Eu queria entender aquilo, ver se ela falava mais alguma coisa, sei lá, talvez me bancasse um milkshake do Bob’s. Mas não, quando pisquei não vi mais ela. Sabe, achei totalmente desnecessário ela me mandar ir ao porão, e falar aquilo de Allie para mim. Tudo bem. Sei que minha mãe não era a pessoa mais normal do mundo, mas é que logo agora eu e ela estávamos criando uma relação bem legal. Mas enfim. Saí do meu quarto e fui até o porão, estava quase anoitecendo. Ali eu vi corpos de pessoas mortas, de várias maneiras diferentes e por incrível que pareça, achei incrível. Vi um diário, mas quando estava o abrindo minha mãe entrou ali. Eu estava escondida, mas ela me achou não sei como.

– Você está gostando do que está vendo. – disse calmamente. – Aprecie filha, encoste-se àquele corpo ali e o sinta.

Ela apontou para o corpo de uma mulher, que estava coberta até os pés. A mulher estava gelada, sem cor. Ela tinha cabelos cor de palha, rosto de boneca e pares enormes de olhos azuis. Parecia a mulher que entrou no meu quarto. Ela descobriu o corpo da mulher e ela estava completamente nua. Mas estava sem marcas no corpo, ela parecia um anjo dormindo.

– Linda, não? – disse Allie. – Vá filha, o sinta. Você vai ver como é uma sensação inenarrável.

Eu cheguei perto daquele corpo e o acariciei. Era realmente maravilhoso.

– Posso beijá-la? – perguntei.

– Mas é claro. – respondeu Allie, sorridente. – Faça o que quiser com ela. Estou lá em cima. Quando acabar, suba. Ouviu Zoey?

Estava muito entretida com aquele corpo que nem tinha a ouvido falar.

– Zoey! – exclamou.

– O quê? – falei.

– Nada. – ela riu. – Somente suba quando acabar, Okay?

– Okay.

Eu acabei dormindo em cima daquele corpo, acordei com Allie me cutucando pra ir para a escola.

– Zoey, vista uma roupa. – ela falou. – Você está nua.

– Nossa. – eu estava nua mesmo, e não lembrava nada do dia anterior, só lembrava até a parte que Allie havia se retirado do porão. – O que eu fiz com ela? – perguntei.

Allie me olhou de cima a baixo.

– Bem, está tão óbvio. – falou normalmente.

– AH... – falei. – Vou subir e me arrumar.

– Tá. – falou. – E ah, Noah está te esperando para te levar pra escola.

– Ah. – fiquei vermelha. – Estou indo.