Simplesmente Complicado escrita por Samy Ogawa


Capítulo 28
Operação Casal Perfeito.


Notas iniciais do capítulo

Chegamos a 200 comentários, nem acredito!!!! Vocês são demaisssssssss

Espero que curtam o capítulo :D



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Jin me encarava de uma maneira engraçada, como se não estivesse acreditando que eu faria mesmo isso. Ele se sentou, pegando o copo de café e dando um gole.

– E como você pretende fazer isso?

– Que bom que perguntou! – observei, tirando um caderninho rosa cheio de anotações, papéis e brilhos.

– Pra que eu fui perguntar... – suspirou

– Prepare-se para fica de boca aberta, meu querido!

Tirei um cartão de crédito do meu bolso e mostrei-o, um cartão preto e dourado que eu amava de paixão, o tipo de coisa que faria qualquer garota desmaiar de felicidade e inveja.

– Isso aqui, meu querido, é o meu ingresso para o estrelato. É o instrumento mais importante pra qualquer garota mostrar que ta na área.

– Uuuuuh – ele balançou as mãos como se estivesse impressionado.

Fingi que não vi e continuei.

– Se eu quero ser a esposa perfeita, então tenho que fazer meu trabalho direito – assenti determinada

Jin deu risada e balançou a cabeça.

– Você ta se divertindo com isso ai né?

– Se eu estou me divertindo? – abri um sorriso malicioso e apontei o dedo para o caderno – Estou me esbaldando

A primeira página do livro, enfeitada de brilhos e corações rosa, tinha a primeira regra dos primórdios do que uma garota precisava fazer para se tornar uma diva.

1-Fazê-los perguntar: Quem é aquela?

– Essa aqui, Jin, é a regra mais importante de todas. Causar uma primeira boa impressão é essencial – disse séria, como se estivesse mostrando estratégias de guerra. Jin apenas assentiu enquanto segurava a risada – E não pense que eu serei ser a única a fazer isso aqui não – olhei para ele.

– O que? – Jin olhou para mim, arqueando as sobrancelhas e depois estreitando os olhos com um toque de suspeita – O que você quer dizer com isso?

– Bem, somos um casal não somos? – girei os dedos – E se queremos que Lin acredite, não podemos deixar que apenas eu chame toooodas as atenções, não é mesmo?

– Eu não me importo com isso – respondeu ele

– Que tipo de diva eu seria se meu parceiro não brilhasse também? – acrescentei, coloquei as mãos na cintura – Pra causarmos de verdade, precisamos fazer isso direito. E pra fazermos direito, precisamos fazer isso juntos.

Jin olhou com cara de tédio pra mim e bufou. Estreitei os olhos e fiquei encarando. Essa ideia eu não tiraria da cabeça de maneira alguma. E Jin pareceu ler minha mente, porque suspirou e baixou os ombros.

– Tudo bem, farei parte do seu plano escandaloso – ele apontou o dedo para mim em um modo acusativo – Mas, sem rosa! Não irei virar uma bicha por sua causa!

Dei uma gargalhada e apertei seu ombro.

– Fica tranquilo, eu sei muito bem o que eu faço.

– Eu espero que sim – ele balançou a cabeça e apontou para o livro – Então, o que vamos fazer pra causar essa “boa impressão”? – fez as aspas com os dedos

– Ótima pergunta! – abri um sorriso e tirei dois convites formais e elegantes de dentro da agenda, entregando um a ele – Pessoas precisam saber quem nós somos. Ficamos muito tempo sem dar as caras nesses eventos chatos.

Jin pegou o convite e me olhou com uma cara óbvia.

– Mas você é a filha do senador, como que não vão se lembrar de você?

– Eles se lembram da Pequena filha do senador, Jin – observei – Aquela que ia de tiarinhas e brincava no meio do jardim. Não a Amy de 18 anos que vai entrar e abalar o mundo deles. – lancei um olhar acompanhado de um sorriso diabólico

– To ligado – ele riu

–E para lembrarem-se da gente de novo, precisamos fazer com que não nos esqueçam nunca mais – diminui a voz e estreitei os olhos – Eu tenho um plano.

– Toda vez que você tem um plano, meu corpo começa a tremer – resmungou Jin, com calafrios.

– Jin – levantei e abri um sorriso determinado – A operação “Casal Perfeito” acabou de começar.

– A onde eu fui me meter...

