Céu Selvagem escrita por Ariadene Caillot


Capítulo 9
O amor por detrás da amizade?


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas escrevi e já comecei o próximo capitulo *_* Adorei escrever a parte sobre o baile. Fiz essa parte de madrugada quando estava escutando a Música Dearest que faz parte de uma ED de InuYasha e me veio a cena deles dançando na minha mente uashuah
Espero que gostem ^^



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Haviam muitas perguntas ao destino de ambos jovens. A surpresa foi muito grande, fazia muito tempo que aquela moça e rapaz não ficavam sozinhos, sem seus escudos humanos, ou seja, seus amigos. Agora teriam que enfrentar ou fugirem? Um das escolhas poderia acabar com a amizade que restava.

Haru queria fugir. Ela não conseguia ter forças para enfrentar duas pessoas no mesmo dia. Seus pés já estavam virados para correr, seus olhos já começaram arder, mas por sorte, as lágrimas não decidiram vir. Sua respiração estava frenética.

Tsuna queria enfrentar. Ele já ia de encontro a ela e tentando deixa-la calma. Queria que ela entende-se que não era uma ameaça, não iria machuca-la ou do gênero. O carinho de amigos que sentia por Haru era grande e não queria perde-la.

Ele segurou os braços dela, a ajudou a levantar e em seguida a abraçou sem pensar. Tentou acalma-la com suas palavras e aos poucos Tsuna percebeu a respiração dela voltar ao normal. Minutos depois ela estava tranquila, pelo menos é o que parecia.

–Quanto tempo Haru-chan. Como você está indo?

–Hum... bem...

–Tinha saído com a Kyoko-chan?

–Sim...

–Reataram a amizade?

–Sim...

–Eu acho que também precisamos conversar! Mas, você parece que estava fugindo de mim.

–Haru apenas se afastou um pouco.

–Err...a alguma chance de voltarmos a ser amigos um dia?

–Sim, Haru só não sabe quando.

–Na verdade para mim, nossa amizade não acabou. Mas... eu não pensei que o namoro iria nos separar.

–Haru... – ela engole em seco - viu vocês se beijando no acampamento.

Tsuna é tomado pelo espanto.

–Haru e Gokudera-kun estavam levando as caixas de primeiros socorros para Tsuna-kun, à porta estava entreaberta e então...

–Gokudera-kun também viu?

–Sim.

–Então é por isso que ele e você ficaram tão próximos de repente.

–Sim. Quando Haru viu, Haru começou a chorar e ele consolou a Haru. E desde lá ele ficou ao lado da Haru. Ele realmente se tornou um amigo especial. – ela sorria.

Tsuna ficava surpresa com cada detalhe que ouvia. Nunca imaginou que Gokudera chegaria a tal ponto de fazer Haru sorrir ao falar dele. Concluiu que ela estaria arrasada sem ele por perto e ficou admirado com o seu amigo.

–“ Ele tem um bom coração afinal.” – pensava Tsuna -Haru... – Tsuna tomou as mãos delas nas suas. – Eu quero que você seja feliz, ouviu? Eu não sou, de longe, um bom motivo para você estar sofrendo. Você é esperta, ágil, criativa, ache alguém que valorize isso em você. Por favor! Eu não aguento ver uma amiga triste, ainda mais sabendo que não posso fazer nada. – ele larga das mãos dela. – Se eu pudesse...Eu sou um lixo por fazer você sofrer.

–Tsuna-kun não é um lixo!!! Nem sempre os sentimentos são correspondidos.

–Sim eu sou! Não soube dar valor para suas qualidades. Mas como disse, infelizmente não sinto o mesmo, acabei gostando de outra pessoa. Prometa-me que vai ser feliz. – Tsuna ergue o seu dedinho, Haru sorri e entrelaça o dela- E se algum cara te fazer algum mal, ele vai se ver comigo! – Brincava Tsuna e a garota ria.

–Obrigada!- ela o abraça. – Haru precisa ir.

–Eu também! Então até mais!

–Até! – E ambos saem sorridentes.

Haru caminhava feliz e pulando a caminho de casa. Aquele dia o destino tinha sido bondoso para ela. Sentia-se tão aliviada de ter conversado com o Tsuna, analisou que talvez precisa-se ouvir as palavras dele. Ela imaginava uma série de situações e as diversas reações do Tsuna sobre a situação, ainda bem que a realidade foi doce e não severa como em suas imaginações.

O celular toca e ela atende praticamente cantando.

–Ei mulher estúpida, você está bêbada?

–Não, Haru só está muito feliz!!!!

–Cara, você é louca mesmo.

–Uma louca feliz!

–Seguinte, vai estar livre na sexta feira à noite?

–Sim, sim!

–Então, o maníaco do beisebol nos convidou para um casamento.

