The Beautiful People escrita por Plague Doctor


Capítulo 1
The Beauty


Notas iniciais do capítulo

Dedico este conto de Halloween ao meu corvo.



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The worms will live in every host

It's hard to tell which one ate the most

The horrible people, the horrible people

It's all anatomic as the size of your steeple.¹

Sou inclinado para causar o pranto. Anfitrião para enfiar a unha no vosso cancro. Para a língua quero a chaga, e reverencio-o para lhe mostrar...

Que nem um male se acaba.

Olhar pela janela causava-me tédio e o tédio moia minhas pálpebras. Vislumbrei o metabolismo interrompido em minha mão e movi o copo acompanhando o degradar do gelo.

–Onde foi parar meu cutelo? – resmunguei bebericando o whisky, em um súbito mau humor miraculoso, retirando-me da falsa letargia de vadiagem.

Sem resposta, voltei-me por fim ao antro dos meus serviços vasculhando o local. Olhei sem dar importância às lâminas de gumes diferenciados sobre a mesa e caminhei alguns passos chacoalhando o copo.

–Ora ora... Acho que o encontrei. – Contornei a cadeira ocupada pelo corpo pálido e nu, uma boneca semi-viva arfando com surreal letargia e crua agonia! Satisfeito em verificar que o cutelo jazia a salvo, o desenterrei da coxa esquerda de meu parente. –Você me ajudou a encontrá-lo. – comentei em tom de incentivo a despeito do horror na face jovial perfurada. Acalentei o rasgo no maxilar alheio com a unha, chafurdando a ferida com precisão, o fiz gritar.

Acompanhei a síntese da boca seca tentar abrir-se contra a fita e ir perdendo o resto da cor, rachando nas extremidades. Encantado com tamanho desgraçar, segurei a fita pela extremidade e a arranquei.

–AHHHHHHHH!!!! SOCORRO!!!!!

Limpei com divertimento o cutelo em meu avental magarefe e gargalhei com a gritaria.

–Você é mesmo uma aberração. Já posso começar a te serrar no meio, sobrinha? –indaguei casual ao apontar o facão para os cabelos lisos e escuros. Desfiz a feição de ânimo pelo sedento desprezo ao apertar-lhe o maxilar com força, exalando superioridade no precípuo encarar.

Hoppe hoppe Reiter

und kein Engel steigt herab.²

Minha visão desceu fatídica em um amoroso estragar, devorando óptico a carne pálida sobre a minha. Contemplei o sangue manchando a alvura das coxas pequenas e do lençol. Cerebral saboreei o ranger das cordas vocais gastas pela dor, mastigando o cheiro ébrio e canibal.

Treze era seu número favorito e o número de vezes que havia sodomizado meu sobrinho.

Lambo os lábios.

Mhmmm...

Sou pedófilo e também lhe comi o periósteo.

–Feliz aniversário. –rosnei em seu ouvido e obtive um lamuriar em resposta. As unhas pequenas e compridas o bastante para arranhar fincaram-se em meus ombros e ali o mantive, preso em meus escombros.

Como qualquer ser desenvolvi-me do tropismo. O calor do inferno foi o que formulou o meu espólio sob a crosta da lava. Agarrei o húmus respirando carbono e exalando a praga.

Estava vivo.

Nenhuma deformação na quimiotaxia do meu cérebro impediu-me de comer a carne de cenobitas parentes, mal postos: encostos devorados em um arroubo doudo!!!

Olhei para a os tecidos retirados dos restos de corpos no chão, estratificadamente esticados. Levei a atenção para o crânio cortado em minha mão, gotejando exorcizado da vida, vidrado em dor com a espinha pendendo arrancada.

Há um plenilúnio que abençoa o bacante com sua boca meretrícia, o verme em sua perícia saudando a morte. Brindou comigo enquanto ouvi passos do outro morador. Segurei o presente nas falanges direitas e aproximei-me sorrateiro ao ver o parente.

Apaixonado em malsão estrago, demente completamente ansiei para devorá-lo em um beijo mordaz.

Fui recebido com um sorriso singelo, comungando a simbiose do pensamento imóvel perfurei-o tenebroso em profundo cavalheirismo dentro do avental em desmazelo sangrento.

O bruto é o belo. Porque proveio do flagelo. A perfeição comi do olhar vitoriano consangüíneo e sorri-lhe pestilento.

–Madara. –proferiu olhando-me constante.

E o belo é o bruto. Porque não há nada de mal em ser um franco corrupto.

Escancarei a dentição e segurando fios espetados e verdadeiros do crânio, mostrei na luz noturna, a cabeça de seu irmão menor.

–Feliz Halloween, Itachi.

We, the beautiful people.

¹: Os vermes viverão em cada hospedeiro

É difícil dizer qual eles comerão mais

As pessoas horríveis, as pessoas horríveis

É tão anatômico quanto o tamanho do seu pau.

(Marilyn Manson)

²: Upa upa cavalinho

E nenhum anjo desce à Terra.

(Rammstein)


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Notas finais do capítulo

As edições de texto no Nyah não me habilitaram a espaçar os parágrafos como eu queria e originalmente estão espaçados. Parabéns Nyah.