A Friendzone de uma Nerd na Merda escrita por Vick Yoki


Capítulo 12
Voldemort, Heat Saving, man-lamppost, shopping ... and fake vomiting Part 2


Notas iniciais do capítulo

AEEEEEEEEOW, A TYA VICK ESTÁ DE VOLTA!! o/ o/ o/ o/
Demorei, mas estou aqui e trouxe um capítulo de 1,93 metros para vocês!! ~exagero never ends~
Bom, eu tive um daqueles bloqueios 'féladapota' e não estava conseguindo escrever nada. ~não estava nem conseguindo escrever a lista de materiais escolares :v~
Aí eu fiz uma conta no Spirit ~que antigamente chamava Anime Spirit ou Sei Lá O Que Spirit~ e fui ler fanfics sobre Avenged Sevenfold. Adivinhem?
...
...
...
...
Tá, eu falo.
Consegui inspiração para terminar esse capítulo que ficou enorme! O maior capítulo que já fiz até agora!!
Só tenho um problema ~cochicha~ não terminei de responder os reviews até hoje.. Maaas, não fiquem bravos comigo, estou me esforçando para responder tudo antes de as aulas voltarem ~mas já?? Ficar em casa tava tão bão..~
Dedico a:
Lay Silva, Darkane, Miss Rebel, Dakia Dragneel, Chimetsu, Amy Justine, AnaCarol, Ana Ackerman, ShikaChan, Arrk_Uzumaki, minahamo, Rachel Nelliel e Scarllety.
Obrigada por comentarem sempre e por não me abandonarem ~apesar de eu merecer passar um tempo exilada num lugar sem wi-fi, sem livros, sem pc e sem meu celular~

Na boa, acho que preciso do choque do Laxus para voltar a energia que eu tinha ano passado!
Bom, é isso..
Até o/

PS: Ae Dark-chan, já voltou do Ponchá? Faz tempo que não te vejo.. Acho que você vai gostar desse capítulo ~mordo minha língua, mas não te conto porque uahahahaha~



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Voldemort, Prova Salvadora, Homem-poste, shopping, filmes de vampiros adolescentes e vômitos falsos (Parte 2)

Chegamos à sala da direção e pude ver Gajeel no fundo da sala. Ele estava com a cabeça baixa e furava sua borracha com o lápis, parecendo entediado.

– E então grandão, como está indo? - Makarov-senpai perguntou para Gajeel, que se assustou com a voz do velho. Gajeel não olhou para Makarov-senpai, continuou furando sua borracha.

– Desisto, não consegui fazer.

O que??

Gajeel estava dizendo que não havia conseguido fazer a prova?? Mas isso é impossível!

– Deixe-me ver isso, garoto.

– Makarov-senpai caminhou até Gajeel e ele olhou para a porta, onde eu estava.

– Levy.. Sua fala estava triste e seus olhos estavam melancólicos.

– Tá tudo bem Gajeel, eu vou ficar aqui com você.

Os olhos de Gajeel se encheram daquele brilho inocente que só ele tem. Sorri, enquanto entrava na sala e seguia em direção a ele.

– O prazo acabou garoto, não há nada que eu possa fazer.

– Mas Makarov-senpai, as aulas ainda não acabaram. Acho que dá pra.. - Contestei, ou melhor, tentei contestar.

– Você ainda está aqui, nanica? - Makarov-senpai estava com uma aura tão negra que confesso ter sentido arrepios na espinha (aquela espinha que eu tenho perto da sobrancelha).

– O senhor ia me dar café.

– Porque não vai para sua sala? Como você disse, as aulas não acabaram.

– Vou ficar aqui, vou ficar com Gajeel.

– Ele não precisa de você. Vá para sua sala se não quiser uma advertência, não estou com paciência para discutir com crianças.

Meus olhos se encheram de lágrimas. Fazia tempo que eu não chorava, a última vez havia sido quando eu pensei que Gajeel estava debochando de mim e isso foi no ano passado. Mas eu não chorei por que o velho me chamou de criança (já me acostumei com esse detalhe), chorei por causa do tom de voz arrogante que ele usou para falar comigo.