–Hahi! Haru adora casamentos!!!

–É, eu sei. Quer ir comigo?

–Claro! Mas Gokudera-kun vai usar uma roupa decente pelo menos né? Não vai vestido como um delinquente.

–Eu vou de terno sua idiota!

–E prenda o cabelo. Vai ficar bonito!- seus olhos brilhavam enquanto imaginava.

–Você não manda em mim!

Ela ria - Gokudera-kun você está livre? Haru precisa contar o que aconteceu hoje.

–O motivo da sua felicidade?

–Exatamente!

Kyoko esperava impaciente pelo Tsuna, ele já estava vinte minutos atrasado. Ligou para o seu celular, mas o bobinho esqueceu em casa. Começou a ficar preocupada quando Reborn avisou que ele tinha saído faz muito tempo. Logo o avistou em passos largos e respiração ofegante.

–Kyoko-chan me desculpe.- falava enquanto tentava pegar folego- Tive um imprevisto.

–Tsuna-kun, eu estava preocupada!

–No caminho para cá, topei com a Haru-chan!

–A Haru-chan!?

–Ela ficou muito nervosa em me ver e tive que acalma-la. - ele se encosta no muro- Aproveitei conversar com ela, como me aconselhou.

–E como foi?

–Bem, eu acho que finalmente ajeitamos essa história.

–Sem mais complicações agora?

–Sim! Ah Kyoko-chan, amanhã não poderei sair com você. Surgiram assuntos da Vongola para resolver.

–Que assuntos?

–Vamos atrás do Mukuro.

–Para?

–Quanto menos saber melhor Kyoko...- sua mão vibra e ele se assusta, segurando a mão rapidamente. –“Mas ela já ativou hoje!”

–Tsuna o que está acontecendo? Algo errado na sua mão?

–Na minha mão!? Nada!

–Por que você está segurando ela?

O rapaz não havia notado e assim colocou as mãos no bolso.

–Me deixe ver sua mão!

–Não é nada Kyoko-chan. Vamos indo?

–Não vamos a nenhum lugar se não me mostrar sua mão!

–Não tem nada nela.

–Qual o problema de mostrar então?

– Por que? Se não tem nada.

Kyoko-chan puxa mão dele com força e vê o sinal azul.

–O que é isso?

–Eu não sei!

–Por isso vai atrás de Mukuro?

–Sim!

–Mas ela dói?

–Na verdade... suga a minha... energia.

–Quanto tempo isso está acontecendo? – ela larga a mão dele assustada.

–Mais ou menos três dias. Mantenha segredo.

–Sem problemas. Mas resolva isso, fiquei preocupada! – ela o abraça com força.

–Por isso não queria contar. Mas... vamos nos divertir. E para isso que estamos aqui.

–Então é aqui que você mora!- comentava Yamamoto.

–Sim, é um lugar especialmente para estudantes estrangeiros. Vamos entrar?

–Não tem problema?

–Claro que não seu bobinho. Vamos!

Era um apartamento e como Yamamoto pensou, bem feminino e fofo. Patrícia usou e abusou das cores rosa, branco e lilás. Na sala e em seu quarto tinha bichinhos de pelúcia. Também chamou a atenção os vários quadros de fotos espalhados pelas paredes e estantes. Yamamoto achou engraçado, pois todos das fotos eram loiros supondo que eram de sua família.

Após Patrícia mostrar a casa inteira, pediu para que o rapaz espera-se na sala enquanto ela fazia o jantar. Logo voltou e ficou junto a ele.

–O que você está fazendo?

–Algo que gosto muito e estou fazendo para você experimentar. Todo o mundo pode comer este prato, mas nunca vai ser original como do meu país. É igual aos pratos japoneses que são vendidos pelo mundo.

–Hehehe, eu nunca comi os pratos típicos do Japão fora daqui.

–Ia notar uma diferença gigantesca. Ia entender meu sofrimento.

–Você mora sozinha aqui então?

–Sim, e é difícil para mim. Minha família é enorme e todos são muito próximos.

–Então, por que veio ao Japão?

–Experiência e para treinar o japonês. Eu tinha um professor que veio daqui.

–Por que isso você conseguiu o sotaque japonês?

–Sim, apesar de estar misturado com o meu sotaque original. – Patrícia ria.

–Você tinha mais sotaque quando chegou. Agora consigo entender você claramente. - ambos riam.

–Ops, nosso jantar!- sai ela correndo para a cozinha.

Patrícia havia preparado uma bela macarronada, com direito a muitos temperos que Yamamoto não conhecia. Para beber, trouxe uma garrafa, que o rapaz achou que era vinho, mas era suco de uva. A moça comentou que seria bem difícil para arranjar uma por ser menor de idade, mas o suco já servia.

