Diabolik Lovers escrita por Pinkie chan, FeerChan


Capítulo 5
Cedendo a Escuridão


Notas iniciais do capítulo

O capitulo está no presente, o próximo que vai ser no futuro.
Espero que gostem, desculpem qualquer erro ortográfico :)



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Não sabia ao certo que horas os ponteiros do relógio apontavam, mas uma coisa tinha certeza, já passava da madrugada, deveria se encontrar rodeada de pessoas, escutando as batidas irritantes e consecutivas das colunas, mas nada….. vazia totalmente deserta era assim que se mantinha a discoteca. Luzes de diversas cores se expandiam por os recantos escuros. Chamou por seus colegas, mas obteve apenas o cortante silencio. Caminhou em direção a porta de saída que parecia mais distante que o normal. Jurava que havia visto um vulto atravessar a parede de um lado ao outro a uma velocidade sobre-humana, estava escuro, continuava sozinha em meio ao silencio, seu coração bombeava mais forte mostrando o desespero com que estava sendo tomada.

Correu meio aos tropeços em direção a saída, queria sair o quanto antes, regressar a casa e se enfiar nas cobertas. Forçava suas pernas o mais que podia, mas algo estava errado, por mais que avança-se no extenso piso a porta de saída não se aproximava, como se estivesse correndo em círculos onde não havia meio de encontrar o fim. “Não adianta correr...”,aquela voz? Não, não, não!!! Sua respiração mostrava-se mais forte devido ao cansaço, ofegava em meio ao desespero por novamente estar enlouquecendo. Voltou a correr, sua garganta doía, não conseguia expirar direito em meio ao pânico, suas pernas fraquejavam a cada passo. Desistente, deixou-se descair de joelhos no chão frio inspirando com força exigindo oxigênio. “Não adianta fugir”, em meio a escuridão que rodeava seu corpo, puxou suas pernas de encontro ao peito encolhendo-se, sozinha, apavorada no mesmo lugar, gritando em seu consciente, “pare, por favor me deixe em paz”.

Uma forte brisa gelada atravessou seu corpo a arrepiando, não queria ver, não queria abrir seus olhos, mas a curiosidade dominou, sem mesmo dar conta, inclinou seu rosto e finalmente abriu suas pálpebras...”i-impossível”, o que a rodeava não se tratava mais da boate, agora se encontrava encolhida no duro chão de pedra do beco onde havia encontrado o garoto maníaco. Apressadamente colocou-se de pé, precisava fugir, precisava ir para casa... teve em atenção observar todos os recantos do caminho para ter certezas que estava sozinha. Voltou a respirar fundo antes de iniciar uma corrida com o único objetivo, chegar a casa em segurança. Cada cruzamento que se deparava se voltava para trás, para conferir que não estava sendo seguida. “Não vou deixar minha presa escapar”, escutou mais uma vez em seus pensamentos.

Por mais que sua mente não parasse de traí-la escutando vozes do além, ninguém havia surgido para ataca-la, finalmente conseguiu avistar sua casa. Correu lentamente, estava tão perto mas ao mesmo tempo tão longe, aquilo era ridículo, a corrida extremamente lenta a angustiava.

Retirou suas chaves de dentro de um vaso que se encontrava perto de sua porta, a abriu desajeitadamente, suas mãos ainda não haviam parado de tremer. Sem delongas girou a maçaneta empurrando a porta de madeira avançando rapidamente para dentro de seu apartamento, fechou-a atrás de si suspirando de alivio por estar a salvo, mas tudo desvaneceu assim que abriu seus olhos, não estava em casa, muito menos na rua. Na sua frente, mais uma vez se encontrava sozinha no escuro da discoteca. Sua mente estava confusa, sentia-se louca, aquilo não podia ser real, era impossível, estava na rua, tinha certeza em como havia aberto a porta de casa, como era possível ter regressado de novo a discoteca?...Nada fazia sentido.

“Eu irei definitivamente mata-la”, antes que colocasse ambas suas mãos em seus ouvidos achando que assim as vozes sumiriam, algo subiu-lhe pela garganta jorrando todo o chão em sua volta. Sangue, aquilo era definitivamente sangue. Não pode deixar de gritar quando duas laminas atravessaram sua barriga, não via nada, apenas ... sentia, tudo era invisível, mas a dor insuportável estava lá a atormentando. As gotas pingavam o chão escorrendo por seus dedos, não sabia ao certo como os havia ferido mas de certo sangravam.

