Alive escrita por Careta


Capítulo 3
Capítulo dois


Notas iniciais do capítulo

Olá, aqui estou eu de volta! ~('-'~)

Esse capítulo pode estar um pouco confuso, então qualquer dúvida é só comentar que eu explico melhor.

Ah, e também queria saber se vocês preferem que eu escreva em primeira ou terceira pessoa. Na parte do sonho tem uma "amostra" de como seria a escrita em terceira pessoa. Devo escrever tudo assim ou apenas os sonhos mesmo?

E desculpe pela demora, eu estie viajando essas férias, e quando não estava viajando, estava fazendo um dos 4563746283 milhões de trabalhos que me passaram para as férias



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Emma

Por mais que pareça estranho, eu sou uma leitora voraz. O que eu mais amava nos livros, era que eles não se importavam com o fato de sentir torturas físicas e sussurros na minha mente. Acredite, não são muitos os que conseguem não se importar. Eles não se importam com quem os lê, contanto que sejam lidos. Como é e sempre foi super difícil qualquer relação que não fosse conturbada com alguém que não fosse da família ou médico, eu me comunicava com os livros. Querendo ou não, todos amam alguém. Ou algo. Não é como se eu não amasse minha família, eu os amo, sim. Mas quis dizer amar alguém que não tenha o mesmo sangue que o meu correndo pelas veias. Eu não amo ninguém desse jeito. Eu amo algo desse jeito.

Eu amo palavras. Amo folhas de papel que se fantasiam de pessoas. Eu amava a ilusão, e o pior, eu gostava de amar isso. Muitos dizem que o amor é um berro ecoando no vácuo, mas o que fazer quando se amava esse vácuo?

E foi exatamente por isso que ao perceber que aquelas palavras me impediriam de ler, eu não sabia o que fazer. Sempre tive dificuldade de ler, é claro – olhos ardendo, lacrimejando, mais do que o normal. Mas eu poderia ler com esforço. Agora, as palavras das quais tinha o direito de ler, eram tortura. E o pior, é que mesmo assim, eu sinto como se aquelas palavras também se fantasiavam. Me pergunto o que estaria por trás delas e ao mesmo tempo, receio em descobrir.

Assim que chego em casa, me arrependo. Talvez fosse algo momentâneo. E eu saí correndo, mas por que¿ Estava com medo de simples palavras? Por mais que palavras nunca fossem apenas palavras ao meu olhar, aquilo era ridículo. Sair correndo por uma frase. Depois de toda a dor física e as vozes tentando tirar-me a sanidade, eu saí correndo por ler uma frase, com medo de que fosse permanente. Não, minha mente é criativa demais para me castigar por muito tempo com a mesma coisa. Não durará para sempre. Eu sei que minhas esperanças são falsas. Sei o vão que separa as esperanças da realidade, e sei que estou prestes a cair nele. Mas não me importo.

Caminho lentamente até a livraria, receosa do que encontrarei. Observo, antes de entrar, a estrutura com madeiras por cima, para dar uma impressão de antiguidade, a placa de luzes com o nome da livraria, chamando a atenção daqueles que gostam de viver pelas páginas e adentro o local. Ao olhar para as prateleiras lotadas de livros, eu me sinto mal. Eu sei que nunca poderei ler novamente, eu sei disso. No momento em que olho a minha volta, eu sinto como se cada livro estivesse longe de mim, como se nunca pudesse alcançá-los novamente. E realmente não posso. E naquele momento, sei que acabei de cair no maldito vão, e abraço a queda, esperando o impacto me consumir.

***

Consultas, exames, remédios. O ciclo da minha vida continuava o mesmo. Não sei se gosto disso, mas não tenho do que reclamar. Se não fosse por minha mãe, eu estaria internada num hospício. Se ela não tivesse se interferido dizendo que, por mais que eu tivesse aquelas visões, eu continuava com a mente totalmente sã e tinha o desenvolvimento de uma pessoa normal, eu seria só mais uma aberração no mundo. Pelo menos, agora sou uma aberração livre no mundo. Bom para mim, ruim para eles. Não que eu me importe com o que é bom para eles.

Talvez me importasse, se eles se importassem comigo. Mas ninguém se importa com ninguém. Pode parecer que não, mas aqui é cada um por si. Apenas pessoas tentando viver enquanto esperam a morte abraçá-las com um sorriso. Elas têm medo, mas a curiosidade é algo que o ser humano não pode controlar. Todos anseiam por ela, mesmo que neguem até para si mesmos. Não discordo que seja um deles.