Yamamoto achou diferente, mas delicioso. Ela lhe ensinou como usar a colher para enrolar o macarrão no garfo, coisa que ele pegou facilmente. Conversavam sobre a Itália, Japão, família, dificuldades, entre outras.

Perderam a noção do tempo e o rapaz acabou indo embora quase meia-noite. A moça havia adorado ter a sua companhia, não havia sentindo-se solitária como nos outros dias e o agradeceu. Ele foi embora com um sorriso no rosto, e concluiu que aquele dia havia sido maravilhoso.

No dia seguinte, Gokudera, Yamamoto e Ryohei foram à casa de Tsuna, a pedidos de Reborn. O clima no quarto do garoto estava pesado e preocupante, deixando os três perdidos do que estava havendo. Foi então que Reborn e Tsuna começaram a contar.

–Décimo, por que não contou antes?

–Não queria preocupa-los.

–Mas eu sou o seu braço direito, eu preciso lhe ajudar de todas as formas possíveis.

–Se acalme Gokudera-kun. Tsuna, o que podemos fazer? – indagava Yamamoto.

–Ir até Mukuro-sama.

–O que!? Reborn não podemos confiar nele.

–Ele é o único que pode nos ajudar por enquanto Gokudera. É por isso que estão aqui, para proteger Tsuna.- esclarece Reborn.

–Décimo, não vou deixar nada acontecer com você.

–Vamos te proteger ao extremo!!!

–Hahaha, com certeza.

–Obrigado pessoal.

–Quando partimos décimo?

–Agora mesmo! Vamos para Kokuyo Land.

Toda vez que visitava o lugar, Tsuna não conseguia deixar de lembrar que aquele local o sua primeira batalha com os outros Vongolas. O lugar estava da mesma forma: Sujo, sombrio e abandonado. Pensaram por momentos que eles não estavam lá, até Ken dar boas vindas a eles usando o poder de fera, mas foi impedido por Chikusa como sempre. Com muito custo e enrolação, conseguiram convencer ambos a mostrar onde Mukuro estava.

O homem de cabelo de abacaxi estava em seu trono, muito exaltado com Fran, o garoto pelo jeito não estava obedecendo alguma instrução sua. Fran apenas ficava comendo um pacote de fritas e viajando no mundo da lua.

Os garotos Vongolas estavam pasmos, tirando Yamamoto que ria da situação. De fato, era divertido ver Mukuro naquele estado. Mas voltou a compostura instantemente quando percebeu a presença deles na sala.

–Garoto Vongola, o que lhe traz aqui?- dizia acompanhada de sua caraterística risada.

–Preciso de sua ajuda!

–Quanta honra, o futuro chefe Vongola vindo a mim por ajuda. – falava sendo sarcástico. – Mas por que acha que eu irei ajuda-lo?

–A vida dele está em risco! – responde Reborn.

O homem faz uma rápida mudança de reação.

–Sabe dizer o que é isso? – Tsuna estica a mão, fazendo Mukuro levantar-se e analisa-la. Ao tocar sua mão, ele se assusta como uma pessoa que tivesse levado um choque. Todos se perguntam o que tinha ocorrido. Tsuna já estava temendo o pior para ele. Mukuro começou a observa-lo da cabeça aos pés.

–O que é você!?

–Do que está falando Mukuro? – indavaga Tsuna pasmo. Suas pernas já estavam começando a tremer.

O jovem de cabeça de abacaxi fica por segundos pensativo, parecia estar escolhendo as palavras certas.

–Você tem uma energia estranho rondando todo o seu corpo. Deixe-me possui-lo.

– Está maluco cabeça de abacaxi!?- falava Gokudera já diante de Tsuna em forma defensiva.

–Olhe como fala, idiota.

–Ken, calma.

–Está é a única forma que eu posso descobrir o que está acontecendo com ele, você deve saber muito bem. arcobaleno. Esse sinal em sua mão é magia e ela está ligada a outra pessoa. Ela permite a troca de energia.

–Reborn, não podemos confiar nele.- adverte Gokudera.

–Você decide Tsuna. É sua vida em jogo. –completa Reborn.

Tsuna fica em silêncio por minutos.

–Ok Mukuro, vamos fazer! – Tsuna estica o braço.

–Décimo!!!

Mukuro, com um sorriso satisfeito, faz pequenos cortes com seu Trident no rapaz. Para a surpresa de todos, eles se curam imediatamente.

–Mas o que!?- Mukuro estava abismado.

–Ehhhh!!! O que esta acontecendo comigo!?

–Ele eliminou minha magia!

–Então foi por isso que você não se machucou muito quando foi empurrado andares abaixo! Com aquela altura Tsuna, você teria faturado muitos ossos. – relembra Reborn.

–É verdade. O décimo teve apenas alguns arranhões.