“Grite ate ao topo de seus pulmões”, escutou de novo a mesma voz em seus pensamentos, e por incrível que pareça foi exatamente isso que aconteceu, sentiu seu corpo sendo perfurado por milhares de agulhas, sucessivamente, um ato de tortura dolorosa que parecia não ter fim. Gritou, o mais alto que suas cordas vocais pudessem permitir, o som das gargalhadas ecoavam pela boate mostrando claramente a satisfação do autor que lhe submetia aquele massacre, sua pele abria consoante algo deslizava por seu corpo.

Vinha em sua mente facas provocando diversos cortes em toda a extensão. Não podia enxergar nenhum objeto, nem mesmo quem provocava seu sofrimento, apenas sangue. Perguntava-se enquanto perfurada milhares de vezes porque não havia ainda morrido, porque a dor não amenizava, porque sentia cada agulha em sua carne. Manchas vermelhas cobriam seu corpo. Implorava por sua vida, gritava por ajuda, mas apenas recebia gargalhadas como resposta.

“P-Pare”, sussurrou enquanto deixava-se cair no solo sem forças, a dor que sentiu ao cair não era nada comparada a que era submetida, como se seu corpo estivesse sendo desfeito, rasgado aos poucos e fizesse questão de fazê-la sentir cada parte de si desfazendo-se. Naquele momento a morte seria um alivio. Não suportando mais as dores foi lentamente perdendo os sentidos, e quando achava que era seu fim, dois orbes Dourados fizeram-se presentes em sua frente, não via mais nada, apenas aqueles temidos olhos juntamente com o vermelho de seu sangue.

Um BIP constante ecoou em sua cabeça fazendo-a levantar-se de suspense. Sua respiração mostrava claramente sua aflição de momentos antes. Ofegante, sentou-se na cama estreita observando a escuridão que prolongava seu quarto, seu cabelo agora pegajoso, se encontrava colado sobre sua testa devido ao suor.

“Outro pesadelo”

Desde aquela noite sonhava sempre com a mesma coisa, torturada ate ao fim, ate dois olhos dourados surgirem em meio ao sangue, depois acordava, umas vezes com o despertador, outras a meio da noite. Levou seus dedos ao local onde o maníaco havia perfurado sua pele, só podia se visualizar dois pontos vermelhos, já não parecia dentada, agora parecia apenas um chupão.

Desligou o despertador que marcava “7:00”, como as aulas começariam as oito tinha tempo de se preparar e ainda terminar os trabalhos que havia deixado por acabar. Assim que terminou todos os seus afazeres, colocou um pouco de base de forma a tapar suas olheiras, pegou em sua bolsa com os materiais necessários e apressou-se a sair de casa em direção ao colégio. Como sempre diversos pares de amigas passavam por si alegres contando as novidades e mexericos que tinham escutado no dia anterior, parecendo que não Lucy tinha pena de não ter ninguém que pudesse contar seu dia a dia stressante, que não pudesse desabafar sobre seus pesadelos que a atormentavam desde aquele dia, contar sobre suas alucinações assim como vozes que ecoavam em sua mente, contar como seu namorado era agressivo, mas por mais que sofresse nas mãos dele o amava e esperava um dia que ele volta-se a ser como o inicio da relação, volta-se a ser o garoto por quem se havia apaixonado.

Quem em seu perfeito juízo quereria ser sua amiga? Ouvir seus problemas? Dar conselhos...ninguém, apenas tratariam de ligar para o manicômio. Afinal quem acreditaria em metade de seus problemas? Conversar com seu pai também resultaria de uma completa perda de tempo, a única pessoa que a escutaria, que compreenderia, que a apoiaria seria sua querida mãe, Laila.

Como sentia sua falta, devido a problemas graves de saúde terminou falecendo quando Lucy ainda era criança, foi uma época de sofrimento, ainda hoje chorava sua morte. Quanto a Jude, nunca aceitou seu relacionamento com Loke, afinal seu objetivo sempre foi casar sua filha com Freed Justine, herdeiro de uma grande fortuna, sem outra opção Heartfilia decidiu sair de casa. Com suas economias, conseguiu alugar um apartamento, mas como todo o dinheiro tem um fim, sua única solução foi arranjar emprego, e foi então que seu anjo da guarda surgiu....Gray, tinha muito a agradecê-lo.