De qualquer forma, a ausência da leitura não contribuiu muito para a minha sanidade. Todos os dias eu me pergunto o porquê de tudo aquilo e toda vez me revolto por não obter as tão desejadas respostas. Mas eu sei que sempre ficarei sã, e aquela era uma das piores torturas. Estar consciente de tudo. Eu não chego ao limite e sei que nunca chegarei. Esse era o objetivo da doença, da minha mente, ou seja lá o que me quer deste jeito.

Narrei o que havia acontecido a Joshua, com certa carranca, tenho de admitir. Não é como se não soubesse que eu poderia ligar para qualquer emergência era mentira, mas eu já estava um pouco irritada com ele nos últimos dias. Ele disse que, obviamente os remédios não estavam funcionando e que iria trocá-los por comprimidos desta vez. Eu apenas assentia, sem prestar atenção e ia embora.

Voltando de uma dessas consultas, eu estava já na saída do prédio quando sinto alguém segurando meus ombros. Viro-me, assustada, e me deparo com uma mulher, provavelmente da minha idade.

– Ah, me desculpe. Eu achei que fosse a minha amiga. Ela estava numa consulta aqui e digamos que é meio descontrolada. Tenho medo de sair daqui sozinha, e estava com uma camiseta parecida com a sua. Me desculpe mesmo... – ela parecia envergonhada. Seus cabelos tinham cor de caramelo e ela parecia doce.

– Tudo bem, não se preocupe com isso. – sorrio e quando já estou saindo do local, eu a ouço novamente.

– Hm, desculpe a pergunta, mas você deixou alguém aqui e não vai esperar? Isso é meio incomum aqui... – eu a encaro, sem saber o que dizer por um tempo.

– Não, na verdade sou paciente... Bem, tenho que ir agora. Boa sorte com a sua amiga. – aceno e finalmente consigo sair sem interrupções.

Assim que chego em casa não hesito em dormir. Os “sonhos” não me incomodavam como antes, provavelmente me acostumei.

Mas dessa vez, o sonho foi diferente. Não era só mais um dia de vida, como sempre. Era quase como um Déjà Vu. Eu lembrava vagamente de algo, mas não sabia o que.

[Narração em terceira pessoa]

Rápido! Silena, eu realmente não entendo como você conseguiu entrar nessa merda! Como passou nos testes, hein¿ Seduziu Wyatt? A única coisa que sabe fazer é isso, não é? Só lembre-se de quem a fez chegar até aqui! Lem...

As mãos de Silena moveram-se por si próprias, e só então percebeu a arma que jazia em suas mãos. Não demorou a apertar o gatilho, sem ao menos olhar para o alvo. Ela entendia o porque fazia aquilo, mas não lembrava. Na verdade, seu nome nem ao menos era aquele. Seu nome era Emma. Algo lhe dizia que ela sabia o que estava fazendo. E que gostava. Era como uma memória enterrada há muito, tirada de seu túmulo sem aviso. Mas quando se tira um cadáver do caixão depois de tanto tempo, ele já se decompôs, e tudo o que tinha eram ossos. Superficial. Assim como o que Emma estava vivendo naquele momento.

O corpo sem vida de George caindo quase como em câmera lenta não a incomodou. Ela queria que o tivesse, mas não. Era só mais um de muitos, foi seu pensamente. Não, o pensamento de Silena. Emma apenas assistia e sentia a cena fisicamente, enxergava com os olhos da... Garota¿ Pelo corpo pequeno, talve, pensava..

Sirenes ecoavam como uma ameaça em seus ouvidos. Logo, uma voz se misturou ao eco maldito.

Por que você fez isso¿ Ele tinha informações! Ele sabia! ELE SABIA! Depois de todos esses anos pela sua busca, Lena. Você simplesmente jogou esses anos fora! Tem alguma idei...

CALE A BOCA, PORRA! Eu fiz o que tive de fazer! Ele ia nos entregar. Você viu... – a voz, antes firme, não demorava a falhar.

PODERÍAMOS USÁ-LO COMO REFÉM ATÉ ELE NOS DIZER! NÃO OUVIU O QUE WYATT DISSE?

Eu não...

Apenas corra. Tem um estacionamento não muito longe daqui. Pegue algum veículo e me siga na fuga. Wyatt vai resolver isso quando voltarmos.

Lena sentiu-se estremecer. Wyatt iria matá-la quando soubesse o que tinha feito. A menos que se provasse útil. Mais uma vez. Como poderia¿ Já havia deixado de fazer a parte da limpeza para conseguir as vítimas junto com isso. O que mais poderia fazer?

Mas no momento, aquilo não importava. Ela precisava fugir, antes que a polícia os pegasse...

E o sonho mudou.

Agora ela estava em um escritório. Ao seu redor, tudo estava empoeirado e as tão conhecidas manchas vermelhas já secas não davam trégua. Hal estava ao lado, um passo para trás de Silena.