–Adelina fez algo comigo. – Tsuna olhava suas mãos. – Até aquela batalha, estava tudo normal. Reborn, a Vongola não consegue acha-la?

–Já tentamos antes, mas sem rastros.

–Pelo que eu vejo, não precisa se preocupar tão cedo, isso aí não vai te matar. Não agora! Vocês ainda tem tempo.

Mukuro não conseguiu acalmar Tsuna.

–Então você não sabe como veio parar aqui, Cielo?

–Nenhuma. É um problema quando não se tem pistas.

–E por que usa mascara?

–Me obrigaram, mas não entendo motivo. E você também usa.

–Para minha própria proteção. Como no mundo da máfia meu rosto não é conhecido, Adelina vê isso como vantagem.

–Você sabe como perdeu as memórias?

–Sei o que me contaram. O meu pai ia me visitar quando podia na Inglaterra, mas ele utilizava um caminho secreto. Na última vez, eu estava retornando para a Itália com ele, para morar novamente na mansão, já que logo faria 18 anos e precisava iniciar o treinamento. Mas armaram uma emboscada e atacaram nosso carro. Meu pai me empurrou para fora do carro e eu caí de uma de um desfiladeiro e desacordei. A minha sorte, foi que Claudio estava junto e me salvou. Somente nós dois sobrevivemos. Eu estava com muitas fraturas e usaram tal chama do sol, para me curar. Infelizmente ela não fez minhas memórias voltarem.

–E Adelina é a chefe agora. Eu mal vi a face desta mulher. Mas ela me trancou neste lugar.

–Eu não confio nela. Na verdade não confio em muitos ali.

–Os únicos seriam o seu mestre, Claudio e Basílio?

–E tenho minhas dúvidas quanto ao Claudio. Não sei explicar ao certo.

–Mas ele lhe salvou.

–A algo estranho nele.

–De certa forma, duas pessoas já uma grande coisa. Ao contrario de mim por aqui. Ah, deixe-me mostrar uma coisa que ganhei de uma garota daqui.

–As garotas estão dando em cima de você?

Cielo sorri de forma maliciosa - Eu fui a o único a dar atenção para ela e então me deu isto.- Cielo mostrava um pequeno medalhão, mas não foi isso que chamou a atenção de Jack. O jovem estava sem suas luvas e assim Jack percebeu um pequeno sinal azul.

–O que é isso? – apontava Jack.

–Huh? Ah isso! Eu não sei. Acho que deve ser uma tatuagem, ela não sai de maneira alguma. Mas o estranho, que às vezes a sinto vibrar e brilhar.

–Vibrar e brilhar? – Logo ao dizer, Cielo percebe que Jack fica pensativo.

–Sim. – Cielo ria. – Talvez a Adelina me trancou aqui porque sou uma aberração, sei lá.

–Você não é uma aberração.

–Em minha mão esquerda eu tenho outra, mas na cor vermelha. – ela mostra para o amigo.- Mas esta não faz nada.

Jack aperta as mãos. – Cielo eu...

–Jack, vamos!- chamava Claudio. O garoto reage com desgosto.

–Até mais Cielo.

–Até! E obrigado pelas HQs.

–De nada.

–Você e aquele rapaz viraram amigos como imaginei. – comentava Lorenzo enquanto caminhavam para a saída.

–Sim mestre. É mais fácil quando alguém está na mesma situação.

–Você parece pensativo. Aconteceu alguma coisa?

–Não.

No Japão... A família do décimo estavam reunidos me seu quarto.

–Então o que faremos décimo?

–Acho que minha única solução é o Talbot-ojiisan

– O problema que não se acha ele tão facilmente quando decide sumir. – comenta Reborn.

–Podemos tentar localizar Adelina. – sugere Yamamoto.

–A Vongola já está atrás dela desde a batalha. Estamos de mãos atadas.

–Eles tinham sotaque italiano. – recorda Ryohei.

–Poderíamos ir para a Itália e procurar nós mesmo. – sugere Yamamoto.

–Fora de cogitação. – responde Reborn.

–Sabe, Mukuro falou que não preciso me preocupar ainda. Vou me distrair um pouco. – Tsuna liga o vídeo game e os garotos já se animam.

“Tsuna, eu sei que você está em pânico!”

Os dias se passaram rapidamente e chegou o dia do grande Baile, Patrícia foi se arrumar na casa de Haru, assim teriam ajuda para os penteados, maquiagens e afins. Até a mãe da Haru estava no meio para ajuda-las. Arrumavam-se ao som de musicas pop japonesas, com direitos a desfiles e testes de maquiagem. Pena que Kyoko não ia, pensava Haru. Ia ser ainda mais divertido com ela por perto.

–Me pergunto se os rapazes sabem dançar.