O tempo passou correndo, por mais que a matéria de literatura estivesse interessante não conseguia prestar atenção alguma. Estava cansada, exausta suas pálpebras pediam para serem devidamente fechadas, mas com sua força de vontade conseguia as manter entreabertas. Havia se habituado a dormir pouco, mas desde que havia acontecido o incidente no beco sentia-se em constante esgotamento. A dor no pescoço já havia amenizado, mas não deixava de se sentir constantemente vigiada, as vozes em sua cabeça também não haviam cessado, no trabalho era um tormento conseguir ficar de pé atendendo tanto cliente.

Escutava as batidas do giz contra o quadro negro juntamente com o barulho de folhas, como uma melodia de embalar, sem conseguir manter o foco acabou fechando lentamente suas pálpebras ate por fim ceder a escuridão. O sensei levou alguns minutos para reparar em sua aluna dormindo profundamente debruçada em sua carteira, ao contrario do que faria caso fosse outros alunos, não se importou com Lucy deixando-a descansar.

Aos poucos, toda a classe foi dando conta de Heartfilia dormindo na aula de literatura, aquilo no ver dos alunos era entusiasmante, a loira sempre foi certinha, estudiosa, a preferida dos professores, e agora se encontrava ali, dormindo não tomando atenção alguma as explicações, sem duvida em suas mentes era no mínimo cômico, mas como não podia deixar de ser alguém não gostou da atitude de Lucy, então resolveu interferir.

– Sensei, não acha por bem repreender a Heartfilia, estamos em época de provas e ela devia estar tomando atenção. – a jovem não resistiu em chamar a atenção do professor, pensou que ele poderia não ter dado conta da situação.

– A senhorita Lucy não necessita rever a matéria, ao contrário de muitos alunos presentes. – o professor respirou pausadamente antes de continuar. – Quando chegar a altura das provas, eu sei que Heartfilia se saíra bem, quanto a vocês tenho minhas duvidas, por isso que precisam tomar muito mais atenção. Além que ela trabalha em horário noturno, acabando por não descansar devidamente mas mesmo assim consegue se concentrar nas matérias, enquanto os meninos ficam vadiando pelas ruas festejando em vez de estudar.

Ninguém mais revidou, continuavam achando injusto mas não tinham como ripostar pois sabiam como o sensei tinha razão, a loira era uma garota esforçada.

– Ninguém teve noticias da Lisanna Strauss? – perguntou o professor reparando em como aquela seria a quinta vez que a aluna faltava a escola.

– Ultima vez que a vi, ela estava no “Reemicks” nos amassos com um cara, vai que não engravidou e agora está se preparando para o casamento. – trochou um dos garotos das fileiras do fundo, conseguindo provocar um riso geral que por incrível que pareça não acordou Lucy que continuava ferrada dormindo.

– Ela apenas teve quebra de tenção professor. – disse uma das amigas de albina, espantando ainda mais o professor, afinal desde quando uma quebra de tenção dá direito a um semana em casa? Algo não batia certo, mas resolveu prosseguir com as explicações.

O resto da aula passou correndo ate por fim o toque soar apontando a tão esperada hora de seguir para o intervalo. Todos arrumaram seus matérias apressadamente ate apenas restar Lucy e o sensei na sala de aula. Assim que ela sentiu algo lhe tocando o ombro acordou assustada perguntando-se onde diabos se encontrava. “Ai tou ferrada”, pensou ao observar o professor na sua frente e a sala totalmente vazia. Não acreditava que realmente tinha dormido a aula inteira.

– Me desculpe. – disse envergonhada levantando-se de sua cadeira enquanto baixava a cabeça como forma de respeito. – Não vou voltar a repetir, eu...

– Lucy, você se esforça de mais, e isso está se refletindo nas aulas, tire uns dias de descanso, sem trabalho, sem escola, apenas fique por casa recuperando energias. – o professor interrompeu, não suportava vendo sua aluna preferida em estado de exaustão, tudo por culpa do senhor Heartfilia ser incapaz de a ajudar.

