Dear Diary - Anne Roberts escrita por Milena Everton


Capítulo 12
Destruição


Notas iniciais do capítulo

Eu sinto muito, me perdoem por não ter postado antes e ter sumido do site da Nyah. É que eu estou sem pc e sem internet #semvida okay sem #drama
Mas quando eu puder apareço por aqui, não abandonem a fic :'/



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Eu poderia passar toda a minha vida procurando palavras para descrever tudo o que senti quando vi aquela cena, mas eu nunca conseguiria anota-las com toda precisão.

Aqui estou em plena madrugada escrevendo nessas folhas a luz de um abajur que fica em cima de uma escrivaninha, as lágrimas não param de cair e os flashes viam como facadas em meu peito.

Eu corri para a praia. Corri até onde o barulho daquela festa não mais alcançava meus ouvidos. Eu não conseguia me manter de pé e aquela bebida havia me deixado mais vulnerável, foi estranho. Eu queria voltar e estapear aquela garota até deixar seu rosto irreconhecível, mas eu não conseguia nem me levantar daquela areia. O pior é que ver Nikola daquela maneira também mexeu comigo, tanto por ele não estar bem quanto o motivo dele não estar bem,. Nunca me senti tão confusa. A vontade de dar um fim a minha vida era grande, porém controlável, mas estava aqui. Sem perceber cochilei na areia, acordei com Jullie me chamando para ir para casa, ela reclamou por eu ter sumido, disse que já havia me procurado por toda parte. Coitada... Devia estar mais confusa que eu.

Agora estou aqui, e não estou. Nunca me senti tão confusa, tão vazia e tão cheia de sentimentos novos. O meu desejo mais sincero era que eu pudesse rasgar essa pagina da história, mas... Eu não posso. Eu ainda não acredito que aconteceu, ele prometeu que não ia... Promessas quebradas. Foi tudo o que restou dele, mas eu não vou mentir, eu ainda tenho esperanças que ele se arrependa, eu ainda acredito que ele possa trazer o sol, ainda acredito que o dia vai amanhecer e ainda acredito que devo acreditar. Talvez eu esteja tentando me consolar, mas... É, pode ser que seja isso mesmo.

Adormeci em cima dessas folhas, agora folhas molhadas.

Lugar frio e vazio, que levemente perdia suas formas, como se, de fato não existisse. Era como se fosse um hospital. Não, era mesmo um hospital. Eu caminhava pelo corredor vazio de paredes brancas, portas e janelas com suas tradicionais e típicas cores de um ambiente hospitalar. O silêncio era absurdo e eu estava sozinha, entretanto não sentia medo algum enquanto conhecia o local. Passava por portas e mais portas até me deparar com uma em especial que prendeu minha atenção. Ela estava fechada. Segurei na maçaneta receosa, eu não tinha certeza se gostaria do que encontraria ali, mas a vontade era bem maior que a razão naquele momento.

Suspirei fundo...

– Foi um sucesso! – disse um homem branco de jaleco saindo pela porta misteriosa.

Lancei-me contra a parede temendo que o mesmo percebesse minha presença, mas não. Ele sequer olhou em minha direção enquanto ia para o lado oposto do corredor com uma mulher de estatura mediana, deveria ser outra médica.

Eu tentava controlar minha respiração acelerada enquanto os dois sumiam no fim do corredor. Percebi que deixaram a porta quase fechada, mas pela brecha não era possível saber o que tinha dentro. Eu precisava saber, eu precisava entrar! Empurrei de leve colocando parte do meu corpo cautelosamente dentro do recinto, me deparando com uma sala de parto. Fechei a porta por trás de mim. Tinha uma cama, coberta por tecidos alvos, alvos até demais para ser um local onde houve um parto de sucesso. Materiais na mesa de aço coberta por um pano branco, tudo limpo. Do outro lado, na cabeceira da cama havia um papel dobrado ao meio, extremamente tentador se estivermos nos referindo a alguém curioso como eu. Sem delongas o capturei. Para minha surpresa não havia nada escrito, o papel estava manchado de tinta vermelha, pelo menos era o que parecia a principio. Sobrenaturalmente a mancha cresceu molhando o papel como se estivesse sido pingado naquele instante.

James...

