Pausa nos planos para conquistar o Gajeel, Jantar com Jet e Droy

– De onde você tirou essa ideia absurda??

– Ah, você estava olhando para ele de um jeitinho tão fofo.. Nunca pensei que minha criança fosse crescer e se apaixonar por um cara, mas apoio total o relacionamento de vocês, agora que a Juvia não quer mais saber do Gray. Só tenha certeza de que se ele fizer algo ruim para você eu o mato!

Fiz poker face, apesar de ter gostado da parte “minha criança”.

– Mas..

– Vocês vão ser felizes, tenho certeza.

– Mas²...

– Só que eu sou ciumento. Se ele quiser você, terá que negociar comigo o tempo que ficarão juntos.

– Mas³...

– Quer me dizer algo?

– Mas... COMO VOCÊ PODE SER TÃO RETARDADO?? EU TE ODEIO!

– Hey, faça silencio! – Ah cai fora, tia da biblioteca!

– Por quê?

– Será que você não percebe que...

Não! Não posso contar que eu gosto dele, não posso!!

– Não percebo o que?

Eita merda...

– Que eu sou criança demais para me apaixonar por alguém..

– Isso é verdade.

– E eu nunca me apaixonaria pelo Gray, não temos nada em comum! Além do mais, ele e a Juvia se amam.

– Tudo bem pequena, eu estou zuando.

– Zuando?

– É, eu sei que você não é afim do Gray. Mas você fez uma carinha tão engraçada quando eu disse isso...

Comecei a socá-lo. Porque ele faz isso??

– Eu te odeio, te odeio!!

– Eu sei, hehe.

– Para de rir, seu babaca!

– Ah Levy, eu te adoro, sabia?

Dessa eu não sabia.

– Me adora?

– É, seu jeitinho infantil é tão legal.

– Para de me chamar de criança!!

– Criança.

– Pare!

– Criança, criança. – Gajeel começa a cantarolar.

– Cala a boca!!

– Criança, criança... – Continua cantarolando.

– Fora daqui seus arruaceiros, a biblioteca é um local de puro e absoluto silencio!!

– Mas a senhora está conversando com a gente, então automaticamente está quebrando a regra do silêncio. – Gajeel, por favor, pare de falar.

– Contudo, eu NÃO ESTOU GRITANDO COMO VOCES!!

– Ah, agora está.

Puxei Gajeel pelo braço e sai dali o mais rápido possível.

– Por que você é tão baka? – Sussurrei para mim mesma.

– Não sou baka, só tenho medo de perder você. Por isso, quero que prometa uma coisa.

– O-o que?

– Quando você se apaixonar por um cara, se apaixonar de verdade, quero que me conte.

Não posso contar que me apaixonei por você, pelo menos não agora...

– Promete?

– Er...

Eita merda²...

– O-okay, prometo.

Ele sorriu um daqueles sorrisos grandes que ele dá raramente.

– Fico feliz por você confiar em mim.

– Confio sim, mas quero que me prometa a mesma coisa.

– Tudo bem. Eu prometo que quando me apaixonar por uma garota, você vai ser a primeira pessoa a saber.

– Okay.

Após fazer promessas, fomos para a aula de Educação Física, a única matéria que eu consigo me dar super mal. Logo os horários acabaram e fomos ao Café Cosplay, ao mercado ~buscar as coisas para a folgada dUende~ e por fim chegamos sãos e salvos em casa.

– Awn, arigatou por buscarem o que eu precisava!! Vocês são tão fofuxos!!

Não é por nada não, mas acho que ela tomou um chá de “Sou a Barbie girl”.

– Aliás, Wendy, estava pensando em fazer o jantar. Como hoje é seu dia, não precisa se preocupar com nada.

– Mas é que eu disse a eles que eu faria o jantar.

– Não precisa dizer que fui eu quem fiz, diga apenas que foi feito com carinho.

Revirei os olhos. Isso é tudo para Jet e Droy não morrerem intoxicados??

– Tudo bem então, eu vou me arrumar! S2 para você, miguxo!!

Me mata.

– Acho que vou jogar, boa sorte ai “miguxo”.

– Não, a senhorita não vai jogar. A senhorita vai me ajudar a cozinhar.

Será que eu joguei confete na fonte eterna de Ponchá??

– Cozinhar não é meu forte..

– Não venha com desculpas, você vai me ajudar. Vamos?

Gajeel me puxou até a cozinha e me fez vestir um avental rosa da hihi. Senti-me a Ana Maria Braga nessa hora...