–Haru também não sabe dizer. Mas Haru espera que sim!

–Pelo menos somos pares de bonitões. – ambas riram.

–Verdade! Seus amigos são bonitos.

–Mãe!

– Qual o problema? Só concordei com Patricia-chan. Vocês tem sorte. Falando nisso, seu pai estava perguntando quando Gokudera-kun vem novamente nos visitar, ele adorou aquele garoto. Ambos são tão fascinados pelas essas coisas de OVNIS.

–O que!? Sério que o Gokudera-kun gosta disso? – perguntava Patrícia surpresa.

–Você nunca viu as revistas e livros no apartamento dele? – indaga Haru.

–Nunca prestei atenção. Mas nossa nunca imaginaria o Gokudera-kun gostando de algo assim.

–Eu fiquei espantada quando vi a Haru-chan com ele. Ele parecia um delinquente, mas é muito inteligente e sabe se comportar além de ser gentil. Ele tem classe. – comenta a mãe da Haru.

–Quando ele quer também. – completa Patrícia.

Todas riram.

– E o Yamamoto-kun, achei aquele rapaz muito educado.

–Ele é um fofo! Quando eu cheguei ao colégio deles, não me deixou ficar sozinha e mostrou tudo. Ele só vive meio no mundo da Lua e é fascinado pelo beisebol. Eu entendo o porquê Gokudera-kun lhe dar aquele apelido.

–Meninas, tenho que descer. Vou fazer um lanche.

–Ok mamãe. – ela desce-Patricia-chan, Haru pode perguntar uma coisa?

–Claro!

–Então, Patricia-chan gosta de Gokudera –kun?- a loira ri.

–Hana-chan e Kyoko-chan me fizeram a mesma pergunta. Não, eu não gosto dele, mas adoro atormenta-lo. Faz-me sentir em casa, pois eu faço isso com o meu irmão, ele fica muito irritado. Só que ao contrário de Gokudera-kun, meu irmão esconde este lado da personalidade dele. Mas admito uma coisa e você vai me prometer segredo.

–Hahi! O que é?

–Eu tenho ciúmes de outras garotas chegando perto daqueles dois. Tirando você claro.

–Sério!?

–Sim. Vocês são meus amigos especiais. Mas sabe Haru-chan, se não tivesse toda essa história do Tsuna-kun, todos já estariam achando que você e ele estão juntos.

–Hahi!? Com o Gokudera-kun!?

–Sim. Vocês são grudados. E sempre está falando nele.

–Haru acha que isso só aconteceu porque Haru ficou desnorteada.

–Então ele é sua corda de salvação? É perigoso! Se ele se começar a namorar, o que irá fazer? Muitas garotas dão em cima dele no colégio e em lojas.

Haru fica assustada. Só de imaginar teve calafrios. Era como sua amiga dizia, o jovem rapaz era o que a sustentava em um momento frágil.

–E Haru-chan, se você realmente o vê assim somente, cuidado para ele não se apaixonar por você.

–Gokudera-kun nunca se apaixonaria pela Haru.

–Você anda muito tempo com ele e o trata de forma carinhosa, quem não se apaixonaria? Mas, apesar dele ser inteligente, ele é burro na questão de conhecer a si mesmo. Sequer notaria se estiver gostando de alguém.

–Mas tirando essas suposições, Gokudera-kun é somente um amigo especial para a Haru.

–Eu sei, é por isso que quero vocês com um ótimo relacionamento. – Patrícia acaricia os cabelos da Haru.

Mais tarde, já no baile do casamento, ambas garotas entraram enganchadas em seu pares. Gokudera estava com um terno preto, gravata azul marinho riscado, uma camisa e sapato preto. Quando Haru o viu, ela chorou de rir, pois ele estava de cabelos presos em um rabo e realmente ficou lindo desta forma. Yamamoto estava todo feliz com o terno que Patrícia havia ajudado a escolher. O terno cinza escuro grafitado havia deixado ele mais maduro. Haru vestia um belo vestido azul tomara que caia curto e Patrícia um rosa bebê frente única curto e com rendas brancas.

Depois de todas as formalidades, foi aberto o espaço para os convidados dançarem. Percebendo a ansiedade de Haru, Gokudera a convidou da forma mais gentil que poderia ter, surpreendo seus amigos. Haru o comparou com um príncipe. Ele a levou para o meio do salão, junto a outros casais, colocou delicadamente sua mão no quadril dela e começaram a dançar lento. Para a surpresa de Haru, ele dançava muito bem. De inicio o rapaz estava com a expressão fechada que logo se abriu para um pequeno sorriso e Haru correspondia com outro. Aquele olhar dele parecia tê-la hipnotizado, pareciam flutuar pelo salão. Não existiam mais os convidados, apenas a música, o salão e eles.

