Dean acordou. Ainda estava meio tonto e sua visão embaçada, voltando aos poucos. Tentou se mexer, porém não pôde. Dean estava amarrado em uma cadeira de um jeito que impedia o movimento de seus braços e pernas. Quando sua visão ficou 100%, olhou em volta, mas o lugar era escuro. Não tinha muito para ver.

Uma luz se acendeu fazendo os olhos do loiro se irritar. Quando suas pupilas se acostumaram, Dean viu aquele mesmo homem que o nocauteou bem a sua frente.

— Finalmente a Bela Adormecida acordou. — o tal demônio disse com um sorriso maldoso no rosto.

— É... E você nem precisou me beijar! — Dean respondeu dando uma piscadinha igualmente maldosa.

— Sempre sarcástico não é mesmo? Dean, Dean... Você deveria parar com isso. — o demônio andava de um lado para o outro com uma espada angelical em suas mãos.

— E quem vai me impedir? Não sei se você percebeu, mas eu não tenho medo de você e nem da sua raça nojenta.

A coisa de olhos negros não pensou duas vezes e deu logo um gancho de direita em Dean, fazendo estes cair junto com a cadeira.

— Quem é você e o que você quer? — Dean perguntou com raiva em sua voz rouca e baixa tentando se levantar com cadeira.

— Quem eu sou não é importante. O que eu quero... Quem sabe a paz mundial?

O demônio deu uma gargalhada horrível e sombria. Em seguida puxou a cadeira de volta para a posição inicial.

— Meu caro Dean. Você não entende que de você não quero nada? Além das suas tripas espalhada pelo chão, é claro.

— Desculpe minha ignorância... — Dean cuspiu um pouco de sangue e continuou — ...mas o que você quer comigo, ou com aquela pobre família?

— “Pobre família”? — a coisa rodeava a cadeira enquanto falava — Bem, aquela “pobre família” não tem nada a ver com TUDO isso. Só que precisávamos chamar a atenção dos Winchesters.

— O quê? — naquele momento várias coisas passaram pela mente de Dean e a principal delas era: “Onde Sam está?”

— Nossa. Como você é lerdo. — o demônio parou de frente para Dean — Não sei se você percebeu, mas os anjos caíram. Eles estão na Terra e isso é realmente muito perigoso para nós. Porém eles não estão tão fortes e essa é a nossa chance. A chance de tomar o mundo e vê-lo desmoronar em dor e desgraça, só por diversão. Vamos fazer isso junto a nossa rainha Abaddon, mas para isso acontecer, você e o seu irmãozinho precisam estar fora do nosso caminho.

— Olha, já que você está agindo como um bom vilão e me contando a história toda, por que não me explica onde Sandy e Rebbie entram nisso tudo?

— Bem, vocês são os Winchesters, certo? Sempre preocupados com a família e com o que ela significa. Só foi preciso seqüestrar alguém que conhecia John. E então o destino trouxe vocês aqui, para esse velho galpão dos Garcías.

Dean ficava mais nervoso a cada segundo. Não conseguia acreditar no que havia acabado de ouvir e nem como não percebera o que estava acontecendo.

— Afinal de contas, por que está me contando isso tudo?

— A minha ordem é de matá-lo. Mas eu gosto de ser mau e torturar as pessoas, principalmente quando elas estão sofrendo por seus entes queridos.

Quando ele terminou de falar, quatro capangas levaram as duas irmãs e Sam a frente de Dean e os jogaram no chão. Os três estavam com as mãos e os pés amarrados e fitas adesivas tampando suas bocas. Feridas tomavam conta do rosto de Sam e a mais nova do grupo tinha lágrimas escorrendo pelas bochechas.

O demônio sorria observando o semblante de raiva e desespero de Dean. Aproximou-se de Sam e lhe deu um chute no estômago, fazendo este se contorcer e Dean gritar pelo irmão. A coisa voltou-se para os capangas:

— Vocês podem ir, eu assumo daqui.

Os quatro homens se retiraram do local.

O demônio se agachou ao lado de Rebbie, passou as costas da mão direita no rosto da garota e encarou Dean.

— Prepare-se. A festa só está começando!

Continua...