O nome dele se formou por cima da mancha, arregalei os olhos assustada com o que estava acontecendo. Tentei soltar o papel que agora estava praticamente todo ensanguentado, em vão. Sacudi minha mão tentando me livrar daquilo, mas quanto mais eu tentava mais ele se fixava em minhas mãos. Em meu desespero, bati no aço gélido da mesinha de matérias de parto. Entre os vários que estavam expostos, tentei achar algo que pudesse desgrudar aquela folha de mim. Em vão. Tudo o que conseguir foi melar todo o material da mesa e me cortar com um bisturi que estava de bobeira por lá. Eu não senti dor alguma. Quando olhei para minha palma onde ganhei um corte, percebi que sangrava pouco. Em um vacilo juntei as mãos meladas de sangue levando um susto! Houve alguma reação química quando os líquidos se encontraram. Eles se aglutinaram. Ah, meu Deus! Corri para a porta desesperada. A substancia já estava tomando todo meu braço criando vários vazios e agora parecia mais uma queimadura imensa que só crescia mais e mais. Forcei a maçaneta para baixo, mas estava trancada. Ah, meu Deus! Ah, meu Deus!

– SOCORRO! – eu batia na porta com os punhos fechados, estava totalmente desesperada – ALGUÉM? POR FAVOR, ALGUÉM ME AJUDA!

– Anne...

– Mãe? – falei confusa me afastando da porta ao ouvir aquela voz familiar ecoar na sala vazia.

– Anne, querida...

– Mãe! Cadê você? – gritei.

– Acorde, querida...

Minha mãe dizia balançando meu ombro com sua mão macia aplicando mais delicadeza que força, sua voz doce me fez despertar.

– Meu Deus! – disse assustada verificando imediatamente meus braços.

Foi só um sonho. Acalme-se garota!

– Já estamos de saída. Você dormiu estudando?

Inclinei-me na cadeira da escrivaninha, imediatamente a lembrança do sonho perturbador foi substituída por lembranças bem reais do que aconteceu ontem à noite.

– Estava anotando o quão boa foi a festa de ontem. – a mentira amargou como fel.

Guardei meu melhor amigo dentro da gaveta forçando um sorriso para a mulher que me olhava com um olhar tristonho, nem acredito que menti pela primeira vez para minha própria mãe.

– Você está bem? – perguntei preocupada.

Ela olhou para baixo e voltou a me encarar.

– Não queria que você ficasse... – sua voz saiu em um suspiro antes de seus olhos despejarem lágrimas.

Abracei-a forte ainda sentada, eu também não queria ficar, mas não queria ir. Sinto tanta falta de tudo, as cantigas, a senhora Foy, os animais, a floresta... Eu estou desabando mais uma vez nesse precipício de lembranças, coisas que não voltam, e os flashes vem... Meu melhor amigo. Estragamos tudo, ele estragou tudo, eu estraguei tudo. Meu irmão... E agora? Um garoto que mentiu, me iludiu, é isso que ele é. Minha mãe me apertou forte, ela me fazia tão bem, não sabendo ela que não era só por saudades que eu estava chorando, mal sabe que meu coração está em pedaços.

Aproveitei os últimos minutos até finalizarmos o abraço e irmos para a cozinha tomar café e irmos em direção à cidade.

Fui para o banho. A água do chuveiro molhava meus cabelos e se misturava com as lágrimas salgadas e ousadas. Eu só quero saber quando isso vai acabar. Mais uma dose de veneno vai me derrubar a poucos minutos, eu não sabia que não estava preparada para isso. É hora de preparar meu psicológico para tomar café com a... Família. E o pior, fingir estar bem para eles e para as visitas.

***

P. D. V. James

Estava sentado á mesa juntamente com meu pai, Emm, Nikola e Jullie. Achei que eles nem tomariam café conosco depois de ontem, acho que só ainda estão aqui por falta de transporte para leva-los a cidade, ou, para evitar explicações. Esme acaba de chegar na cozinha, a beirada de seus olhos estavam avermelhadas, devia estar se despedindo de Anne... Anne. Mais uma vez não vou me despedir decentemente. Ela não merece o que estou fazendo, mas é o melhor para ela, eu não suportaria que o senhor Roberts a afastasse de todos quando descobrisse tudo. Como eu sou idiota... Eu nem deveria ter aparecido aqui! Eu amaldiçoo o dia que apareci em Raleigh.

Nikola estava com a cara péssima, mais péssima do que de costume. Ele estava quase adormecendo na mesa, certamente teve uma péssima noite, assim como eu, assim como Anne.

Suspirei pesado. As lembranças não saem da minha cabeça, me sinto um monstro.