Sem pensar, Haru encostou sua cabeça no peito dele, o abraçou pelo pescoço, ele correspondeu e assim continuaram dançando.

Patrícia e Yamamoto observam estáticos pela surpresa. A loira soltava um sorriso malicioso e o rapaz começou a supor coisas. O fato era que ninguém poderia imaginar Hayato naquele estado hipnótico enquanto dançava. Parecia que ultimamente ele estava revelando aquela personalidade que tanto escondia.

“Pelo que eu vejo, meus avisos foram dados tarde demais.”- Pensava Patrícia rindo. – Ei, Yamamoto-kun, vamos dançar?

–Hahaha, tem certeza?

–Você não sabe dançar?

–Não...-falava ele com um sorriso encabulado.

–Venha, eu te ensino.

O puxou para um canto mais reservado, onde poderiam treinar tranquilamente.

–Ok, então você põe essa mão em minha cintura e essa você segura minha mão.

–Hahaha, assim?

–Isso!!! Existem vários tipos e modos de dançar, mas vou te ensinar o que considero mais fácil.

E lá se foi à loira ensinar o rapaz. Para sua sorte, Yamamoto aprendia rápido e logo ele já estava dançando em um nível onde não pagaria mico. O puxou para o salão e começaram a dançar. De inicio ele pisou no pé dela e outra hora apertou demais a sua mão. Ele estava nervoso e suas mãos suavam.

–Yamamoto-kun, finja que só estamos nós. Pense que aqui é a minha casa e não fique nervoso. Você estava dançando bem antes. Ou melhor, pense que é o campo de beisebol.

–Ok, hahaha.

Yamamoto conseguiu dançar duas músicas e ambas eram lentas. Patrícia o observava com um grande sorriso no rosto e o elogiando quando acertava os passos. O jovem sentiu seu coração palpitar mais rápido e seu rosto fervia. Nunca pensou ele em dançar com uma jovem tão linda como Patrícia era.

–A loirinha conseguiu ensinar o maníaco a dançar. – Comentava Gokudera para eles.

–Claro idiota! O que eu não consigo fazer.- afirmava Patricia.

–Hahaha, você é uma professora boa.

–Obrigada Yamamoto-kun. Você é um fofo. – o rapaz cora, Hayato percebe e ri da cara dele.

–Do que está rindo, imbecil? – indargava a loira furiosa.

–Não é nada.

Duas jovens gêmeas, de cabelos lilases e olhos azuis, aproximam-se dos quatro amigos. Uma delas estava usando um vestido vermelho seu cabelo estava em um rabo lateral, uma franja harmoniosa caída sobre sua testa, seus olhos eram encantadores. A outra, estava com um vestido branco de enfeites artesanais dourados, seu cabelo estava preso em um coque e pequenas mechas delineavam sua face.

–Olá boa noite. – perguntava a gêmea de vestido branco. – Poderíamos dançar com vocês rapazes?

–Isso se suas amigas não se importarem. – completa a gêmea de vestido vermelho, em tom desafiante.

–Sinto muito, nossos namorados estão muito bem acompanhados! – Patrícia se aconchega mais em Yamamoto - Tem mais homens na festa para vocês flertarem.

–“Quando Patricia-chan falou que era ciumenta, Haru não imaginava que seria tanto”.-pensava Haru.

As maças do rosto de Yamamoto vermelharam e Gokudera segurava um riso de deboche. Haru estava sem jeito, só de pensar na possibilidade a encabulava.

–Namorados? Vocês não se comportam como tal. – a gêmea de vestido vermelho era parecia rosnar enquanto falava.

–E você é especialista por acaso? – Patricia indagava sarcasticamente.

–Não precisa. Olhe a reação do seu suposto “namorado”.

–Ele é tímido, sua idiota!

Como Gokudera estava se divertindo com a situação, para continuar ele passou seu braço sobre os ombros de Haru e com a outra mão vira o queixo dela de encontro ao seu olhar.

–Amor, você ficaria com ciúmes se eu dança-se uma música com elas?

Os três olham abismados para Hayato. Haru sentiu suas pernas enfraquecerem e suas maças aquecidas.

–“O que raio está fazendo!? Ele bebeu?” – pensava Patricia.

–O que Idiota!- Haru bate nele.

–Sinto muito, ela é muito ciumenta. Às vezes é difícil lidar com esse lado dela. – Hayato se divertia por dentro. Teve que segurar o riso ao ver a cara de raiva que Haru estava para ele.

–O que!? Gokudera-kun idiota!!!- ela dava socos no peito dele.

–É melhor eu levar ela para a mesa, antes que ela acabe brigando com você, senhorita.

–Estúpido!!! O que as pessoas vão pensar da Haru!?