– Oe velho, o senhor não pode falar assim com a Levy!! - Gajeel disse, socando a mesa.

– Posso falar como eu quiser, eu mando aq..

– Não permaneci na sala para ouvir o que eles falavam, só queria sair dali bem rápido.

Enquanto eu corria pelos corredores do colégio, as lágrimas insistiam em descer furiosamente pelo meu rosto. Será que a prova estava realmente difícil? Mas mesmo que estivesse excessivamente difícil, Gajeel estava preparado. O que teria dado errado?

Não sei quanto tempo eu fiquei sentada no gramado que fica perto dos portões, só sei que minhas pernas estavam coçando muito.

– Quimera, quimera..

Levantei do chão e comecei a tirar a grama da minha roupa, quando ouvi Luu-chan chamar meu nome.

– LEEEEVY-CHAN!!

Correção: Levantei do chão e comecei a tirar a grama da minha roupa, quando ouvi Luu-chan berrar meu nome.

Olhei para trás e vi vários estudantes caminhando em direção aos portões, vi inclusive todos meus amigos: Luu-chan, Natsu, Erza, Jellal, Juvia e Gray. Eles estavam sorrindo, sorrindo um sorriso enorme. Será que eles ainda não sabem?

– Temos um presente pra você. - Jellal disse, animado, e depois se afastou, exibindo um Gajeel com um sorriso de lado.

Merda, não to entendendo nada.

– Hey baixinha, pode falar, eu sou fantástico.

– Por quê?

Gajeel ergue sua mão direita e mostra um papel.

– Gomen, não consigo ler de uma distância tão grande.

– Aé, foi mal. Bom, eu consegui terminar a prova. Por isso sou fantástico.

– Mas Makarov-senpai disse que o prazo havia acabado..

– Aquilo era frescura do velho anão. Eu ofereci a garrafa de Jack Daniels para ele e o cara disse que eu teria quanto tempo quisesse para fazer a prova. Aliás, ela não estava tão difícil.

– Se a prova não estava tão difícil, porque você não a terminou antes??

– Tive um bloqueio, fiquei pensando em outras coisas e perdi o foco. Mas veja só, eu consegui, não vou ser expulso!

Ainda não estava acreditando no que estava vendo. Belisquei meu ombro para ver se eu não estava sonhando ~só gente estranha faz isso, mas e daí?~ e para ser sincera, esse beliscão doeu pra carolho. Então, corri até o metaleiro e o abracei ~não tão forte como a maioria das pessoas me abraçam, mas enfim..~.

– Opa, ganhei o dia. - Não pude deixar de sorrir com o comentário do Gajeel.– Sabe, eu só consegui ser fantástico porque você apareceu e disse que ficaria ao meu lado. Arigatou pequena.

– Não há de que, metaleiro.

Só pra constar, ainda estávamos abraçados. Seria romântico, se eu não tivesse tido um daqueles surtos chamados Chute o Metaleiro Esquisitão.

– Seu retardado!!

Então eu comecei a chutar Gajeel como nos velhos tempos. E cá para nós, chutar as pessoas é muito legal!

– Hey! O que eu fiz de errado??

– Me fez pensar que seria expulso.. Porque fez isso??

– Já disse, eu tive um bloqueio! - dá uma pausa– E o que você estava fazendo na diretoria??

– O velho ia me dar café!

– Aham, sei. Você foi lá para me ver.. - Ah qual é Levy, você não vai ficar vermelha agora, né? Tudo bem que você queria ver o Gajeel, mas isso é segredo.. E você Gajeel, pare de morder os lábios na tentativa de reprimir um daqueles seus sorrisos!

– Não, eu fui lá apenas para tomar café. - Tentei ficar calma, tanto que parei de chutar e comecei a beliscá-lo.

– Tá bom.. - Gajeel não era o único que estava tentando não rir. Todo mundo estava segurando o riso, só que Natsu não conseguiu e começou a rir. Resultado: Todo mundo gargalhou, cuspiu perdigotos, rolou na grama de tanto rir, enfim...

Enquanto isso, eu continuava a beliscar o Gajeel.

