End Love escrita por Akane


Capítulo 1
01: O traficante


Notas iniciais do capítulo

Então... Cá estamos com a minha segunda fanfic RenBya. Ai, que nervoso. lhfklçdhfdl

End Love é a minha música. Na primeira vez que eu a ouvi, senti como se a minha vida toda estivesse sendo retratada nela. É uma canção muito importante pra mim, e antes mesmo de fazer um enredo para Apatia, eu já pensava em escrever algo baseado em End Love. A letra se encaixa perfeitamente com o Byakuya. E eu fico muito feliz em poder escrever algo que tem uma ligação direta comigo. Irei dar tudo de mim, quero desta vez tentar atingir a perfeição, ou algum estágio perto dela. Não me perdoaria caso não conseguisse escrever algo com tanto significado e que saísse ruim.

Essa fanfic será bem mais light do que Apatia. Por ser universo alternativo, provavelmente será mais extensa do que a primeira citada. Espero que não desistam de mim, da fanfic e...Só. ;^; Leitores fantasmas, já vou cobrar os reviews, hein. QQ *apanha*

Sim, eu sou insegura. Mas RenBya absorve quase todo o tipo de insegurança que eu tenho. Como não amar esse casal?

Espero que gostem. ♥

[repostado dia 25/04/2015]



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No one's gonna find you.

Prólogo.

Olhou para a fotografia dentro de uma caixa com seu respectivo cadeado, escancarado no chão. Lágrimas tentaram aparecer, mas... Nada. Não conseguia. Ao mesmo tempo em que não poderia se dar ao luxo de fazer isso. Não tinha motivos para começar a se lamentar do que ele não poderia ter mais. Talvez fosse até melhor. O lugar onde sua esposa estava seria completamente melhor do que ao lado dele.

Quanta autoestima.

Guardou a caixa e a trancou. Deu uma ligeira olhada para o sol, que brilhava intensamente pelos espaços da persiana. Ele não via os raios de luz de forma decente há alguns dias.

Perguntou-se como não morreu até o presente momento. Estava tão branco quanto neve. Seus ossos ganharam mais destaque, por não comer direito. As clavículas, que ela achava tão belas de início, acabaram ficando proeminentes sobre a pele lívida. Alguns comprimidos e remédios fortes denunciavam tentativas de suicídio. Era tão indigno assim? Não merecia nem a morte, para viver ao lado de sua amada Hisana? Talvez sua hora ainda não tivesse chegado.

Rasgou as cartas de suicídio. Quem as leria caso ele inventasse de deixar esse mundo?


Kuchiki Byakuya. Rico, bonito, talentoso. Herdou a herança de sua família e virou um empresário de sucesso. Tinha um único ponto fraco, a ex-esposa, atualmente finada. Entrou em uma profunda depressão há alguns meses devido a sua morte; não conseguia a aceitar. Com a ajuda de sua irmã Rukia, conseguiu se livrar de tudo que o quase levou a virar apenas mais um corpo queimado pós-morte. A garota conseguiu fazer com que Byakuya frequentasse psicólogos, terapeutas, tudo o que fosse suficiente para tirar o irmão de seus devaneios. O belo Kuchiki nunca pensou que chegaria naquele ponto. Por que a vida fez aquilo com ele? Praticamente deu a vida por Hisana, tiveram planos e planos... Planos destruídos por uma doença. Que todo o dinheiro existente no mundo não poderia a curar. Era meio absurdo o jeito que o amor lhe pregou tal peça. A amava tanto. E estando tão cego de amor, logo acabou refletindo suas ações no trabalho e em qualquer aspecto que fosse vir a aparecer em sua vida. O líder do “grande império” acabou criando cicatrizes físicas e psicológicas, além de estar ingerindo todo o tipo de remédio possível para dar fim a sua vida miserável.

E hoje fazia exatamente um ano com a morte de Hisana. O Kuchiki iria visita-la após seu expediente. Talvez ela pudesse lhe ajudar de alguma forma.

Quem você quer enganar, Byakuya?

