Passamos a ultima semana na casa de Killan em observação e preparando nossas malas.

A faculdade estava me férias então Samuel e Brenda decidiram viajar para o Japão, o que não me surpreendeu. Alex e Samuel combinaram de passar alguns dias acampando em uma das florestas perto da cidade. Já Henry e eu colocamos um mapa das melhores praias do mundo na parede e jogamos um dardo para ver onde iriamos começar a nossa aventura.

E o dardo acertou em Fraser island, Austrália.

Henry e Killan tinham saído para comprar algumas coisas, deixando Ales e eu sozinhos em casa arrumando as malas.

–Colocou lingerie sexy e biquíni sexy na mala? –Alex perguntou.

–Alex não começa!

–Ahh nem vem tchuca. Vocês vão pra uma praia incrível, sozinhos, e você quer que eu acredite que não vai rolar nada? Por favor né, me respeita.

Eu não quis contar pra ele, mas a lingerie que tínhamos comprado da ultima vez estava no fundo da mala, junto com um biquíni que eu tinha ganho a alguns anos. A Finlândia é fria e não tem praia, então nunca precisei usar ele.

–Boa sorte no acampamento. –Falei enquanto dava um abraço forte no Alex.

–Boa sorte com os seus sonhos minha diva. –Alex retribuiu o abraço.

Nos despedimos, e fomos para o aeroporto. Enquanto estávamos sentados esperando a porta do nosso voo abrir um flashback veio em minha mente.

A minha infância, Edgard, Ariane, Paolo. A morte de Edgard e a chegada de Henry. Perdi alguém muito importante na minha vida, mas ganhei outra que me mostrou um mundo incrível. Minhas experiências com a vida e a entrada de quatro pessoas maravilhosas nela.

–Margot? –Acordei de meus pensamentos com a voz de Henry.

–Sim.

–Vamos? –Ele esticou a mão pra mim e entramos juntos no avião.

Nossos acentos estavam distantes. Acabei sentando ao lado de um senhor de bigodes, que pareceu se assustar um pouco com a minha aparência.

–Com licença senhor. Mas a minha noiva está gravida e eu não gostaria de deixa-la sozinha, vai que ela enjoa. Gostaria de estar por perto. –Henry disse todo educado.

–Ah claro rapaz. –O homem se levantou e Henry sentou. –Parabéns pelo bebê. – O homem disse antes de sair.

–Por que disse aquilo? -Perguntei.

–Porque eu queria sentar do seu lado. E essa foi a melhor desculpa que eu arrumei. –Henry virou e colocou a mão na minha barriga.

–Para de ser besta! –Falei dando um tapinha na mão dele.

Quando o avião decolou senti um friozinho na barriga e apertei a mão de Henry. Ele sorriu e dei um beijo em meus dedos.

Algumas horas já tinham se passado e não tínhamos conversado, até mesmo porque eu não conseguia tirar os olhos do imenso céu azul.

Quando chegamos um carro já estava nos esperando. Eu não conseguia disfarçar a minha surpresa com a cidade e tudo mais. O calor estava enorme. Henry não deixou eu trazer nenhum dos meus vestidos. Alex foi quem escolheu a maioria das roupas.

Nosso quarto do hotel era enorme, com uma vista maravilhosa para o mar.

–Vai se trocar pra gente descer. –Henry disse.

Abri minha mala e coloquei o biquíni com a parte de cima azul escura que prendia no pescoço, e no meio tinha uma fivela em forma de ancora dourada. A parte de baixo tinha uma faixa grossa azul escura e o resto era branco com listras azuis.

–Eu não vou sair. –Falei.

–Margot, vem logo, ta muito calor. Vamos dar um mergulho. –Eu estava morrendo de vergonha.

Quando sai, vi Henry com uma bermuda bege mesclada com branco. O corpo dele é perfeito. Costas largas, barriga malhada, mas nada daqueles gomos desenhados, era malhado de um jeito natural. Mas no seu peito tinha uma cicatriz, o corte que Angelina tinha feito.

Me aproximei dele e passei os dedos pela cicatriz.

–Olha é melhor a gente descer antes que eu te prenda naquela cama. –Ele pegou a minha mão e deu um beijo no meu rosto.