– Não vai parar de me machucar? Isso é injusto! Você disse que me bateria se eu fizesse uma má prova, mas eu não fiz, então...

– Cara, porque você não tem sobrancelhas?

Todo mundo riu em dobro. Gente doida..

– Ah.. Er.. Hey minna, que tal sairmos para comemorar? - Fugindo do assunto, né Senhor Esperto?

– A gente topa!! Todo mundo disse.

– Que tal irmos ao shopping de van? Chichi me emprestou a dele. - Natsu ofereceu, animado.

– Ótimo, assim cabe todo mundo! - Luu-chan disse.

– 18 horas então?- Jellal perguntou.

– Pode ser! Pego cada um de vocês em suas próprias casas. - Isso se ele não tiver um daqueles enjôos..

– Fechado!

Eles conversaram sobre lugares que nós poderíamos ir, mas eu não prestei atenção. Estava formulando meu plano para me vingar do velho Makarov.

– Baixinha? - Gajeel me chamou e depois me deu um beliscão.

– Ah qual é cara, meus braços são frágeis!! - Meu corpo todo é frágil, mas ninguém precisa ficar sabendo.

– Estou apenas me vingando. - Porque ele sempre dá esses sorrisos legais? Ele podia me ensinar a sorrir assim, é tão bonito... - O pessoal já foi embora, vamos?

– Ainda não! Aliás, já que você está dando um de vingador, porque não me ajuda a vingar do Makarov-senpai?

– Seria legal, mas como vamos fazer isso?

– Vamos pegar o café dele!

– Agora?

– Agora!

– Então vamos nessa.

Primeiro fomos até a sala de aula para pegar meus materiais. Depois caminhamos rapidamente pelos corredores vazios e paramos atrás de uma pilastra, na qual dava pra ver perfeitamente a diretoria. Por sorte, o velho tinha acabado de sair de lá e havia deixado a porta aberta.

– Perai Gajeel, aguarde ele sair do corredor! - Puxei Gajeel, antes que ele saísse do nosso esconderijo.

– Pronto, ele já saiu.

– Ok, vamos.

Fui na frente, Gajeel saiu atrás de mim e assim entramos na sala. A garrafa de café estava no mesmo lugar, intocável. Já a garrafa de Jack Daniels estava aberta. Senti uma vontade imensa de provar a combinação café + uísque, mas logo ouvi a voz da minha mãe, reprovando o que eu estava pensando em fazer.

Você não está pensando em tomar uísque, não é senhorita Levy McGarden?? Já fica fora de si quando toma café, quais efeitos esse uísque terá em você? Sem falar que isso é roubo e...

Retirei esse pensamento da minha mente e olhei para Gajeel, interessada em saber sua opinião.

– E ai Redbull-san, vamos tomar o café e o uísque do velho?

– Porque não? - Ele deu seu sorriso-de-lado-número-dois, enquanto me olhava fixadamente.

– Ok, vamos nessa.

Enquanto eu me servia de café, Gajeel tomava Jack Daniels. Depois ele tomou café enquanto eu tomava o uísque. Ele tinha um gosto amadeirado e amargo, mas a combinação com o café deu totalmente certo.

– Não chega aos pés de ponchá, mas é muito bom!

– Com certeza!

Tomei mais um pouco de café misturado com uísque e comecei a me sentir energizada. Era como se eu pudesse correr até o Ponchá sem me cansar!

– Baixinha, acho que o velho tá vindo!

– Merda, não podemos sair pela porta! O que vamos fazer??

– Janela!!

O Fairy Tail tem apenas um andar ~em compensação, é um colégio repleto de corredores e salas~ , então não corríamos risco de nos machucar ao pular.

– Kuso, porque a janela fica na parte mais alta da sala?! - Perguntei, indignada.

– Sei lá, de qualquer forma temos que dar um jeito sair daqui!

Subimos em cima do armário do velho e conseguimos alcançar a janela. Gajeel pulou primeiro e esticou os braços para me ajudar a descer. O problema é que minha visão estava embaçada e não sabia onde colocar meus pés.