Peguei seu braço e o tirei do chão. O evento que eu havia conseguido era para esta noite, e não tínhamos muito tempo para nos prepararmos. Uma empregada que trabalhava para a minha família havia anos, me entregou esses convites dizendo que como meus pais não iriam, seria legal eu sair e me distrair um pouco. Aquilo tinha vindo na melhor hora possível.

Pedi para Jin esperar na porta de casa enquanto eu trocaria de roupa por algo mais quente. Lá fora estava um frio de congelar. Que diabos, eram tantos casacos para escolher que fiquei perdida por uns 15min. Depois, desci correndo para baixo e vi Jin batendo os pés com o braço cruzado “Tudo isso só pra colocar uma roupa quente? Meu deus!”

Ignorei as tentativas frustradas de Jin para irmos à cidade de moto. Mas nem ferrando que eu ia passar por aquele frio tudo de novo. Abri a garagem e coloquei as mãos na cintura.

– Vamos com o meu carro.

– Meu Deus, Amy! Quantos carros você tem? – perguntou Jin boquiaberto, arrastando os olhos pela garagem.

Tudo bem, eu admito, ter dez carros na garagem era meio que demais. Mas não eram só meus! Eram dos meus pais e do meu irmão...

– Só um, você sabe! – disse constrangida – Meu pai adora carros e essas coisas.

– Eu to vendo – respondeu ainda em choque – Eu sabia que seu pai era podre de rico, mas uau, isso é demais!

Eu ri, sabia que Jin era fascinado por carros.

– Tudo bem, senhor motorista. Escolhe qualquer carro que você queira andar hoje.

– Sério? – Jin olhou pra mim, meio preocupado – E o dos seus pais?

– Eles não vão ligar – dei de ombros

– Pois bem – ele esfregou as mãos – A hora de brilhar agora é minha.

Jin escolheu um Porsche vermelho conversível e sentou dentro do carro.

– Ta preparada pra andar com o melhor motorista de todos, querida esposa? – ele lançou um olhar diabólico.

– Manda ver, querido esposo – devolvi o sorriso.

Jin engatou o carro e partimos da garagem. E, devo admitir, Jin dirigia muito, mas muito bem. Senti-me aquelas estrelas de cinema andando pela estrada com um cara super legal e seus próprios cabelos sedosos voando ao vento. Ta, a parte dos cabelos voarem ao vento não seria tão legal quando parássemos e eu visse meu cabelo todo desgrenhado. Mas a viagem estava extremamente agradável.

– Então, pra onde vamos primeiro? – perguntou Jin com as mãos no volante e os olhos focados na estrada.

– Nós vamos comprar nossa roupa de gala pra esta noite. Naquela loja que eu sempre te fazia me acompanhar e que você quase sempre dava em cima das vendedoras – disse com desdém, revirando os olhos e sentindo uma pequena frustração ao me lembrar desse ultimo detalhe.

– Bons tempos – sorriu de canto, malandro

– Pelo menos você sabe que isso ficou no passado, não pode dar em cima de outras garotas estando casado – abri um sorrisinho pra ele.

– Eu sei, eu sei – Jin resmungou um pouco, mas depois olhou pra mim – Pelo menos tenho uma esposa maravilhosa, não é? Bem melhor do que uma atendente qualquer.

Senti meu rosto enrubescer um pouco e coloquei os cotovelos em cima da porta do carro.

– Mas é claro que tem! – dei uma risada exagerada, cobrindo minha vergonha – E ela vai voltar a se tornar uma di-va.

Jin deu uma gargalhada e continuamos jogando conversa fora até chegarmos na bendita loja. E nossa, como eu sentia falta de comprar ali.

Balancei a cabeça, tinha deixado isso pra trás com uma bela razão na cabeça, e só estava voltando agora pelo bem do Jin. Prioridades, Amy.

Entramos e vislumbrei aquele lugar, meu coração estava a mil e minha mão estava coçando pra experimentar milhões de roupas. Já Jin, estava bocejando, é claro.

– Posso ajudá-los? – surgiu uma atendente alta, com um sorriso elegante e um corpo esbelto.

Jin nem ao menos se importou com a presença dela. Fiquei tão impressionada e embasbacada que tive que relembrar que a atendente tinha acabado de falar comigo. Abri um sorriso e me recompus.

– Estamos procurando algo para um jantar de gala de hoje à noite. E, o mais importante – acrescentei – Quero as peças exclusivas de Veigas.

A atendente hesitou por uns instantes e depois abriu o sorriso mais educado que conseguiu.

– Sinto muito, senhorita, mas as peças exclusivas de Veigas são apenas...