Um jovem – provavelmente por volta dos vinte anos – de cabelos loiros, praticamente brancos, sentava-se na cadeira formalmente. Olhos verdes, sorriso quase cruel. Ele parecia feliz em ter um motivo para puní-la. E com certeza aproveitaria muito aquela.

A arma que a garota carregava no cinto era tentadora como proteção, mas ela não se atreveu a mover um dedo.

Eu não... Ele pediu para que eu fizesse aquilo! Hal, você...

Eu não preciso de suas palavras, Porter. Hal disse-me o bastante. – o sorriso de Wyatt poderia ser bonito, se não fosse tão assustador.

O loiro levantou de sua cadeira e andou calmamente pela sala. Fingia olhar atentamente as manchas escuras – algumas, até viscosas – da parede, enquanto continuava o discurso.

Sabe, eu sempre soube que não iria dar certo. Não devia tê-la mandado para a missão. Imagino que a perda tenha sido pior para si mesma, não é mesmo, Lena? Todos esses anos... Forçando-se a trabalhar aqui, apenas para obter as respostas que aquele homem tinha. Para no fim, arruiná-las com a própria ingenuidade e insegurança de formar uma resposta para as provocações que...

Ela sabia. Sabia que ele queria apenas irritá-la mais. E já estava cansada. A mão direita foi automáticamente para o cinto, agarrando a arma com força. Não demorou para que o apunhalasse pelas costas. Um tiro. Era para ser na nuca, acabou acertando o pescoço. Não fazia diferença.

Logo, tudo pareceu estar debaixo d’água. “Covarde!” eram a forma dos berros de Hal, desesperado, segurando o corpo de Wyatt.

Pessoas entraram na sala e começaram a discutir. Silena não ouvia nada. Só voltou ao normal ao ver um grupo de pessoas a sua volta.

Você lembra do que Wyatt sempre dizia, não, Lena? - Um rapaz disse. Ela o conhecia. Ele trabalhava na área de transporte. – Nós somos como um bando de lobos. Quem mata o líder, líder é digno de ser. – O nojo em sua vez era notável, e algo lhe dizia que era para ser notado mesmo. – Ninguém aqui acha que você realmente é digna. Apunhalando-o pelas costas... Tsc tsc. – ele sorriu. – Mas é assim que funciona. Não fique surpresa se muitos daqui desistirem. Não é muito legal receber ordens de uma vadia.

O sangue ferveu. Em parte, liderança. Era egoísta, mas muito bom. E em parte, é claro, de raiva. Mostraria que seria muito melhor do que Wyatt sonharia em ser.

Vá a merda. Em cinco minutos, falarei as datas de todos os próximos embarques de mercadorias. Posso não ser Wyatt para fazê-los correr clamando pela mãe, mas acreditem – não foi preciso esforço para sorrir da forma mais macabra possível – eu posso fazer com que nem tenham a chance disso. – A arma, que antes estava ao seu lado, agora era apontada para o grupo – Saiam antes que eu perca a minha paciência com vocês.

[Narração normal]

Acordo com o toque de meu celular. Ainda posso sentir o formato da arma em minha mão, que formiga. Normalmente, estaria sonolenta, mas acordo como se tivessem jogado um balde de água gelada em mim.

Atendo o aparelho e fico surpresa ao ouvir a voz de Joshua no outro lado da linha.

– Emma? – Ele parecia, no mínimo, ansioso como um fã na fila de um show de despedida.

– Sim? Há algo errado? Por que...

– Eu encontrei. EMMA, EU ENCONTREI! Ele está aqui, ele...

– Encontrou quem? O que você está dizendo? –O interrompo.

– Uma pessoa com o mesmo problema que você. Ele está aqui e disse que quer te ver! Venha pra cá! – E assim ele desligou.

E tudo o que eu conseguia pensar era: O que acabou de acontecer?


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Notas finais do capítulo

Gente, alguém aí já assistiu a série "Falling Skies"? Eu estou super apaixonada por ela, mas não tem muitos fãs... Enfim. Qualquer dúvida sobre a narração do sonho que ficou um pouco confusa mesmo, é só comentar que eu explico melhor. O capítulo ficou bem grandinho, pelo menos comparado aos outros...

Ah, eu tenho uma outra fic pra quem quiser ler, ela é totalmente de zoeira, eu tenho uns sonhos muito loucos e a minha amiga, Beatriz (Tsui, aqui no Nyah) decidiu fazer uma fanfic com eles kjdfhjdfk como só tem um, a sinopse é baseada nele, mas depois que eu tiver mais sonhos estranhos, cada capítulo vai ser um sonho e ela vai mudar a sinopse, e etc. Então, quem quiser ver essa escrotisse: http://fanfiction.com.br/historia/521453/Virtual_Dreams/

Bom, é isso! Beijos.



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