– Coloca leite condensado e creme de leite no liquidificador.

Ele disse que faríamos um Mousse de Morango, o que me animou rapidamente.

– Pronto.

– Agora deixa bater um pouco.

Ele mandava muito bem com as panelas. Fico feliz, pelo menos quando a gente se casar eu não vou ter que “esquentar a barriga no fogão”, como as amigas da hihi dizem quando vem tomar chá aqui.

– Tira a tampa do liquidificador e coloca os morangos.

Fiquei mais animada com essa parte. Só que essa animação foi passear de pônei no Ponchá quando a mistura voou na minha cara.

– Hehe, esqueci de avisar, tem que desligar antes de tirar a tampa.

Joguei meu olhar sarcástico versão 2.0 para ele, que começou a ter um daqueles surtos de riso.

– Own, você tá tão fofinha com esse mousse no rosto!

Arqueei uma de minhas sobrancelhas cobertas de leite condensado e ele ficou ainda mais histérico.

– Será que esse mousse tem gosto de Levy?

Não resisti e comecei a rir. Gajeel ficava ainda mais bocó quando fazia cara de “mosquito fofuxo”. Carolho, o que eu to falando? Tenho que diminuir a quantidade de toddynho...

E o que não podia ficar pior ficou quando ele passou o dedo indicador no meu nariz.

– Huum, Mousse de Levy é gostoso.

– Mas o que?

Ele sorriu de lado e se aproximou de mim, fazendo meu coração acelerar dramaticamente.

– Posso provar mais?

– Er...

Eu não posso morrer de ataque cardíaco agora! Pelo amor da paçoca, coração! Espere ele me beijar, depois você morre!!

Ele se aproximava mais - a distancia entre nós era tão grande assim?-, meu coração acelerava cada vez mais e quando eu estava me preparando para receber um beijo, certa vaca de cabelos azuis caiu de sua vassoura – vacas em vassouras??- exatamente na cozinha.

– Gajeel, será que você pode me ajudar aq... Levy, sua cara tá suja.

Avá, é mesmo?!

– O que foi, Wendy?

– Pode subir o zíper do meu vestido?

Gajeel foi até a vaca e subiu o zíper que fica na parte de trás do vestido.

– Arigatou miguxo!! Toma Levy, para você limpar seu rosto.

Ela jogou um guardanapo para mim, que peguei de má vontade. Desse jeito nunca vou ganhar meu primeiro beijo.

– Vai se arrumar, os convidados vão chegar logo. - Gajeel disse sério de mais, nem parecia o mesmo cara que tava rolando de rir a momentos anteriores.

– Vou ficar com você.

O clima estava um pouco tenso. Gajeel estava um pouco sem graça e eu com cara de macarrão seco que sobrou da janta. Ficamos em absoluto silêncio até hihi chegar do trabalho, se apossar da cozinha e me mandar tomar banho. Assim que sai do banho, encontrei um vestido Lolita em cima da minha cama. Será que hihi anda pegando esses vestidos de algum local de caridade? Bem, caridade ou não, esses vestidos ficam muito bons em mim. Assim que terminei de me arrumar, vi um Gajeel todo pomposo parado na porta.

– Sua mãe me fez vestir isso. Me sinto um bocó.

Um bocó bem bonito...

– Pelo menos você não parece uma garotinha de 12 anos.

– Mas você está bem fofa. Tão fofa que Jet e Droy até esqueceriam a Wendy ao te ver.

Isso é bom?!

– De qualquer forma, vamos descer. Eles já devem estar chegando.

Passei por Gajeel –que usava um perfume maravilhoso- e me sentei no fim da escada. Segundos depois ele se sentou ao meu lado. Mais uma vez, o maldito silêncio reinou. Lancei alguns olhares para ele, que parecia ter viajado para o Ponchá sem mim. Logo a campainha tocou, tirando ele do transe.

– Gajeel, pode atender a porta? - Hihi disse, da cozinha.

– Aye.

Sua falta de animação era visível, a minha também.

– Gajeel, o que faz aqui? Essa é a casa da Wendy?

– Sim, essa é a casa da Wendy. Bem, eu estou aqui porque... Er... Ah...

– Meninos, que bom que chegaram!!

Dessa vez, Uende fez algo bom para Gajeel, poupando-o de dar explicações para as visitas.

– Hihi, chichi, eles chegaram!! Levy, venha cumprimentar seus miguxos!!

Terminei de descer a escada e fui até Jet e Droy.

– LEVY!! – Eles disseram em uníssono.