Deixou o carro no estacionamento mais próximo. E adentrou o cemitério. O cenário costumeiramente fúnebre e melancólico apresentava arborização e flores coloridas até demais, afinal, era primavera. A atmosfera o deixava até bem. Saber que ele não era o único sofrendo por alguém o apaziguava. Egoísta. Mas com seus motivos.

— Hisana... Ah Hisana. — Byakuya pegou um buquê de rosas brancas e colocou sobre o túmulo. Sentou na grama suja, sem se importar. — Por que você foi embora? — Suspirou. Olhou a foto de Hisana no túmulo e mordeu os lábios. — Sabe, hoje faz um ano que você morreu. E é a primeira vez que venho te visitar. Eu deveria ser punido pela demora? Se bem que você falaria que está tudo bem e nunca iria reclamar. Se você tiver ouvido minhas orações, sabe que eu estava sem rumo. Apenas queria morrer e poder viver contigo. Ou então, pagar pelo maior pecado da minha vida, e te perder realmente para sempre. É tão estranho... Eu sinto sua falta. Demais até. Mas graças a Rukia, eu pude tentar normalizar minha vida. Você foi como uma mãe para ela e eu sou eternamente agradecido por isso e outras coisas. Acho que se você visse alguém fazendo o que eu fiz, provavelmente iria falar para a pessoa parar. Que tudo daria certo. Que tudo se normalizaria. Mas eu ando tão infeliz... Eu espero que um dia, você não se decepcione mais comigo. E espero que esse dia não demore. Eu te amo. — Byakuya suspirou novamente. Estava falando sozinho, e se sentia idiota. Mas de alguma forma, se sentia bem. Deveria ter ido visitar Hisana mais vezes. Mesmo estando morta, ela lhe fazia bem de todas as maneiras.

Sim, alguém que faz você quase morrer é a melhor pessoa do mundo.

Um flashback passou pela cabeça de Byakuya. Uma de suas cicatrizes latejou. Subiu a manga da camisa impecavelmente branca e visualizou um corte. Talvez o corte que mais o fez perder sangue em toda sua vida. Uma gilete, uma veia próxima. Não era errado, certo? A única coisa que Byakuya conseguia lembrar era um leito de hospital. Rukia chorando ao seu lado e seu braço enfaixado. Passou horas sem consciência. Viu sua vida passar pelos seus olhos, sentiu a Morte sussurrar seu nome. Mas a Morte o fez esperar novamente. Realmente, era sua hora? Byakuya estava cansado de querer morrer e não conseguir. Mas Rukia conseguiu o ajudar. Nunca foi tão grato a alguém como a foi a irmã. Porém não sentia a necessidade de demonstrar. Se não fosse por ela, Byakuya talvez nem pudesse pensar em morrer. Já teria dado fim a sua vida drástica há tempos.

Uma lágrima desceu por seu rosto. A única, também. Nesses meses de reabilitação, criou uma barreira praticamente indestrutível de orgulho. Coisa que sempre existiu. Mas não daquele jeito tão absurdo.

— Você está bem? — Byakuya tremeu com uma mão quente sobre seu ombro. Ergueu seu rosto, fazendo com que seus olhos acinzentados visualizassem uma figura interessante. Um cabelo ruivo e grande, tatuagens, uma roupa desleixada. Num cemitério, lhe perguntando se Kuchiki Byakuya estava bem.

Super bem, cara. Você nem imagina.

— Tire sua mão de mim. — Byakuya deu um tapa na mão do pobre moço. — Você por acaso não sabe quem sou eu, infame?

— Eu só perguntei se você está bem. Poderia ter respondido sim ou não. Não precisava disso. — Depois daquela, Byakuya olhou para o excêntrico rosto do ruivo com uma ponta de raiva. O desconhecido começou a rir.

— Eu estou em um cemitério. Como você acha que eu estou bem? — A arrogância tomou conta de sua voz. Nada muito incomum.

— Bom, é verdade... Desculpe. — Com um sorriso disparado e falso, o homem desconhecido se sentou ao lado de Byakuya. O último encarava a situação com nojo. Ele tinha uma cara de drogado, traficante. Talvez estivesse com uma arma, o chantagearia e voilá! Morreria e iria ficar com Hisana para sempre. Então decidiu ver até onde a situação iria. — É que eu vi você chorando, talvez eu pudesse conversar contigo.