– Ai está você Jack Daniels!! Ah, doce Jack Daniels..

Assustei com a voz do velho e pulei, ou melhor, me joguei em cima de Gajeel.

– Era pra pular, não se jogar!

– Cala a boca, vamos sair logo daqui!!

Levantamos e saímos correndo, enquanto Makarov-senpai gritava de sua sala:

– QUEM TOMOU MEU UÍSQUE???

Começamos a rir descontroladamente, enquanto continuávamos correndo pelos jardins em direção a rua.

– G-Gajeel.. Arh.. Acho que minha energia a-acabou... Vamos p-parar aqui..

– Hey baixinha, você não pode deitar no meio da rua!

– A-ah, é mesmo? G-gomen, meu amor..

Gajeel me lançou um olhar surpreso.

– Meu amor.. - Ele disse, ainda surpreso com o que eu disse. Confesso que foi algo espontâneo, não pensei antes de falar.. Quimera Levy!

Ele balançou a cabeça, pegou minha mão e continuamos andando. Ás vezes eu tinha que segurar bem forte a mão do Gajeel, para não cair. O problema é que ele estava mais tonto do que eu, tanto fisicamente quanto mentalmente. Tive total certeza disso quando ele começou a falar com um poste.

– Jimmy?! É você, cara?

– G-gajeel, isto é um p-poste. - Contei a notícia do ano para o metaleiro, enquanto gaguejava e soluçava ao mesmo tempo.

– Não é não, olhe só Levy! É o Jimmy, James Sullivan, The Rev, como quiser chamá-lo.

– É u-um poste.

Gajeel não deu a mínima para mim e atravessou a rua em direção ao poste, eu fui atrás dele e vários carros começaram a buzinar. Um motorista até gritou com a gente:

– Saiam do meio da rua, seus retardados!

– Ah vá chupar limão, seu gordo! - Gajeel disse pro cara que, na verdade, era magro.

– Perai, eu conheço você!

– Mas eu não conheço você. Aliás, minha mãe sempre disse para eu não falar com estranhos.

– Você é aquele marginal que tentou roubar meu carro!

Gajeel é filho de Hermes*, cara!

– Se eu quisesse roubar alguma coisa, roubaria algo novo. Não uma carroça como essa ai.

Acho que os efeitos colaterais que o café causava em mim funcionaram bastante no Gajeel.

– Você sabe com quem está falando?

– Não, quem você é? O presidente ou o papa?

– G-Gajeel, v-vamos embora d-daqui.. - Falei, enquanto tentava arrastar o metaleiro que havia parado para discutir com o motorista.

– Eu sou o dono da Kodansha*!

– É mesmo?! Prazer, eu sou Napoleão Bonaparte!

Eu não estava acreditando naquilo...

– G-Gajeel.. É s-sério.. V-vamos embora!

– Xiu menininha, estou numa séria discussão.

– E-eu reparei..

Ele nunca me chamou de menininha..

– Vou quebrar sua cara, moleque insolente!

O cara saiu do carro e Gajeel continuava parado, com uma postura desafiadora. Merda, Gajeel está louco!

– Vamos!! - Gajeel não dava a mínima para o que eu falava e continuava encarando o moço. Já o moço estava subindo as mangas da camisa para socar Gajeel. Sua atitude me deixou furiosa.

– Escute aqui, eu sou a única que pode bater nesse cara - apontei para Gajeel- e você não passa de um carinha metido e idiota!!

O cara olhou para mim e pude ver sua aura negra saindo pelos poros do nariz. Acho que ele vai bater em mim antes de bater em Gajeel... Estou ferrada!

– Vocês não têm noção da minha importância. Posso fazer muita coisa para prejudicar vocês...

– Tipo o que, parar de publicar o mangá Fairy Tail? Não se incomode, a Shueisha* pode fazer isso. - Já que Gajeel não queria me ouvir, decidi fazer um favor para o moço e soquei sua cara.

– Ahn?? - Gajeel se assustou.

– Vamos embora, carolho, esse cara vai voar em cima da gente!!