–Vamos amor, você precisa se acalmar.- ele arrasta Haru para a mesa.

–Me largue!

E assim foram brigando para a mesa.

Patrícia reprimia suas risadas. Teve que admitir que a ideia do Gokudera era engraçada. Yamamoto estava sem entender mais nada.

–Com licença. – dizia Patrícia e assim puxou Yamamoto para a mesa.

Gokudera estava rindo freneticamente e Haru estava emburrada. Ela não acreditava no que ele tinha feito. O mesmo rapaz que tinha a tratado como uma princesa e ela até o comparou a um príncipe, havia a feito passar por algo constrangedor. Esse era um dos lados de Hayato que mais a irritava, ela tinha a impressão que ele amava fazer brincadeiras sórdidas.

–Gokudera-kun, você conseguiu espanta-las, mas acho que exagerou um pouco. - Patrícia apontou para Haru.

–Haru sabe que eu estava apenas brincando. – a jovem o olha com raiva.- Idiota, pare de me olhar assim.

–Olha o que você me fez passar.

–Ninguém escutou, só aquelas gêmeas.

–Ninguém!? Muita gente viu.

–Não quero me intrometer, mas se vão brigar façam isso em outro lugar. Estamos em uma festa. – advertiu Patrícia.

–Está bem, vamos lá fora Haru. – ambos se levantam e caminham para o exterior.

Patricia os observava e ria. A briga dos seus dois amigos era hilária.

–Hum... Yamamoto-kun, você não falou nada desde que voltamos para a mesa.

–Hehehe. – ria o rapaz com as maças totalmente vermelhas.

–Você está encabulado? – ela cutucava a bochecha dele.

–N...não...

–Ficou encabulado de dizer que era meu namorado?

–Hahahaha.- ele mexia sem jeito no cabelo.- Um pouco.

Patrícia sorria achando a reação dele muito fofa. Ela entrelaça sua mão na dele, que estava em cima da mesa e se aconchega em seu braço. Yamamoto ficou praticamente imóvel de tanto timidez.

–Você é muito fofo reagindo assim!

–Eu já falei que foi apenas uma brincadeira!

–Gokudera-kun idiota!!! Por que fazer aquilo com a Haru?

–Foi apenas para espantar aquelas gêmeas. Patrícia falou que você era minha namorada, se eu larga-se você para dançar com ela, ia ser humilhante.

–Você não é o meu namorado, apenas meu amigo. Poderia ir dançar com ela se quisesse, eu não ia me importar.

Aquilo soou tão frio, que Gokudera sentiu que uma lâmina o tivesse cortado. Ele sabia, que quando ela usava a primeira pessoa, estava com muita raiva. O rapaz ficou por segundos observando a rua, parecia que havia uma pequena esperança de Haru iria tomar consciência e se desculpa-se pela aquela fala, mas não foi o que ela fez. Ela o olhava emburrado ainda, ele não entendia por que a garota havia ficado com tanta raiva de uma mera brincadeira.

–Eu não esperava que você fizesse algo assim. Você parecia um príncipe hoje, mas estragou tudo.

Ele riu sarcasticamente. - Não esperava? Parecia um príncipe? Está vendo coisas. Você não está me vendo como eu realmente sou Haru. Eu sou apenas o seu amigo. - Gokudera deu ênfase na palavra amigo ao falar.- Você não precisa esperar que eu aja como um príncipe, isso você vai querer da pessoa que gostar futuramente. Aquele lá do salão sou eu, o Gokudera Hayato, o braço direito do décimo! Minha versão em sua cabeça com certeza não existe.

A garota apenas escutava de braços cruzados e olhando nos olhos dele. Ele remexe em seu bolso, pega a mão dela e larga uma chave.

–Por que está dando a chave da casa da Haru? Gokudera-kun havia guardado para a Haru.

–Porque eu vou embora.

–Embora?

–Aproveite a festa. – respondia ele sem olhar para trás enquanto caminhava.

–Gokudera estupido. – ela falava baixinho apenas para si.

Haru vê Yamamoto pulando em Gokudera como um tufão. Patrícia sai logo atrás.

–Me largue, maníaco do beisebol.

–Ahá! Nem pense em fugir Gokudera-kun.- advertia Patrícia.

–Sua estupida!!!

–Hahi!? Como viram Gokudera-kun indo embora?

–Estávamos espionando vocês. Ficamos preocupamos por estarem demorando demais. Agora vamos voltar para a festa. Hayato não fez muito esforço para se opor a ideia de retornar a festa.

Minutos depois, as garotas foram ao banheiro, para retocarem a maquiagem.

–Está mais calma agora Haru-chan?

–Sim.

Patrícia começou a rir.

–O que foi?

–Me explique essa história de estar vendo Gokudera-kun como um príncipe.

