Zoey escrita por Rafael Miranda
Passado um tempo, estava tudo normal na minha casa. Mas espere, o meu normal é diferente do seu. Minha mãe é uma assassina, e a qualquer momento ela poderia me matar. Porém, isso não me assustava, nem me amedrontava. Muito pelo contrário, isso me deixava muito tranquila. Minha situação com Noah estava mais forte. E convenhamos, ele estava ainda mais sedutor, com aquele sorriso safado e os cabelos ruivos passando do ombro. Resolvi abrir com ele o diário de Allie, que havia pegado no porão. Minha vida ali estava começando a se encaixar, eu nem lembrava mais daquele diário. Vi ele quando estava arrumando meu quarto, debaixo da cama. Pensei em ligar para Noah, na mesma hora que pensei, meu telefone tocou.
– Zoey. – Era o Noah, a voz dele estava cada vez mais aveludada. Mexia com meu psicológico, que já não era bom.
– Anh. – falei deixando escapar uma risadinha boba. – Eu sei, tenho identificador de chamadas.
– Porque você riu? – perguntou ele.
– Por nada. – ri. Eu ia ligar pra ele na hora que ele me ligou. Uma conexão incrível, não? – Anh Noah, você não quer vim aqui hoje pra abri...
Ele me interrompeu.
– Chego aí em 5 minutos.
E desligou.
Minha casa não era tão longe da de Noah, por isso a rapidez na chegada.
– E então. – falou. – Aqui estou.
– Ótimo! – exclamei.
Abrimos o diário, e sim ele era INCRIVELMENTE INCRÍVEL! Sei que pareço uma idiota falando assim, mas é a verdade. Essas foram às únicas palavras que consegui falar naquele momento. O caderno era parecido um Death Note. (nunca gostei de animes, mas acabei vendo alguns episódios por causa de Noah.). No diário estava escrito o nome de inúmeras pessoas, e a causa da morte, junto a uma foto da pessoa. Achei o nome da mulher que aparecia de vez ou outra no meu quarto, o nome dela era Sally, mas não estava a causa de sua morte. No final achei o nome do meu pai.
Estava à foto dele ali, suja de sangue, mas também não estava dizendo o porquê de Allie ter o matado. Eu parei de ler aquele diário ali mesmo enquanto Noah se deliciava vendo aquilo. Eu havia acabado de descobrir que minha mãe matou meu pai, o MEU pai. Só conseguia sentir ódio, eu prometi a mim mesma que ia me vingar pelo meu pai.
Desci e permaneci em silêncio, ela me olhava de cima a baixo.
– Porque estava tão quieta? – ela perguntou fixando aqueles olhos na minha roupa rasgada.
– Porque você matou meu pai? – perguntei.
Ela parou de cortar nabos e começou a me olhar mais. Largou a faca e continuou calada me olhando. Os olhos delas estavam fundos como olhos de um louco.
– Eu o matei porque eu quis.
– Porque você quis? – insisti. – Ele era uma boa pessoa.
– Realmente. – não era difícil identificar a tristeza na voz dela. – É melhor você parar com as perguntas Zoey.
– Por quê? – insisti. – Você vai fazer comigo o que fez com ele, Sally e outras inúmeras pessoas? Vai me matar?
– Sally? – ela perguntou, abismada.
– Eu vejo Sally, ás vezes.
– Ah, certo. – falou.
– As perguntas acabam aqui.
E voltou a cortar nabos.
– Eu não tenho medo de você. – falei.
Ela se virou para mim de novo e falou:
– Devia.
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