Começamos a correr, largando para trás o moço que gritava histericamente:

– Vou acabar com vocês, crianças mal educadas! Vou acabar com vocês!!

Acabei tropeçando no meu pé direito e cai de cara no chão. Fazia tempo que eu não caia assim e sinceramente, é doloroso demais.

– G-gajeel, me ajuda a-aqui..

Ele olhou para trás e veio até mim, me levantou e me colocou nas suas costas.

– N-não precisa me c-carregar, G-gajeel, você está f-fraco como eu..

– Não se preocupe menininha, Jimmy está me sustentando.

– J-jimmy?- O homem-poste??

– É, o cara mais foda do mundo e que eu infelizmente não conheci em vida. Mas agora ele tá aqui, ele tá perto da gente. Não é Jimbo? Diga um "Yo" ou "Hi" para Levy, minha menininha.

Senti um vento suave percorrer meu rosto. Estou delirando ou o tal Jimmy está mesmo perto de nós? Bom, pelo menos tenho a desculpa de que estou sob efeito de cafeína e uísque..

– Y-yo Jimmy. - Cumprimentei o espírito do homem-poste chamado Jimmy, timidamente.

– Sugoi! Agora vocês já se conhecem.

O semáforo indicava que já era meio-dia. Pedi a Gajeel que fôssemos direto para o Café, pois mesmo estando naquela situação tínhamos que trabalhar e não podíamos faltar mais um dia.

Ao chegar ao Café, Ike-senpai entregou nossos uniformes e perguntou se estávamos bem. Eu disse que estava, mas Gajeel parecia ter ficado uma década sem dormir. Mal Ike-senpai saiu do salão, Gajeel se prostrou no balcão e dormiu.

– Puxa Redbull-san, você é rápido. - Aeeeow, o soluço foi embora!!

Dei um beijo em sua testa e fui fazer o meu trabalho, já que ainda me restava um pouquinho de energia.

...

– Gajeel? - Era cinco e meia da tarde, Gajeel ainda dormia. Vamos embora.

– Hm.. Ah é você, mamãe! Meu mingau de aveia está pronto?

Ele dizia com os olhos fechados. Talvez estivesse sonhando...

– Gajeel, sou eu, Levy. - Cutuquei os braços dele, para ver se ele abria os olhos.

– Tá tudo bem, mamãe, já terminei o dever de casa.. Mãe, você está bem?

– Acorde Gajeel, por favor..

– Mãe, mãe fala comigo! Fala comigo, mamãe!!

Gajeel estava suando. Sua expressão facial demonstrava terror, medo. Tirei sua cabeça do balcão e puxei seu corpo, dando um abraço nele. Talvez ele estivesse precisando disso.

– L-levy?

– Que bom que acordou. - Soltei-o e peguei um copo de água gelada para ele. - Pegue aqui.

– Arigatou.

Ficamos alguns segundos ~ou seria melhor dizer, séculos?~ em silêncio.

– Que bom que me acordou, estava na pior parte daquela merda de pesadelo.

– Percebi isso, você estava falando enquanto sonhava.

– Er.. Esqueça o que viu e ouviu, ok?

– Ok. Ele parecia envergonhado. Mas quem é que nunca conversou enquanto dormia? Eu sou expert nisso, segundo Hihi.

– Vamos embora, tenho que tomar um banho. Aliás, acho melhor você descansar. Se quiser posso desmarcar o passeio e fico em casa com você.

– Não desmarque! Posso descansar alguns minutos e depois saímos com a turma.

– Como quiser.

Nosso dia havia sido longo, apesar de ainda não ter acabado. E com certeza será um dia que eu me recordarei para sempre, um dos dias mais extraordinários da minha vida.

Fui direto para minha cama, estava realmente cansada. Gajeel disse que tomaria banho no banheiro principal e que mais tarde daria um jeito de colocar a porta no meu banheiro. Fechei os olhos e sem fazer esforço algum, dormi.

Imagens que mostravam momentos importantes da minha vida apareceram no meu sonho.

Quando Gajeel escreveu a abreviação dos nossos nomes em uma árvore..

– Hey baixinha, vem comigo!