– Sempre foi festeiro assim garoto?

O sarcasmo tomou de conta da voz do senhor Roberts enquanto ele encarava o loiro a sua frente.

Nikola encarou meu pai e me olhou em seguida. Ele não precisava dizer nada, seus olhos gritavam que a culpa era toda minha.

– Não costumo ir a festas. – disse sem pausas.

– Certo. Longe dos pais você pode entrar em brigas e ressaca? – alfinetou meu pai. Coitado, Nikola não merecia ouvir aquilo, embora eu não goste um pingo dele.

Nikola suspirou pesado sem ousar encarar o senhor Roberts.

– Não senhor Roberts. Desculpe me meter, mas Nikola apenas não dormiu bem porque chegamos tarde. – disse Jullie defendendo o irmão.

Meu pai levantou as sobrancelhas e deu de ombros.

No segundo seguinte Anne entra na cozinha, ela estava de vestido rosa e seus cachos estavam soltos e húmidos. Tão delicada, parecia uma boneca, porém com o semblante caído e entristecido. A vontade de abraça-la e dizer que tudo vai ficar bem era quase que incontrolável, mas sendo assim toda a cena de ontem seria em vão.

Ela sentou-se à mesa, cabisbaixo. O seu olhar fugia do meu como ladrão foge da polícia. Ela deveria estar triste, ela deveria estar me odiando tanto quanto eu me odeio.

– Esta tudo bem, querida?

– Está sim, pai. – disse sem emoção – só não queria que fossem embora.

Ela pareceu convincente, mas eu sabia muito bem o porquê dela estar tão triste.

Terminamos o café da maneira tradicional, ou pelo menos da mesma maneira tradicional de quando a família estava reunida. Emm e Dion como cão e gato, pelo menos através de suas discursões eu pude ver aquele sorriso de novo, que logo se desfez quando ela notou que eu estava observando-a. Raiva. Era tudo o que tinha por trás daqueles olhos azuis.

No caminho até a cidade, Anne conversava com Esme e Jullie no banco de trás, eu estava dirigindo e Nikola estava ao meu lado, tenho certeza que estava bufando de ódio. Ele permaneceu em silêncio o tempo inteiro. Meu pai ficou com Emm ajudando a trazer o resto das coisas e viriam logo.

***

P. D. V. Anne

Chegamos em casa. Finalmente! Enquanto dialogava com minha mãe e Jullie, pude manter minha mente ocupada, mas era só levantar o olhar para perceber os olhos negros de James me fitando pelo retrovisor, estupido! Porque ele faz isso? Será que me odeia tanto? É como se ele tivesse duas caras, três, quatro! Idiota.

– Nikola...

Chamei quando vi o garoto saindo do carro sem olhar para trás, parecia péssimo. Ele continuou caminhando até que o alcancei e me coloquei em sua frente, ele não ousou levantar o rosto.

– Nós podemos conversar depois, eu...

– Nikola. Eu sinto muito, me desculpa por tudo...

– Anne você não teve culpa. – seus olhos azuis encontraram os meus – Você não precisa se desculpar.

– Você está péssimo.

– Você está aos cacos. - retrucou

– Você não dormiu bem...

– Nós não dormimos bem! Anne, entenda. Apenas quero pensar um pouco. Tô muito confuso – ele segurou meu rosto com as duas mãos rapidamente mantendo os olhos nos meus – e você não fez nada. A culpa não é sua. Eu gosto de você. Gosto muito.

Suas palavras tão sinceras me fizeram bem. Ele envolveu seus braços em mim com urgência, meu mundo estava desabando, como era bom aquele abraço! Uma calma repentina me invadiu... Retribui abraçando-o forte acomodando meu rosto em seu peitoral. Ficamos ali por pouco tempo, e então ele foi pra sua casa. Enxuguei meu rosto, nem havia notado que tinha chorado. Quando olhei para casa, lá estava James me fitando apoiado com as costas no carro, os braços cruzados, seu semblante não negava insatisfação, mas... Qual direito ele tem de ter raiva?

Revirei os olhos ao vê-lo com o olhar tão fixo em mim. Quem ele pensa que é? Caminhei depressa até a casa. Para minha infelicidade, teria que passar ao seu lado já que ele estava muito próximo da entrada.

– Um dia você vai me agradecer. – sua voz soou mansa, mas aquilo me irritou ainda mais.