– Não posso faltar em época de provas, muito menos ao trabalho. – ela respondeu arrumando seu material dentro da bolsa.

– Sendo uma das melhores alunas do colégio, mesmo trabalhando em horário noturno e dormindo poucas horas, mesmo estando exausta, consegue se concentrar nas explicações e ainda retira excelentes notas nos exames. – continuou tentando convencer Lucy, tinha um carinho especial por ela. - Eu me responsabilizo por entregar seu caso ao diretor Makarov, ele com toda a certeza vai perceber e vai dispensá-la sem apontar faltas. Quanto ao trabalho se folgar seu patrão vai compreender.

– Eu agradeço sensei, mas eu preciso de trabalhar, tenho contas para pagar, o aluguel de minha casa, o patrão não é compreensível, se ele perceber que seus funcionários estão faltando, ou até mesmo desejam faltar por motivos pessoais, ele trata logo de arranjar substitutos para os colocar no nosso serviço. – Lucy respondeu terminando de arrumar seu livro na bolsa, enquanto se levantava de sua carteira.

– Se esse for o caso eu posso a ajudar com as despesas, ou até mesmo você ficar vivendo em minha casa, você precisa de pelo menos dois dias inteiros de descanso. – Não teve como Lucy não arregalar seus bonitos olhos ao que sensei havia proferido. Como assim pagar suas despesas? Ir viver com ele? Estava louco? No mínimo pagar um jantar, um almoço ou ajudar com problemas pessoais psicológicos, e mesmo assim seria estranho, agora pagar todas suas despesas e até mesmo pedir para ficar na sua casa, era uma decisão muito radical a se tomar.

– Obrigada pela oferta, mas de jeito nenhum a aceitarei. – respondeu direta. – Eu estou bem, e não vou voltar a adormecer, não precisa se preocupar, mais uma vez me desculpe. – disse saindo da sala as pressas com o intuito de procurar seu namorado, não haviam falado o dia todo, nem mesmo sendo colegas de sala conseguiam se comunicar, alem que ela havia adormecido provavelmente ele havia percebido seu descuido. Enquanto caminhava de encontro ao jovem de cabelos alaranjados, no corredor junto aos armários, Loke conversava animadamente com duas garotas de outra turma.

– Então fica combinado, na disco ás 23h, me passa seu numero boneca. – ele disse indo direto ao seu objetivo pronto para começar a digitar os números no celular.

– Você não é o namorado da garota loira que trabalha no Reemicks? Tem certeza que quer ficar no mesmo espaço que ela? – a ruiva perguntou, enquanto o garoto na sua frente arqueou as sobrancelhas não entendendo qual o problema da garota.

– E? – perguntou indiferente. – Isso a incomoda? – a loirinha estaria trabalhando, e ele tinha de se divertir de alguma forma, já que sua namorada não podia nada como arranjar novas companhias para a noite.

– Não de forma alguma. – a jovem de cabelos vermelhos respondeu esboçando um sorriso safado na direção do garoto, acabando por entregar seu numero.

Caminhou pelo extenso corredor solitária, observando todos os recantos, por fim encontrou o que queria, e como sempre nunca estava sozinho, sempre rodeado de suas famosas “amigas” no inicio nunca se importou com isso, ele apenas dava atenção em si, mas agora o sentia cada vez mais distante. Decidiu avançar para onde os três se encontravam de forma a entender a conversa tão interessante que ambos estavam discutindo.

– Parece que sua namorada chegou. – disse a acompanhante da ruiva reparando na loira atrás do alaranjado. Loke logo tomou a atenção de Lucy virando costas para as jovens que agora esperavam ansiosas para ver a loirinha em ação cheia de ciúmes.

– Estou interrompendo alguma coisa? – perguntou desconfiada, observando nitidamente as feições de seu namorado, definitivamente ele estava normal.

– Lucy, onde que você se meteu? – Loke não ligou ao que Lucy havia perguntado e decidiu mudar de assunto, e nada melhor que usar o inverso questionando a namorada.

– Estava na sala, você não viu? Eu adorme...

– Ainda bem que você chegou, vamos, precisamos conversar. – Nem ao menos deixou Heartfilia terminar. Rodeou com uma de suas mãos a cintura dela de forma a afastarem-se das duas jovens, e antes que ambos virassem a esquina, Loke desviou suas orbes cor de mel de forma a dar uma boa olhada para elas. “Me liga”, a ruiva sussurrou gesticulando.