Gajeel me arrastou para longe do ginásio. Era um lugar bonito, agradável e que guardava uma enorme árvore no centro.

– Podemos escrever aqui: Gajeel e Levy, Levy baixinha e Gajeel, Gajeel super fodástico e Levy... Gajeel dizia, animado.

– GaLe.

– Ahn?

– GaLe, podemos escrever GaLe.

– Okay.

Gajeel escreveu na árvore GaLe e desenhou asas em volta.

– O que essas asas significam?

– Sei lá, acho que são as asas que vão nos levar para o Paraíso do Ponchá.

Gajeel me indicando emprego e se preocupando comigo..

– O Café Cosplay está precisando de meidos. Você pode ir até lá e pedir um emprego. Ah, me dá sua mochila aqui, você pode cair de novo e se machucar. Tenho certeza de que a enfermeira já está enjoada de você.

Quando eu disse a Wendy que o Gajeel era meu..

– Não estou nem ai para o que você acha, só quero que guarde bem na sua cabecinha oca que eu não sou a mesma Levy que deixava você fazer o que queria. Sou outra Levy e não vou deixar que você nem ninguém roube o que é meu. Guarde isso também, o Gajeel é meu, só meu.

Quando Gajeel disse para mim que não estava afim da Lisanna..

... Antes de entrarmos no ginásio, Gajeel me parou.

– Você precisa usar óculos.

– Ahn? Porque?

– Ontem, quando eu estava na quadra, não estava olhando para a Lisanna.

– Estava olhando para quem então?

– Para você. Estava olhando você tomar seu toddynho.

– Ah, eu não sabia..

– E você tem total razão, a Lisanna não faz meu tipo.

– Er..

– Vou indo, até mais.

Gajeel vestiu sua camisa e saiu andando para a quadra.

– Gajeel, vou torcer por você!

Ele fez sinal positivo e continuou andando. Não sei por que, mas um sorriso formou se nos meus lábios.

Quando Gajeel segurou minha mão e inventou uma desculpa tão bocó quanto o Natsu..

Gajeel sorriu e se sentou ao meu lado. Era tão confortável tê-lo comigo.. Okay, tenho que parar de pensar nessas coisas. Ele nem é afim de mim.. Ahn? Por que ele está segurando minha mão?

– Tenho medo de ficar sozinho, posso segurar sua mão?

– Você já está segurando. E você não fica sozinho em casa?

– Ah, para de cortar meu barato, só queria arrumar uma desculpa para segurar sua mão.

Engasguei com minha própria saliva, mas não tirei minha mão da sua.

– Você é muito idiota.

– Por quê?

– Me faz acreditar em ilusões.

Ele me olhou surpreso e me abraçou por trás.

– Isso não é ilusão.

Festa de fim de ano, quando Gajeel demonstrou que iria me beijar..

– Sabe baixinha, você está bonita hoje.

– B-Bonita?? Eu??

– É, está muito bonita.

Fiquei espantada e sem saber o que dizer, até que Gajeel foi se aproximando levemente de mim. Pegou minha mão e...

– Sai da frente, bagai!!

Natsu apareceu (de sei lá onde) descendo pelo gramado com a tampa de uma das mesas da escola. Luu-chan estava atrás..

– Cuidado minna!!!

Me agarrei a Gajeel e joguei nossos corpos na piscina...

Todas essas imagens e memórias me fizeram questionar se Gajeel gosta de mim da mesma forma que eu gosto dele. Gostaria de confessar a ele o que sinto, mas não tenho coragem. Merda, nunca pensei que se confessar fosse tão difícil!

– Hey criança, eu tenho a sua atenção?

Me assustei ao ouvir uma voz rouca, divertida e com sotaque americano falar as minhas costas. Virei para trás e vi um rapaz alto ~muito alto mesmo, tive que olhar para cima pra poder ver seu rosto~ usando um quimono branco, meias ¾ verde fluorescente e um piercing no queixo. Seus cabelos eram pretos e ele usava um penteado esquisito.

– Eu sou um anjo e não me pergunte como, mas eu consigo ler pensamentos e posso responder suas perguntas, se quiser.