Abri minha bolsa e entreguei um cartão vip assinado por Veigas.

– Sou Amy, muito prazer – abri um sorriso – E esse é meu marido Jin. Já conheço Veigas há um bom tempo. Então, pode me levar até lá?

– É claro! – a atendente abriu um sorriso maior por ter visto um dos cartões mais exclusivos da cidade e começou a nos levar até o final do corredor, onde abriu-se uma porta dando para um enorme e elegantérrimo ateliê – Esses cartões são tesouros! Não sei quantas garotas já tentaram adquiri-lo e falharam. Algumas até choravam quando não conseguiam, dava um aperto no coração...

Assenti com a cabeça. Jin estava perplexo por eu ter algo do gênero.

– Mas você tem! E é tão nova, uau! – continuou a atendente, estupefata – Como eu não me lembro de você?

– Digamos que eu segui por outros caminhos nesses tempos. Mas, acredite, você ainda vai ouvir muito falar de mim – dei um sorriso

Ela ficou ainda mais animada. Eu achava tão engraçado como as atendentes de Veigas eram tão felizes e elétricas.

– Ei Amy – Jin sussurrou pra mim – Como conseguiu esse cartão?

– Digamos que o Senhor Veigas devia um enorme favor pra mim – abri um sorriso malandro pra ele, que riu e balançou a cabeça.

– Senhor Veigas? – chamou a atendente, batendo na porta de uma sala – A senhorita Amy e seu marido Jin estão aqui para vê-lo;

Alguns segundos depois, a porta automática se abriu e a atendente estendeu a mão para que entrássemos.

– Obrigada – assenti para ela. Que ficou toda contente de novo. Acho que ela pensava que eu era uma espécie de celebridade...

– Ai-Meu-Deus - gritou uma voz esganiçada e feminina de trás de uma mesa, se levantando e abrindo os braços – Não acredito que a minha garota rosa está de volta!!!

– Veigaaas!! – Abri um sorriso e fui até ele, o abraçando – Que saudades!

– Você ta belíssima, querida! O que andou fazendo esse tempo todo? Não me diga que trocou de estilista – ele colocou as mãos cheias de joias no coração.

– Você sabe que eu nunca te trocaria – abri um sorriso

– Você é maravilhosa! – ele deu um beijo na minha bochecha. Depois olhou de canto para Jin, que estava atrás de mim meio alheio e voltou seu olhar para mim de novo – Querida, já vi esse bofe antes, quem é?

Ri e puxei Jin para perto.

– Veigas, esse é Jin. Jin, esse é Veigas, o melhor estilista de Nova Iorque!

Os dois apertaram as mãos e Veigas piscou os olhos o obervando com mais cuidado. Com aquele olhar de “PARA TUDO!”.

– Espera um pouco... – ele estreitou os olhos e abriu um sorrisão - Amiga, eu to passado! Você se casou com esse garoto gatérrimo da escola? – ele abanou as mãos freneticamente – Eu sabia que um dia vocês ficariam juntos, sua danadinha!

Eu e Jin trocamos olhares enquanto ríamos daquilo tudo.

– Longa história, Veigas – sorri um pouco rubra, depois me sentei junto com Jin em um dos caríssimos sofás da sala, e ele sentou em sua cadeira – Uma hora eu te prometo contar tudo, juro! Mas agora estou com uma emergência fashion aqui. Temos um baile de gala e não temos absolutamente nada pra usar! E sabe – coloquei uma mão no canto da boca, como se estivesse contando um segredo – Precisamos arrasar nesse evento, e só você pode fazer isso pela gente.

Veigas abriu um sorriso e se inclinou para frente.

– Querida, você veio ao lugar certo.

Em seguida, Veigas estalou os dedos e chegaram zilhões de costureiros preenchendo a sala.

– Temos uma prioridade urgente aqui. Quero que larguem tudo o que estão fazendo pra fazer essa garota aqui e esse charmoso cavalheiro serem alvo de inveja hoje, entenderam?

Todos assentiram e começaram a trabalhar. Tiravam nossas medidas enquanto Veigas dava ordens e nos mostrava seus desenhos maravilhosos. Aquele ateliê estava trabalhando freneticamente jogando os tecidos por todos os lados e costurando feito loucos. Parecia uma feira de alta costura.

Escolhemos nossas roupas junto com Veigas e ficamos conversando enquanto tudo acontecia.

– Amy querida, o vestido e o terno ficarão prontos em cima da hora. Não é melhor você ir ao cabeleireiro?