Pegou no ponto fraco, hein.

— Eu não estava chorando.

— Seus olhos denunciam o choro, tio. Enfim, meu nome é Renji, Abarai Renji. — O ruivo estendeu a mão para Byakuya, querendo o cumprimentar. Byakuya recusou.

“Tio.”

— Eu deveria te cumprimentar?

— Por educação, sim.

— Você sequer sabe meu nome.

— Todo mundo sabe que você é Kuchiki Byakuya, pra que esconder isso? É óbvio. — Byakuya olhou impaciente para o ruivo. É. Não tinha outras opções. Ignorar uma pessoa naquela hora tão delicada não seria algo que Hisana aprovaria lá em cima. — Enfim. O que você veio fazer aqui? É primavera... Não é um dia indicado pra ir a cemitérios, olha o dia bonito que tá e você aí.

Que cara folgado.

— Não pedi sua opinião. Vim aqui apenas visitar a minha esposa.

— Lamento por ela, deve ter sido uma boa moça. — Renji parou por um instante e olhou o nome grifado na lápide, “Kuchiki Hisana”. Mediu Byakuya do cabelo aos pés, e a única coisa que conseguia pensar era que a roupa era de marca e valia alguns salários dele. Renji soltou uma risadinha e Byakuya olhou com certa exaltação para o ruivo. Não era o momento mais adequado pra rir. Nem um pouco.

— Não entendi a risada.

— Então... Eu até que queria conversar mais com você, Byaku...

— Kuchiki-san para você. E não estamos conversando. — Byakuya o cortou com um rosto sério. Ruivo abusado. Mal conhecia o homem e já vinha com intimidades.

— Não importa. Você respira como todo mundo e tem algum parente que morreu como todo mundo. Não vou te dar o luxo de te chamar com mais respeito só porque você é mais rico do que qualquer esqueleto aqui. Aqui nesse cemitério, você é só mais um.

Ui.

— Se quiser me cortar, vai ter que se esforçar mais. — Renji falou com um tom sério, fazendo Byakuya se sentir ligeiramente intimidado. Ruivo abusado era pouco. Abusado e sem educação. Byakuya tentou se pronunciar, mas... Não. As palavras não saíram depois disso. — Deixe-me continuar. Eu sou um psicólogo, mesmo que você tenha me julgado por minha aparência excêntrica. Te garanto que meus preços são bem menos abusivos do que qualquer psicólogo que você já possa ter ido.

— Eu não preciso disso. — Byakuya pegou o cartão e o jogou na grama do cemitério, o sujando. — Para que eu iria pagar alguém que eu sequer conheço? — As alfinetadas entre os dois não paravam.

— Quer saber então? Pode passar no meu escritório por uma hora, de graça. Vou te dar um tratamento especial.

Sugestivo.

— Já falei que não preciso disso.

— Não precisa... Sei. — Renji pegou o cartão sujo na grama. O limpou com sua camisa xadrez, e o entregou de novo para Byakuya. — Tome. Espero que dessa vez você não jogue fora. Vou aguardar uma resposta sua em no máximo dois dias. Se você não quiser ir, quem vai jogar dinheiro fora não serei eu. Tchau. — O ruivo fez uma leve reverência para Byakuya e se retirou da vista do último. O Kuchiki encarava o cartão com desdém e irritação. “Abarai Renji — Psicólogo. Resolvendo seus problemas interiores.” E que desgraça de slogan era aquele? Era um macumbeiro, por acaso? Viu o número do escritório, o endereço e suspirou. Guardou no bolso da calça. Não que fosse ir, mas vai saber.

— Hisana, me perdoe. Eu prometo que virei falar com você de forma decente depois. — Despediu-se da mulher e internamente, jogou lástimas aos céus por ter tido um primeiro “encontro” tão conturbado. Saiu do cemitério, pegou seu carro e foi para casa. Um banho quente iria resolver seus problemas, ao contrário de um suposto psicólogo com cara de traficante.

Ou não.

Mas que Byakuya ficou curioso, ah, ele ficou.


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Notas finais do capítulo

{05.12.2013} Mereço reviews? *capota*