém aparece na minha frente. Parecia ser um espírito.

Não via bem seu rosto, só me lembro do que ela me falou "sua hora irá chegar, criança. Mude enquanto pode" . Até hoje não sei o que isso significa, mas tenho um pressentimento de que não é coisa boa. Esse beco é de dar arrepios, quando passo por ele ouço um barulho, uma voz. Não sei quem é, mas a voz sabe quem sou, pois estava me chamando.

- Quem é? - olho ao meu redor, mas não vejo ninguém. Ouço meu nome novamente.

- Quem está ai? - fico nervosa e desta vez, ouço uma gargalhada, parecida com...a minha!

- Olá May - a voz diz atrás de mim. Viro-me e me vejo. Lanço um olhar confuso para o meu outro eu. Não parece ser humano, não tem um aspecto humano, mas fala como se fosse - lembra de mim?

De alguma forma, percebo que é o espírito que vi quando tinha 6 anos.

- Você...

- Acho que já se lembrou, né? - seu rosto é idêntico ao meu, mas ela tem um sorriso natural de deboche

- O que é você? - pergunto confusa

- Isso é fácil, sou uma Justiceira! Bem, sua Justiceira

- Minha o que?

- Você é surda, lesada ou coisa parecida? J-U-S-T-I-C-E-I-R-A - meu eu soletra a palavra que está confusa em minha cabeça.

- Não tenho problema, ouvi da primeira vez, só não entendi o que é isso.

- Ah, essa parte é mais complicada e confidencial, não posso influenciar a sua escolha.

- Que escolha?

- Já disse, é confidencial - ela insisti

- Então o que você faz aqui?

- Primeiro: de novo, não posso falar. Segundo: me chame de Ella - ela sorri

- Ella? Esse é seu nome? Mas você... Se parece comigo

-Não, isso é só a forma que eu tomei para não assustá-la.

- Claro, aparecer em um beco assustador como se fosse eu. Isso com certeza não me assustou. - bufo e reviro os olhos.

- Então é melhor começar a se acostumar comigo, porque eu estarei mais presente na sua vida do que você pensa - ela desaparece. Fico um tempo parada e assustada até cair a ficha que já eram uma hora da manha.

Fui embora e tentei ao máximo esquecer aquilo.


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