– Ah, Veigas... – encolhi meus ombros – Eu não marquei hora com o cabeleireiro.

– O QUE?! – ele gritou. Em seguida, estalou o dedo e chamou uma mulher – Querida, quero que você arranje alguém para fazer o cabelo e a maquiagem. Eles precisam ficar absolutamente fabulosos, entendido?

A mulher assentiu e saiu correndo.

– Te adoro, Veigas! – quase gritei de alivio - Eu perdi o cartão do meu cabeleireiro.

– Credo querida! Em que ilha deserta você estava escondida?

– Nem queira saber – dei risada.

Alguns segundos depois, uma mulher com uma cara cruel e impiedosa apareceu na nossa frente, com outras cinco assistentes.

– Venham – ela fez um sinal com o dedo nos chamando.

Jin me olhou com uma cara de medo e eu ri.

– Relaxa, não vão fazer nada de ruim com você.

– Não duvido de mais nada – arqueou as sobrancelhas.

Veigas nos mandou um beijinho com as mãos e acenou gentilmente. Fomos até uma outra sala e deixamos que a Madame sei lá o que tomasse conta da gente. E eu preciso reconhecer que essa mulher é sensacional. O corte do Jin ficou incrível! E cá entre nós, modéstia a parte, mas meu cabelo ficou arrasador.

Quando ela já havia terminado com nossos cabelos e minha maquiagem, fomos levados para um vestiário onde Veigas nos entregou as roupas e chamou alguns costureiros para nos ajudarem a vestir adequadamente. Jin em um closet e eu em outro.

Ainda to chocada com quantos ajudantes esse cara tem.

Terminei de me vestir e abri a cortina do closet. Ouvi uma salva de palmas satisfeita e orgulhosa com alguns “uau” e “minha nossa!” enfiados no meio, até daquela atendente animadinha que nos atendeu na entrada. Veigas veio andando com as mãos pra frente e com aquele olhar quase cheio de lágrimas.

– Querida, você está magnífica – disse balançando as mãos na frente dos olhos pra não chorar – Tão encantadora que seu marido vai ter que ficar de olhos bem pregados pra não te perder.

– Uauuuu Senhorita minha esposa – Jin abriu a boca e aplaudiu, se levantando e vindo até mim – Você ta linda!

– Você acha mesmo? – abri um sorriso enorme

– Esqueça as celebridades, se tem alguém que vai ficar marcada nessa festa, essa pessoa é você, junto com esse seu boy gatíssimo – Veigas observou – Aposto que você será o assunto dos próximos dias.

–Ai Veigas, eu nem sei como agradecer você – segurei suas mãos.

–Saber que você ta usando minhas roupas já é mais do que suficiente – ele sorriu de volta e me deu um abraço

Veigas podia ser um tanto quanto exagerado às vezes, mas era uma pessoa e tanto!

– Pronta pra ir, Amy? – Jin estendeu a mão e me deu um sorriso.

Devo dizer que o terno preto impecável e aquele cabelo vermelho pra cima deixaram Jin tão gato que quase perdi o fôlego. Se eu causasse inveja em alguém, seria por estar acompanhada de um cara tão incrível assim.

Peguei sua mão e agradeci a todos que estavam lá. Principalmente Veigas, que ao saber que íamos de táxi, teve um ataque histérico e chamou sua limusine para nos levar até o evento. Meu Deus, como eu adorava Veigas.

No caminho todo, eu e Jin ficamos tramando planos e mais planos pra chamar a atenção, mesmo que quase todos os de Jin me fizessem cair na gargalhada de tão insanos e estúpidos que eram.

Chegamos a uma mansão enorme com carros importados formando uma fila imensa. E bem à frente, quando abriram a porta do carro para sairmos, demos de cara com uma entrada enorme de rochas e umas pilastras monstruosas de grandes, com enfeites luminosos e ostensivos acima de alguns outros grandes degraus. A cena estava brilhante e lotada de aristocratas bem arrumados andando para todos os lados com suas taças de Martine e Champanhe.

Ao sairmos, percebemos que algumas pessoas já estavam comentando sobre nós com alguém que estava ao seu lado e levantando as sobrancelhas.

Respirei fundo e entrelacei meu braço ao de Jin.

– Está preparado?

– Nasci pronto, senhorita. – piscou.

– Operação Casal Perfeito. Fase um – abri um sorriso – Iniciar.


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Notas finais do capítulo

Se todos os personagens estão virados, por que então não virar Veigas do total avesso? :D



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