– Jet, Droy. Okaeri.

– Arigatou gozaimasu!

– Você está tão kawaii!!

– Er... E vocês estão... Apresentáveis.

– ARIGATOU!!

Gajeel ria silenciosamente. Eu mereço isso? Queria que Gajeel falasse comigo nessa empolgação!

– Meninos, esses são meus pais, Mavis McGarden e Romeo McGarden.

– Jet Shadow.

– Droy Gear.

– É um prazer conhecer vocês! – Disse hihi, animada.

– Rum.. – Chichi não parecia usufruir da mesma animação.

– Vamos até a mesa de jantar. Os alimentos foram preparados com carinho.

Jet e Droy sentaram um a cada lado de Wendy, Gajeel sentou-se ao meu lado. Logo, chichi começou o interrogatório.

– Vocês fazem algo de útil?

– Bem, eu treino para a corrida anual que acontece no colégio. Sempre sou o mais rápido, e o mais bonito, claro!

– Eu já corri de meias do meu quarto até o banheiro. – Sussurrei para Gajeel, que riu.

– Eu trabalho com o clube de jardinagem do colégio. Mas meu melhor dom é conseguir comer dez cachorros-quentes em dois minutos. – Droy disse, fazendo Wendy rir.

– Eu sei arrotar o alfabeto. – Gajeel sussurrou para mim.

– Sério??

– Aham.

Começamos a rir comparando nossas qualidades com as qualidades deles. E acreditem, somos melhores.

O papo ruim deles durou até tarde. Hihi pediu que fôssemos lá fora ver a Lua, que estava cheia. Depois Jet e Droy se despediram, Wendy ficou ainda mais indecisa sobre qual dos dois ela iria escolher e chichi não estava nem ai para nada, só queria comer Mousse de Morango.

– Sabe hihi, não sei qual dos dois vou escolher para ser meu namorado.

– Os dois são bons rapazes, mas você deve escolher o que mais se identifica com você.

– Ah, nesse caso... Acho que vou namorar os dois!

– Mas querida, você não pode namorar os dois. Tem que escolher um, só um.

– Que isso hihi, eu posso sim namorar os dois. E está fechado, vou fazer isso!!

Assim caminha a humanidade...

– Hey baixinha, já reparou no quanto você e a Lua tem em comum?

– Não, como assim?

– Se forem vistas de longe, as duas são pequenas. A Lua não tem luz própria, mas reflete bem a luz do Sol. Você também reflete bem a luz do Sol, e isso é o que mais encanta. Sem falar que as duas são muito bonitas.

Minha boca se abriu em “O” e eu não sabia o que dizer. Estávamos parados na porta principal, Gajeel segurava minha mão e aquele maldito silêncio reinava novamente.

– Vamos subir, estou cansado.

– T-tudo bem. Ah... Er, arigatou pela comparação. Gostei muito.

– Não há de que.

Continuávamos de mãos dadas, enquanto subíamos as escadas. Abri a porta do meu quarto e assustei com a bagunça. Poxa, não pensei que as coisas estavam daquele jeito. Enquanto eu tentava arrumar minha cama e organizar meu guarda-roupa, Gajeel arrumava a bagunça que estava na mesa. A ajuda que ele dava era imensa, pois, se ele não estivesse aqui eu não iria ter mais tempo para dormir nem um quarto organizado.

– Você é a primeira garota desorganizada que eu conheço.

– Eu sou a única garota que você conhece.

– Não é verdade, eu conheço a Lucy, a Erza, Wendy, Juvia.

– Aposto que não as conhece de verdade.

– É, não conheço. Nem mesmo a Juvia, que é minha prima.

– Falando em Juvia, e o resto de sua família onde está?

– Você já sabe da história. Meu pai foi embora de casa, minha mãe morreu logo em seguida e eu fiquei morando na casa do meu avô. Nunca tive contato com os pais da Juvia nem com outros parentes.

– Teve notícias do seu avô?

– Não, faz tempo que eu deixei a choupana dele. Estava com 12 anos, agora tenho quase 18.

– Huum..

Uma ideia estava se formando em minha mente..

– Se lembra de onde é a casa dele?

– Nunca esqueceria.

– O que acha de irmos fazer uma visita a ele? Saber como ele está, afinal, ele é seu parente de sangue.

– Não é uma má ideia, podemos ir lá. Só vamos ter que sair cedo, fica do outro lado da cidade.

– Tudo bem, você me acorda.

Gajeel sorri e me olha com aqueles olhos babacas e meigos. Tomara que dê tudo certo!!