Um Pesadelo Sem Fim escrita por Giu


Capítulo 3
A despedida


Notas iniciais do capítulo

Aviso importante nas notas finais! Mas por enquanto fiquem com o capítulo mesmo ^-^



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– Hum... Você tem certeza de que está tudo bem? – me perguntou Yuka, preocupada.

– Eu já disse, foi só um pesadelo. Está tudo bem sim – respondi dando o melhor sorriso que eu consegui. Ela então deu de ombros, bagunçou um pouco o meu cabelo e foi preparar café para todos nós. Eu olhei ela partindo enquanto Seitaro vinha se sentar do meu lado.

– De novo aquele sonho?

– Não... F-foi só um pesadelo mesmo...

– Não minta, Rin. Eu te conheço bem o suficiente para saber que um pesadelo comum não ia te deixar tão abalada assim. Quando acordamos encontramos você encolhida num canto aterrorizada. Yuuta e Yuka acreditaram porque eles não sabem de nada, mas eu sei.

Eu não respondi. Não queria mais envolver Seitaro e nenhuma outra pessoa nessa história. Mas ele estava esperando uma resposta, e começou a ficar um pouco impaciente.

– Vamos Rin, me fale o que aconteceu!

Eu comecei a ficar brava. Será que ele não entendia? Então, depois de ver a sua cara de impaciência eu acabei explodindo de raiva.

– Olha aqui! – exclamei, me levantando – eu estou bem, okay?!? Não venha bancar o meu pai ou coisa do tipo. Sou adulta o suficiente para cuidar de mim mesma. E eu não estava tão apavorada como você diz. Eu estava apenas um pouco... Assustada com o meu pesadelo. Só isso. Agora, por favor, me deixe em paz!

Ele me olhou com uma expressão chocada, mas quando eu terminei de falar ele fechou a cara.

– Tudo bem. Faz o que você quiser – respondeu frio – estou indo trabalhar.

– J-já? Não quer ficar para o café? – indagou Yuka, saindo da cozinha carregando quatro canecas em uma bandeja. Ela deve ter escutado o final da conversa, pois estava com uma expressão chocada e um pouco triste. Ela não gosta quando brigamos.

– Não, obrigado Yuka, mas eu já vou indo – respondeu ele, pegando sua mochila – Até mais tarde – disse, sem olhar para mim. E então saiu.

Yuka olhou para o relógio e suspirou.

– Ele ainda tem bastante tempo até começar o seu turno. Ah Rin, o que aconteceu dessa vez?

– Nada – respondi, dando de ombros. Sentei no sofá e peguei a caneca que ela estava me oferecendo, tentando mostrar que eu não me importava. Mas a verdade é que eu estava com uma culpa enorme dentro de mim. Não que eu não estivesse acostumada a brigar com o Seitaro – isso acontecia direto – mas as brigas eram sempre por coisas banais e muitas vezes sem motivo. Dessa vez ele realmente estava preocupado comigo, e eu o respondi daquela forma.

“Eu não tive escolha” – pensei, dando um gole no meu café – “não quero envolver nenhum deles nisso”.

Mas só de lembrar o jeito frio que ele me respondeu já me dava vontade de ir correndo atrás dele e pedir desculpas. Mas ao invés disso eu terminei de tomar o meu café e me levantei.

– Yuka, acho que vou indo também. Tenho que arrumar umas coisas lá em casa.

Ela me olhou chocada.

– Você? Arrumar? Tem certeza que está bem? – indagava ela, colocando a mão livre sobre a minha testa. Eu dei um empurrão de leve na mão dela, rindo.

– Pra você ver como está a situação lá. Vou indo, quando o Yuuta sair do banho fale para que eu mandei um “até mais” – disse, dando um beijo na sua bochecha, pegando minha mochila no sofá e saindo então da casa.

Assim que eu sai de lá o meu sorriso sumiu. Determinada, me dirigi até o ponto de ônibus.

Meu plano era simples: ir para a casa arrumar as malas e pegar hoje mesmo o primeiro ônibus que me levasse para a cidade mais próxima da mansão. Eu não podia contar para ninguém. Dessa vez não colocaria ninguém em risco.

Depois de uma eternidade, finalmente passou um ônibus que me levasse para a casa, e assim que eu cheguei comecei a arrumar as minhas malas. Meus pensamentos estavam a mil por hora, mas não parei. Após ter ficado tudo pronto, escrevi um bilhete para Seitaro.

Após ter terminado de escrevê-la eu a deixei sobre a mesa da sala, de frente para a porta. Ele largava sempre as suas coisas ali, então eu sabia que ele ia ver. Eu voltei para pegar as minhas malas, mas tropecei em algo.

Um presente de natal.

Eu encarei o pacote por alguns segundos, e então uma expressão triste surgiu no meu rosto.

“Ah é... Este ano íamos comemorar o natal aqui na minha casa...” – pensei melancólica enquanto olhava a árvore de natal. Lembrei-me de todos os natais que nós quatro passamos juntos, todos os momentos divertidos, as brincadeiras, as horas que passávamos sempre um do lado do outro apenas por puro prazer... De repente eu senti algo quente escorrendo pela minha bochecha.

Lágrimas. Eu estava chorando, e quando olhei para as minhas mãos eu percebi que elas estavam tremendo. Eu sentei no sofá e coloquei as mãos no rosto. Eu estava com medo. Não queria abandonar meus amigos, não queria voltar para aquela casa que tanto me apavora e não queria ter que passar por todo aquele inferno de novo. Eu só queria ser como todo mundo e ficar do lado das pessoas que eu amo. Mas eu teria que voltar para aquele lugar. E dessa vez sozinha.

Depois de alguns minutos assim eu parei para respirar fundo, limpei minhas lágrimas e me levantei. Eu tinha que fazer isso. Era a única forma de mantê-los em segurança.

Peguei minhas malas e saí da casa, sem olhar para trás.

– Rin, voltei! – exclamou Seitaro, cansado do trabalho. Ele não queria falar com a Rin, estava magoado ainda com o que ela tinha te respondido, mas não conseguiu evitar. Estava realmente preocupado com o seu estado – Rin? – indagou mais uma vez.

Silêncio.

Resmungando baixinho ele foi jogar a sua mochila em cima da mesa da sala. Mas, assim que colocou, ele percebeu que havia um bilhete na mesa.

– Um bilhete? Ela não precisa colocar isso só porque saiu – disse para si mesmo, pegando o bilhete e começando a ler. Enquanto ele lia a sua expressão inexpressiva passava a ficar chocada, e suas mãos começaram a tremer. Ele ficou encarando o bilhete por alguns segundos, completamente pálido. Então, xingando baixinho, ele tornou a pegar a sua mochila.

– Aquela idiota! – exclamou, batendo a porta com força enquanto saia da casa.


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Notas finais do capítulo

Me desculpem, eu sei que demorei para postar, mas já deixe eu explicar o motivo! A partir de agora os posts vão demorar mais para sair. Não se preocupem, não tem nada haver com reviews (foi-se a época em que eu me preocupava com isso), mas é que eu comecei a escrever outras fanfics, algumas das quais eu nem sequer estou postando neste site. Perdão! Mas aguentem firme, pode até demorar, mas não vou deixar de postar XD
Provavelmente agora eu irei postar de semana em semana, mas vou tentar evitar isso.
Pedão novamente, e até o próximo capítulo õ/



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