– Ahnsh?? - Tentei perguntar o que estava acontecendo, mas só consegui fazer esse som ~é um saco quando você está sonhando e não consegue fazer o que quer~. O cara deu uma gargalhada tão alta e tão exagerada que até os pelos da minha sobrancelha eriçaram.

– Ai ai- respirou fundo e continuou Você é hilária!

E você é louco, muito louco.

– Sei disso, criança, meus amigos falavam isso sempre.

Tá, vou parar de pensar.

– Impossível, não é? Gargalhou novamente. Ok, vamos ao que interessa. Gajeel gosta de você, muito. O problema é que ele não consegue se declarar, é algo difícil para ele, assim como é para você.

Uau..

– Mas tenha paciência, logo ele irá se declarar de uma forma surpreendente. Enquanto isso, continue tentando conquistá-lo. Mas não com café da manhã, nem nada complicado. Simplesmente conquiste o cara com coisas simples, como seu sorriso, seu humor, carinho. Você terá ótimos resultados!

– A-arigatou pelos conselhos.. - Ebaa, consegui falar!!

– Não há de quê. - Ele riu, divertidamente– Aliás, você não viu um pato por aí?

– Um pato??

– É, estou procurando patos desde que cheguei aqui e acredite, faz muito tempo.

– Nossa.. Bom, patos não costumam me visitar.. Mas, porque você está no meu sonho?

– Achei que encontraria patos aqui.

Fala sério!!

– To falando muito sério!

Aé, o grandão lê pensamentos.

– Tenho 1,93 de altura, sabia?

Fiz cara emburrada. Só encontro gente grande por aí, e eu sou menor que um gnomo.

– Pense bem, garotinha, o Gnomo* tem 1,68 de altura, 29 anos e sua estatura não vai mudar. O Porpeta* também é baixinho, tem 1,73. Já você tem 16 anos e grandes possibilidades de crescer. Mas se não crescer, não se preocupe, Gajeel vai continuar gostando de você. Homens altos adoram baixinhas, e eu sou um desses homens.

– Arigatou por tentar me consolar.

Ele gargalhou novamente. Já estou me acostumando com sua risada, é única e original.

– Valeu por elogiar minha risada. - Sorri para ele - Ae, você é bem fofinha, daria um bom pato de pelúcia.

Desfiz o sorriso, arqueei as sobrancelhas e cruzei meus braços. O anjo/louco/psicopata/escandaloso gargalhou novamente.

– Porém Gajeel não iria gostar da sua versão pato, vou deixar como está.

– Rum..

Ele sorriu de lado, depois olhou para o pulso a procura de um relógio.

– Deveria ter morrido com um relógio no pulso. - Me arrepiei quando ele disse isso.– Enfim, está ficando tarde, tenho que ir. E você tem que se divertir com seus amigos. Divirta-se bastante, ok, faça tudo que você não pode fazer sozinha! Aliás, tome Daniel's com moderação e pelo amor dos patos, não tome café misturado com bebidas alcoólicas! Senão vamos nos encontrar mais cedo do que o previsto. - Os arrepios duplicaram - Ah qual é, garotinha, morrer não é tão ruim assim. Ruim é deixar quem você ama para trás. Eu poderia ficar aqui durante a eternidade te contando como minha vida foi louca e como eu sinto falta de viver, mas deixe isso para outro dia.

– Aah, ok então.

– Vai lá, divirta-se por mim!

– Vou tentar..

O grandão sorriu e me deu um abraço. Pela primeira vez na vida eu não recebi um abraço-esmaga-ossos ~tudo porque o cara é um anjo, ou fantasma, sei lá~. Pude ouvir a voz de Gajeel ao fundo, me chamando. O rapaz já estava indo embora, quando eu gritei:

– ESPERE!

– O que foi, garotinha?

– Você não me disse seu nome! Eu me chamo Levy McGarden, você já deve saber.

Ele assentiu a cabeça e sorriu.

– Que pena, você não é uma das minhas fãs. Elas me conheceriam apenas por ver o quimono, ou quando me ouvissem falar de patos.

Estava confusa. O anjo que conversava comigo era famoso?