O resto do caminho foi seguido em silêncio, Lucy não gostava de conversar com seu namorado em locais públicos rodeados de pessoas que poderiam escutar seus assuntos privados, então prosseguiram até chegarem em um local mais sossegado.

– Quem eram aquelas garotas com quem você estava conversando? – começou Lucy, não se recordava de alguma vez as ter visto conversando com Loke.

– Apenas umas amigas. – ele respondeu dando de ombros, enquanto se encostava na parede.

– Perdi a conta a quantidade de amigas que você arranja todos os dias. – falou irônica, revirando os olhos enquanto se colocava de frente para o garoto.

– Não vai começar com seus ataques de ciúme, pois não? Não tenho pachorra alguma para isso! – revidou irritado, detestava quando a loira revirava os olhos, e se punha com ironias e desconfianças.

– Se você pode ter amigas, porque embirra com a minha amizade com garotos? Eu apenas tenho um amigo, não o quero perder.

– Aquele panaca que me deu um soco? E minha namorada nem capaz de me defender foi, só porque era seu querido amigo e filho do patrão. Quero é mais que ele se foda, e....- Em meio aos gritos desviou sua atenção para o pescoço da loira reparando que ela havia deixado de trazer o seu típico lenço em volta de seu pescoço, agora tudo fazia sentido. Os lenços enrolados em seu pescoço sendo que antes nunca os usava. - Você só pode estar brincando comigo...

– ãhn? – disse confusa, não entendendo nada do que estava acontecendo.

– Quem fez isso no seu pescoço? – antes mesmo que Lucy pudesse responder, foi agarrada pelo braço com força.

– Calma, Loke..v.você..es..ta me magoando. – se queixou Lucy tentando retirar seu braço do forte aperto do namorado.

– VADIA!!! – berrou irritado, nunca admitiria que uma namorada sua o titula-se de corno. – Fica se pegando com homens no boate enquanto eu não estou é?

– Do que você está falando, eu não fiz nada! – seu braço doía, não entendia nada do que estava acontecendo, apenas queria que tudo parasse.

– E esse chupão ai vai me dizer o que? – perguntou abanando sua própria namorada mostrando seu descontentamento. – Foi o seu amiguinho Gray que o fez foi?

– Isso não é um chupão, é apenas uma marca por ter coçado muito então ficou vermelho. – tentou se desculpar, afinal não poderia contar a verdade, nem mesmo ela acreditava que havia sido mordida por um vampiro, não tinha como defender-se com uma história sem cabimento algum. Estava pronta para acalmar o nervosismo de seu namorado quando foi tomada por uma forte ardência no lado esquerdo de seu rosto, era percetível as marcas dos dedos de Loke em sua pele branca. Sem que tivesse ao menos tempo para virar seu rosto de novo para ele, foi projetada contra a parede, a força com que suas costas colidiram fez com que perdesse o equilíbrio escorregando ate seu corpo chocar com o solo.

– Calada, não quero ouvir mais mentiras, você é minha ouviu bem. – Loke agarrou no cabelo loiro da jovem a erguendo de novo a seu encontro. - Volte a fazer isso eu a mato. – assim que terminou seu aviso, soltou os cabelos de Lucy. Antes que alguém pudesse aparecer e presenciar a situação, se afastou da namorada caminhando apressadamente para longe do ressinto.

Estática de encontro a parede, era assim que se encontrava Lucy vendo seu namorado se afastando. Tremia violentamente, nada daquilo parecia fazer sentido, deixou que uma lágrima solitário escorresse por seu rosto seguindo-se de outras, quando deu por si seu rosto já se encontrava coberto. Nem sentiu a presença de um garoto se aproximando de seu corpo.

– Você está bem? – perguntou reparando em Lucy encolhida na parede escondendo seu rosto que claramente estava coberto de lágrimas.

– S..Sim, es..está tudo bem. – gaguejou tentando esconder sua feição enquanto pegava em sua bolsa, não queria que ninguém a visse naquele estado, avançou rapidamente para longe do local, precisava sair o mais depressa da escola. Não tinha como regressar para as aulas naquele estado, o melhor seria ir para casa. Escondeu-se no banheiro aguardando que tocasse para a entrada, assim que isso sucedeu correu em direção aos portões de saída.