– Como é que é? – disse incrédula virando rapidamente ficando de frente com ele – você aparece, me provoca, mente, destrói tudo que tínhamos, destrói até a nossa amizade coisa que eu achava que tinha alguma importância pra você! Eu estava na minha, eu não pedi pra você me... Me beijar! Não pedi pra destruir nossa amizade. Não pedi pra você dizer que existia algo a mais. Não pedi pra dizer que a gente ia conseguir, que a gente estaria juntos! Eu-não-pedi-pra-você-acabar-comigo!

Naquela altura eu já estava chorando tentando dizer tudo o que estava engasgado na minha garganta. Talvez aquilo fosse uma maneira de tentar anestesiar a dor. A dor que alguém te causa quando não pensa no efeito que tem as palavras bonitas que diz antes de dizer. A dor que alguém te causa quando diz que vai estar com você aconteça o que acontecer. A dor que alguém te causa quando aparece como um príncipe e faz com que você acredite que é uma princesa e que pode tudo, e quando você dá um passo à frente ele te deixa sozinha. No chão.

Seu olhar estava cheio de pena. Coitadinha! Ele deveria estar pensando. Pobre Anne! Acreditou em tudo que eu disse... Não! Isso não combina com o garoto que cresceu comigo. Não! Porque eu não consigo aceitar? Por quê?

– Você não vai dizer nada, James?

Limpei as lágrimas que desciam com a costa da minha mão. Eu estava aparentemente calma, ou pelo menos tentando, afinal a qualquer momento meu pai e minha tia poderiam chegar.

***

P. D. V. James

– Você não vai dizer nada, James?

Ela disse mais calma dessa vez. Eu continuava nervoso sem ter uma palavra de conforto, nada que pudesse melhorar a situação. Toda a acusação que ela fez, era verdade. Ela tinha razão. Depois de tanto tempo guardando isso pra mim, porque dizer logo agora? Poderíamos estar tão bem, felizes. Ah, não tem jeito! Quando eu a vi de pápinho com aquele mauricinho eu não conseguir conter meu ciúme. Ainda mais sabendo que estavam namorando. Namorando? Eu não conseguia aceitar que ela estava com outra pessoa. Egoísta! E agora? Agora eu tive que decepciona-la, machuca-la, vê-la chorar bem aqui na minha frente. Agora vou embora, eu já sabia que eu iria embora, eu já sabia que ela ficaria aqui com seu vizinho idiota nessa cidade idiota com os novos amigos idiotas. Que insano! Que cretino eu fui. Eu simplesmente não tenho nada a dizer.

Ela suspirou fundo.

– Porque você tá fazendo isso comigo?

Eu não ousei levantar o rosto para olha-la, certamente seus olhos estavam cheios de dor, sua voz tão suplicante... Eu não podia fazer nada que não a machucasse mais.

Ela deu um passo incerto para frente ficando mais próxima, seu cheiro de rosas me dominaram na velocidade da luz, e os flashes da noite de sexta vieram rapidamente. Consumiram-me. A sensação de ter seu corpo junto ao meu, suas mãos tão delicadas me puxando para mais perto me tirando da realidade e me deixando totalmente em seu mundo. Seus lábios em uma coreografia perfeita, uma mistura de desejo e ternura que eu nunca senti com ninguém além dela.

– Não faz isso comigo, por favor...

Ela deixou apenas poucos milímetros de distancia entre nós. Eu já não sabia quanto tempo a mais aguentaria sem falar, sem tocar...

Sua mão chegou até meu rosto, tão incerta... O contato com aquela pele macia não estava me ajudando a manter o controle. Estava tudo desmoronando em mim. Eu já não sabia se abrir mão dela, era tão certo assim. Fechei os olhos com força, tentando não me mover nem um milímetro. Sem notar me peguei tentando ensinar aos meus pulmões como respirar. Eu estava perdendo o controle daquele teatro que eu atuava, mas como se afastar quando se quer estar perto?

Em um vacilo, abri os olhos levantando pouco o rosto me deparando com aquela imagem angelical completamente confusa a minha frente. Eu não sabia quando veria aquela menina novamente, então tentei gravar aquele instante na minha memoria. Não era a melhor maneira de leva-la em meus pensamentos, mas digamos que eu não tinha muitas opções. Ela olhou nos meus olhos, eu sentia como se ela estivesse invadindo minha alma, desarmando minhas defesas, me fazendo esquecer o real motivo de eu ter que me afastar.