A praia era incrível. Eu sentia o sol no meu rosto e a areia quente nos meus pés. O mar totalmente azul era mais bonito do que na tv e nas imagens da internet. Era igual ao primeiro sonho que eu tive.

Henry e eu nadamos muito. O cabelo dele ficava ainda maior molhado. Ele me ensinou um jeito de não afundar , já que eu nunca tinha nadado antes.

Depois de um tempo estávamos deitados na areia e uma criança se aproximou da gente.

–Nossa moça que tatuagem grande no seu rosto. –Era um menininho. Loiro e tinha a pele corada por causa do sol.

–Linda não é mesmo? –Henry disse.

–Muito. Meu papai tem uma dessa. Mas a dele é na perna – O menino virou o rosto quando ouviu o grito do pai. –Tchau moça bonita.

–Tchau. –Falei e fiquei observando o menino correr.

–Esse menino tem futuro! –Henry disse.

–Só porque ele concordou que eu sou bonita?

–Claro. Mostra que ele é um rapaizinho inteligente. –Henry pegou meu rosto e o aproximou do dele. –Te amo. –E então me beijou.

Depois de horas na praia fomos jantar em um dos restaurantes da cidade e eu finalmente coloquei um vestido. Nada igual aos que eu uso, ele era bem mais colado e tinha um decote bem sensual.

Não contei ao Henry, mas por baixo do vestido eu estava com a lingerie que tinha comprado com Alex e Brenda.

O jantar tinha sido ótimo, mas quando voltamos para o quarto do hotel eu não sabia muito bem o que fazer, então apenas relaxei.

Henry não estava me olhando, ele havia tirado a camisa e estava de costas tirando o relógio. Aproveitei para me aproximar.

Coloquei meus braços envolta da cintura dele e tracei uma linha de beijos pela suas costas. Henry se virou e colocou uma mecha do meu cabelo para trás.

Me afastei e abri o zíper lateral do vestido, deixando ele deslizar pelo corpo até cair no chão e revelar a lingerie. Henry me observava com atenção e mordia os lábios enquanto me olhava dos meus pés a cabeça.

Nós não falamos nada. Quando me dei conta estávamos deitados na cama. Henry cobria todo o meu corpo com o dele. Uma onde de prazer tomava conta de mim. Eu sentia o calor dele e o meu calor se juntarem.

Meu coração estava acelerado e cada parte do meu corpo parecia estar viva. Eu sentia inúmeras coisas juntas, como se cada sensação estivesse em evidencia, lutando para eu me sentir completa.

O rosto cansado de Henry me encarava. Um sorriso incrível surgiu em seu rosto.

–Eu te amo. –Ele disse.

–Eu também te amo. – E mais uma vez nós caímos no prazer.

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Acordei com Henry beijando meu pescoço.

–Bom dia. –Ele sussurrou.

–Bom dia. –Quando virei meu rosto para encarar o dele, Henry estava com os olhos arregalados, como se estivesse vendo um fantasma. –O que foi Henry?

–A sua pele. Ela está da cor da minha. –Henry puxou o lençol deixando a mostra meu corpo nu. –Seu corpo inteiro está da cor do meu. E o seu peito está mexendo, como se você estivesse respirando. –Levantei correndo e fui até o espelho.

Minha pele estava branca, mas da mesma cor que a dele. Eu estava ainda mais quente. Minha pele macia, sentia meu coração batendo, mesmo que fosse fraco. Eu estava piscando mais, meus lábios estavam mais rosados.

–Me da alguma cosia pontuda. –Falei.

Henry me deu uma agulha que usei para espetar meu dedo e então tivemos a surpresa. Sangue começou a escorrer pelos meus dedos.

Então eu entendi. Eu agora era uma humana por completo. Henry tinha feito eu me tornar humana por completo.

–Se a gente soubesse que a resposta era sexo teríamos feito antes e mais vezes. –Henry falou enquanto me abraçava por trás.

–Henry, eu sou humana. –Falei e lágrimas correram pelo meu rosto.

Decidi que não iria remover a caveira mexicana do meu rosto, afinal de contas foi com ela que a minha história começou. Eu poderia até ter a aparência de uma pessoa viva, mas a boneca sempre estaria comigo também.