–Hahi!?- Haru cora.

–Vou te contar um segredo, mas se ele souber que lhe contei, ele me mata!- a morena olha curiosa para a loira.- Ele só veio nesse casamento por sua causa.

–Como Patricia-chan sabe?

–Ele acabou falando sem querer quando estávamos lanchando. Foi naquele dia que você saiu com a Kyoko-chan. Ele nos fez jurar segredo. Mas, devido as circunstancias, eu acho que você deveria saber.- ela sorria para a amiga.

Haru a fita por segundos e o espanto toma conta de sua face.

–Não, não, não é possível.

–Lembra o que conversamos na sua casa?

–Sim, mas não é isso.

–Você sabe que é, e aquele idiota não percebeu o que sente. Haru, eu nunca imaginaria ele fazendo uma brincadeira como aquela. E já percebeu como ele a olha? – a morena encosta-se a uma parede olhando para o chão.- O que houve?

– A Haru não sabe o que fazer.

Patrícia se encosta ao lado dela. – O que você sente por ele?

–Haru não sabe. Haru ainda tem sentimentos por Tsuna-kun.

–Por que você não dá uma chance? Tsuna-kun tem namorada, Gokudera-kun está livre. Trata-lhe muito bem. Todos os amigos dele estão surpresos de ver como ele mudou desde que vocês estão amigos. Amiga! - Patrícia delicadamente coloca suas mãos no rosto de Haru e olha em seus olhos- Ele mudou por você! E ele não está forçando essa mudança, esse Gokudera que você conhece, é ele de verdade. O fez abrir um lado escondido dele. Tem noção o que é isso? É uma segunda chance para você!

Haru observa Patrícia, estava desorientada. Mal imaginou que isso poderia ocorrer um dia, afinal, antes seu mundo amoroso resumia-se a Tsuna, ela sequer prestava atenção aos outros garotos de outra forma, Gokudera antes era um rapaz chato que sempre estava discutindo com ela. Mas agora já era fato, que sentia um imerso carinho por ele. Haru sempre se preocupava com o fato de estar com Gokudera, apenas pela falta do Tsuna. Temia que acaba-se deixando ele de lado ao amar outra pessoa e Hayato apenas pensar que foi um mero objeto. Sentia um frio na espinha sempre que imaginava. Ela compreendia o que a amiga queria lhe aconselhar, mas, o trauma de quase perder a amizade de Tsuna prevalecia também para a mesma situação de Gokudera. Ao fim, eram muitos medos que impediam a jovem de avançar com o rapaz de cabelos pratas.

Ele era lindo, gentil e permitiu ela ver um lado dele quase completamente oculto de todos. Ela se lembrava de como ele a abraçava antes, era desajeitado e parecia ter medo de toca-la. Mas agora a abraçava com tanto carinho e afeição. Conseguiu conquistar os seus sorrisos e o olhar gentil. Ele sabia exatamente o que fazer para acalma-la, eles conversavam sobre tanta coisa e tinha muito em comum. A companhia dele era boa de ter por perto. Mas para ela, era uma admiração e amizade, não amor. Mas não podia negar, que já teve desejos de fazer atos avançados com ele, afinal, Hayato era um lindo rapaz.

–Até adivinho o que está pensando, minha amiga. Mas, eu prevejo um dia você contando que algo aconteceu entre vocês.

–Patricia-chan não pode adivinhar o futuro.

–Não, mas já passei por algo semelhante. E às vezes, em um determinado momento, você não consegue se controlar.

–Hahi! Como assim?

A loira pisca para sua amiga, lança um sorriso malicioso e faz sinal para voltarem ao salão.

–Mestre, eu consegui o meu transporte para o Japão.- falava Basílio.

–Ótimo! Parte quando?

–Amanhã à noite!

–Excelente. Tente não chamar a atenção.

Atrás da porta entre aberta que Basílio havia deixado, estava Claudio que havia ouvido tudo. Uma preocupação toma conta da sua face. Ele sai rapidamente e pega o seu celular.

–Oi, Basílio irá partir amanhã à noite. Já sabe o que fazer. - Alguém segura o seu braço.

–Para onde ele irá?

Era Adelina. Claudio sentiu seu corpo congelar-se, e um pingo de suor começou a escorrer pelo seu rosto, tremia como se a temperatura estivesse abaixo de zero. O que ela estaria fazendo naquela parte da mansão? Nunca a esperaria passando por ali. Ela continuou fitando com o seu olhar tenebroso e sorriso sarcástico.

–Vamos Claudio, diga! Para onde?

Claudio engoliu em seco. Aquele iria ser um dia que não ia esquecer tão fácil.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e creio eu que a fic está caminhando para o final. Espero que gostem. Se der tempo e vcs acharem que dá, pretendo fazer uma continuação XD