– Sim, eu fui famoso. Ainda sou, muita gente me reconhece mesmo após minha morte.

– Levy, acorda..– Era Gajeel, sua voz estava ficando mais alta.

– Enfim, escreva no seu diário que hoje foi um grande dia porque você conheceu um dos caras mais loucos do mundo. Uma colherada cheia de mim colocaria o mundo abaixo.. - Ele disse, enquanto ria.

Eu comecei a rir, esse cara era mesmo louco.

– Meu nome é James Owen Sullivan, mas pode me chamar de Santo James, Cabeça de Rato, Jimbo, Grande Pato, The Rev, ou se preferir, me chame de Herói das Baixinhas, esse é meu novo apelido.

Não estava acreditando! Aquele era o Jimmy que Gajeel tanto falara??

– Sou eu mesmo! Hey criança, é melhor você ir. Saiba que foi bom conversar com você. Até algum dia!

Jimmy desapareceu e em seu lugar surgiu Gajeel, que me encarava um pouco assustado.

– Levy? Ufa, pensei que você tivesse morrido! Estava mesmo cansada, hein...

Dei um abraço apertado em Gajeel. Não sei por que, mas senti saudades.

– Vou batizar esse dia como Dia do Abraço.

– Faça isso. - Falei, sem soltar Gajeel.

– Tá bem legal ficar assim, mas vamos acabar nos atrasando. - Olhei para Gajeel e ele parecia estar um pouco chateado.

– Ok, vou me arrumar bem rapidinho! - Dei um beijo na bochecha dele, peguei minhas roupas e corri para a porta.

– Eu coloquei a porta no seu banheiro. Pode usá-lo se quiser.

– Arigatou Gajeel! - Olhei para ele, que estava com a mão na bochecha. Tão cauaí*!!

Fui até meu banheiro e comecei a tomar banho. Enquanto isso, pensei se Jimmy estava realmente certo. Pensei se Gajeel gostava mesmo de mim. De qualquer forma, o lance de conquistar o Gajeel de forma simples estava dando certo. Tomara que isso faça com que Gajeel se declare logo!!

Enfim, arigatou Herói das Baixinhas, foi muito bom te conhecer.

VICK-SENPAI DIZ:

*Hermes: Deus da mitologia grega. Um de seus poderes é furtar sutilmente.

*Kodansha: Uma das maiores editoras do mundo. Responsável pela publicação do mangá Fairy Tail.

* Shueisha: Conhecida por suas revistas Jump.

* Gnomo: um dos apelidos de Johnny Christ, baixista do Avenged Sevenfold.

* Porpeta: um dos apelidos maldosos de Zacky Vengeance, guitarrista rítmico do Avenged.

* cauaí: é a versão de kawaii, segundo AChan.


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Notas finais do capítulo

Levy está tomando banho ainda, então estou no lugar dela hoje ~alguém me chuta~. Isso é que dá a Levy ficar dizendo que chutar é legal.. ~levo outro chute~

O lance das sobrancelhas-que-o-Gajeel-não-tem foi ressaltado pela Lay Silva, que é super detalhista. Valeu tia Lay ^^
Sonho sinistrão, hein Gajeel?

Peço desculpas pelo capítulo ter sido quase que totalmente relativo ao Avenged. Mas a ligação que eu tenho com eles é tão forte que eu até sonhei com esse capítulo e o Jimmy estava nele ~avá?!~.

Enfim, gostaria de saber se vocês gostam do KISS ou se já ouviram alguma música deles. Se não, leiam por favor a tradução da música Forever e respondam a mim:
"Essa música poderia ser trilha sonora do romance GaLe?"
O link é esse: http://www.vagalume.com.br/kiss/forever-traduzida.html

Agora sim eu me despeço.
Que Deus e St. James abençoem vocês.

Levy: Era só o que faltava, outra viciada em Avenged.
Vick: Já está pronta? Vocês vão se atrasar. E você será a próxima a viciar em A7X, valeu? Falou.
Levy: ~tira o cabo do pc da tomada~ Divirta-se lendo!

Até, né?
o/