Chegou em casa exausta atirando-se para cima da cama, ia aproveitar o tempo que ainda lhe restava para dormir, não se importou com a dor no braço, estava cansada de mais para pensar em colocar gelo. As horas passaram correndo, e mais uma vez o despertador soou em seus ouvidos a fazendo se levantar no horário habitual “21:30”. Se apressou a arrumar-se para mais um dia de trabalho, passou base nos locais arroxeados, pegou uma peça de fruta e foi comendo pelo caminho. Em seu celular marcava 3 chamadas não atendidas de seu namorado e duas mensagens, a primeira era de Loke lamentando por o que havia causado, e a segunda era do Gray avisando para não ir trabalhar que ele dava um jeito de seu pai não saber, mas como sempre Lucy não ligava e acabava sempre por aparecer no local de trabalho. Em meio ao percurso uma rajada forte atravessou seu corpo a fazendo retroceder dois paços, junto com o vento seguia algo que seus ouvidos conseguiram captar em frações de segundos.

“Vou mostrar os prazeres de cair no inferno”, aquela voz de novo....estava enlouquecendo, todos os dias, a toda a hora escutava a mesma voz do garoto de cabelos rosados. Apressou o passo tentando chegar o mais depressa possível a zona de população, precisava se sentir rodeada de pessoas, não queria ficar sozinha, não queria voltar a vê-lo.

Nas ruas movimentadas, um jovem de incríveis olhos azuis e cabelo loiro caminhava acompanhado por seu amigo de cabelos negros, desligado de tudo o que acontecia no seu redor.

– Magnólia mudou muito desde 1856, agora está coberta de prédios e edifícios luxuosos. – lembrava-se nitidamente de seu passado, de sua terra, de sua família, de seus momentos felizes, de seus momentos maus, de...Natsu. Como queria esquecer tudo, mandar seu passado para trás, desligar sua humanidade, mas se isso o fizesse esquecer de sua glória quando finalmente conseguiu arrancar a cabeça da víbora..ah não, então preferia continuar se lembrando de tudo.

– Não estava achando que sua cabana de a mais de 100 anos atrás estivesse intacta, e muito menos que seus amigos estivessem presentes de bengala o esperando. – começou Rufus troçando o amigo, não entendia os motivos dele ansiar voltar aquela cidade, haveria sítios muito mais interessantes para ir. – Devíamos seguir para um clube, minha garganta esta começando a ficar seca.– desviou sua atenção para a bela jovem loira que cruzou apressada do seu lado. Não reparou na feição, apenas o corpo bastava, o aroma que provinha do sangue dela estava o excitando, mas não era de todo o momento certo para se alimentar, estavam rodeados de população precisavam ir para locais fechados e escuros. Sting embrulhado em suas memórias nem ao menos reparou nas pessoas que se cruzavam com eles.

– Você não entende...- o loiro suspirou como resposta ao que o amigo havia proferido, Rufus nunca perceberia os fortes motivos de querer voltar, de todo o passado que havia vivido naquele lugar. Também não tinha intenções de revelar nada a ninguém.

– Então me explique, o que tem de tão especial essa cidade, seus pais estão mortos, você já não tem família, você já não tem abrigo. – disse Rufus confuso observando o rosto do amigo que continuava pensativo. – Não a nada que o prenda aqui, e você nunca me quis contar como foi transformado...

Aquelas perguntas, como doía ouvir tudo o que saia da boca do moreno. Seu coração apertava se lembrando do que havia acontecido com seus pais, como havia sido transformado, como seu propósito, seu único objetivo de vida havia sido matar aquela mulher, como perdeu seu melhor amigo, como sua vida havia virado uma merda. E ali estava ele no local de onde tudo havia começado. As lembranças surgiam em sua mente como flash backs recordando-se do momento em que percebeu que Natsu não era mais o garoto que havia titulado como seu irmão.


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Notas finais do capítulo

O proximo é no passado, na perspectiva de Sting para saber como ele foi se envolver nessa embrulhada toda.
Tadinha da Lucy :( estou com pena dela, sofre tanto.
Merecemos comentários? Beijinhos