– Você não se lembra de quando disse que nós que decidimos nosso destino? Eu sei que você não quer fazer isso, eu só não entendo porque está fazendo. Eu já disse que você pode confiar em mim... Você sabe que pode. Por favor, me diz... Por que tá destruindo tudo?

Eu precisava me afastar o mais depressa. Eu me sentia como uma bomba, e em segundos eu iria explodir. Destruir tudo que eu destruí. O problema era que a única coisa que eu conseguia era olhar nos seus olhos e enxergar o reflexo da minha dor neles. Dor que ela também estava sentindo, e certamente ficar feito um pateta a ouvindo falar não era a melhor alternativa.

Antes que eu pudesse dizer algo, repentinamente ela aproximou seu rosto do meu encostando nossas testas e descendo de leve sua mão até minha nuca.

Suspirei pesado.

Eu não queria afasta-la de mim. Na verdade eu não conseguiria nem que eu quisesse. Tudo o que era certo e errado agora me via a tona em golpe de segundos. Perto dela era como se tudo o que nos impedisse de ficar juntos desaparecesse, era como se minha mente se esvaziasse e ela tomasse conta de tudo, era surreal. Eu poderia beijar qualquer outra garota, mas o que eu sentia quando estávamos juntos era único, era nosso, e nem nossos pais e nem ninguém poderia tirar isso de mim. De nós.

Ela, insegura encostou seus lábios nos meus, tão devagar quanto à brisa das seis da manhã. A vontade de retribuir era bem maior que eu. Hesitei por alguns segundos, tentei controlar, mas estava tudo em desordem. O seu toque fazia tudo faiscar. Casualmente uma de minhas mãos encontrou sua nuca e a outra segurou firme sua cintura, puxei seu lábio superior me esquecendo da hora e do lugar que estávamos. Seu corpo encostou-se ao meu como se aquele fosse seu lugar de origem. Suas mãos seguraram meu rosto apressadamente como se ela estivesse com medo de que eu fugisse. Ela me beijou desesperada, como se há poucos segundos ela não estivesse para explodir de raiva, como se eu nunca tivesse mentido pra ela, como se eu não tivesse sido um completo idiota. Eu não a merecia. Ela não devia ter feito isso... Destruiu em segundos tudo que tentei destruir.

As mãos dela foram de meu rosto para minha nuca e seus dedos encontraram meu cabelo, ela me puxava para mais perto e me beijava como se o mundo fosse acabar...

Controle-se, James.

Controle-se, James.

Controle-se...

Agarrei firme sua cintura a virando, deixando-a de costas para o carro que eu estava apoiado há poucos segundos. A imprensei com meu corpo quase inevitavelmente, e a beijei. Eu já não me lembrava de nada.

***

P. D. V. Annelise

Como é possível alguém que te beijou daquela maneira não sentir nada por você? Os lábios dele procuravam os meus com urgência, suas mãos pressionavam a pele da minha cintura, ele não queria me deixar, e eu sei que aquilo não era apenas um desejo masculino, eu sei que ele sente algo, só não sei o porquê das suas atitudes. Entretanto uma coisa eu sei dizer, ele sente algo por mim, algo diferente, e achar que eu pudesse perdê-lo apenas confirmou que eu realmente o quero. Primo, irmão ou, melhor amigo, eu apenas o quero.

Ele soltou suas mãos de minha cintura terminando o beijo de repente, contra minha vontade e com certeza contra a dele também. Ele pode dizer o que quiser, eu sei que ele gosta é de mim, e ele vai voltar, pra mim!

– Você não devia ter feito isso! – ele me advertiu já afastado de costas para mim.

Sorri vitoriosa, ele poderia gritar para todos que não sentia nada, eu sei que é mentira.

– Me explica, pra que isso? – falei encarando suas costas, a satisfação tomava conta de minha voz.

Fez-se silêncio por segundos, e então meu pai chegou com a caminhonete e tia Emm, ou seja, mais uma pergunta sem resposta.

James entrou depressa em casa me deixando ali, atordoadamente atordoada. Mas não dessa vez! Agora eu vou atrás dele não importa onde. Ele vai ter que me explicar tudo.

– Anne, querida. – Emm chamou – nos ajude a levar essas coisas para casa...

Droga!

– Claro, tia... – disse contra gosto.


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Notas finais do capítulo

Detalhe, eu já tinha feito esse cap faz dias, mas ainda não tinha conseguido postar. Por favor comentem, senão pra que vou me preocupar se ninguém diz nada? :/
Beijão, amo vcs



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