–AMY, ME ESCUTA –Jin agora explodia – para de gritar, ta legal? Deixa eu explicar!

–É isso o que eu estou querendo. Que você me explique – cruzei os braços enquanto tentava processar tudo. Jin se apoiou em meus ombros e respirou fundo.

–Eu preciso me casar com você, Amy

Mas o quê...O QUÊ?

–Jin do céu! – comecei a andar em círculos - eu faço tudo por você, sabe disso, mas casar? – olhei desesperada – você tem ideia do que é o casamento?

– Amy, por favor – Jin andava de um lado para o outro – Eu nunca te pediria algo tão sério se eu não precisasse tanto. Eu varei noites pensando nisso – Jin pegou minha mão – Você é a única pessoa em quem eu confiaria para o matrimônio Amy

Mas o que? Droga coração, não acelera!

– Pera Jin, o que você está dizendo? – olhei confusa

–Você é minha melhor amiga, quem mais seria melhor para fingir o casamento comigo? – deu um sorrisinho - Vou te explicar: Como o “nosso casamento” estava passando por uma crise, eu infelizmente não me aguentei e acabei tendo um caso com a filha do Zero, mas quando eu percebi que isso tudo estava te machucando muito eu decidi honrar meus compromissos e escolhi ficar com você – sorriu de canto – Assim o Zero não me mata e eu não perco meu emprego, entendeu?

– Ah... – olhei para o céu – Eu não sei Jin...

Minha cabeça começou a rodar. Jin veio e me abraçou forte:

– Amy, relaxa, eu sei que isso é algo absurdo, principalmente pra você que considera o casamento algo tão mágico, mas não é o fim do mundo

– É... – respondi com tristeza. Jin passou a fitar o céu. O som do vento pairou sobre nós

–Amy... o que eu estou fazendo com você? - foi me soltando gradativamente.

–Jin...

– Eu não posso fazer isso com você Amy, não desse jeito – respirou fundo e me deu um beijo na testa. Distanciou-se e deu longos passos até o Taxi

Eu não sei o que aconteceu ou que sensação foi aquela. Eu só sabia que eu não podia deixá-lo ir. Minha cabeça me alertava que aquela escolha não ia teria volta, mas meu coração gritava por uma atitude.

Segui meu coração. Corri e segurei seu braço:

–JIN! Espera! – dei um sorriso. Jin parou – Vai mesmo deixar sua esposa aqui sozinha? Seu marido desaforado – fiz uma cara reprovação – Eu aceito me casar com você, seu bobão

Jin se atrapalhou e quase caiu. Por um momento ele me olhou com uma cara tão assustada que abriu a boca e não conseguiu dizer absolutamente nada

– Bom, a não ser que você não queira mais se casar comigo – fiz um biquinho

Jin abriu um sorriso enorme e, por fim, me abraçou tão forte que me tirou do chão:

– Cara, acho que estou sonhando. Estou prestes a casar com a minha melhor amiga! – Ele não parava de sorrir. E incrivelmente, eu também.

– Não se acostume – brinquei – só sei fazer miojo e congelados

– Então seremos um ótimo casal – Gargalhou e me abraçou – Te adoro Amyzinha!

Ai Deus... aonde eu fui me meter?

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Dezembro, “-7º”.

Esse frio todo não estava me ajudando em nada à guardar as coisas. Era só eu tirar a luva por alguns segundos que minhas mãos já viravam duas estalagmites.

Vou matar esse maldito moleque que não me ajuda!

Peguei meu telefone e disquei para o primeiro número da discagem rápida:

–JIN! Seu INÚTIL! Eu estou aqui sofrendo pra encaixotar todas as minhas coisas pra levar ao seu apartamento e você não esta fazendo absolutamente nada! Seu galãzinho folgado! – cuspi as palavras – Sabe quantas vezes minha mão já congelou? TRINTA! T-r-i-n-t-a! E sim, eu contei

– Amy, do que você está falando? – perguntou o garoto do outro lado do telefone – Quem é Jin?

Fiquei confusa e olhei pro telefone: ”Ryan”. Merda!

– Er... Ryan? – disse com receio

– Quem mais você achou que seria? – Ryan começou a rir – pelo jeito você ainda não se acostumou com o touch né Amy?

– Acertou em cheio! – ri tentando dirfarçar

– Hhaha,qualquer dia eu te ensino, mas pelo jeito você tem estado bem ocupada por ai, está até se mudando para um novo apartamento – riu sem graça - e de um cara chamado Jin, aparentemente

– Ah Ryan, é uma longa história – dei um risinho – É complicado.

– É, deve ser – riu Ryan – Eu até ia te convidar pra sair hoje à noite, mas vejo que alguém já chegou na minha frente

Senti uma pontada de culpa e remorso, tinha esquecido totalmente que Ryan iria me ligar essa semana:

– Ryan... Eu queria muito sair com você, de verdade, mas acabou surgindo um imprevisto com o Jin e por enquanto eu não posso sair com nenhum outro garoto – suspirei.- É a vida

– Puta merda, não vai me dizer que você está grávida desse tal de Jin! – exclamou todo estabanado

– RYAN! – gritei. - GRÁVIDA? Da onde você tirou essa ideia? É claro que não – comecei a rir – Eu nem me casei ainda – “ainda” -, quanto mais ter um bebê, qual é!

–Ah Amy, vai saber, do jeito que esse mundo é louco – riu Ryan aliviado – Mas de qualquer forma, quando você puder sair, nem que for apenas como amigos, você me liga, beleza?

Coloquei a mão sobre o alto-falante e comecei a dar pulinhos e gritinhos de alegria. Depois de alguns segundos, me recompus.

– Eu adoraria Ryan – sorri – eu te ligo, prometo!

– Vou esperar hein – riu Ryan – Beijos Amy, se cuida!

– Você também Ryan! Beijinhos – ri e desliguei

Espera... o que eu ia fazer mesmo? Ah é, ligar pra reclamar com o Jin.